Between Good And Evil escrita por Hoppe


Capítulo 4
Troubled Lives


Notas iniciais do capítulo

Espero q gostem e boa leitura :D


A musica do capitulo é essa: http://www.youtube.com/watch?v=zMmQSEaS-w0


KISSES S2



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- Ele não vem, não é mesmo? – perguntou Madame Pomfrey olhando para a porta da Ala Hospitalar.

- Acho que não... – falei e em seguida bocejei.

Já passava do toque de recolher, e sabia que meu corpo não agüentaria por muito tempo.Afrouxei mais a minha gravata e apoiei minha cabeça na parede.

Meus olhos pesaram mas forcei a mim mesma a continuar acordada.

- Tudo bem... – falei e me levantei – eu vou procurá-lo pelo castelo....

- Oh, querida....você esta exausta, não precisa... – ela sorriu amavelmente e eu dei de ombros.

- Ele precisa da poção...e agora sou a responsável por ele – falei e ela concordou me estendendo o frasco com a poção azul neon.

- Obrigada... – falou enquanto eu caminhava para fora.

Nos corredores escuros a poção sacudia no frasco e ofuscava um brilho neon.

- Theodore idiota... – eu resmungava – qual é o problema dele? Aquele filhinho de Comensal....

- Que eu saiba, você também de filha de um Comensal, Srt.Dolohov – pulei de susto quando ouvi uma voz atrás de mim.

Me virei para trás rapidamente e meu rosto esquentou quando eu o vi parado.

- Você...ouviu? – perguntei olhando para o chão.

- Obviamente.... – respondeu passando por mim.

Ele estava mais pálido do que antes, as olheiras também estavam mais escuras e seus cabelos que antes emitiam certo brilho estavam opacos....

Sacudi a cabeça, me perguntando novamente por que eu sempre observava certos detalhes em Theodore Nott.

Comecei a segui-lo em silêncio, com as mãos agarradas a varinha caso ele de repente se virasse para mim e me lançasse a Maldição da Morte.

Sacudi minha cabeça novamente, certa de que o horário não fazia bem à minha imaginação.

Então, ele parou em frente a tapeçaria, perto de onde eu havia encontrado-o desmaiado.Uma porta de ferro apareceu e ele não hesitou em adentrar na sala.

Segurei a porta e entrei também.

- O que esta fazendo aqui? – ele perguntou em um murmúrio.

- Você não apareceu na Ala Hospitalar.... – falei – devia ter ido lá para tomar a poção...

- E você resolveu me seguir? – perguntou se virando para mim.

- Não! – exclamei – não estou te seguindo....

- Então... Por que esta aqui? – perguntou.

- Para lhe dar a poção... – falei estendendo o frasco para ele.

Theodore continuou parado, me encarando sem nenhuma emoção e em seguida soltou uma risada sem humor.

- Por que vocês insistem em fazer isso? – perguntou – Não preciso que sintam pena de mim!

- De quem esta falando? – perguntei.

- De você e Madame Pomfrey! – exclamou alto e eu recuei um passo – Não agüento ter que conviver com os olhares de pena que sempre lançam para mim!

- Você acha que...que eu estou fazendo isso por que eu quero....por pena? – perguntei começando a me irritar.

- Acho! – respondeu curto e grosso – ouvi a sua “conversa” de ontem com Madame Pomfrey....me diga...por que esta fazendo isso?

- Por que acha que há algum motivo por trás disso? – perguntei.

- Sempre há – respondeu e se virou para o outro lado, começando a andar pela imensa e vazia sala.

- Theodore....eu...estou exausta... – falei andando até ele – por favor...beba a poção...

- Não vou beber! – ele se virou.

- Não se comporte como uma criança! – eu gritei e ele soltou outra risada sem humor.

- Por que eu beberia? Minha vida já esta uma droga! – exclamou – Prefiro morrer!

- NUNCA MAIS DIGA ISSO! – eu gritei e ele me encarou.

- O que? – perguntou.

Controlei minha raiva e respirei fundo.

- Minha mãe e eu vivemos em uma batalha! – falei olhando para o chão – Enfrentamos qualquer coisa com o propósito de nos manter vivas! E você....você prefere morrer? Qual é o seu problema, Theodore? Só por que sua vida esta uma merda você acha que esta pior do que a minha?

- Ser um Comensal é muito pior do que ter que se esconder de um... – murmurou.

- Não! Você nem sequer sabe o que eu passo! – exclamei.

- Então...me diga! – ele se virou para mim e se aproximou – me diga o que é pior do que ser um Comensal?

Olhei para baixo.

- Fugir de uma pessoa que desde que nasci o chamei de pai – murmurei e voltei a encará-lo – Isso não é o bastante?

- Para mim não – respondeu e eu levantei minha mão, na menção de lhe dar um tapa no rosto, mas ele segurou meu pulso.

- Você é tão...mesquinho – falei com os olhos cerrados – Não sei por que aceitei ser responsável por você....

Ele apertou mais o meu pulso e reprimi um gemido de dor.

- Você não sabe o que fala, Dolohov... – sussurrou com os olhos vermelhos.

- Eu sei, Nott.... – falei – Por que...mesmo que nossas situações sejam diferentes....temos a mesma dor...angústia....o peso nas costas....

Ele soltou meu pulso e se afastou de mim.

- Veio aqui para fazer um discurso? – perguntou.

- Não....vim aqui apenas para trazer a poção... – falei e andei até ele estendendo o frasco.

Relutante, ele pegou o frasco de minhas mãos e bebeu em um gole só.Antes de me virar na direção da porta, lancei a ele um último olhar.

- Eu...eu vou ajudá-lo, Theodore... – murmurei.

- Dispenso a sua ajuda, Dolohov... – ele falou – dispenso qualquer tipo de ajuda.

- Eu..eu te vejo amanhã, então... – falei mas ele não falou mais nada, apenas continuou parado no centro daquela imensa sala, olhando para o chão com os punhos cerrados.

Saí da sala e fechei a porta lentamente.Escorreguei minhas costas pela porta e me sentei no chão, colocando as mãos no cabelo.

- No que eu fui me meter? – perguntei em um sussurro.

Por que eu sentia tanta....pena quando se tratava de Theodore Nott? Nunca senti pena de nenhuma pessoa....nunca....

Por que tinha que ser justo Theodore Nott? O garoto do qual minha mãe queria distância minha?


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