Caminhos para o Inferno escrita por Nynna Days


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. O que aconteceu com Katy?



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Capítulo 17

Duas Katy me encaravam. Duas Barbie hippie. Se eu não aguentava uma, quem dirá duas. Isso seria o inferno na terra. A Barbie só trazia fenômenos da natureza destrutíveis.

Agora o papel havia se invertido. E eu entendia como a Barbie tinha se sentido a uns dois minutos atrás. Putz. As duas eram idênticas. A mesma saia rosa pregueada, a mesma trança loira, a mesma blusa azul turquesa de manga longa. Onde estavam as flores?! O prendedor de cabelo dela era uma rosa amarela enorme.

Meu Jesus! Até a cópia da Barbie , era hippie. Legal, muito legal mesmo. Confusão em dose dupla.

“Polly.”, as duas gritaram ao mesmo tempo.

Eu estava na defensiva. A faca de prata na minha mão. Esse metamorfo era mais esperto que o outro. Senti um vento atrás de mim em seguida de uma mão em meu ombro. Dei um pulo que quase bati minha cabeça no teto.

“Precisa de ajuda, pequena Twist.”

Me virei a tempo de encarar Kris e seus incríveis olhos azuis. Finalmente ele estava fazendo algo que prestava. Se bem que a Barbie iria começar a dar um ataque , ficaria tensa e colocaria amão na bendita cruz de prata.

Opa! Cruz de Prata. Prata, era isso.

“Ás vezes eu sou tão burra.”, eu disse batendo com a mão livre na testa. Kris sorriu vendo que já tinha me resolvido sozinha. Mas ainda assim precisava da sua ajuda.

“Você vai dar um beijo na bochecha de cada uma, tudo bem?”, eu sussurrei baixo o suficiente apenas para que Kris ouvisse, apontando para as duas.

Ele assentiu e andou até as gêmeas siamesas. As duas continuaram paradas olhando para Kris. Notei que ambas tinham um colar no pescoço. Um deles deveria ser de plástico ou outra coisa.

Kris cheirou o pescoço de uma profundamente, talvez sentindo o cheiro do sangue e depois lhe deu um beijo na bochecha. A Barbie da direita corou e continuou tensa.

Sabia que só pelo cheiro do sangue já dava para saber quem era quem, mas Kris não deixaria essa oportunidade passar. Nem eu mesma deixaria.

Ele foi para a Barbie da esquerda. Cheirou o sangue dela e ,por um curto segundo, se virou para mim e piscou. Entendi isso como um sinal que ela era a verdadeira. Mas envés de parar com a experiencia , ele só apenas mais além.

Sorriu, mostrando suas presas e lhe deu um beijo estalado na bochecha. Quando ele saiu da frente dela o suficiente para que eu pudesse vê-la, vi tudo o que precisava. Bingo! A mão na cruz de prata!

Em um movimento tão rápido que eu nem sabia que era meu mesmo, dei um pulo e cravei a faca no coração do metamorfo. Me levantei e tirei o pouco de sangue que estava na minha blusa.

Percebi a Barbie e Kris me encarando com os olhos arregalados. Levantei uma sobrancelha e cruzei meus braços.

“O que foi?”, perguntei.

“Como, como você fez isso?”, Barbie disse ainda com a mão em sua cruz. Ela tinha se esquecido completamente da presença de Kris bem ao seu lado.

“Fiz o que?”, ainda estava confusa. Voltei mentalmente meus últimos movimentos. Estava parada e depois pulei e acertei a faca no coração do metamorfo. Para mi estava tudo normal, mas não podia dizer a mesma coisa da Barbie.

“Você simplesmente voou no metamorfo. Um momento você estava lá”, ela apontou para o lugar onde eu estava antes. “E de repente, você foi para ai.”, ela apontou na direção do corpo morto.

Eu ainda estava confusa. Era óbvio que tinha que me locomover para matar o metamorfo. Mas pelo que a Barbie disse, isso parecia ser algo em incomum. O que ela queria afinal? Que eu o matasse via telepatia?

“Ela quer dizer que você foi muito rápida.”, Kris me explicou sendo mais claro. “Não foi tão rápida quando um vampiro, mas mesmo assim foi rápida.”, ele sorriu.

Barbie deu a sua típica virada de olhos, enquanto andava até mim. E uma coisa incrível aconteceu. Ela me abraçou. Do nada. Ela veio e me abraçou , como se fosse algo que ela já estivesse acostumada, que de fato não estava.

“Obrigada.”, ela me segurou pelos ombros e sorriu.

Seu olhos azuis me trazendo aquele estranho sentimento de calma novamente. Isso que era estranho. Antes que a achava uma verdadeira vaca hippie, mas depois que passei esses últimos dias com ela, minha opinião tinha mudado um pouco. E pelo abraço acho que a opinião dela sobre eu ser um esquisita também mudou.

Mas não muito.

“Vou dar um jeito nessa bagunça. Vocês duas vão para casa.”,

Kris disse interrompendo o nosso momento de reflexão. Quando abri minha boca para responder, Kris já estava ao meu lado me farejando de cima a baixo. Barbie , incrivelmente , não ficou tensa. Kris cheiro ela também e depois seu olhar ficou confuso.

“Vocês duas estão sangrando em lugares que eu não posso ver?”, Kris perguntou.

Isso era uma pergunta muito pessoal , mas mesmo assim respondi.

“Não.”, olhei para Barbie com a pergunta em meu olhar.

“Não olhem para mim. Eu não estou sangrando.”, ela se afastou para levantar as mãos para o alto.

“Deve ser um dos corpos mortos de quem você está sentindo o cheiro.”, eu disse me referindo aos dois metamorfo que estavam mortos a menos de cinco metros de distância de nós.

Kris balançou a cabeça e começou a circular pela sala, farejando tudo o que encontrava.

“É sangue humano. Eu consigo distinguir sangue sobrenatural do humano.”, ele parou um momento de farejar e me olhou com os olhos estreitos. “Você já deveria saber disso muito bem.”

Ele estava se referindo ao sangue do metamorfo que ficou igual a Barbie e ele sentiu o cheiro do sangue dele. É , eu deveria mesmo saber. Mas que culpa tenho se estava cheia de adrenalina.

Kris continuou farejando até chegar a um tipo de cadeira de madeira. Ela estava coberta com algum lençol e parecia que não estava apenas cobrindo a cadeira. Kris puxou o lençol e revelou uma pessoa ali.

Eu e Barbie nos aproximamos para poder ver melhor o que era ou quem era que estava naquela cadeira. Era uma mulher. Parecia ter uns 23 anos ou menos. Seu cabelo era castanho dourados e seu pele era pálida. No início pensei que ela fosse um vampiro, mas depois lembrei que Kris estava procurando sangue humano.

Coloquei meus dedos em seu pulso e vi que ela ainda estava viva. Mas não ficaria por muito tempo se continuasse ali. Assim que toquei a sua pele , seus olhos se abriram , revelando serem um castanho amendoado lindo. O sangue que Kris estava sentindo o cheiro era dela. Estava com muitos cortes e vários hematomas pelo corpo.

“Qual é o seu nome?”, Barbie perguntou.

Antes que ela respondesse eu já sabia. Não me perguntem como. Eu simplesmente sabia. Com esforço para abrir a boca, ela consegui pronunciar o mais claro que poderia, mas foi o suficiente para nos deixar de surpresos.

“Liene Pecnart.”


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Notas finais do capítulo

Já tenho a continuação pronta. Se quiserem, só comentarem.



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