Caminhos para o Inferno escrita por Nynna Days


Capítulo 11
Capítulo 10




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Capítulo 10

“O quê?”, eu e Barbie dissemos juntas.

Meu pai? O pai que eu nunca havia conhecido nos meus 17 anos de vida mandava em um vampiro? Isso me deixou sem palavras. Parte de mim estava dizendo “Meu pai é um show. Agora eu sei de quem puxei a minha paixão pelo sobrenatural.” . Mas outra dizia: “ O desgraçado não tem medo de mandar em um vampiro, mas tem medo de assumir um filho.”. Então foi por isso que eu optei pelo . “O quê?”

“Como assim nossos pais?”, eu gesticulei minha mão de mim para Barbie e de volta para mim. “Isso é impossível.”

“Não. Não é.”, Kris disse ainda balançando a cabeça. “Tanto que seu pai e o pai de Katerine mandam em mim.”

“Katy”, Barbie corrigiu.

Kris apenas revirou os olhos. “Agora que se recuperou, poderia nos contar o que aconteceu?”

Barbie se levantou, fechando a porta para que pudesse se encostar no meu carro. Eu ainda estava do lado de Kris de frente para ela. Parte de mim queria que isso fosse um pesadelo e outra parte queria que continuasse. Era adrenalina pura no sangue.

Pulando para fora sem mais nem menos. Quem diria que hoje de

dia , foi o enterro da minha mãe. Barbie se ajeitou um pouco desconfortável por ser o centro das atenções de uma tragédia. Eu ainda estava de braços cruzados, então Kris que gesticulou para que ela começasse a falar.

“Minha mãe e eu estávamos aqui em casa , quando a campainha tocou. Eu senti, algumas coisas estranhas, mas estava lá em cima e minha mãe que estava na sala. Não deu tempo de avisá-la. Quando ela abriu a porta um bando de homens a agarraram e começaram a puxá-la para fora de casa. Ela gritou para que eu corresse e foi exatamente o que eu fiz. Corri para sobreviver.”, isso explicava o seu estado e a sua roupa. “Acho que eles perceberam que tinha mais alguém em casa e foram atrás, mas consegui me esconder. Depois tudo ficou silencioso e eu desci. Foi a hora que você bateu igual a uma desesperada na porta.”, corei levemente com a observação. “Eu senti um frio na barriga e pensei que fosse algum deles. Mas depois eu vi que era apenas você e um vampiro bom que trabalha para meu pai que nunca conheci.”.

Esse último comentário me deixou surpresa. Barbie nunca havia conhecido o seu pai, exatamente como eu? E isso só estava ficando melhor. Me virei para Kris que apenas assentia para si mesmo enquanto pensava em algo importante.

“Então, quer dizer que o que pegou meu irmão...”, comecei.

“Também pegou a mãe de Katy.”, ele terminou.

Eu pensei bem antes de fazer a próxima pergunta. Não me sentia totalmente preparada para o mundo sobrenatural, mas pelo meu irmão , tinha que fazê-lo. Suspirei fundo antes de perguntar.

“O que eram eles?”

E pela primeira vez na noite, Kris sorriu.

“Essa é a pergunta certa desde o início , pequena Twist. Mas eu não tenho a resposta exata.”

Droga! Vampiro mal-informado que meu pai mandou. Tudo o que perguntava não sabia ou não podia dizer. Era mais fácil eu ir procurar sozinha do que esperar alguma coisa de Kris.

“E o que vamos fazer então? Esperar e ver como o mundo sobrenatural age?”, Katy perguntou para mim, mas com os olhos em Kris.

Eu não sabia se ela estava sob o mesmo efeito que eu quando conheci Kris ou se não confiava o suficiente nele para manter a guarda baixa. Optei pela segundo opção.

“Não.”, me virei também para Kris. “Você me mandou aqui por alguma razão, vampiro, e a pergunta que eu vou fazer é simples e direta. O que nós vamos fazer?”

Inicialmente ele ficou surpreso pela minha atitude , depois sorriu revelando suas presas. Katy deixou sair outro gritinho, mas eu já não estava muito surpresa com isso. Seu rosto ficou sério quando ele começou a me responder.

“Primeiro , quero saber se você estão dispostas a arriscar a vida de vocês e seus belos rostos para salvar seus entes queridos?”

“Claro.”, disse sem hesitar.

“Sim”, Katy disse tentando soar séria.

O sorriso maroto voltou ao rosto de Kris.

“Estão vão fazer as malas. Porque nós vamos caçar.”

Entrei em casa dois minutos depois. Kris ficou com Katy para que pudesse ajudá-la a arrumar a sua casa e sua mala. Não precisaria de muita coisa.

Peguei uma mala do meu armário e comecei a colocar algumas peças de roupas ali dentro. Reconheci aquela mala sendo a que eu tinha ganhado do meu pai de aniversário de 12 anos quando minha mãe, eu e Koren fomos viajar para Nebraska.

Minha avó nunca havia viajado com a gente. Minha mãe dizia que ela tinha coisas a fazer aqui. Ou melhor, fantasmas para colocar no lugar. Era o melhor termo.

Joguei o diário da minha mãe dentro da mala, seguido pelo “O Mistério da Avenida 16.”, coloquei minha carteira, identidade e todo o resto ali dentro. Verifiquei duas vezes para saber se não estava faltando nada. Quando vi que estava pronta para ir, Snickssah apareceu pela janela e mio para mim.

Ainda conseguia me lembrar do que havia acontecido quando eu disse aquelas coisas horríveis sobre o meu tal guardião. O peguei no colo , sentei na minha cama, fazendo carinha atrás das suas orelhas.

“Hey, desculpa se eu falei algo com aquele negócio do tal guardião. Ás vezes eu falo demais. Mas eu vou viajar por um tempo, então quero ir em paz com todos. Principalmente com você, Snickssah.”, o abracei com cuidado para não amassá-lo ou machucá-lo.

Snickssah me mediu da cabeça aos pés antes de sair pela porta. Ás vezes meu gato era tão anti-social. Coloquei minha mochila nas costas e desci a escada, tentando ser o menos barulhenta possível. Mas fui na cozinha me despedir da minha avó.

Não queria matar a velha de infarte por descobrir que os dois netos sumiram no dia do enterro da filha. Além disso, tinha que ter alguém me cobrindo enquanto eu estivesse fora.

“Vó Lucinda.”, chamei.

Ela se virou para me encarar e depois olhou para a minha mochila de viagem, a medindo. Acho que ela estava pensando que eu iria fugir de casa. Não vou falar que essa ideia já não passou pela minha cabeça antes, mas esse não era o caso agora.

“Onde você vai desse jeito, Emi?”, ela perguntou parando de lavar a louça da janta.

Expliquei para a minha avó o que havia acontecido. Desde depois do enterro quando eu conheci Kris até a hora que ele havia dito sobre nós irmos atrás de quem havia pego meu irmão e a mãe da Barbie.

Ela ouviu em silêncio, perdida em algum pensamento distante. Mas não discordou e nem reclamou. Apenas me deu um abraço e um beijo na bochecha me desejando boa sorte.

“Exatamente como a primeira vez que sua mãe foi caçar. Ela tinha a mesma determinação no rosto. Pena que foi por motivos diferentes.”, ela riu levemente. “Tenho uma coisa para lhe dar.”

Ela saiu da cozinha e eu me sentei na mesa, literalmente. Minha mãe odiava quando eu fazia isso. Mas velhos hábitos não mudam. Então minha mãe também foi de repente caçar.

Interessante. Nunca soube o motivo que levou minha mãe a sua primeira caçada, ela nunca citou isso no diário e , com certeza, eu não tinha tempo para perguntar a minha avó.

Vó Lucinda voltou com um livro em uma mão e algo pequeno e em forma retangular na outra. Um cartão de crédito. Minha mãe havia me dado ele quando eu tinha completado 15 anos, mas eu nunca tive paciência para carregá-lo para qualquer lugar, então havia dado para a vó Lucinda guardá-lo para mim.

“Esse livro.”, minha avó disse me entregando. “é para o caso de você encontrar algum tipo de fantasma ou qualquer outra coisa que se possa exorcizar.”

O livro era velho. Realmente velho. Mas poderia ser útil já que Kris não sabia exatamente o que havia levado meu irmão. Fiquei meio relutante em pegar o cartão, mas minha avó disse que iria precisar caso ficasse por muito tempo na estrada. Isso era verdade.

Kris não havia me dito quando tempo ficaríamos fora e meu carro precisava de gasolina para andar.

Quando saí de casa, encontrei Barbie encostada em sua porta e Kris guardando sua mala no meu carro. Parece que Barbie ainda não confiava em Kris. Isso teria que mudar logo.

Joguei minha mala dentro do porta malas e entrei no banco do motorista. Barbie assumiu seu lugar no passageiro, mas Kris continuou do lado de fora.

“Eu vou ficar. Tenho assuntos que devo ficar de olho.”, ele disse notando nossa espera.

“Mas como nós vamos achar essas coisas?”, perguntei começando a dúvida um pouco nesse vampiro.

“Vocês não vão. Por enquanto. Precisam se preparar.”, ele jogou um jornal para cima da gente com um reportagem em destaque. “Começar com algo pequeno. Assim que estiverem preparadas, vocês poderão ir atrás do que pegou o irmão e a mãe de vocês”

Mulher é morta por marido, mas marido nega ter estado em

casa.

A reportagem estava em negrito e destacava a morte brutal em um apartamento. Na câmera de vídeo viram o marido entrando, mas o marido nega ter chegado antes do dia seguinte.

Estranho. E tinha cheiro de sobrenatural.

“E como vamos te achar?”, Katy disse tirando a minha atenção da reportagem.

“Eu acharei vocês. Agora vão meninas. Tentaremos achar seus entes queridos e qualquer dúvida.”, ele pausou e colocou seu dedo no queixo pensando. “Ah, vocês tem uma a outra. Vão se virar bem.”

“Tenha cuidado.”, eu disse tirando meus pensamentos de possíveis criaturas sobrenaturais que poderiam ter feito esse estrago.

“Pequena Twist. Eu tenho quase cem anos de vida. Sei me cuidar.”, ele disse rindo.

Antes que pudêssemos fazer qualquer outro tipo de pergunta, Kris já havia sumido. Coloquei o jornal no colo de Barbie e dei partida no carro.

“O que nós fazemos agora?”, Katy perguntou enquanto lia a reportagem.

Me virei para ela esboçando meu melhor sorriso.

“Nós vamos caçar.”


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