A new day, Lilly smiles

(Um novo dia, Lilly sorri)

O verão estava perto do fim. Os meninos iriam para escola em pouco tempo. Era o último ano de Lilly em casa. Estava muito cedo, mas Harry já tinha acordado para ir trabalhar. Foi até a cozinha. Pegou uma xícara. Encheu de café quente. Sentou-se a mesa. Fazia frio.

Estava num estado no qual ele mais parecia um sonâmbulo, quando uma menininha ruiva desceu as escadas. Ao contrário do pai, ela parecia incrivelmente disposta.

–Bom dia Pai! Que cara é essa?– disse com uma voz doce – Eu vou preparar um sanduíche para você.

Harry sorriu e assistiu a menina ir de um lado para o outro da cozinha. Chegava a ser cômico o quanto a menina era protetora com ele. Ela pegou uma faca para cortar queijo e Harry protestou, receoso.

–Ei, fadinha, não mexa com essa faca! Ela corta muito. Você ia machucar os dedos!

–Eu sei me virar sozinha, pai! – Lilly rolou os olhos enquanto entregava a faca para o pai e foi pegar um copo de leite para si.

Ela sabia se virar sozinha? Claro que não. Afinal ela só tinha o que, nove anos? Ela não sabia se virar sozinha. Obviamente que não, Harry pensou. Partiu algumas fatias de queijo e entregou para a garotinha.

–Olha pai! O sol! Está lindo hoje! – Falou a garotinha dando um lindo sorriso enquanto com uma mão apontava para a janela, e com a outra fechava um sanduíche.

–Está lindo mesmo Lilly... Vamos, me dê esse sanduíche. Sente aqui. – disse Harry estendendo uma mão para o prato onde a menina preparara o sanduíche e outra para a menina, puxando-a para o seu colo.

Harry deu um sorriso triste. Lilly estava crescendo. Já estava mais alta do que antes. Mas não sabia se virar sozinha ainda! Não mesmo. Deu uma mordida no sanduíche e passou os dedos por entre os cabelos lisos da pequena. Ela era, e sempre seria, uma fada encantada, mesmo que daqui a algum tempo ela já não brincasse mais com as asas que Harry tinha dado para ela.

Quando terminou de comer, Harry tomou um banho gelado, a fim de acordar (empreitada na qual não obteve muito sucesso) vestiu-se e desceu para ir embora. Já ia saindo quando ouviu sua fada encantada lhe chamando.

–Volte logo, pai. – depositou um beijinho na bochecha do pai que, derretido, seguiu seu caminho para o departamento de aurores.