- O que aconteceu? – perguntei assim que colocamos os pés fora do hotel.

- Precisamos correr, eu estou sentindo cheiro de monstro desde que Argos nos deixou naquele posto, tenho a impressão que alguém esta nos seguindo – comentou Grover.

- Também estou com um mau pressentimento – replicou Nico.

Ficamos um pouco calados, para falar a verdade também estava pressentindo algo de ruim aconteceria, aquilo tudo estava muito estranho, parecia que seguíamos o caminho justamente que eles queriam, e os monstros simplesmente ficavam na nossa cola para garantir que chegaríamos onde estes queriam.

- Ei vocês não vem não? – perguntou Perseu, só então reparei que ele estava dentro de um carro, um Jaguar xf da cor azul.

- Como arranjou esse carro? – retruquei.

- Posso dirigir? – perguntou Grover com os olhos brilhando.

- Não. E vocês vão entrar ou não? – me ignorou.

Não foi preciso de muito e entramos no carro, por um instinto, já que amava ficar na frente, fiquei no banco ao lado do dele que tinha um sorriso travesso nos lábios, se ele não fosse filho de Poseidon com certeza seria um filho de Hermes o garoto para gostar de travessuras, e mau Nico fechou a porta e ele acelerou o carro.

- Vai devagar – pedi, o mesmo andava na velocidade máxima daquele carro- se não acabaremos causando um acidente, ainda mais que você ainda nem carteira tem – disse.

- A claro, se você quiser que aqueles monstros nos peguem – ironizou, mas diminuindo um pouco a velocidade.

Todos ficaram em silencio, e eu confesso, fiquei incomodada, tanto que comecei a procura algo para me distrair ate que abri a gaveta do banco da frente, onde vi vários CD’S, um deles ate me chamou atenção, o peguei e coloquei no radio.

- Que CD é esse? – perguntou curiosamente Percy.

- Avril Lavigne – respondi e ele fez uma cara esquisita.

- Francamente, você já teve gostos melhores – respondeu, mas eu ignorei.

Voltamos a ficar silencio. Nico e Grover conversavam sobre algum assunto que eu não identifiquei bem, estava mais preocupada com os monstros que nos perseguiam, sentia que eles não nos atacavam de propósito.

Já estava no final da tarde, quando finalmente chegamos à cidade, São Francisco, Grover tinha um olhar arregalado, e eu não tinha entendido nada, tudo bem que aqui era o lugar que tinha mais monstro, mas eles não iriam nos atacar as luzes do dia iam? Nico também estava bastante preocupado, olhei para Percy para ver se ele também não gostava daquele lugar, mas o mesmo sorria alegremente, como se nunca tivesse vindo naquele lugar.

- Essa cidade me traz cala frios – comentou Grover.

- Então segure o seu mau pressentimento, estamos perto de encontrar o que estamos procurando, eu também não gosto desse lugar, mas sinto que Thalia esta perto – retrucou Nico olhando ameaçadoramente para Grover.

- Para onde vamos? – perguntou Percy.

- Primeiro vamos para aquela lanchonete, estou morrendo de fome – respondi andando rapidamente, os garotos nem precisaram falar nada, pois também morriam de fome.

Chegamos à lanchonete, e devo dizer, fiquei um pouco surpreendida, não tinha ninguém naquele lugar, apenas uma mulher com um minivestido, que foi em nossa direção, olhando sugestivamente para Percy, que não ficou atrás, sorrindo maliciosamente para a mesma.

- O que vão querer? – perguntou ela.

- Umas batatas fritas, refrigerante e o que vocês querem? – retrucou Percy, sem desviar seus olhos da mulher, que correspondia ao olhar.

Fizemos nossos pedidos e ficamos em silencio, eu em especial toda hora olhava para Perseu que tinha seus olhos na direção da garçonete que correspondia aos olhares dele, em uma dessas quase que Percy me viu o olhando, porem desviei o olhar para o pôster da Avril Lavigne, que anunciava um show dela para hoje, por um momento me peguei pensando na possibilidade de tirar hoje o dia para ir naquele show, mas tudo isso foi por água baixo, quando terminamos de comer e a mulher veio.

- Querem mais alguma coisa? – perguntou.

- Nada não. – Tratei de responder de forma rude, já me levantando.

- A por que não ficam mais, seria muito bom – comentou a mesma.

- É uma ótima idéia – respondeu Percy sorrindo cafajeste.

- Não é não, vamos – o peguei pela mão, mas quando ia puxar a mulher bateu na minha mão.

Quando ia revidar, ela tinha se transformado em uma fúria. Percy ficou com os olhos arregalados, logo reconheci quem era a mesma, uma das fúrias do meu sonho e consequentemente uma das que tinha nos atacado no ônibus. Felizmente não foi preciso de muito para vencer, como éramos quatro, Nico invocou alguns fantasmas que a prenderam, enquanto Perseu a atacou, fazendo a mesma virar pó.

- Eu não acredito que estava afim de um monstro – reclamou.

- E eu não acredito que por sua culpa quase fomos mortos – retruquei cruzando os braços.

- Desculpa se tem alguém aqui querendo se divertir um pouco – levantou as mãos com um sorriso sarcástico.

- É enquanto você se diverte com a sua paquera, que por sinal era uma fúria, nós temos que arcar com as suas consequências – apontei o dedo no peito dele.

- Eu não pedi para que cuidasse de mim, eu sou bem grandinho para fazer o que bem entender – deu nos ombros.

- Gente acalme, assim não vamos chegar a lugar algum – Nico tentou completar a frase.

- Já chega, quer saber, eu estou indo, preciso de um tempo – fiz uma leve pausa- sozinha – completei pisando fundo, ignorando tudo.

É eu sabia que tinha algo de estranho, mas não queria pensar nisso, pois toda vez que lembrava os acontecimentos de alguns minutos atrás a cena de Percy e aquela fúria flertando viam a minha cabeça, e confesso, não gostava nenhum pouco daquilo, decidi relaxar, porque eu não podia nem queria estar com ciúmes dele.

POV AUTORA

Aquilo não poderia estar acontecendo, já fazia algumas horas que procuravam a louca da Annabeth, como aqueles meninos tinham a descrito depois que tinha sumido desde a briga, e Percy, sinceramente não entendia a reação dela, mas a cada minuto o fazia ficar com mais raiva, já que, contudo tinha que aturar o amiguinho dela, dizendo que a culpa toda era dele.

- Para onde será que ela se meteu? – perguntou-se Nico.

- Ela foi para o show da Avril Lavigne – respondeu rapidamente, pensando alto, Percy- o que foi? Não olhem com essas caras, hoje cedo ela falou que gostava dessa garota, inclusive estava vidrada naquele cartaz da lanchonete – comentou.

- Como você sabe que ela olhava o cartaz, se você estava ocupado demais paquerando a fúria? – retrucou Grover com um sorriso nos lábios.

- Isso não importa agora, precisamos chegar nesse show e achá-la – desconversou antes que seus amigos notassem que tinha corado, saindo apressadamente.

POV ANNABETH

Pessoas gritaram, um monte de gente de diversas idades e meus olhos brilhando, era isso que estava acontecendo no show da Avril, já tinha chegado há um tempo e a mesma não tinha entrado no palco ainda, tentei a todo custo me envolver na multidão queria pegar o melhor lugar possível pular, me divertir e esquecer-se dos problemas, ainda estava chateada com Perseu, quem ele pensava que era para fazer aquilo comigo?

Percy me irritava de uma maneira que nem eu compreendia, a bipolaridade dele seguido da indiferença do mesmo me fazia ter mais raiva ainda e piorava quando eu via que quem saia perdendo sempre era eu, não entendia também porque aquilo me incomodava tanto, nunca fui de importa-me com o que os outros faziam e por que com ele estava sendo diferente? Fiquei me perguntando coisas do tipo e acabei não reparando que o show já tinha começado.

POV AUTORA

- Pronto entramos, agora precisamos acha-la – disse Percy.

- A parte mais difícil – comentou Nico.

- Para não dizer impossível – retrucou Grover.

- Vocês dois, parem com esse pessimismo vamos acha-la, se dividam eu vou para aquele lado e vocês vejam pelo outro – falou Percy não deixando tempo para que os meninos si quer falar algo.

POV ANNABETH

Escutem o post com a musica: http://letras.terra.com.br/avril-lavigne/1792306/traducao.html

Tudo estava indo bem, agora a mesma começava a tocar as batidas de uma das musicas que mais estava nas paradas, sorri, eu sabia aquela letra toda, e sem duvidas descrevia meu momento, e foi nesse curto período de tempo que uma pessoa me puxou pelo braço, obrigando-me a se virar.

You say that I'm messing with your head

All 'cause I was making out with your friend

- O que você esta fazendo aqui? – perguntei.

- Vim te buscar, o que acha? – respondeu sarcasticamente nervoso, me puxando.

- Mas eu não quero sair, agora que o show esta ótimo – protestei indignada e ele passou a mão na cabeça, tentando se controlar.

Love hurts whether it's right or wrong

I can't stop 'cause I'm having too much fun

-Annie me escuta – ele segurou meu braço-, isso aqui esta perigoso! Precisamos sair daqui, isso não é hora dos seus caprichos de menina mimada, seja coerente – implorava.

You're on your knees

Begging please,

Stay with me

- Por que você não me deixa aqui então, vai procurar um novo rabo de saia e me erra – falei me soltando e correndo para longe dele, que me seguia.

But honestly

I just need to be a little crazy

Sabia que estava exagerando e sim eu agia como uma garota mimada, e sinceramente eu não estava nem ai, eu era isso mesmo, apenas uma garota mimada, não entendia como podia ser uma filha de Atena, eu não me identificava com ela, mas se tinha uma coisa que eu sabia era que toda minha vida eu deixava que as pessoas me convencesse de coisas que eu honestamente não queria, agora eu queria que fosse diferente.

All my life I've been good, but now

Ah, I'm thinking "what the hell”

-Para de correr, por favor, já estamos longe da civilização. – implorou Percy, me alcançando, estávamos num beco, onde não tinha ninguém – Vamos voltar, eu estou sentindo que algo vai acontecer, como no meu sonho – implorava.

All I want is to mess around

And I don't really care about

If you love me, if you hate me

-Eu não me importo você não vê que tudo que eu quero é um pouco de liberdade, poder fazer algo sem me importar com o que vão pensar parar de ser a garota boazinha? – confessei meio exausta.

You can't save me, baby, baby

All my life I've been good, but now

Whoa, what the hell

-Annie, então pense na gente, estamos numa missão isso não é hora de agir loucamente, se você quiser quando voltar. Eu prometo fazer o que você quiser – ele dizia.

- Você esta blefando, você não se importa comigo – murmurei.

So what if I go out on a million dates

You never call or listen to me anyway

I'd rather rage than sit around and wait all day

Don't get me wrong, I just need some time to play

-Quem disse que eu não me importo? –ele franziu as sobrancelhas se aproximando lentamente de mim, senti meu coração bater aceleradamente, minhas bochechas corarem, o mesmo já estava com a sua mão indo dos meus braços ate a minha cintura quando ouvimos um barulho e nos desvencilhamos rapidamente.

Duas Hidras, que pareciam ser irmãs daquela que a matamos estavam na nossa frente nos encurralando contra a parede, tinha meus olhos arregalados, só então tinha reparado que não mais estávamos dentro da casa de show, agora sim eu entendia porque Percy estava tão nervoso, me senti uma tola por ter agido daquela maneira.

- Olha quem vemos por aqui, o filho de Poseidon e a filha de Atena juntos, atrapalhamos algo? – uma das hidras perguntou sorrindo sarcasticamente.

- Não. – Respondemos em uníssonos ruborizados.

- Que pena era a ultima hora que vocês tinham – comentou a outra com uma tristeza fingida.

Elas iriam falar algo, mas Percy, como sempre, destravou a contracorrente e atacou uma delas que rapidamente desviou o golpe dele, não pude pensar muito, pois a segunda também me atacou a sorte é que consegui pegar minha faca e bati na sua mão que gemeu de dor, essa foi à brecha para eu conseguir pegar uma de suas espadas, afinal de contas a mesma usava duas espadas enquanto eu apenas tinha uma faca.

Porem minha sorte não durou muito, pois aquela Hidra atacava muito bem então a todo o momento tive que ficar concentrada, eu não era acostumada a lutar, estava tudo indo bem, ate que eu ouvi o grito de dor de Percy e me atrevi a olhar, grande erro, nesse momento a Hidra conseguiu me desarmar, prendendo-me, enquanto isso Percy também não estava muito melhor, já que seu braço estava sangrando.

Fomos amarrados e levados para um predio abandonado, deveria ter algum esgoto ou uma água muito poluída por perto, já que tinha um cheiro bastante forte, senti que Perseu também tinha sentido o cheiro. Chegamos à caverna e logo de cara avistei Luke sorrindo maliciosamente, cerrei os dentes, fomos presos com uma corrente.

- Que bom que os meus semideuses preferidos chegaram – sorria sarcasticamente Luke.

- Isso tudo é culpa sua! – grunhiu Percy- Se você não tivesse sumido e forçado à gente a te procurar, nada disso teria acontecido – esbravejou, fiquei com os olhos meio marejados, afinal de contas, de fato a culpa era minha, mas ele não tinha direito de falar assim comigo.

- Desculpa se pelo menos uma vez na vida eu quis ser eu mesma e não uma dessas vacas que você esta acostumado a ficar – gritei.

- Ei briga de casal aqui não. – Riu Luke, se deliciando com nossa cena.

- Da para vocês dois pararem de discutir, pensei que já estivessem juntos à uma hora dessas ou pelo menos que fossem amigos, droga – bufou uma voz que eu conhecia muito bem.

Só então reparei quem era: Thalia, minha melhor amiga. Ela estava amarrada também numa corrente, sua cara estava toda suja e parecia bastante cansada, já deveria ter se passado dias desde que ela fora sequestrada.

- Desculpa – disse.

- Desculpas não adiantam em nada, ainda bem que Nico e Grover – Percy não pode terminar de falar, quando apareceu Anfitrite com Nico e Grover amarrados- Ferrou – completou.

E naquele momento percebi que precisávamos agir rápido, pois se não estaríamos mortos, para isso eu precisava pensar rapidamente num plano, porque duvidava muito que quem quer que esteja por trás de tudo isso iria querer deixar a gente vivo.