Logo em seguida Tom me mostrou onde era o dormitório feminino, e eu descobri, para minha total alegria, que ficaria em um dormitório separado. Dormitório este, que pertenceu a Salazar Slytherin, juntamente com o dormitório de Tom. Eu sabia disso, mas ele não sabia a história daquele dormitório. Eu sabia quem ele era, ou melhor, descendente de quem ele era. Descendente direto de Salazar Slytherin. E o melhor de tudo é que os tais dormitórios ficavam no mesmo corredor, na parte mais funda das masmorras.

2 semanas se passaram, eu continuava evitando e ignorando James. Comecei a conversar com Ryan e Arnold, e conheci Millena, uma garota muito legal... e Grifinória. Tom não aprovou, mas também disse que ela era inteligente, e isso a fazia ser uma companhia “agradável” para mim. Legal, ganhei uma babá. Ele dizia que eu era uma vergonha para a Sonserina, por ser tão amigável e amante dos alunos de outras casas. Eu apenas ria deste comentário.

- Estou falando extremamente sério, Lola. Você deveria se afastar dos grifinórios! – Disse ele realmente sério.

Eu gargalhei suavemente.

- Ah Tom, querido. Você sabe que não gero este tipo de preconceito. Não me peça tal coisa. – E sorri para ele.

Ele me olhou feio, mas apenas assentiu com a cabeça.

2 meses de aula, e eu e Tom estávamos mais próximos do que nunca, fazíamos tudo juntos. Mas eu tinha que admitir que era estranho ele me tratar assim tão bem. Até com os amigos ele era frio, arrogante e com ar de superior. Com as outras garotas a mesma coisa. Ele era assim com todos (com exceção dos professores, que por acaso, o adoravam), menos comigo. Comigo ele era gentil, carinhoso, prestativo, solidário. Fato que fazia quase todas as garotas de Hogwarts me olharem com um puro ódio no olhar. Como se eu fosse ter medo de alguma delas. Ri internamente com a idéia.

Um dia eu estava na aula de poções fazendo dupla com ele, como sempre, quando o professor Slughorn me pede para sentar-me com ninguém mais, ninguém menos que James McFinigan. Eu quis dizer que não, mas Tom me olhou como quem pedisse para não discutir ali. Eu fiz isso por ele, mas mais tarde lhe contaria sobre minha inimizade com o McFinigan.

- Ora, ora. Veja só quem veio me fazer companhia nesta aula de Poções. – Disse ele rindo.

- Vim por simples e pura obrigação. E você não deveria sorrir tanto, está com espinafre no dente! – Respondi o cutucando um pouco. E não, ele não tinha espinafre no dente. Mas isso eu resolvi com um pequeno e quase imperceptível aceno de varinha. Digo quase, porque Tom, que estava sentado à nossa frente com Millena, viu e riu disso.

O resto da aula continuou sem mais nenhuma conversa. Fizemos apenas anotações. Quando acabei de escrever tudo que o professor falou e eu achei necessário lembrar mais tarde, comecei a prestar atenção no Riddle. Vi o jeito concentrado que ele fica escrevendo. Mas neste momento, ele percebeu que era observado e olhou com uma expressão fria que daria medo em qualquer um, mas quando viu que era eu quem o encarava, sorriu.

 Vi quando ele pegou uma pena e escreveu algo no pergaminho. Eu fingi nem perceber. Logo em seguida ele me passa este pergaminho e eu li:

“Mon Petit, aceita ir a Hogsmead comigo neste sábado? Tenho algo muito importante para lhe perguntar. Então, aceita?”

Eu o olhei, sorri bem fracamente e respondi:

“Charles da Grifinória me convidou. Mas eu vou recusar, tenho companhia melhor, não concorda? Estou curiosa, ainda bem que amanhã já é sábado. Não acha?”

Assim que lhe entreguei o pergaminho, pude vê-lo sorrir, ele tinha um sorriso maravilhoso e que (modéstia a parte) só eu conseguia arrancar dele. O que ele dirigia aos professores não conta, já que era totalmente falso.

O dia passou rápido e eu como sempre, o passei com Tom. Acabei indo para o dormitório dele, para ele me ajudar com o dever de Runas Antigas. Acabamos o dever muito tarde, e acabamos perdendo o jantar. Ele então resolveu ir buscar algo para comermos. Enquanto esperava ele, me deitei na cama e fechei os olhos para relaxar.