Depois de 1 hora e 15 minutos eu estava pronta.

- Está linda, minha querida. – Disse-me Tom com seu típico sotaque britânico.

Sorri e peguei sua mão. Assim fomos, em silencio, até o salão.

Quando estávamos quase chegando, ouvimos vozes conhecidas...

- ... e eu não aceito isso. – Disse uma voz feminina.

- Teimosa como uma grifinória. – Resmungou a voz masculina.

- MALFOY! Eu SOU uma GRIFINÓRIA! – Gritou a voz feminina que então reconheci sendo de Millena.

Eu e Tom nos aproximamos o suficiente para ver uma Millena vermelha de raiva e um Abraxas também vermelho, mas de vergonha.

- Sua escandalosa. Por isso odeio grifinórios. – Falou Abraxas com uma naturalidade gigantesca.

Vi os olhos de Millena se encherem de lágrimas. Dei um passo à frente, pensando em ir falar com ela. Mas assim que a vi abrir a boca para responder, parei onde estava.

- Então Abraxas, – Começou ela com a voz baixa e falha. – é isso que você sente por mim? Ódio? Então por que convidou-me para vir junto? Para me humilhar assim? E jogar na minha cara o quanto você me odeia? Para me magoar assim? Deveria ter ouvido a todos quando me falaram como você era. Mas preferi pensar que você era diferente, pensar que ser sonserino não mudava em nada o que você era de verdade, e acreditar que você se importava comigo. Mas agora vejo que só fui um passatempo.

Ela terminou de dizer e soluçou já não segurando mais suas lágrimas. Vi que Abraxas a olhava assustado e que quando ele deu um passo em direção a ela, ela recuou.

Ela saiu correndo para fora do hotel, soltei a mão de Tom e corri atrás dela, deixando para trás os dois rapazes.

Fui até os jardins do hotel e a vi sentada perto de uma pequena fonte mágica, mesmo de longe pude ouvir os seus soluços. Agora que reparei, ela estava linda, com um vestido verde (que tenho quase certeza que foi a sra. Malfoy quem escolheu), cabelos presos em um lindo coque e um sapato prata. Caminhei delicadamente até ela, me sentei ao seu lado.

- Oi. Mille, você está bem? – Perguntei-a. E acho que ela não tinha me visto até então.

Ela me abraçou e soluçou mais ainda.

- Eu o amo, Lola. – Disse ela entre soluços.

- Como? Acho que entendi errado. – Respondi.

Ela soltou-me e me olhou, e com um meio sorriso disse:

- Eu, uma grifinória convicta, me apaixonei por ele. Por um dos sonserinos mais... sonserinos. Pelo que odeia – soluço – grifinórios. Eu amo ele, Lorena. Agora tenho certeza. Mas ele... Você viu.

E então ela recomeçou a chorar.

- Minha flor, - comecei delicadamente – ONDE VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA? – Ela me olhou assustada. – COMO pode não me CONTAR? Eu iria te ajudar bobinha. E saiba que o Abrax é assim mesmo, ele fala as coisas sem pensar. Ele gosta de você, acredite. Até o Tom já reparou nisso.

- Você acha mesmo, Lola?  - Perguntou-me com os olhos brilhando por culpa das lagrimas.

- Eu tenho certeza. E ele logo se dará conta disso.

Ela sorriu para mim.

- Agora venha, vamos para dentro.

- Ah, sabe, - começou envergonhada – a Sra. Malfoy disse que teríamos um jantar com a família de alguns amigos dela. Por isso essa roupa. – Disse fazendo uma careta.

Eu ri.

- Você é a única sonserina que nunca implicou por eu ser grifinória. Por quê? – Perguntou-me.

- Sei que posso confiar em você. A família de minha mãe, os Rosier, são uma família muito antiga, descendentes de Godric Griffyndor, Rowna Ravenclaw, Helga Hufflepuff. Meu pai é descendente de Salazar Slytherin. Acabei por cair na sonserina. Mas tinha chances de ir para qualquer casa. Diga-se de passagem, que sou a herdeira de Hogwarts. Ninguém da escola, além de Dumbledore e McGonnagal sabem disso. Nem mesmo Tom.

- Bem, uau. Sério. UAU. Obrigada por confiar em mim, agora entendo muitas coisas. – E sorriu me abraçando.

- Vamos entrar? – Perguntei. Acenei com a varinha e sua maquiagem voltou a ser impecável.

POV Tom

- Você foi uma besta. – Eu disse à Abraxas.

- Até você, Tom? – Questionou-me Abraxas, irritado.

- Não acredito que vou te dizer isso, mas só você não viu ainda que esta apaixonado pela grifinóriazinha. – Disse sério.

- Não é verdade is... EI não a chame assim. – Defendeu ele.

Eu ri alto e olhei-o.

- Como é Malfoy? – Perguntei-o ainda rindo.

- Ok, eu gosto dela. Sou completamente apaixonado por ela. – Olhei novamente para ele. – OK. EU A AMO.

E nessa hora vi que ela e Lola escutavam a conversa.

- Err... Olá Lola e Millena. – Disse eu.

Malfoy arregalou os olhos e olhou para trás, dando de cara com uma Lorena risonha e uma Millena de olhos brilhantes.

- Milla... Eu queria te pedir desculpas e bem... você escutou, e sei que não sente o mes... – Dizia ele, mas ela é menos lenta e o calou com um beijo.

- Finalmente - murmurou a Lola.

E eu já estava ficando desconfortável de presenciar aquele beijo por 6 minutos seguidos...

- Hã-hã – Lola pelo visto também estava ficando desconfortável, pois logo fingiu uma tosse.

Acho que finalmente eles se tocaram que estavam no salão do hotel. Pois se separaram logo, vermelhos e ofegantes. Isso foi... Nojento.

De duas coisas tenho certeza: Jamais namoraria uma sangue-ruim e muito menos alguém que tem sangue grifinório nas veias. Imagine, eu, descendente de Salazar Slytherin, namorar uma Grifinória?

- Bem, acho que depois de todo esse romance – Disse eu fazendo uma careta. Vi Lola e Millena me fulminando com o olhar – poderíamos realmente ir ao nosso jantar.

- Bem, claro. – Concordou Malfoy.

- O que vocês estão fazendo aqui? Não sabia que viriam para a Rússia. – Disse a grifinória.

- Nós não... – Ia dizendo a Lola, mas então pareceu perceber. – AHHH, agora ta explicado! Nós apenas pegamos uma chave de portal, não sabíamos onde estávamos.

Todos riram. Menos, eu... é claro.