Only You escrita por Lúcia Hill


Capítulo 6
Capitulo - Doce Sabor


Notas iniciais do capítulo

Até onde ambos poderão se confrontar sem realmente nada sentir um pelo outro, do ódio intenso pode nascer um louco amor?



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Depois daquele ocorridos no riacho de pedras, ambos não se encaravam, já era tarde de domingo e o silêncio era bem esmagador, Luiza estava em pé encostada-se ao pilar da imensa varanda.

Que maravilha, essa era a vida que eu pedi a Deus - pensou enquanto observava o horizonte, tudo parecia estar na câmera lenta, podia ouvir o cantar de alguns passarinhos sobre a imensa arvore aos pés da entrada. Tudo que fazia era organizar a papelada fora isso tinha o resto do dia livre, como adoraria estar em Nova York fazendo compras com suas amigas, mais a voz rude de Javier lhe fez despertar de seu transe.

–A senhora tem visitas. - grunhiu furioso.

Era a única voz que não queria ouvir, ao se voltar na direção dele pode notar seu olhar raivoso, ela sabia que o peão detestava dar recados não era bem de seu gosto, mostrou lhe um sorriso rápido e assim que passou por ele, disse:

–Obrigada, por me avisar. - disse provocando certo rancor no peão.

Javier soltou um suspiro e saiu em direção do celeiro, Luiza se divertiu com a expressão furiosa do rosto dele, mais logo pensou quem seria essa tal visita? Já que suas amigas não eram dali e muito menos iria visitá-la em um domingo.

Ao chegar à imensa sala de espera se deparou com o coronel Tomas e sua detestável filha Carmen, sentiu seu estomago se revirar com a presença de ambos ali.

–Boa tarde, coronel? - disse forçando um sorriso.

O coronel assim que a viu adentrar a sala se levantou de forma educada retirou seu chapéu estendeu sua mão na direção dela, saudando a de volta.

–Boa tarde, senhorita Cortez. - soou educado.

Luiza o corrigiu de forma rude, pois não gostava da forma que as pessoas se utilizavam de seu sobrenome, era como se quisessem tirar proveito ou algo parecido.

–Luiza, apenas. - soou áspero, antes dele dizer algo mais ela logo perguntou. - Aliás, o que devo para ter sua presença notória por aqui, logo em pleno domingo? - usou as palavras de forma irônica.

O coronel se voltou para Carmen que estava alguns passos atrás dele, a jovem encarou o gentilmente, e rapidamente ele se voltou para Luiza que continuava parada perto da entrada.

–Ora, vim fazer lhe uma visita. - mostrou um longo sorriso amarelo.

Luiza arqueou a sobrancelha e sorriu.

–Sente-se coronel, pedirei a Cole para nos trazer algo para beber, se me derem licença. - disse saindo.

Não esperou ele responder e foi direto para a cozinha, para sua surpresa la estava Javier rodeado por alguns peões da fazenda.

–Cole pode nos servir algo?- disse com um pouco de desdém, mais se voltou para onde estava Javier, e disse: - Creio que o assunto que iremos tratar, seja de seu interesse também. - disse de forma seca.

Javier a encarou, os demais se entreolharam confusos, o que seria o interesse dele?

–Acho que não, senhorita. - respondeu no mesmo tom de voz.

–Mas faço questão de que esteja presente era a vontade de meu pai. - disse com uma pontada de ciúmes.

Javier se levantou e sem esperá-la seguiu para a sala de espera, ela encostou-se à imensa porta de madeira e soltou um longo suspiro, assim que abriu os olhos pode notar os olhares curiosos fixados nela.

–Vão trabalhar, ou fazer alguma coisa. - ordenou furiosa antes de sair da cozinha.

Assim se voltou para a sala, pode notar a intimidade que ambos tinham um com o outro, para seu desgosto maior teve que sentar se perto do peão.

Antes de começar o questionário, o coronel com um sorriso nada amistoso perguntou o porquê da presença de Javier, já que se tratava da venda da fazenda Fronteiras.

–É que Javier herdou metade do bem, se é que quer saber, ele tem que assinar juntamente para enfim darmos o prosseguimento na venda, Coronel. - disse encarando o.

Javier balançou a cabeça de forma curiosa, não sabia que ela queria vender a fazenda, antes que pudesse perguntar lhe por que ela desejava vender a fazenda, Luiza disse para o Coronel colocando a mão sobre a dele sem querer.

–Meu caro sócio tem que estar em pleno acordo. - assim que terminou de falar, retirou sua mão de sobre a dele.

Coronel Braxden sorriu confuso com a situação toda, sem demora sua filha Carmen o interrompeu com um pouco de desdém na fala deixando Luiza ainda mais irritada.

–Papai estou cansada, vamos? - disse Carmen com sua voz estridente e melosa.

Luiza a encarou pode perceber os olhares que ela estava trocando com o peão, e do nada sentiu uma pequena pontada de ciúme crescer dentro dela, apesar de tudo não era uma má idéia eles irem embora, pois ela deixou notável que os Braxden's não eram bem vindos ali.

–Vamos, claro minha doçura já é tarde e logo temos que ir a missa. - respondeu de forma serena, ao se voltar para Luiza perguntou de forma intima: - Espero que vocês se entendam a respeito, já que sabe o meu maior interesse.

Assim que Cole trousse o café, pode notar a visita indo embora e parou bruscamente na porta juntamente com Javier, perguntou lhe curiosa com a rapidez de ambos.

–Mas ora essa não era para trazer o café? - perguntou lhe encarando os Braxden's saírem.

Javier se voltou para ela, apenas disse:

–É a senhora não é muito amiga deles não. - respondeu encarando os.

Assim que Luiza terminou de se despedir do coronel e sua insuportável filha, voltou se para a sala com uma expressão de raiva, deixou se cair sobre o sofá cobriu seu rosto com as mãos e soltou um longo suspiro, odiava aquela família.

–A senhorita ainda deseja café? - perguntou a velha Cole da porta.

Luiza se virou para trás e sorriu apenas balançou a cabeça e a criada entendeu que não queria, antes de encostar sua cabeça no sofá soltou seus cabelos fazendo os cair em forma de cascata sobre seus finos ombros.

–Merda. - grunhiu um pouco alto.

Sem notar a aproximação de Javier no ambiente ela retirou seus sapatos e cruzou as pernas sobre o sofá, a voz dele invadiu sua mente deixando um pouco desconfortada com sua presença.

–Vejo que ia vender a fazenda sem nosso conceito. - perguntou ainda parado na porta de forma áspera.

Luiza rapidamente se endireitou no sofá e voltou se para encará-lo, estava cansada daquela monotonia dos dias serem iguais, tinha que admitir que a certo ponto ele estivesse certo, mais disse:

–La vem você de novo, o que quer agora? - disse com os dentes cerrados.

–Não se faça de bobinha, sei que esta planejando. - grunhiu furioso.

Ela soltou uma risada nervosa, afinal quem ele pensava que era para ficar interrogando a?

–Sim iria, mais o velhote quis dividir essas malditas terras, e pelo que vejo agora, serei obrigada a perguntar para você antes. - respondeu de forma grosseira.

–Não é digna de ser uma Cortez. - rebateu de forma seca.

Ela deu a volta no sofá e o encarou, ele era mais alto, mais não temia sua altura e muito menos sua força.

–Retire o que disse peãozinho de meia tigela. - berrou furiosa com a ousadia dele.

Ele sorriu de forma provocativa.

–Não retiro minhas palavras, e não vendera nada. - respondeu de forma seca.

Luiza agarrou no braço robusto dele e cravou suas unhas, fazendo o soltar um gemido de dor, ele rapidamente se desprendeu das mãos dela com tamanha rapidez que quase a fez cair sobre o pequeno criado mudo que ostentava o abajur.

–Nunca mais me toque. - disse dominado pela fúria.

Luiza retirou uma mecha teimosa que estava caída sobre sua face agora vermelha, apontou para ele como se quisesse fazê-lo sumir.

–Não pense que irei fazer isso, pois não desejo ficar perto de animais iguais a você, seu cretino. - grunhiu furiosa.

Javier sorriu aumentando o ódio dela, sua pergunta fora um pouco mais ousada e cruel que já tinha dito a alguém.

–Então como se olha no espelho todos os dias? – rebateu de volta.

Luiza o encarou de boca aberta, ele a estava ofendendo de um modo nada aceitável, sua cabeça parou de manipular novas frases ou respostas, seus olhos se encheram de água, podia sentir a vontade esmagadora que a estava dominando a mais se conteve para não chorar ali

–Você é um mostro Javier, um mostro. - falou com desgosto. - Nunca mais se dirija a mim com suas palavras ofensivas, seu. - levou a mão sobre a boca para impedir a ultima palavra.

A feição de Javier se modificou, por um breve momento ele sentiu dó da garota, ele deu um passo em sua direção para tentar desfazer a besteira feita.

–Me desculpe. - disse em tom baixo.

Encarou há por um instante.

–Eu te odeio. – grunhiu.

Mas antes que ela pudesse sair da sala, Javier a impediu com sua mão forte a puxando ao encontro com seu largo peito, por um breve momento Luiza não sentiu vontade de chutá-lo ou se debater para livrar-se dele, uma sensação estranha lhe invadiu o peito, podia sentir a respiração apresada que emanava do frágil e delicado corpo que estava grudado no seu.

Javier abaixou sua cabeça na direção do fino e delicado rosto de Luiza, como desejava se deleitar com aqueles lábios rosados de aparência macia. Não era certo o que iria fazer mais afinal quem estava ligando para o que estava certo ou errado naquele momento, Luiza passou seus braços sobre o pescoço rígido do peão, ficando nas pontas dos pés, ódio que um sentia pelo outro acabou por se evaporar pelo ar dando lugar ao desejo primitivo e selvagem, não conseguia mais se conter.

Até que por fim os lábios de Javier cobriram por inteiros os de Luiza envolvendo os em uma dança feroz e ardente, era loucura admitir aquilo, mais da mesma forma que um odiava o outro uma estranha sensação crescia dentro deles fazendo florescer um desejo maluco e inexplicável.

Luiza se afastou rapidamente, levou a mão sobre a boca inchada pelo beijo ardente, sem dizer nada correu rumo às escadas deixando o sozinho na sala, seu corpo estava desejoso, mais sua alma temia as conseqüências.

Droga Javier, por que diabos foram fazer isso? – se auto praguejou.

Luiza ao entrar em seu quarto fechou a porta bruscamente e se jogou na cama com o rosto coberto pelo imenso travesseiro, não se reconheceu naquele instante.

Que merda, eu o odeio, mais sinto algo quando estou perto dele. – pensou tentando afastar a deliciosa sensação dos lábios do peão, ainda podia sentir aqueles braços fortes enlaçando sua fina cintura.

Talvez o destino tenha começado a colocar suas mangas para fora, ódio e desejo misturado podem enfim se tornar uma louca paixão?


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!