Only You escrita por Lúcia Hill


Capítulo 13
Capitulo - Afrontas e Desejos


Notas iniciais do capítulo

Dizem que quanto mais brigamos mais amamos. Será?



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O clima na fazenda Fronteiras não estava muito festivo, Cole estranhou a atitude da jovem assim que terminara de atender um telefone do advogado.

–Não ira vender essa fazenda, garotinha mimada. – vociferou Javier da porta.

– Não grita comigo, afinal quem você acha que é seu peão de merda. – berrou a jovem descontrolada.

Podia se notar as lágrimas escorrerem do rosto de Luiza, ela tremia de uma forma totalmente descontrolada.

– Não tenho culpa de suas tolices, então não me envolva. – disse.

Carlos se aproximou da velha criada e com uma expressão de espanto, ambos estavam ali sem ao menos entender o que ocorrera, mas pelas palavras de Javier era bem evidente que a jovem ainda desejava vender a fazenda.

Javier a encarava como uma onça encara sua presa.

–Irei vender essa fazenda, eu sou a maldita filha legitima. – disse arrogantemente.

Javier com passos firmes se aproximou da jovem a fazendo recuar, Carlos ameaçou de interferir, mas a mão de Cole o impediu.

– Olha aqui, estou cansado de ficar aturando suas idiotices, não sei o que aquele desgraçado te falou, você pode vender a fazenda só quando eu estiver morto e enterrado entendeu sua tola. – disse encarando a de frente.

Luiza engoliu suas palavras, sabia que Javier não estava brincando, era bem notório nos olhos castanhos escuro do peão.

Ele passou por ela sem dizer, mas nada, apenas seu aviso a deixara atenta a jovem se voltou para afrontá-lo novamente.

– Tenho certeza que você deve ser, mas um dos filhos bastardo do meu pai. – balbuciou.

Javier parou na porta de costa para ela, mas dessa vez quem falou fora Cole.

–Não digas besteira, o Coronel era um homem de verdade, nunca faria isso.

Luiza voltou se para encará-la com os olhos rasos de água, magoa que a jovem ainda carregava dentro do coração era grande, a rejeição de seu próprio pai.

Javier pegou seu chapéu do guardador e saiu batendo a porta trás de si, Carlos o seguira calado deixando apenas Luiza e a criada na cozinha.

– A mãe de Javier morrera assim que o pobre nasceu, deve respeitá-la assim como seu pai também. – disse.

Luiza sentou se na cadeira, seus olhos pareciam perdidos, fora injusta com o pobre mesmo não sabendo da historia dele.

Cole preparava o almoço, houve um prolongado silêncio, até por fim Luiza resolveu dizer o qual era o assunto do telefonema.

– Steven me ligou para falar das benditas clausulas do testamento, e que o Coronel Braxden o procurou para que ele me convencesse da venda da fazenda. – disse.

A criada enxugou ambas as mãos com o papo de prato e a encarou de forma curiosa.

– E você quer vender? - questionou a.

Luiza desviou seus olhos para um canto vazio da cozinha, seu pensamento ainda era na venda, mas por outro lado começara a pensar nas pessoas que dependiam daquele local para morar.

– Penso, seria hipócrita dizer que não, mas por outro lado não sei se ainda quero.

–Me responda uma coisa, seja sincera. – disse.

A jovem balançou a cabeça de forma positiva ansiosa pela tal pergunta.

– A senhorita gosta do Javier?

Luiza praticamente saltou da cadeira e arregalou ambos os olhos claros, mostrou um sorriso nervoso.

–Esta maluca.

Cole continuou a encará-la pensativa, aquele sinal era que de fato a jovem sentia algo pelo peão, Luiza saiu da cozinha sem ao menos respondê-la.

Subiu as escadas apressadamente e se trancou no quarto, encarou sua cama arrumada, sentiu seu coração acelerar, mesmo sendo uma mulher de atitudes e conceito formado odiava ter que admitir que estivesse caidinha por um peão xucro e arrogante como Javier.

Caminhou até a janela e sentou se sobre ela, ficou ali por horas observando a vida monótona dos criados, não estava pronta para assumir uma fazenda e renunciar sua liberdade, ainda podia se lembrar da noite que encheu a cara e praticamente se jogou sobre Javier.

Imbecil – pensou com os olhos perdidos no horizonte da fazenda, mas a chegada de Javier e Carlos lhe chamou a atenção fazendo a despertar do transe.

Sabia que devia se desculpar com Javier por aquela manhã, saiu da janela e caminhou lentamente até a porta, desceu as escadas em silêncio.

Assim que avistou ambos parados perto do celeiro parou, aguardou Carlos se afastar, ainda tinha seu orgulho e não iria se desculpar na frente de outro criado ou acabaria perdendo a autoridade, como ela pensava.

Javier segurou nas rédeas do animal e o puxou até sua baia, Luiza observou para ver se ninguém a observava e caminhou rapidamente até o celeiro, a jovem respirou fundo, ficou parada na baia do Malhado.

–Vai dizer por que veio aqui, ou vai ficar ai só olhando. – disse Javier ainda dentro da baia do cavalo.

Luiza sobressaltou com a pergunta, caminhou um pouco receosa, mais tomou coragem e disse.

– Vim te pedir desculpa. – disse cabisbaixa.

Javier se levantou e a encarou arqueando a sobrancelha, até parecia estar curioso com a atitude da jovem.

–Você? – perguntou.

Luiza tentava não manter contato visual com o peão.

–Sim, acho que é já que só temos nós aqui. – rebateu.

Ele encostou se no animal e continuou a encará-la, Luiza parecia estar desconfortável com a presença dele, principalmente ao vê-lo sem camisa.

–Então era só isso que tinha a me dizer? – questionou áspero.

A jovem por fim o encarou, seu rosto começara a ficar vermelho.

–Mas é realmente um sem educação, vim te pedir desculpas e você fica ai com essa cara de quem não fez nada. – disse.

–Mas não fiz.

Luiza sentiu seu rosto ferver, se virou e caminhou na direção da porta, sua mente a martirizava por sua atitude, sentiu a mão de Javier a interromper sua caminhada, ao se virar para encará-lo.

– Não te culpo por ter uma vida cheia de problemas, mas deve medir suas palavras para os outros. – disse encarando.

Ela sentiu uma pontada em seu estomago, a proximidade era grande podia sentir o respirar de Javier em seu rosto.


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!