Only You escrita por Lúcia Hill
Notas iniciais do capítulo
Dizem que quanto mais brigamos mais amamos. Será?
O clima na fazenda Fronteiras não estava muito festivo, Cole estranhou a atitude da jovem assim que terminara de atender um telefone do advogado.
–Não ira vender essa fazenda, garotinha mimada. – vociferou Javier da porta.
– Não grita comigo, afinal quem você acha que é seu peão de merda. – berrou a jovem descontrolada.
Podia se notar as lágrimas escorrerem do rosto de Luiza, ela tremia de uma forma totalmente descontrolada.
– Não tenho culpa de suas tolices, então não me envolva. – disse.
Carlos se aproximou da velha criada e com uma expressão de espanto, ambos estavam ali sem ao menos entender o que ocorrera, mas pelas palavras de Javier era bem evidente que a jovem ainda desejava vender a fazenda.
Javier a encarava como uma onça encara sua presa.
–Irei vender essa fazenda, eu sou a maldita filha legitima. – disse arrogantemente.
Javier com passos firmes se aproximou da jovem a fazendo recuar, Carlos ameaçou de interferir, mas a mão de Cole o impediu.
– Olha aqui, estou cansado de ficar aturando suas idiotices, não sei o que aquele desgraçado te falou, você pode vender a fazenda só quando eu estiver morto e enterrado entendeu sua tola. – disse encarando a de frente.
Luiza engoliu suas palavras, sabia que Javier não estava brincando, era bem notório nos olhos castanhos escuro do peão.
Ele passou por ela sem dizer, mas nada, apenas seu aviso a deixara atenta a jovem se voltou para afrontá-lo novamente.
– Tenho certeza que você deve ser, mas um dos filhos bastardo do meu pai. – balbuciou.
Javier parou na porta de costa para ela, mas dessa vez quem falou fora Cole.
–Não digas besteira, o Coronel era um homem de verdade, nunca faria isso.
Luiza voltou se para encará-la com os olhos rasos de água, magoa que a jovem ainda carregava dentro do coração era grande, a rejeição de seu próprio pai.
Javier pegou seu chapéu do guardador e saiu batendo a porta trás de si, Carlos o seguira calado deixando apenas Luiza e a criada na cozinha.
– A mãe de Javier morrera assim que o pobre nasceu, deve respeitá-la assim como seu pai também. – disse.
Luiza sentou se na cadeira, seus olhos pareciam perdidos, fora injusta com o pobre mesmo não sabendo da historia dele.
Cole preparava o almoço, houve um prolongado silêncio, até por fim Luiza resolveu dizer o qual era o assunto do telefonema.
– Steven me ligou para falar das benditas clausulas do testamento, e que o Coronel Braxden o procurou para que ele me convencesse da venda da fazenda. – disse.
A criada enxugou ambas as mãos com o papo de prato e a encarou de forma curiosa.
– E você quer vender? - questionou a.
Luiza desviou seus olhos para um canto vazio da cozinha, seu pensamento ainda era na venda, mas por outro lado começara a pensar nas pessoas que dependiam daquele local para morar.
– Penso, seria hipócrita dizer que não, mas por outro lado não sei se ainda quero.
–Me responda uma coisa, seja sincera. – disse.
A jovem balançou a cabeça de forma positiva ansiosa pela tal pergunta.
– A senhorita gosta do Javier?
Luiza praticamente saltou da cadeira e arregalou ambos os olhos claros, mostrou um sorriso nervoso.
–Esta maluca.
Cole continuou a encará-la pensativa, aquele sinal era que de fato a jovem sentia algo pelo peão, Luiza saiu da cozinha sem ao menos respondê-la.
Subiu as escadas apressadamente e se trancou no quarto, encarou sua cama arrumada, sentiu seu coração acelerar, mesmo sendo uma mulher de atitudes e conceito formado odiava ter que admitir que estivesse caidinha por um peão xucro e arrogante como Javier.
Caminhou até a janela e sentou se sobre ela, ficou ali por horas observando a vida monótona dos criados, não estava pronta para assumir uma fazenda e renunciar sua liberdade, ainda podia se lembrar da noite que encheu a cara e praticamente se jogou sobre Javier.
Imbecil – pensou com os olhos perdidos no horizonte da fazenda, mas a chegada de Javier e Carlos lhe chamou a atenção fazendo a despertar do transe.
Sabia que devia se desculpar com Javier por aquela manhã, saiu da janela e caminhou lentamente até a porta, desceu as escadas em silêncio.
Assim que avistou ambos parados perto do celeiro parou, aguardou Carlos se afastar, ainda tinha seu orgulho e não iria se desculpar na frente de outro criado ou acabaria perdendo a autoridade, como ela pensava.
Javier segurou nas rédeas do animal e o puxou até sua baia, Luiza observou para ver se ninguém a observava e caminhou rapidamente até o celeiro, a jovem respirou fundo, ficou parada na baia do Malhado.
–Vai dizer por que veio aqui, ou vai ficar ai só olhando. – disse Javier ainda dentro da baia do cavalo.
Luiza sobressaltou com a pergunta, caminhou um pouco receosa, mais tomou coragem e disse.
– Vim te pedir desculpa. – disse cabisbaixa.
Javier se levantou e a encarou arqueando a sobrancelha, até parecia estar curioso com a atitude da jovem.
–Você? – perguntou.
Luiza tentava não manter contato visual com o peão.
–Sim, acho que é já que só temos nós aqui. – rebateu.
Ele encostou se no animal e continuou a encará-la, Luiza parecia estar desconfortável com a presença dele, principalmente ao vê-lo sem camisa.
–Então era só isso que tinha a me dizer? – questionou áspero.
A jovem por fim o encarou, seu rosto começara a ficar vermelho.
–Mas é realmente um sem educação, vim te pedir desculpas e você fica ai com essa cara de quem não fez nada. – disse.
–Mas não fiz.
Luiza sentiu seu rosto ferver, se virou e caminhou na direção da porta, sua mente a martirizava por sua atitude, sentiu a mão de Javier a interromper sua caminhada, ao se virar para encará-lo.
– Não te culpo por ter uma vida cheia de problemas, mas deve medir suas palavras para os outros. – disse encarando.
Ela sentiu uma pontada em seu estomago, a proximidade era grande podia sentir o respirar de Javier em seu rosto.
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Boa Leitura!