Ainda estava escuro quando Rowena disse que eu tinha que ir. Fui aí que eu percebi que tinha esquecido a pergunta mais importante de todas.

Quanto tempo ela poderia ficar entre os vivos?

Minha cabeça girava. Quanto mais eu a queria, mais eu tomava consciência de que isso não era possível.

Quanto tempo Rowena poderia ficar ao meu lado?

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°Por conta da minha mentira, tive que ficar na perambulando pela rua até poder entrar em casa em um horário aceitável de quem dormiu fora.

O Sol estava nascendo quando entrei em casa. Fui direto ao meu quarto.

Liguei o computador e comecei a pesquisar.

Achei muitas coisas, a quantidade de coisas sobre o sobrenatural que tem na internet não vale as mentiras que são contadas em cada texto. A maioria era considerada (por mim) mentira.

As únicas coisas que realmente me chamaram a atenção foram esses trechos:

(...) Há muitos relatos sobre os mortos que voltaram a andar entre os vivos. Há relatos na Bíblia, Filmes e até testemunhos, mas o que todos têm que saber é que um morto não pode ficar mais do que o período de sete dias entra os vivos. As conseqüências são as piores: O morto perde seu corpo carnal. (...)

(...) Mais inusitado, mas não menos verdadeiro é um morto se apaixonar por um vivo ou vice e versa. Passado o período de sete dias já citado o morto tem que voltar a sua morada final e só ha um modo de levar seu amado (a) junto. O único jeito para unir um morto e um vivo é pelo pacto de sangue (suicídio). Esse é o único modo de ficarem juntos a eternidade, já que a morte já os separou (Até que a morte os separe). (...)

Fechei o computador com força. Comecei a caminhar pelo quarto sem parar. Mais perguntas se formavam...

Depois de vinte minutos andando de um lado para o outro, me joguei na cama e coloquei o travesseiro em cima da cabeça.

Foi um gesto em vão. Eu nunca conseguiria abafar os barulhos dos meus temores com um travesseiro.

Respirei fundo e as respostas vieram rápidas:

Rowena estava sempre me pedindo promessas porque ia me pedir uma coisa mais importante depois! Ela queria ter certeza que eu a amava!

Eu a amava sim, mas eu era covarde também.

Logo Rowena me pediria...

Eu precisava relaxar. Comecei desenhando, mas logo que parei para ver o que eu havia feito vi uma serie de rostos, todos da mesma pessoa: Rowena

Joguei as folhas fora e comecei a escrever um poema:

O dano, você causou feridas temporárias
Estou voltando da Morte E levar-te-ei para casa comigo
Pegarei de volta a vida que você roubou
Nós nunca chegamos tão longe
Isso me ajuda a pensar durante a noite
Luzes brilhantes que não me matarão agora, não me dirão como
Só você e eu, seus olhos sem brilho remanescem...