Chama Branca escrita por kamis-Campos


Capítulo 3
Uma noite para variar


Notas iniciais do capítulo

Oi! D= Hmmm... mimimimi! Estou super triste por não estar conseguindo mtos reviews para essa fic, no entanto, por isso meus agradecimentos especiais para paulinhasantos que está sempre presente e fazendo com que eu prossiga com essa história. Vc é demais!
Bye e beijitos!



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Capitulo 3 – Uma noite para variar

POV Edward

- Por favor, um quarto. – pedi ao atende da pousada em Port Angeles. Ele levantou o olhar de seu jornal e disse, com a voz monótona e indiferente.

Sua mente, pouco me importava, mas não podia deixar de notar que ele estava louco pra ir embora para estrear em seu vídeo game um novo jogo de luta. Humanos! Pensei revirando os olhos.

- Bem vindo ao Port Hotel! – disse em uma voz robótica, sem emoção. - Meu nome é Sherman, atendente e funcionário do mês... – ele apontou cheio de cólera para um mural grudado na parede, onde sua foto se destacava como funcionário do mês. Ele bocejou voltando-se para me olhar. – Quero que com...

- Eu só quero um quarto. – o interrompi impaciente, poupando-lhe do seu discurso obrigatoriamente criado pelo seu chefe, dono do estabelecimento. Não estava com disposição para ouvir aquilo, regras e mais regras, estavam me dando nos nervos.

Ele me encarou por um breve segundo, então abaixou seu olhar para o jornal desejando que eu desaparecesse.

- Uma diária? – perguntou ainda a mover as páginas, analisando as noticias.

- Sim. – eu disse, retirando minha carteira. – Pagarei adiantado. – retirei uma boa quantia e coloquei sobre o balcão. Sherman esbugalhou os olhos, perguntando-se mentalmente se eu tinha assaltado um banco.

- Ei, não cobramos por isso tudo! – disse lançando-me as chaves de um quarto, onde continha no chaveiro o número 120, marcado de vermelho.

- Fique com o troco para você. – disse sorrindo ao vê a animação do garoto e me afastando para a escada. Não há nada como fechar seu dia em chave de ouro do que fazer uma boa ação.

- Valeu! – gritou, enquanto eu desaparecia escada acima. Não ouvia ninguém próximo, então corri na velocidade vampiresca e em um flash já estava no quarto que a chave indicava. Dei uma boa olhada, antes de sorri. Era simples e aconchegante.

Não era como os cinco estrelas que estava acostumado, mas era o bastante para me estabelecer por algumas horas. Por mim, passaria a noite em um bar ou em uma boate qualquer, mas para manter as aparências, resolvi ficar em um quarto. Mesmo não sendo necessário.

Joguei minhas malas em um canto, deitando-me na cama. Cruzei os braços atrás da cabeça, fitando o teto branco do quarto. Então, senti meu celular vibrar, o peguei do bolso da calça e vi que era uma mensagem... De Bella.

Não estava nada irritado com a insistência de Bella, sinceramente aquilo só me magoava. Ela estava lutando por uma causa perdida, ela sairia muita mais machucada e isso era algo que eu jamais pedira. Principalmente, por ela. Já que, tinha que admitir ser grato a Bella, era imensamente agradecido. Ela me ensinou a viver e ser digno as coisas que me convém e merecedor de tudo que eu quero.

Suspirei pesadamente, antes de abri-la.

Edward se está lendo essa mensagem agora, me ligue! _Bella.

Havia recebido centenas de mensagens como está, mas nunca atendi ao seu pedido. No mesmo momento, tão rápido quanto a outra, uma nova mensagem anunciou na tela do aparelho. Por um momento, decidi não abri-la, mas mudei de idéia vendo que não era de Bella.

Pai, onde você está? Todos estão preocupados com você, inclusive eu. Por favor, eu preciso saber onde está. _Renesmee.

Apertei o celular entre minhas mãos, tão forte que o vi estralar preste a se espatifar em pedaços. Respirei fundo, tentando controlar-me e sem pensar muito respondi.

Eu estou bem, não se preocupe! Eu precisava ficar longe de toda essa tensão, dá um tempo a vocês. Irei amanhã, então nem pense em me impedir, eu saberei. Me perdoa. _Edward, seu pai pra todo sempre.

Terminei e fechei os olhos que ardiam, mas de lá não sai sequer uma lágrima. A dor me atingiu, estava deixando minha filha, minha família, mas não podia olhar pra trás e voltar. Não podia desistir, já estava tudo decidido. Era um passo que terei que ser forte e corajoso para dar.

Eu queria tanto contar-lhe onde estou, porém seria muito tolo de minha parte. Elas estavam fazendo exatamente aquilo para poder me encontrar e fazer-me voltar pra casa. Coisa que seria imperdoável e mais doloroso... Voltar pra casa.

Fiquei me perguntando por que elas ainda não sabiam onde eu estava? Alice até onde eu sei poderia muito bem me localizar fácil, então porque ela não se intrometia? Porque ainda não lhes contou onde estou? Porque ainda não me impediu?

Seria porque estava do meu lado? Ou estaria tramando algo?

Essas perguntas a cada vez repensadas, me preocupavam mais e as deixei de lado. Iria enlouquecer se procurasse por respostas para elas, não queria gastar o meu precioso tempo com coisas banais.

Espiei o relógio, dariam seis horas e a luz dourada do por do sol invadiu o pequeno cômodo de paredes beges. A luz brilhou levemente em minha pele e foi o bastante para me deixar incomodado. Nunca gostei desse efeito, eu era como uma aberração de purpurina ambulante, uma coisa bizarra que brilhava ao sol.

Tardiamente, lembrei-me de uma pergunta importante e decisiva: Pra onde eu iria?

Segundo as visões de Alice, eu estava na Austrália em Sidney. No entanto, tinha que tomar cuidado, minha família me procuraria, apesar de tudo. É algo óbvio demais, até pro Emmett, saber que o primeiro lugar que eles iriam me procurar era em Sidney e por isso terei que desviar um pouco de meu destino.

Porém, fazer isso era algo até inútil para os poderes de Alice. Se realmente ela estivesse tramando, com certeza iria atrás de mim a partir do momento em que eu decidi ir a algum lugar. Não havia qualquer alternativa, eles me achariam até se eu me mudasse pra lua. Só rezar, se é que isso funciona a meu respeito, para que aquela hamster vidente seja boazinha e não abra a sua boca.

Sai do quarto, fechando a porta e descendo as escadas. Sherman estava ainda no balcão, mas agora ele dormia sobre o jornal. Que competência! Pensei sorrindo, enquanto um casal tentava a todo custo acordá-lo, para poder ser atendidos.

Andei pelas calçadas de Port Angeles, um pouco mais movimentadas do que Forks. Já era crepúsculo, um pouco mais que o começo dele, mas o suficiente para me manter seguro de não ser exposto.

Depois de uns minutos, cheguei onde queria e logo estava comprando minha passagem. Após muitas perguntas e documentos, a mulher ruiva da central de vendas, perguntou:

- Qual é o seu destino, senhor? – a olhei e sorri de lado. Queria poder tanto ter a possibilidade de escolher o meu destino assim, como uma passagem de avião. A vida seria muito mais simples e fácil se fosse desse jeito, porém será que teria a mesma graça? Teria o mesmo mistério?

- Quais são as minhas alternativas?

- Atenas na Grécia. – ela me estendeu um catálogo. – O preço de passagem de ida e volta está em promoção.

- Ok. – me decidi rapidamente. Sempre tive a vontade de visitar Atenas, o berço da mitologia e literatura, das grandes idéias e a origem dos grandes poetas e filósofos. Nunca mencionei minha admiração com a Grécia, isso faria alguma diferença? – Eu só quero uma passagem só de ida para Atenas.

- Tem certeza, Sr. Cullen? – perguntou certificando-se no meu nome no RG.

- Certeza absoluta. – afirmei e ela sorriu gentilmente, assentindo. – Pagarei tudo à vista. – deixei claro.

- Pois bem! – tudo se resolveu muito rápido, em menos de 5 minutos, já saia dali com as passagens em mãos. Não podia negar que estava ansioso para isso, a Grécia não poderia ser perfeita para o meu começo.

A viagem seria muito longa, teria três escalas. De Seattle iria para San Francisco; de San Francisco iria pegar outro avião para Itália; e do último avião iria para Atena.  Minha ansiedade se misturava a temor, tinha medo de que essa decisão influenciasse na vida da minha filha, se é que já influenciou.

Seria mais fácil se eles compreendessem o que eu queria dizer com essa decisão, jamais pensei que eles fossem se rebelar tanto. Era tão previsível isso, que chegava a ser bobo. Até agora aquela visão de minha filha passava em flash na minha mente, atormentando-me.

Nem sempre a felicidade almeja daqueles que amamos e isso pude afirmar ao passar dos anos, foi quase instantâneo não me lembrar de fatos que marcaram toda minha vida. A primeira vez que vi Bella naquele refeitório, sua característica curiosidade sobre mim.

Quando quase a perdi para James, o quanto aquilo me marcou. Não foi das minhas melhores noites. Quando a deixei naquela época em que firmava minhas alternativas para ela, pensava só em seu bem estar e não no nosso. Foi um erro! A noite naquele avião, onde ela dormiu em meus braços, depois de nossa 1ª conversa com os Volturi em Volterra.

À noite na barraca, quando a pedi em casamento, nosso enlace e a lua de mel. Fatos marcantes e que a cada dia se largavam em lembranças. Enfim, a noticia de que ela estava grávida. A história de minha menina começara ali, então eu não já mais dependia de uma mulher, e sim de duas.

O primeiro pensamento da minha bebe, que ainda estava na barriga, mas tão real. Lembro-me como se fosse a minutos atrás: Eu não quero machucá-la, ela não pode morrer! Mamãe é minha, ela vai viver... Eu a amo! Mesmo sendo pensamentos tão inocentes e desconexos, tão rústicos, ainda assim eram verdadeiros e cheios de um amor incondicional.

Aquilo só fez com que eu baixasse a guarda e começasse a amar minha filha do jeito que ela merecia. Sabia que ela não queria machucar Bella, mas era algo inevitável. Ela estava lutando pela sua vida e a vida de sua mãe.

Quando Renesmee nasceu foi mais um dia perturbador, vê-la toda ensangüentada, vê a mulher que eu tanto amei banhada em sangue, sofrendo em agonia, era algo traumático até para um vampiro. Porém, dois dias depois Bella acordou e isso me aliviou por dentro, saber que não falhei em salvá-la, mesmo assim me sentia culpado por tê-la condenado a essa vida eterna.

Entrei em um bar e pedi uma bebida, no máximo um uísque. É, a única bebida humana que amenizava toda a tensão em mim e minha sede se tranqüilizava por apenas algumas horas quando o liquido quente e ardente atingia minha garganta.

- Um uísque. – pedi ao garçom que logo me olhou desconfiado. Ele pensava que eu era mais um dos moleque querendo ficar doidão, sem o consetimentos dos pais, o porém é que mal ele sabe que tenho mais anos do que sua avó que está nas últimas.

- Garoto, quantos anos você tem? – perguntou me instingando com olhar interrogatório. Era só o que me faltava, mais um desses deliquentes! Pensou me olhando irritado e cansado de todos dificultando seu trabalho.

- 18! – minto o encarando friamente, ele engoliu em seco incomodado. – Agora, me um copo de uisque, por favor! – trinquei os dentes e passo a quantia necessária para a bebida. Ele desviou o olhar pegando o dinheiro e enchendo um copo com  gelo do liquido que tanto anseio.

- Aqui está! – disse muita a contra gosto, dando-me o copo e atendo outro cliente com total indiferença. Fico ali, aquecendo-me com a bebida que ainda por ser amarga ao meu gosto, dava-me um pouco de alivio.

-  Não fale mais comigo como se eu fosse sua filha. – uma garota loira estilo barbie disse entre dentes um pouco a minha direita em uma mesa, onde um homem tentava acalmá-la, seu pai. Ela saiu de lá furiosa, deixando-o absurdamente cabisbaixo e triste. Frustrado consigo mesmo, o motivo?

Ele iria casar com uma jovem mulher daqui a um mês, ela tinha quase a mesma idade da sua filha e isso a irrita profundamente, saber que seu pai abandonou sua mãe e a ela para ficar com uma mulher que tinha sua idade. Ele amava-a, mas estava totalmente apaixonado por aquela doce jovem.

Minha alma, se é que eu tenho uma, afundou. Mantive-me controlado, mas estava sendo dificil. Minha filha, minha Renesmee me odiaria? Será que um simples perdão a bastaria? Será que um dia teria o amor de minha filha de volta?

E se eu me apaixonar de novo? Impossivel, a única mulher que amei na vida, a única estava deixando e isso dificilmente aconteceria. Passei um século perambulando por ai, sem nem ao menos me interessar por ninguém, nem por uma vampira, nem por Tanya. Não seria agora diferente.

Fiquei por algum tempo só ali, bebendo e observando a todos. Já sabia que era tarde, muito mais tarde para alguém da minha aparência ficar na rua, então eu tive que sair pela cidade, estava chamando atenção demais, mais do que deveria. A lua estava em seu ponto auge no céu, com alguns fulgores a torneando.

Nos limites mais desertos e distantes da cidade, encontrei uma praça totalmente vazia, sem nenhuma alma viva a distância. Sentei-me no acinzentado banco de cimento ali, a poucas léguas a esquerda tinha uma quadra e podia ouvir claramente um jogo de futebol de rua acontecendo. Mesmo assim, ainda tornava a grande praça deserta e sinistra até.

Ficaria receoso se ainda fosse humano, por estar em um lugar tão frio e deserto, porém sabe-se que o grande perigo ali sou eu.

Ri comigo mesmo, esperando apenas o dia chegar e eu recomeçar... Uma nova existência.


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Notas finais do capítulo

Reviews, amores?