Contos Shinobis escrita por zariesk


Capítulo 6
Contos Perdidos: Conspirações.


Notas iniciais do capítulo

esse cap é um bonus pra tapar buracos na minha fic "a saga da nova geração" qualquer cap que tenha o nome "contos perdidos" está totalmente ligada a outra.
por isso quem não conheçe a minha outra fic não vai entender nada, mas convido a começar a leitura dela!
esse cap se refere a missão que mizura e outros ninjas cumpriram no norte recentemente.



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O sol estava raiando quando todos acordaram e iniciaram as costumeiras tarefas de desarmar o acampamento e reunir seus equipamentos, tais rotinas já eram automáticas para os ninjas considerados veteranos em sua profissão e por isso rapidamente já estavam prontos para uma nova jornada.

- Da primeira vez que estive aqui nós mesmos tínhamos que mapear a região – comentou Mizura – agora temos mapas detalhados não só da topografia como das rotas e cidades, é muito conveniente.
- Bem, é um dos benefícios de uma aliança – comentou Karuka enquanto enxugava os cabelos – mas eu não acho que nesses mapas aja a localização de instalações secretas ou bases terroristas.
- Vai ser o nosso trabalho localizá-las, e agora que você já tomou banho talvez queira trocar de roupa.
- Eu tenho mesmo que fazer isso? Essas roupas são horríveis! – perguntou ela quase implorando.
- Como espera que passamos despercebidos aqui usando uniformes ninjas? – perguntou Mizura irônico – alias porque seu uniforme tem um decote desse tamanho?
- Não gosta do que vê? – perguntou ela acariciando os seios com carinho – é muito pratico quando os inimigos desviam o olhar para meus tesouros.

Ele fez um som com a boca e a outra sorriu indo se arrumar, enquanto ele checava os mapas pela ultima vez o mais jovem da equipe veio se apresentar.

- Eu já terminei de encher os cantis taichou – disse ele com enorme disciplina – qual o nosso próximo passo?
- Não precisa agir como um soldado, contanto que aja com responsabilidade eu dispenso as formalidades – disse o rapaz – e já que você já trocou de roupa basta esperar os outros se aprontarem.

O próprio Mizura foi para detrás de uma arvore trocar de roupa e quando voltou todos já estavam vestidos, eram roupas simples do povo camponês e já bem surradas.

- Eu pareço uma mendiga com isso, definitivamente não vou conseguir me passar por uma camponesa! – reclamou Karuka.
- Infelizmente sua beleza e dotes divinos impedem que você se rebaixe tanto – elogiou Masami galanteador.

De fato Karuka era a beleza em pessoa, um cabelo quase da mesma tonalidade escura do seu corpo que era característica do povo da nuvem, sua pele sedosa e seus lábios carnudos faziam par com as belas curvas do corpo e os seios fartos, dificilmente ela poderia fingir ser uma camponesa.
Masami era a contraparte masculina dela, nativo da vila da rocha era muito difícil imaginar que alguém tão belo e carismático trabalhasse com os durões e carrancudos, tinha uma lábia que conseguia fazer qualquer um adorá-lo e as mulheres simplesmente se entregavam a ele quando este sorria.
Shigeru era o mais novo da equipe com apenas 13 anos e já era um jounin promovido a uma semana, apesar de ser tímido e sem muita confiança em si mesmo ele era um gênio no controle de chakra tendo todas as habilidades ligadas a isso no patamar maximo, era um excelente usuário de genjutsus, sabia iryouninjutsus de ponta e ainda tinha qualidades rastreadoras e possivelmente seria o mais veloz da equipe usando o chakra pra acelerar seus movimentos, sem falar é claro da grande inteligência e perspicácia.

- Então meu destemido líder, por onde começamos? – perguntou Michio – ou espera que algum terrorista apareça na nossa frente?
- Planejo obter informações para termos de onde começar – respondeu ele – felizmente estamos bem próximos de uma boa fonte de informações.

E assim todos eles seguiram o líder pra seu destino desconhecido, os 5 ninjas agora disfarçados tinham uma missão de importância vital para a paz entre as duas nações.


**********************************


- Tsuchikage-sama, ela chegou – avisou um dos guardas – ela e mais 8 soldados aguardam na entrada.
- Mande-a entrar, os guardas esperarão na ante-sala – ordenou Tenraishi – e diga aos nossos para saírem ou eles não vão se sentir confortáveis.

O guarda saiu para cumprir a tarefa enquanto o Tsuchikage afrouxava seu traje de kage e tomava um pouco de café que era a bebida favorita do seu povo, em poucos minutos sua convidada chegou sem a armadura que usava das outras vezes.

- Agradeço por me receber Tsuchikage-sama – disse Shirai sentando-se na poltrona frente a ele.
- Posso oferece-lhe algo? Aqui não temos chá mas nosso café é excelente.

Ela gentilmente recusou o café mas experimentou uma bolacha doce que estava sobre um prato, após sentir-se mais a vontade eles seguiram pra conversa.

- O que você tinha na cabeça pra mandar de volta o corpo do velho Onoike? – perguntou Tenraishi.
- Imaginei que gostariam de ter de volta o corpo do seu kage anterior, demorei a devolvê-lo porque nossos cientistas o esconderam durante a pesquisa – respondeu Shirai – o responsável pela morte dele foi morto pela esposa e a filha do Hokage durante a guerra.
- Sabe, quando vencemos a batalha no monte Gyuudora e descobrimos que a vila do pinheiro estava lhes fornecendo apóio pensamos em destruí-los, o Hokage se ofereceu para negociar a paz com eles pra evitar uma tragédia – explicou ele – no final eles se renderam a nós e seu antigo líder veio negociar uma trégua, e ele ofereceu sua cabeça como desculpas pelo ataque, nós é claro aceitamos e o decapitamos.
- Então o senhor só ficará satisfeito se eu lhe oferecer minha cabeça? – perguntou ela.
- Você a ofereceria se eu pedisse? – o olhar dele era inquisitório.
- Ainda não, Yuden não se estabilizou completamente e minha morte só traria o caos – respondeu ela – não seria bom para nenhum lado que tal caos começasse.

O Tsuchikage esboçou um sorriso, aquela mulher tinha uma determinação e confiança que lhe agradavam muito, também era sua nobreza característica que o fazia crer que ela era diferente dos outros.

- Como estão indo os projetos de mineração? – perguntou Shirai – estão satisfeitos com o equipamento?
- De fato estamos, ninjutsus podem ser mais fáceis de usar mas não mostram o resultado minucioso que suas maquinas oferecem – respondeu ele – com suas maquinas e métodos conseguimos extrair o dobro dos minerais e metais do que conseguíamos com ninjutsus.
- Então a idéia do túnel ainda está de pé?
- Estamos inclinados a aceitar a proposta.
- Entendo, se precisarem de alguma coisa sempre estaremos disponíveis.

Ela levantou-se e se curvou para o Tsuchikage que apenas balançou a cabeça.

- Porque você veio pessoalmente? Um mensageiro poderia cuidar disso – perguntou Tenraishi.
- Meu doujutsu me mostrou que eu precisava vir, um assunto pendente para resolver – respondeu ela.

Sem dar mais explicações ela saiu sendo seguida por sua escolta assim que saíram do prédio e seguiram pela rua principal Shirai notou os olhares pesados sobre ela vindo de todos os lados, o Tsuchikage observava tudo da varanda de sua sala e não muito depois um movimento estranho passou por cima da comitiva e fios de aço bem finos envolveram a líder do norte, tudo tão rápido que deixou a todos confusos.

- Estão atacando Shirai-sama! Protejam-na! – gritou um dos soldados sacando sua espada.
- Parado ai mesmo, nem pense nisso! – gritou um ninja juntando as mãos num selo.

Os ninjas ao redor estavam divididos, alguns não sabiam o que fazer e olhavam pro Tsuchikage esperando uma ordem, outros estavam prontos para aniquilar os soldados ao sinal de qualquer movimento enquanto o ninja responsável pelo ataque pulava do telhado para a rua, ele trazia os fios de aço presos aos seus dedos e um olhar ameaçador.

- Liberte Shirai-sama imediatamente! – ordenou o líder da escolta.
- Todos vocês parados, ele tem algo a dizer – ordenou ela.
- Você não sabe quem eu sou, alias não conhece ninguém mas vocês são responsáveis por tudo de ruim que vem acontecendo – começou ele – nessa guerra estúpida minha irmã se sacrificou pra proteger a vila, ela explodiu a si mesma pra matar um dos monstros que vocês enviaram pra nos exterminar, outros aqui também ficaram órfãos por sua causa!

Hiroki da rocha era o irmão mais velho de Arata que se sacrificou na ultima batalha para proteger a vila, ele aceitou o fato de que ela foi uma heroína mas não aceitou a aliança com os inimigos que lhe custaram sua vida, muito ninjas apoiavam sua decisão e estavam preparados pra ir até a ultima conseqüência.

- Você achou que podia vir aqui numa boa e não encarar o nosso ódio?! – perguntou ele furioso.
- Ao contrario, eu sabia que isso ia acontecer e vim assim mesmo – respondeu ela – eu sabia que isso era um assunto pendente a resolver.
- Bem... e o que você esperava conseguir com isso?
- Talvez o seu perdão.

Quando ouviu essa palavra Hiroki tremeu de ódio e liberou seu chakra raiton pelos fios eletrocutando-a rapidamente, após alguns segundos ela caiu no chão quase inconsciente, seus soldados tentaram ajudá-la mas foram impedidos pelos ninjas que não permitiriam que ela escapasse de sua punição.

- Você achou que poderia vir aqui pedi perdão!? – disse ele indignado – eu não te perdoarei nem que você morra!
- Eu sabia que seria impossível, mas mesmo assim precisava tentar – respondeu ela com dificuldade – pelo bem do nosso futuro juntos o ódio não pode se acumular e crescer.

Nesse momento o Tsuchikage apareceu com seu ar imponente, imediatamente os ninjas que procuravam briga recuaram e os outros cercaram Hiroki esperando uma ordem para detê-lo.

- Eu entendo como se sente meu rapaz, mas não posso permitir que mate uma governante dentro do nosso território – avisou Tenraishi – é desejo do nosso daimyo que levemos adiante a aliança.
- E por que eu deveria me importar mais com essa aliança do que com os que morreram na guerra?
- Por que a sua irmã amava mais que tudo as travessuras que ela fazia com os outros – disse Tenraishi – e enquanto nos preparávamos pra guerra ela não aprontava nenhuma, acha que ela quer ver outra guerra começar?

Mesmo ouvindo isso ela continuava desejando matá-la, suas mãos tremiam e seu olhar vacilava como se ele lutasse internamente contra essa decisão.

- Eu sei como você se sente, o meu marido era o general no comando e veio lutar pessoalmente nessa guerra e foi morto pelo Hokage – disse Shirai se ajoelhando – nós temos um filho de 5 anos que ainda sofre a ausência do pai, e mesmo assim ele veio lutar por que eu previ que no final nosso país alcançaria a paz, ele sabia que podia morrer e mesmo assim ele lutou com orgulho acreditando nisso!

A indecisão de Hiroki parecia ter passado, ele encarava Shirai que parecia se dispor de todo orgulho e altivez.

- Minha previsão nunca mencionou que ele voltaria e mesmo assim ele foi lutar porque precisava por um fim a luta de um jeito ou de outro, ele morreu pra que eu trouxesse a paz – explicou ela – tudo o que eu pelo a você é que me dê a chance de realizar o desejo de todos, o do meu marido, do meu povo e da sua irmã.

O rapaz afrouxou os fios de aço e após Shirai ser libertada seus soldados foram em seu socorro, apesar de atordoada ela estava bem e logo se levantou.

- Quer que eu chame um médico? – perguntou o Tsuchikage?
- Não há necessidade, eu estou bem – respondeu ela – desculpe por lhe causar problemas.
- Eu vou designar uma escolta para você até a fronteira, só para evitar que mais alguém tenha essa idéia.

O Tsuchikage saiu para organizar a escolta enquanto Hiroki continuava encarando Shirai, os soldados que a protegiam se mantinham atentos ao menor sinal de movimento.

- Você veio pessoalmente só por isso? – perguntou ele.
- Eu sabia que precisava vir mas não sabia o que aconteceria – respondeu ela – eu agradeço por poupar minha vida.

Ele nada disse sobre isso, poupara a vida dela em honra ao sacrifício de sua irmã que deu a vida para proteger a vila, se outra guerra começasse por uma estupidez dele Arata nunca descansaria em paz, e assim mesmo sem o perdão pessoal daqueles que perderam alguém na guerra os esforços pela paz prosseguiam.


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Mesmo sendo apenas o fim de tarde o movimento na rua era mínimo, isso era bom para o time que andava sem chamar atenção mas que evitava qualquer gesto ou palavra que denunciasse sua condição.

- Se eu soubesse que teríamos uma missão nessas terras teria estudado esse dicionário melhor – reclamou Michio – como eles podem falar nossa língua mas escrever de um jeito totalmente diferente?
- Já ouvi essa mesma reclamação antes – disse Mizura nostálgico – você tem sorte que já tem esse dicionário pronto, nós tivemos que escrevê-lo do nada sabia?
- Continuem com essa conversa e a próxima palavra que irão traduzir será “prisão” – alertou Masami.
- Não se preocupe, já chegamos ao objetivo – avisou o líder.

Eles estavam diante de um bar no final da rua, parecia ser um lugar totalmente inadequado para um time de ninjas estrangeiros procurarem informações, mas quando Mizura entrou despreocupadamente os outros o seguiram esperando que ele soubesse o que estava fazendo e após ele sentar-se numa mesa os outros sentaram-se a sua volta observando o movimento, só havia mais um homem completamente bêbado num canto e uma mulher no balcão ajeitando os copos numa prateleira, assim que ela notou os novos clientes foi até a mesa atende-los.

- Boa noite, em que posso servi-los? – perguntou ela de forma simpática.
- Você não mudou quase nada Manabu-chan – disse Mizura sorrindo amistosamente pra ela.

A garota parou por algum tempo encarando aquele que a tratava de maneira tão intima, então abriu um largo sorriso.

- Mizura-kun!? É você mesmo!? – disse ela toda animada.
- Desculpe não ter trazido meu filho para você conhecer, acho que você imagina o motivo!

Os outros ficaram totalmente perplexos, ele não só não fazia nada para ocultar sua identidade como a própria mulher o conhecia intimamente, seria preciso uma ótima explicação da parte dele.

- Então o que te traz aqui de volta? Alguma missão especial novamente?
- Isso mesmo, eu e meu pessoal estamos aqui pra investigar algumas coisas – respondeu ele – pensamos em pegar algumas informações aqui, sinto muito por explorá-la mais uma vez.
- Hei taichou! Nossa missão deveria ser... – Karuka nem acreditava no que ele dizia.
- Eles não sabem que você já esteve aqui por vários meses? Onde estão os outros daquela vez?

Mizura começou a rir e os outros ficaram mais confusos ainda.

- Quando vim aqui pela primeira vez me disfarcei de empregado nesse estabelecimento, eu trabalhava, dormia e comia aqui todos os dias – explicou ele – no fim eu acabei contando a Manabu-chan quem eu era antes de voltar pra Konoha.
- Na época você estava com muita pressão não era? Seu filho estava pra nascer em breve e sua esposa poderia te matar se não voltasse.
- E ele está bem hoje, mesmo com algumas... complicações – disse o outro – mas será que você poderia tirar um tempinho pra conversamos?

A garota sentou-se na ultima cadeira vaga na mesa e ofereceu um copo de licor para Mizura que rejeitou educadamente, Mishio então pegou o copo e virou de uma vez enquanto a jovem o observava tentando entender a índole dele.

- Não faz muito tempo que a rainha Shirai assumiu o comando após a morte do antigo rei, mesmo assim ela veio com idéias bem revolucionarias – começou ela – e essas idéias agradaram a muitos mas descontentaram alguns poucos, infelizmente esses poucos podem fazer muito mais que os muitos que ficaram felizes.
- Suponho que você se refere a aqueles que estão no poder não é? – perguntou Masami – acho que alguém que trabalha nesse ramo acaba ouvindo muitas coisas.
- Isso mesmo, a idéia inicial é pegar parte da população das capitais e enviar para o sul diminuindo o tamanho delas, ao mesmo tempo pegar outra parte da população e enviar para as regiões mais isoladas do nosso país pra se juntarem as minúsculas comunidades de lá.
- E por que fazer isso? Em quê isso ajuda? – perguntou Shigeru confuso.
- Por causa da situação interna, Yuden está no limite de sua produção e consumo – quem respondeu foi Mizura – diminuindo a população das grandes cidades diminui também o consumo dos recursos, enviando-os para nossa nação eles vão produzir muito e enviar para cá pra re-abastecer aos poucos e aqueles que vão para o interior também contribuem com sua própria produção.

Era uma lógica até fácil de entender, diminuir os gastos ao mesmo tempo em que aumentam a produção era a melhor maneira de restaurar o país, Shida já idealizava esse plano mas nunca conseguiria com toda essa guerra em planejamento.

- Mas uma coisa não se encaixa, por que tantos soldados se revoltaram contra sua rainha e atacam o sul com atentados terroristas? – perguntou Masami – eu até entendo que eles fiquem zangados em se aliar ao inimigo que os derrotou mas é burrice fazer isso agora quando estão tão fracos!
- Por que existe algo muito maior que o bom senso nesse país – comentou Manabu – é a ganância, existe um grupo de pessoas que só tem a perder com a política pacifista da rainha Shirai e outros que a longo prazo terão prejuízos com a diminuição da população.
- Deixe eu adivinhar: a industria de armas que não vai conseguir produzir mais armas e os nobres que não terão mais de quem cobrar impostos não é? – quem disse foi Karuka.
- Exatamente, aqui enquanto todos empobreciam os nobres nadavam em dinheiro, enquanto nossas famílias morriam na guerra os mercadores de armas riam atoa – disse a garota irritada – depois que você foi embora Mizura-kun, eu procurei aprender tudo o que podia pra saber de quem era a culpa por toda essa desgraça, e no final descobri que os culpados estavam aqui mesmo.

A revolta dela era visível pra todos, a vida dela não foi nada fácil nesse tempo que se passou e por isso ela cresceu lutando.

- Eu agradeço sua ajuda Manabu-chan e sinto por incomodá-la – disse Mizura se levantando – eu prometo que faremos o possível pra livrá-la desse problema.

Após cumprimentá-la e pagar pela bebida todos saíram, do lado de fora já estava escuro e ninguém mais andava como se houvesse algum toque de recolher ou apenas o medo.

- Ela nos explicou tudo aquilo mas não conseguimos nada que nos ajude a encontrar os terroristas – comentou Shigeru.
- Está errado Shigeru-kun, com a informação dela eu sei exatamente onde procurar pistas pra achar os terroristas – disse Mizura.

Quando ele disse isso uma idéia iluminou-se na cabeça de todos e assim eles partiram para seguir a tal pista.


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O sol nascia calmamente no horizonte e assim um novo dia começava para todos, as pessoas acordavam aos poucos para mais um dia de trabalho pesado e isso incluía o líder daquele novo país.
Nagato despertou e olhou a mulher ao seu lado, ele só se permitiu assumir uma relação com Konan quando finalmente se redimiu e alcançou a paz pela qual tanto lutaram, após acariciar o cabelo sedoso dela levantou e vestiu seu manto para ir ajudar na construção de mais uma pequena vila para os imigrantes do norte que chegariam em breve, não gostaria de fazê-los dormir em acampamentos por muito tempo.

- Nós temos visitas filho – avisou o senhor que cuidava do jardim.

Nagato agradeceu ao seu pai pelo aviso e por ele acordar de madrugada só pra plantar novas sementes no jardim, então ele foi até o mensageiro da vila da folha que aguardava na entrada do portão principal.

- O Hokage-sama me enviou para entregar isso – disse ele nervoso.

Ele estendeu a mão para entregar o pergaminho enrolado que trazia, Nagato pegou o documento e enquanto o abria viu que o rapaz o encarava como se esperasse algum movimento súbito.

- Relaxe, eu não vou te matar se forem más noticias – disse Nagato se divertindo com a reação dele – se preferir pode ir na cozinha, minha mãe vai lhe preparar algo.

O rapaz achou estranho que o ninja mais temido do mundo tivesse uma mãe mas evitou dizer isso em voz alta e foi para o interior do prédio, Nagato terminou de remover o selo que protegia a mensagem e ficou surpreso que ao invés de uma mensagem codificada como de costume houvesse um jutsu de selamento daqueles que se usam pra armazenar armas mas modificado para outra função, após colocar um pouco de chakra no selo a nuvem de fumaça estourou e um bunshin do Naruto surgiu.

- Oi Nagato, tenho uns assuntos pra discutir com você – disse o bunshin – o verdadeiro “eu” teria vindo pessoalmente mas hoje vai ser um dia infernal daqueles com reunião do conselho e tudo mais.
- Nem me fale, acho que um dia vou passar por esses dias.

Nagato fez um gesto pedindo para o bunshin acompanhá-lo e ambos foram pra um canto, lá Nagato encostou-se numa arvore e pediu para o outro começar.

- A duas semanas os 5 kages tomaram uma decisão com relação aos ataques terroristas vindos do norte, você está fazendo um ótimo trabalho aqui mas não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, pelo menos não que eu saiba não é?

Naruto cogitava que ele pudesse usar novamente os 6 caminhos do rinengan através de outras pessoas, Nagato sorriu sem deixar transparecer se podia ou não voltar a fazer aquilo.

- Enfim, decidimos fazer algo quanto a isso e a decisão que tomamos foi de resolver o problema direto na fonte – informou ele – por isso nós formamos uma equipe conjunta para investigar os terroristas ainda em suas terras.

Por um instante o ar ao redor de Nagato agitou-se com a súbita mudança em seu chakra mas depois de dois segundos voltou ao normal, os pássaros que antes repousavam na arvore fugiram assustados.

- O que vocês pensam que estão fazendo? Invadir o norte é claramente uma violação do tratado! – reclamou Nagato.
- Não vamos fazer nada que prejudique a paz, dei ordens ao Mizura pra conter aquele pessoal o maximo possível pra evitar incidentes – avisou Naruto – o mais importante é que se não contivermos logo esses atentados um dia algo sério vai acontecer!
- Vocês não acreditam que eles possam resolver isso não é?
- Não se trata de acreditar ou não, no momento muitos ninjas se revoltaram com a aliança e decidiram agir da mesma maneira e estamos tendo dificuldades em conte-los – explicou Naruto – se nós que estamos numa situação melhor e com mais pessoal não conseguimos parar o nosso pessoal como o povo do norte fará pra parar os deles?

Nagato estava zangado por que ele entendia bem a situação e era a impotência que o revoltava, quando liderava a akatsuki ele não encontrava dificuldades para conseguir o que queria, mas agora ele precisava seguir regras e agir corretamente.

- Eu concordei com isso para evitar que os outros achassem que Konoha era passiva demais, mas eu também pensei na sua situação – disse ele mais brando – se você assumir toda a responsabilidade e falhar seu sonho vai ser destruído, a paz pela qual eu e você estamos lutando vai ser prejudicada por que ninguém acreditaria que pode dar conta.
- Então você está tirando um peso das minhas costas? Como posso dizer que estou me empenhando em mudar o mundo se quando encontro um problema maior do que eu simplesmente jogo para outra pessoa?
- Sabe, você deveria ver melhor as pessoas que você está protegendo, elas estão fazendo o que você deveria fazer – sugeriu Naruto.

Nagato olhou na direção onde um canteiro de obras já seguia a todo vapor, lá dezenas de pessoas trabalhavam pra construir meia dúzia de casas, todas se ajudando a trabalhando mais rápido.

- Você tem poder mais que suficiente pra sozinho erguer prédios, mudar curso de rios e outras coisas que chamaríamos de milagres, mas há horas que precisamos de muita ajuda para fazer algo simples.
- Acho que deixei o poder subir a minha cabeça de novo – disse Nagato envergonhado – vou fazer o possível aqui enquanto deixo esse problema pra vocês, mas eu quero ser informado sobre...
- Já cuidei disso, uma das ordens que dei ao Mizura é que todos os relatórios sobre a missão deveriam vir pra cá antes de qualquer coisa – avisou ele – e nossas ordens para eles passarão por aqui e você repassa a eles.

Nisso os dois viram que mais alguém se aproximava, era Konan que já vestia o seu manto e se juntava a eles.

- Bom dia Hokage-sama – cumprimentou ela formalmente – não sabia que viria nos visitar hoje.
- E nem vim, meu “eu” verdadeiro ta num sufoco lá na vila – brincou ele lembrando ser um clone – a essa hora a vovó Tsunade já o ta torturando com o orçamento desse semestre!

Ela sorriu um pouco e Nagato achou muito interessante ver essa expressão nela, ultimamente ela tem andado preocupada com alguma coisa e o humor dela variava perigosamente.

- Bem, antes de ir deixe-me avisá-lo de outra decisão que tomamos, essa talvez lhe ajude bastante – disse Naruto – estamos pensando em lhe fornecer pessoal pra se juntar a sua organização, ainda não decidimos os detalhes mas creio que você precisa de reforço.
- Preciso mesmo dada a atual situação, mas você entende que quem vier nos ajudar vai ter que se comprometer com nossa causa e não a sua vila de origem não é?
- Tudo bem, então nos vemos em breve!

O clone fez o selo e se desfez em fumaça para que sua consciência retornasse ao verdadeiro.

- Sobre o que vocês conversavam? Parecia sério – perguntou Konan.
- Eu explico na hora do almoço quando o pessoal voltar – respondeu ele.
- Então deixarei pra dizer o meu assunto nessa hora também – disse ela.
- Hei, que assunto? Você não me falou nada ontem – perguntou ele preocupado.
- Não se incomode, pode ir trabalhar – disse ela antes de sumir rapidamente.

E com isso Nagato passou a manhã inteira com os nervos a flor da pele tentando imaginar o que ela tinha a dizer e assim foram as horas mais longas de sua vida.


***********************************


- Eu confesso, conseguir descobrir esse lugar em apenas 24 horas é um feito impressionante – elogiou Mishio.
- Já tenho pratica, e basta pressionar as pessoas certas – respondeu Mizura.

O grupo estava diante de uma fortaleza em ruínas que ficava numa região abandonada de Yuden, por ser muito velha e sem importância ela não constava nos mapas e por isso foi ignorada pelo exercito, lá se reunia a principal célula terrorista desse continente.

- Mas me pergunto se interrogar nobres e oficiais do exercito não vai causar problemas – comentou Shigeru preocupado.
- Não se preocupe, depois do interrogatório apaguei as memórias deles – respondeu Masami – e como bagunçamos tudo eles vão pensar que foi um assalto, alias a Karuka levou alguns colares e anéis daquela gorda não foi?
- Ela não merecia aquelas jóias, destruía a beleza das pedras preciosas – respondeu a voz de Karuka.

O grupo olhou para trás e a viu emergindo do chão na sua forma assustadora, ela havia se transformado numa massa de chakra negro sem forma física definida igual a um fantasma sombrio, isso lhe rendera o apelido de fantasma negro da nuvem, depois que ela emergiu completamente voltou a sua forma humana solida.

- A fortaleza está em ruínas na superfície mas há um complexo no subterrâneo, é onde eles se reúnem – relatou ela – lá estão o que parecem ser 8 oficiais do exercito discutindo sobre como acabar com o ninho dos traidores, eles estão sendo guardados por mais 10 soldados.
- Estão se referindo a cidade no sul, eles vêem aquela gente como traidores – explicou Mizura – do lado de fora há 23 soldados e com esses 18 ai de dentro temos toda a cabeça dessa operação.
- Bem, acabamos com eles em 15 minutos no maximo – disse Michio estralando os dedos – depois fazemos o relatório e voltamos pra casa.
- Ninguém vai morrer entendeu? Façam o necessário mas não vamos sequer feri-los gravemente – ordenou Mizura sério – nós vamos entrar, derrubá-los, descobrir o que queremos e entregá-los as autoridades.

Michio encarou Mizura por um tempo que sustentou o mesmo olhar sério criando uma tensão ao redor deles que espantou os outros, por fim Michio sorriu.

- Tudo bem, já que eles estão usando armaduras completas vai ser muito fácil pra mim – respondeu ele.
- Tudo bem, você e o Shigeru cuidam dos soldados que estão do lado de fora, Karuka vai guiar a mim e ao Masami no interior do complexo – explicou ele – o objetivo é capturar a liderança.

Rapidamente o time de invasão avançou pelo território inimigo quase sem serem notados e só foram vistos quando pararam no centro da fortaleza destruída quando os guardas nos muros os avistaram, ao mesmo tempo o time de cobertura chegou até esses mesmos guardas e iniciaram o combate, de uma forma incompreensível todos os soldados que Michio tocava ficavam paralisados e alguns chegavam a cair no chão ao fazer força para se moverem ficando em posições estranhas como se fossem estatuas de metal.

- Como você faz isso!? – perguntou Shigeru surpreso.
- Meu kouton (elemento metal) me permite manipular qualquer metal que eu toque – explicou ele – além de outros truques interessantes, mas é melhor cuidar das suas costas primeiro.

Um soldado tinha surgido atrás do garoto com um machado empunhado pra corta-lo ao meio, quando o golpe estava a poucos milímetros do seu crânio o garoto simplesmente desapareceu pra surgir em cima dele lhe aplicando um belo chute que o jogou longe.
Shigeru lutava apenas com taijutsu usando o controle de chakra pra se mover velozmente entre eles e golpeá-los quando abrissem a guarda, Mizura vendo-o lutar imaginava se existia alguém mais rápido que ele no shunshin no jutsu.

- Nada mal para um garotinho não acha? – perguntou Masami.
- Acho que ele é muito mais talentoso nisso do que eu era quando tinha sua idade – respondeu Mizura meio saudosista de sua infância.
- Abri o portão, vão entrar ou vão me deixar fazer tudo sozinha?

Os dois acenaram e acompanharam Karuka pelos corredores do complexo que eram intencionalmente confusos, graças a ela ter entrado antes eles sabiam quais caminhos percorrer para localizar os lideres da facção, mas no meio do caminho cruzaram com os guardas do interior protegendo o único corredor de acesso.

- Eles não vão nos deixar passar facilmente – disse Karuka após se proteger de uma saraivada de tiros.
- Você pode passar não é? Como fez da outra vez – disse Masami.
- Preciso de um minuto de concentração ininterrupta pra ativar meu jutsu – explicou ela – e só posso usá-lo três vezes ao dia, prefiro evitar gasta-lo por tão pouco.
- Mas você ainda tem aquele outro jutsu não é? Use-o agora e deixe o resto comigo – disse Mizura.

A garota rolou pelo corredor saindo do abrigo e os soldados prepararam suas bestas pra disparar suas flechas quando ela soprou uma densa nuvem de fumaça negra, Mizura usando a cobertura avançou até a posição deles e com seus golpes desfez a formação permitindo aos outros dois avançarem também.

- Deixe-os comigo, peguem os lideres – disse Masami assumindo posição defensiva.

Os outros dois entraram na grande sala e encontraram os 8 lideres que comandavam toda a facção terrorista do norte, a maioria deles eram oficiais que foram rebaixados por não apoiarem a iniciativa de paz, embora o tivessem feito por motivos egoístas, eles queriam destruir a paz apenas para retornar a sua antiga gloria.

- Rendam-se e não terão problemas – alertou Mizura quando alguns deles se moveram pra sacar armas.
- Você acha que podem chegar aqui e nos controlar? Não deixaremos os ninjas mandarem em nós como faziam a séculos! – gritou um deles.

Esse mais exaltado pulou pra cima do Mizura com uma lança, o rapaz não teve trabalho algum pra cortar a lança ao meio e derrubá-lo com um chute no estomago, os outros se desesperaram e pra evitar confusão Karuka e Mizura os nocautearam e amarraram deixando a situação sobre controle.

- Parece que já terminaram aqui também – disse Michio chegando com Shigeru – o que fizeram com os caras no corredor? Parecem meio mortos...
- Eu peguei leve com eles – respondeu Masami – e você matou alguém lá fora?

Michio não respondeu mas Mizura sabia que ele tinha se segurado, apesar de tudo ele era muito profissional e dedicado ao trabalho.

- Shigeru-kun, faça a sua parte e descubra se existem mais lideres comandando outros terroristas.

O garoto foi até um dos lideres e colocou sua mão sobre a cabeça dele e iniciou o genjutsu de leitura de mente procurando qualquer informação relevante.

- Nós todos vamos procurar qualquer documento que contenha informações – disse Mizura – quando terminamos vamos juntar esse pessoal lá no pátio da fortaleza.
- Hei taichou, nós temos companhia –avisou Shigeru rastreando presenças – uma centena deles.
- Aqui nessa tumba estamos encurralados, se vamos lutar precisamos ir lá fora – avisou Michio se preparando.
- Acho que não temos escolha, mas a prioridade é fugir e não matá-los – alertou Mizura.

Chegando do lado de fora a equipe se abrigou numa guarita semi-destruida e observaram a movimentação do lado de fora, cerca de 120 soldados montados a cavalo estavam do lado de fora em frente ao portão principal e a bandeira que carregavam chamou a atenção de Mizura.

- Aquela é a bandeira imperial, eles estão aqui a serviço da rainha? – analisou Mizura.
- Será que ela veio socorrer seus “terroristas”? – perguntou Karuka.
- Ela não está envolvida nisso, a informação que vi na cabeça daquele oficial confirma isso – disse Shigeru.
- Vocês ainda estão ai ninjas do sul? Nossa rainha mandou recebê-los! – gritou o oficial do lado de fora.

Deixando de lado qualquer hesitação Mizura saltou para o lado de fora e foi andando tranquilamente até o líder que estava a frente dos outros, o resto da sua equipe já tinha recebido ordens para varias situações que pudessem acontecer a partir de agora.

- O que ninjas do sul estão fazendo por aqui? – questionou o oficial.
- Sua rainha não lhe deu essa informação mesmo prevendo onde estaríamos? – perguntou Mizura.
- Ela apenas nos disse para encontrá-los aqui e terminar o que vocês começaram – respondeu o oficial – então eu gostaria muito de saber o que você fizeram.

Ao ouvir isso Mizura começou a cogitar que tipo de visão ela teve do futuro, mas ordens tão ambíguas eram difíceis de interpretar e por isso ele decidiu simplesmente seguir o fluxo dos acontecimentos.

- Nós encontramos e capturamos a liderança da facção terrorista que tanto incomoda a todos nós – respondeu ele – se vieram terminar o que começamos então eu imagino que irão levá-los presos e investigar mais profundamente o que eles sabem.
- Não tente me ensinar como fazer o meu trabalho! A única razão de não levá-los presos agora é que não recebi nenhuma ordem para vocês – disse ele irritado – mas saiam da linha e garanto que vocês vão visitar os mesmo cientistas que cuidaram do seu pessoal durante a guerra.

Mizura apertou os punhos em sua raiva e até pensou em sacar sua espada e cortar a cabeça dele fora, mas conteve seus impulsos respirando fundo e mantendo a disciplina acima dos sentimentos pessoais.

- Eu quero solicitar uma reunião formal com a rainha Shirai para explicar a situação – pediu Mizura educadamente – se puder nos escoltar até ela ficaríamos agradecidos.
- Quantos vocês são?
- Somos 5, mas apenas eu e mais dois iremos  explicou o rapaz – os outros vão enviar uma mensagem para nossos lideres e preparar a nossa retirada desse país.

O oficial deixou bem clara a sua insatisfação com esse pedido mas Mizura convenceu-o de que essa era a melhor opção, após negociarem os termos Mizura voltou até o muro onde os outros se revelaram.

- Masami e Karuka, vocês devem retornar para o casarão da Manabu e enviar um relatório para a akatsuki – ordenou ele – os outros vem comigo para a reunião com a rainha
- Por que devemos voltar pra lá? Podemos enviar isso daqui mesmo – argumentou a garota.
- Desde o ultimo relatório o falcão mensageiro foi instruído a voltar pra lá, ele vai trazer novas ordens para nós – explicou ele – também vai ser lá que vamos encontrá-los na volta, como só nós sabemos o ponto de encontro isso vai servir de proteção.

Com as ordens dadas os dois correram para o ponto de encontro enquanto os outros três se juntavam ao pelotão que já tinha reunido todos os terroristas para serem presos, imediatamente eles tomaram o rumo para a capital de todo o país de Yuden.

- Vocês vão correr o caminho inteiro? – perguntou um soldado inconformado com a cena.
- Não tem problema, somos acostumados a correr um dia inteiro – respondeu Shigeru inocentemente.
- Acho que não era essa a preocupação dele – disse Mishio se divertindo com a ingenuidade do companheiro – é que nós estamos humilhando os cavalos deles.

Mizura forçou pra segurar o riso, mas logo ficou sério quando viu que a expressão de Shigeru mudou completamente, o garoto alertou que fortes presenças de chakra estavam próximas e que eram muitas, não houve tempo para avisar os soldados pois varias bolas de fogo vieram caindo do céu bem no meio deles e ao explodirem destruíram a formação jogando todo mundo pra lados diferentes, o caos estava formado e vários homens de preto surgiram por detrás de uma grande pedra que os escondia antes.

- Quem são eles!? Shinobis!? – gritou um soldado.

Eram ao todo 20 inimigos e eles já partiam pra cima atacando com ninjutsus aqueles que estavam mais agrupados e depois atacavam com taijutsu e armas aqueles que estavam isolados, imediatamente Mizura correu para proteger um dos soldados que ia ser golpeado.

- Quem são vocês? O que querem aqui!? – interrogou o jovem.
- Queremos suas cabeças traidores desgraçados! – respondeu o ninja encapuzado.

Pela jeito que ele falou Mizura imediatamente entendeu que se tratavam de ninjas terroristas mas não conseguia entender como eles surgiram tão de repente pra atacá-los, isso não poderia ser coincidência.

- Michio, preciso de sua ajuda pra conte-los! Shigeru-kun, junte os feridos e use seus iryouninjutsus – ordenou Mizura – capitão, faça seus homens recuarem e procurarem abrigo, se ficarem juntos e expostos vão ser alvos fáceis pra ninjutsus, deixe que eles venham atrás de nós e se organizem!

O capitão ficou tão impressionado com as capacidades estratégicas de Mizura que nem sequer questionou, os soldados saudáveis ajudaram os feridos a recuarem pra trincheiras naturais enquanto Shigeru iniciava o tratamento dos mais feridos, os ninjas inimigos pareciam ignorar os soldados e se concentravam apenas nos dois ninjas que tomaram a dianteira.

- Quem diria que estaria lutando ao seu lado depois daquilo – comentou Michio empolgado.
- Conto com você pra cobrir minha retaguarda – respondeu Mizura igualmente animado.

O ninja da areia sorriu e de suas mãos saíram garras metálicas assim como de seus cotovelos que geraram espadas curtas, o ninja manipulado de metal liquido estava prestes a lutar ao lado de um dos maiores espadachins do mundo.


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- Seja bem vinda Shirai-sama! – cumprimentaram as varias servas.
- Quero que convoquem todos os ex-cavaleiros negros e também os oficiais mais graduados – disse ela enquanto lhe retiravam a armadura – e preparem o salão de reuniões para os convidados que vão chegar.
- Estamos esperando alguém Shirai-sama? – perguntou a serva mais próxima.

Quando sua armadura foi inteiramente retirada um soldado apareceu avisando que ninjas visitantes desejavam uma audiência com ela, a serva encarregada de transmitir mensagens viu que era inútil questioná-la sobre suas previsões e repassou as ordens dadas por ela.
Pouco tempo depois Shirai já estava vestindo os trajes típicos da realeza e a coroa que só usava em seu próprio país, escoltada pelos soldados ela entrou no salão de reuniões e encontrou os três ninjas visitantes bem como o oficial que os trouxe, todos ajoelhados diante do trono ao qual ela se sentou.

- Sejam bem vindos ninjas, espero que tenham gostado de sua estadia em nosso país – cumprimentou ela – sei que vocês passaram por dificuldade no caminho até aqui.
- Rainha Shirai, como líder dessa equipe eu quero dizer que assumo totalmente a responsabilidade pelas mortes dos seus soldados – disse Mizura com a cabeça baixa – e também que faremos tudo ao alcance para solucionar esse incidente.
- Se não se importa eu gostaria de ouvir a opinião do meu oficial em comando – disse ela.
- Sentimos muito por lhe trazer tais noticias Shirai-sama, fomos pegos de surpresa em uma emboscada – disse o oficial – dos 120 homens que me acompanharam apenas 28 retornaram com vida, os renegados que escoltávamos também foram mortos junto com os oficiais traidores.
- E você poderia apontar os responsáveis por tal incidente?
- Os únicos responsáveis foram os inimigos, o senhor Mizura e seus companheiros se empenharam em nos proteger enquanto lidavam com os shinobis renegados – respondeu ele – só temos a agradecer a eles pelos sobreviventes.

A surpresa de Mizura foi evidente, ele realmente esperava que o oficial jogasse neles toda a culpa pelo incidente pra salvar sua pele, e sabendo que de certa forma tudo era culpa deles estava pronto pra arcar com qualquer conseqüência necessária pra preservar as relações entre as nações.

- Agora eu quero saber o que faziam em meu reino, não fui informada de que viriam – disse ela – acabei de voltar do país da terra onde tive uma conversa com o Tsuchikage.
- Os 5 kages decidiram unanimemente que os ataques terroristas que vinham do seu lado estavam se tornando perigosos demais e isso estava gerando uma desconfiança que poderia ser fatal para a aliança – respondeu ele – a akatsuki está ocupada demais contendo nossos próprios terroristas e não podia investigar a situação como deveria ser a função deles.
- Então os kages enviaram vocês para nos espionar não é?
- Precisávamos determinar se vocês não estavam usando os terroristas como camuflagem, eu sei que parece uma ofensa grave mas a senhora deve entender que só a sua palavra não basta numa situação assim não é?
- E pelo menos conseguiu o que queria? Determinou se somos inocentes ou não?

Mizura olhou para Shigeru e mesmo estando nervoso o jovem jounin narrou o que descobriu.

- Usando minhas técnicas no líder dos terroristas eu vi que eles realmente traíram a rainha e agiam por conta própria – começou ele – mas é verdade também que muitos dos seus nobres os influenciavam, alguns até controlam secretamente algumas facções.
- Infelizmente ainda não tenho controle ou mesmo vigilância sobre muitos dos nobres, a transição do governo ainda é recente demais – explicou ela – e mesmo aqueles que são traiçoeiros demais para se confiar ainda se fazem necessários, não posso simplesmente me livrar de todos eles de uma vez.

A rainha levantou-se de seu trono e pediu para que os ninjas levantassem também, seguindo o pedido dela todos ficaram mais a vontade enquanto ela pedia ao oficial presente pra abrir a grande janela central e permitir que ar fresco entrasse no salão.

- Se eu desse autorização para vocês continuarem sua missão aqui poderíamos trabalhar juntos? – perguntou ela.
- Como sempre eu precisaria informar meus superiores, mas garanto que eles ficariam felizes em cooperar – respondeu Mizura – de qualquer forma o Hokage não gostava da idéia de agir pelas suas costas.
- Pelo que sei você é filho do Hokage não é? Então eu tenho algo para que você entregue pessoalmente a ele.

Ela pediu para uma serva trazer uma caixa azul trancada e junto deu a chave para Mizura, este guardou tudo dentro de um pergaminho de selamento e jurou entregar ao seu pai pessoalmente.

- Você precisa ir agora, ainda há uma ultima batalha para você nesse país – avisou ela.
- Eu não entendo rainha Shirai, eu precisarei lutar com mais alguém?
- Alguém que eu não conheço e não que não é daqui – respondeu ela – esteja preparado pra arriscar a vida de alguém que você gosta.

Ela não deu mais nenhuma informação e então o trio partiu deixando o castelo e seguindo para o lugar onde se escondiam, precisavam se encontrar o restante da equipe e partir de volta para o sul afim de concluir sua missão.


**********************************


- E então? O que será que o chefe vai dizer? – perguntou Kasuga para Yuzuhina.
- Ele ainda não me disse nada, só mandou reuni-los – respondeu ela – mas se mandou chamar até a Lyna a coisa deve ser séria.

Todos os jinchurikis estavam reunidos na sala e aguardavam a chegada de Nagato e Konan, ao que tudo indicava algo havia acontecido e seria a vez deles trabalharem, logo o líder da akatsuki apareceu diante deles e após um breve cumprimento ele foi direto ao assunto.

- Agora de manhã chegou um relatório enviado pela equipe do norte – avisou ele – nesse relatório dizia que os ataques terroristas eram uma forma de distração para seu verdadeiro objetivo.
- E que objetivo seria esse afinal? – perguntou Yuzuhina.
- Um ataque relâmpago contra a vila da nuvem, de acordo com o relatório os soldados imperiais estão escondidos numa fortaleza oculta – respondeu Nagato – a equipe que descobriu isso foi descoberta e atacada e mesmo sob fogo inimigo enviaram a mensagem, não sabemos se eles escaparam ou não.

A surpresa foi tamanha que ninguém disse nada, se o povo do norte planejava mesmo um ataque brutal contra a vila da nuvem isso significaria o fim da aliança e o começo de uma nova guerra, algo que eles precisavam evitar a todo custo.

- Precisamos avisar a vila da nuvem sobre isso! – disse Hagane nervoso – se eles forem pegos de surpresa sabe deus o tamanho do estrago que sofreriam antes de sequer poder reagir!!
- Não é isso que eu tenho em mente, eu quero que você, Ryko e Yuzuhina vão para o país do relâmpago e vigiem a fronteira com o norte – ordenou Nagato – enquanto isso Lyna, Eria e Sari devem ir para a capital do norte averiguar o que realmente está acontecendo lá, Kasuga e Jikuta permanecem aqui comigo.
- No que você está pensando Nagato!? Numa situação dessas mandar as três para o território inimigo é loucura! – protestou Konan – se eles vão mesmo atacar precisamos reunir todos para a defesa!
- Não estou trabalhando com a certeza de um ataque, estou trabalhando com a hipótese de que isso vá mesmo acontecer e a hipótese de que isso é uma grande armação – respondeu ele – tudo isso está estranho demais pra ser verdade, uma guerra começando agora só vai resultar em uma coisa.
- As 5 nações revidando e destruindo o norte – respondeu Konan – se for verdade é inevitável que aconteça, mas se for uma armação estaríamos fazendo justamente o que querem ao noticiar o começo de uma guerra.
- É por isso que quero nosso pessoal vigiando a fronteira e seguindo os movimentos deles – disse Nagato – se for acontecer vamos contra-atacar imediatamente, se não for vamos evitar um grande incidente.

Os jinchurikis se dividiram nos grupos formados por Nagato e se prepararam pra partir, Konan teria a função de criar seus clones de papel e enviar um para cada vila e ficar de prontidão para avisar os kages caso algo fosse realmente acontecer.

- Lyna, estou confiando essa tarefa a você, eu sei que será difícil mas eu acredito que chegou sua hora – disse Nagato – tome muito cuidado lá e obedeça suas irmãs.
- Eu farei o possível Nagato-sama, obrigado por confiar em mim – disse ela emocionada.
- Eu vou cuidar das duas pestinhas – avisou Sari.
- E elas vão cuidar pra que você não faça nenhuma besteira – disse ele com um olhar torto.


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- Estamos de volta – anunciou a voz de Michio.

Os três entraram pela porta dos fundos que dava para a casa onde Manabu morava sozinha agora que seu padrasto se casou de novo e foi morar com a esposa deixando o bar para sua filha, assim que entraram tiraram as capas que os disfarçavam e notaram um clima estranho na casa.

- O bar está fechando, será que ela saiu? – perguntou Shigeru intrigado.
- Mesmo que a Manabu-chan tivesse saído era pra Karuka e Masami estarem aqui.

A preocupação do Mizura era que eles também tivessem sido atacados no caminho de volta para essa cidade, assim que deixaram a capital imperial eles vieram o mais rápido possível pra se reunirem mas agora que encontravam o casarão fechado e as escuras algo sugeria que o problema era bem pior, depois de chegarem a sala os três viram algo que os deixaram chocados: Karuka estava deitada no sofá e sua aparência era terrível, correndo até ela Mizura a segurou e ficou pasmado com o que viu.

- o-oq-oque aconteceu com ela?

Karuka ainda estava viva mas sua condição era terrível, seu corpo estava seco e murcho, seu cabelo ficara quebradiço e ela tremia e balbuciava, era como se ela tivesse envelhecido uns 80 anos em poucas horas.

- Como isso é possível? Quem poderia fazer algo assim com um ser humano!? – perguntou Shigeru abismado.

De repente a parede atrás deles começou a apodrecer e se esfarelar, antes que pudessem fazer alguma coisa um dragão serpente feito da mais pura escuridão emergiu pelo buraco e avançou como se quisesse devorá-los, rapidamente Michio revestiu seu braço com metal e socou o dragão dissipando-o, mas imediatamente o metal começou a enferrujar e virar pó enquanto que a carne do braço dele ficava cinza.

- Então esse é o poderoso kouton que derrotou até um sannin? Parece que é verdade mesmo que você tem metal revestindo seus ossos e órgãos internos – disse uma voz vinda do buraco – graças a ele você evitou quase completamente a minha técnica, um ataque tão bem executado falhando por um breve erro de calculo.

Michio segurava o braço que estava gelado e imóvel, Shigeru ainda tentava entender o que estava acontecendo enquanto Mizura colocava Karuka numa posição mais confortável e se levantava sacando as duas espadas em suas costas.

- O que diabos você pensa que está fazendo Masami? – perguntou ele com uma voz arrastada e bem agressiva.

Aos poucos a luz foi entrando no aposento e revelando o atacante, como Mizura havia dito era o Masami quem estava lá mas não estava sozinho, ele segurava Manabu que estava amarrada e amordaçada e a usava como escudo, vendo isso Mizura baixou as espadas enquanto o traidor sorria vitorioso.

- Eu realmente esperava que meus companheiros pudessem acabar com vocês, eu disse a eles que o segredo era atacar com força total enquanto vocês não soubessem o que estava acontecendo – comentou o traidor – quando eles não pareceram hoje eu tive a certeza que falharam e agora vocês estão aqui, a rainha não fez nada a vocês?
- Então aquele ataque foi armação sua? Porque tentou nos matar seu desgraçado!? – gritou Michio bem nervoso.
- Eu precisava de vocês mortos pra que os kages acreditassem que Yuden planejava uma nova guerra, eu enganei a Karuka e a fiz enviar mensagens falsas sobre um grande ataque prestes a acontecer e a essa altura eles já devem estar marchando para a guerra.

Um pensamento passou pela cabeça do Mizura, Karuka era a responsável pela comunicação porque podia invocar falcões mensageiros super velozes, em menos de 6 horas tal mensagem chegaria ao seu destino e em 24 horas seria repassada a todas as vilas, por isso não tinham muito tempo pra evitar uma guerra.

- Por quê? Porque está fazendo isso? – perguntou Shigeru assustado.
- Não é obvio? Já foi ridículo o bastante as vilas deixarem de lado suas rivalidades para se unirem amigavelmente! – reclamou ele – mas agora fazem uma aliança com essa escoria? Eu não vou ficar sentado e ver nosso mundo shinobi ser infestado por essa praga absurda!
- Resumindo, você é mais um maldito terrorista – disse Mizura bem irritado – mas mesmo que você odeie a nossa aliança não justifica você sugar a vida da Karuka com seu meiton, ou tentar nos matar com uma emboscada.
- Então você sabe sobre o meu meiton? Você é mais bem informado do que eu supunha – comentou ele – eu fiz isso para me preparar pra enfrentar vocês, não sou louco de enfrentá-los abertamente.
- Por isso a fez de refém? Pois eu sugiro que se você quiser ter a mínima chance de sobreviver ao dia de hoje deveria largá-la imediatamente.
- Sem chance, sei o quanto você gosta dela.

Michio levantou e mesmo com seu braço direito imobilizado ele expeliu o metal pelo braço esquerdo e fez varias laminas afiadas apontando para o seu novo inimigo.

- Se ele não vai largá-la basta atravessá-la, mesmo que ela seja sua amiga nossa prioridade é com nossas vilas – disse ele.

Mizura fez uma expressão bem séria e olhou diretamente nos olhos de Manabu que mesmo sem poder falar mostrava que estava muito assustada e depois encarou Masami que se mostrava confiante enquanto segurava uma kunai no pescoço dela.

- Não tentem nada seus idiotas, mesmo que a sacrifique para tentar me matar eu não morro com pouca coisa – avisou ele.
- Eu sei, seu meiton suga a vida das pessoas e converte em energia vital para você, mesmo ferimentos fatais podem ser curados – comentou Mizura – por isso ao perceber que estávamos voltando você sugou a Karuka, mas o que acontece se você receber um golpe que o mataria instantaneamente?

Diante do olhar que Mizura sustentava ele sabia que subestimou a ira dele, mesmo quando apertou mais a kunai ao ponto de fazer uma gota de sangue sair do pescoço da refém ainda assim o jovem lhe encarava como se avaliasse a melhor forma de matá-lo.

- Ainda há tempo para vocês se juntarem a mim, sei que nenhum dos dois quer esse mundo ridículo que nossos kages querem criar – sugeriu Masami – talvez não nessa geração mas talvez na próxima os ninjas simplesmente deixem de existir porque o mundo se tornou belo e pacifico!

Quando ele disse isso Mizura imediatamente ergueu a mão na direção dele com um movimento súbito e apontando o dedo pra ele disparou um fino raio de chakra branco que atravessou o ombro esquerdo de Manabu e perfurou o peito de Masami fazendo-o cuspir sangue e recuar num salto atravessando ao janela do quarto.

- Shigeru-kun, conto com você pra cuidar deles! – pediu Mizura correndo atrás do traidor.

Mizura nem esperou pela resposta do garoto e correu atrás de Masami pelas ruas e telhados das casas no meio da tarde chamando atenção de todo mundo que os via, procurando abrigo Masami fugiu para a praça onde teria a cobertura das arvores pra se camuflar mas Mizura era um excelente perseguidor e não perdeu o rastro dele nem por um segundo até encurralá-lo.

- Meu deus, você não pode ser tão cego assim pra notar a idiotice que seu “pai” está fazendo! – protestou Masami – eu tenho quase 100 anos e já vivi o bastante pra ver que esse mundo não pode ficar em paz!

Ele dizia a verdade quanto a sua idade, com seu meiton ele sugava a vida das pessoas até transformá-las em múmias vivas e rejuvenescia a si mesmo com isso além de ganhar habilidades curativas, na verdade o ferimento que Mizura fez nele já estava quase todo cicatrizado.

- Você viveu tudo isso e ainda não entendeu como o mundo funciona? – perguntou Mizura furioso – o mundo está em constante conflito porque as pessoas buscam a paz e prosperidade para si e aqueles que amam, mas as pessoas não se entendem e por isso há conflitos.
- E o que te faz pensar que as coisas vão mudar agora!?
- Por que agora as pessoas estão se entendendo! Aos poucos e bem devagar nós estamos nos unindo e trabalhando por um objetivo em comum, você e seus comparsas é que querem estragar isso!
- Chega desse sonho inútil! O mundo não precisa de paz e compreensão! – gritou ele sacando duas kunais.

Mizura sacou novamente suas duas espadas e Masami arremessou as kunais, quando Mizura se esquivou o outro criou de novo o dragão de escuridão e só com isso ele já fazia as plantas ao redor apodrecerem e o ar ficar mais frio.

- Eu vou sugar cada gota de vida que existir no seu corpo, depois vou atrás dos outros e assim começarei a guerra que acabará de vez com esses trastes!

O dragão avançou e Mizura esquivou usando acrobacias ágeis, forçando ainda mais a técnica Masami fez o dragão persegui-lo, em pleno ar o rapaz soltou as duas espadas curtas e conjurou uma katana real para usar em seu ataque.

- Kenjutsu: Hi Ryuu Sen (arte da espada: fulgor do dragão voador) – com um golpe ele cortou o ar e o chakra concentrado na lamina vôo como uma meia lua afiada.

O golpe de Mizura cortou o dragão ao meio dissipando-o completamente e fazendo Masami gritar de dor e ficar pálido como se não houvesse sangue em seu corpo, seu cabelo que antes era dourado ficava branco e sua pele enrugava lentamente.

- Parece que a energia que vinha roubando dos outros secou – comentou Mizura – mas não pense que vou lhe deixar assim.

Ele pegou as duas espadas curtas e usou cada uma pra perfurar as mãos do outro e cravá-las no chão, após isso ele o encarou bem de perto.

- O que você fez com a Karuka é hediondo, não se trata apenas de roubar energia vital, você roubou a vida e o futuro dela! – disse Mizura bem próximo ao rosto dele – ela era alegre e vivida, bonita e elegante e você tirou isso dela.

Masami respirava com dificuldade e apesar da dor ele mostrava que estava furioso.

- E ainda por cima tenta destruir a paz pela qual tanto lutamos, você é um desgraçado que quer impor seus conceitos distorcidos mesmo que isso signifique estragar o futuro de todos, por um crime como esse morrer simplesmente não seria o bastante!
- Vá em frente e faça o seu pior – desafiou Masami.
- Não vou te matar tão facilmente, conheço alguém que pode fazer algo pior que a morte – respondeu Mizura – quando voltarmos vou te entregar ao Nagato da akatsuki e ele vai te mostrar o que é o inferno!

Mizura sacou mais algumas kunais e as cravou pelo corpo de Masami pra impedir que ele fizesse qualquer movimento e passou a arrastá-lo pelas ruas da cidade voltando para o bar que a essa altura já tinha alguns soldados averiguando o que tinha acontecido, quando interrogado sobre isso Mizura mostrou um documento entregue por Shirai e voltou para dentro do bar.

- Como está a situação aqui?
- Por enquanto eu só estou cuidando da senhorita, já terminei o tratamento básico e em 48 horas ela vai estar novamente 100% - explicou Shigeru.
- Eu sinto muito por atingi-la Manabu-chan, qualquer outra coisa que eu tentasse poderia...
- Apenas pague o prejuízo e estamos quites – disse ela descontente – e da próxima vez que vier me visitar que seja de férias porque se for a serviço...
- Tudo bem! Eu pago os danos e o tempo que você vai ficar sem trabalhar – disse ele – e quanto ao Michio?
- Eu examinei rapidamente o braço dele, por alguns dias ele vai ficar imobilizado mas a energia vital vai voltar aos poucos, se não passar em uma semana talvez a Tsunade-sama ou a Sakura-san possa resolver – explicou o jovem da nevoa.
- Dane-se, me dê três dias e eu vou ta novo em folha! – gritou ele bebendo uma caneca de cerveja.

Após isso foi a vez dele se preocupar com Karuka, ela continuava deitada no sofá mas agora parecia mais lúcida e acordada, porém seu estado físico continuava deplorável.

- Eu estou parecendo aquelas bruxas das historias infantis – disse ela com muita dificuldade – meus braços e pernas parecem pesar toneladas....
- Você vai ficar boa, o Shigeru-kun vai cuidar de você até chegarmos em Konoha – disse Mizura sorrindo otimista – e lá as duas maiores médicas do mundo vão fazer você voltar a ser aquela gata que sempre foi!
- Não me faça rir taichou, eu não agüento nem respirar – disse ela chorando – eu to acabada, é o meu fim e eu posso sentir.

Mizura fez um enorme esforço para não chorar e Manabu sentindo o clima se levantou com a ajuda de Shigeru e começou a subir as escadas para seu quarto, Mizura foi atrás pra ajudá-la e aproveitou a oportunidade pra conversar com o seu companheiro.

- Eu lamento dizer que não há nada que eu possa fazer – respondeu o menino triste – no caso do Michio ele apenas perdeu uma parte de sua energia vital mas pode repor com o tempo, no caso dela todas as suas células tiveram sua energia drenada e sofreram danos permanentes.
- Tsunade-sama tem uma técnica suprema de cura, talvez ela possa dar um jeito nisso – disse Mizura esperançoso.
- Não tem como ela agüentar até Konoha, eu não dou nem 24 horas de vida pra ela!
- Certo, então talvez o Nagato, ele conseguiu rejuvenescer a Konan que tem mais de 50 anos – explicou Mizura – se for ele talvez possa curá-la!
- Talvez sim, mas novamente o problema é o tempo! Como vamos fazer pra transportá-la até lá? Nesse estado ela não pode sequer ser movida sem sofrer muito!

Mizura bateu a mão na parede assustando um pouco o garoto a sua frente, rangendo os dentes ele amaldiçôo Masami e desejava esfolá-lo vivo, após conter seu impulso ele voltou ao andar de baixo onde Michio estava sentado no chão ao lado do sofá onde Karuka descansava.

- Já se conformou com a realidade? – perguntou ela – eu queria que você me fizesse um favor.

Ele ajoelhou-se diante dela encarando seus olhos tristes.

- Eu quero que você acabe com meu sofrimento, precisa ser você por que sei que será gentil – pediu ela.
- Ainda há uma esperança, sei que tem alguém que pode ajudá-la!
- Você é mesmo muito gentil, desculpe por ter lhe causado problemas – disse ela sorrindo – mas eu prefiro morrer de uma vez do que continuar definhando, e por favor depois queime o meu corpo, não quero que ninguém me veja tão deplorável assim.

Mizura apertou as mãos e chamou Shigeru, o menino então aproximou-se dela e aplicou um genjutsu pra fazê-la dormir enquanto Mizura sacava uma de suas espadas.

- Eu juro a você que não foi em vão, nós vamos completar a missão por você!

E rapidamente ele transpassou o coração dela com sua espada e num rápido suspiro ela morreu sem sentir nada, ainda derramando lagrimas Mizura pegou um lençol e a enrolou para que naquela mesma noite seu corpo fosse consumido numa pira bem longe da casa de Manabu, somente durante a madrugada as jinchurikis de Nagato alcançaram o time.

***************************************


- Mandou me chamar Naruto? – perguntou Sakura entrando em seu escritório.
- Existe algum meio de curar alguém que teve a energia vital drenada por meiton? – perguntou ele olhando uma folha atentamente.
- É difícil dizer pois não sabemos quase nada sobre essa linhagem – respondeu ela – o menino que veio junto com Yukie tinha essa linhagem e fizemos alguns estudos, mas ele só drenava chakra, mas por que a pergunta?
- Um dos enviados ao norte tinha essa linhagem, e ele traiu o resto da equipe, não sei de todos os detalhes – explicou ele – mas ele sugou a vida de um dos membros da equipe ao ponto dela ficar a beira da morte, o Mizura foi obrigado a por fim no sofrimento dela.
- Nesse caso ele fez bem, se ela ficou como imagino sua morte seria extremamente angustiante – disse Sakura pesarosa – quando a perda de energia vital passa de um certo ponto mesmo o melhor dos médicos só consegue aliviar a morte dolorosa para algo indolor.

Saber disso não fazia ficar mais fácil, mesmo com o consolo de que Mizura não fizera a escolha errada ainda assim ela sabia que agora mesmo o seu filho deveria estar afogado em culpa, toda a animação que ele sentia ao descobrir um jeito de ajudar o seu neto Hiroki simplesmente desapareceram quando recebeu as noticias.

- Hokage-sama, o Mizura-san voltou da missão – avisou um chuunin – ele trouxe um companheiro da areia com algum problema e pediu para a Sakura-san dar uma olhada.
- Ele também foi afetado pelo meiton, mas parece que foi só o braço e não está tão ruim – explicou Naruto.
- Então voltarei ao hospital, se precisar de qualquer coisa me chame – disse ela acompanhando o chuunin.

Depois que Sakura saiu se passaram uns 15 minutos até Mizura chegar, o rapaz estava extremamente abatido e após cumprimentar Naruto sentou-se diante dele narrando um resumo de tudo o que aconteceu durante a missão e Naruto ouvi atentamente cada palavra.

- E o que aconteceu com o Masami após entregá-lo ao Nagato? – perguntou Naruto.
- Ele usou o caminho humano pra extrair todo o conhecimento da mente de Masami e após matá-lo no processo o reviveu com o caminho inferno – respondeu o outro com uma certa satisfação – depois disso ele disse que faria o Masami sofrer 100 vezes mais do que a Karuka sofreu.
- Eu lhe peço que não se culpe pela morte dela, isso foi algo além do seu alcance – disse Naruto – nem mesmo o Tsuchikage que não gostava dele imaginou que Masami fosse um traidor.
- Eu deveria ter visto isso, o desgraçado estava nos usando pra se infiltrar no norte e destruir a nossa aliança! – disse Mizura furioso consigo – uma companheira morta e uma amiga ferida além de que os laços que nos formamos podem estar abalados pra sempre!

Naruto então sorriu e abriu uma gaveta pra pegar uma pasta e a entregou ao Mizura, o rapaz abriu o documento e viu alguns papeis além de algumas fotos embora não entendesse o que estava vendo.

- O Nagato após receber o falso relatório imaginou que havia algo errado e mandou os jinchurikis investigarem – explicou Naruto – de fato havia uma grande movimentação na fronteira do país do relâmpago mas não se tratava de uma invasão, eles estavam construindo uma pequena vila para ficar mais fácil negociarem entre si e os ninjas da nuvem estavam ajudando a construí-la.
- Então isso significa que....
- O plano do Masami nunca iria dar certo, ele esperava que os ninjas da nuvem visse a movimentação como uma invasão mas ele não sabia que Shirai já tinha avisado sobre isso e pediu cooperação.
- Então pelo que a Karuka morreu? Pelo que os soldados do norte morreram? – perguntou o outro inconformado.
- Por um pouco de esperança, os traidores não tem esperança no futuro, simplesmente se renderam as crenças do passado – respondeu Naruto – você e todos que morreram acreditam num futuro melhor, se for por algo assim vale a pena.

Mizura levantou-se, ele ainda estava inconformado que pessoas tinham que morrer pela esperança de um futuro melhor enquanto outros tentam destruir isso, seu único consolo é que a vila que Karuka amava não corria nenhum perigo e Manabu não teria que se preocupar com guerras ameaçando seu futuro.

- Sabe, enquanto você estava lá eu passei uma tarde inteira narrando minhas grandes lutas pro Tsuna, Hiroki e Hajime – comentou Naruto – e numa dessas eu contei como derrotei o Neji no exame chuunin.
- Adianta eu perguntar o que isso tem haver?
- Com esses problemas todo? Nada, mas ai eu lembrei do que aconteceu naquela luta e tive uma idéia que pode ajudar o seu filho – respondeu Naruto animado – nesse momento eu estou trabalhando nisso e talvez o seu filho possa liberar o chakra dele, o que acha?

E nesse momento Mizura sentiu o gosto da esperança renovada, e ele entendeu pelo que lutava e viu que tudo o que passou e aprendeu valeu a pena.


Fim.


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Notas finais do capítulo

o que acharam?
o proximo cap de "a saga da nova geração" é o ultimo, por isso não percam o encerramento!!
em outra ocasião aproveitarei esse espaço pra tapar mais buracos, na verdade voces leitores estejam a vontade pra sugerir algo que faltou na outra fic!!