Daniella Narrando:

             Os meses que se passaram depois daquela conversa foram rápidos, agora tínhamos aula avançada de DCAT, e ninguém reclamava, quer dizer, todos menos o Peter que parecia não querer estar ali, mas ele tinha se comprometido e ia para as aulas. É óbvio que ele precisava de ajuda.

            O clima do mundo bruxo só piorava, e parecia que o mundo a nossa volta sabia disso. As transformações do Remy foram difíceis e todos pareciam estar com medo de alguma coisa... Medo de que algo muito maior do que imaginávamos estourasse de uma hora para outra, mesmo sem saber exatamente o que era.

            Eu acordei naquela manhã do lado do Remus com uma sensação estranha. Era a manhã que iríamos voltar para a casa do James, e a prima dele, Rayane estaria nos esperando para passar o natal lá, e talvez ela soubesse mais coisas do que nós sobre como o mundo lá fora estaria reagindo ás coisas que aconteciam.

             -Você parece assustada nos últimos meses Dani – Remus comentou me ajudando a fechar meu casaco – Não está começando a se arrepender de ajudar o Dumbledore, está?

            -Nem por um segundo eu me arrependeria disso, eu só estou com medo pelo mundo bruxo Remy, estou com medo de uma guerra, e de como as famílias bruxas vão ficar – Remus passou a mão carinhosamente pelo meu rosto.

            -Preocupada com a sua família? – eu suspirei, a sensação que eu tinha não era com a relação aos Black, mas sim aos Potter, aos Evans, aos McKinnon, era com a família dos meus amigos e com eles que eu me preocupava, e não com a minha família.

            -Sim, mas não a família que você está pensando Remy, e sim com os meus amigos, e com você, vocês são minha família agora, e eu tenho medo de que vocês sofram, eu tenho medo de perder vocês – eu sussurrei para Remy que me abraçou forte.

            -Eu também não quero te perder Dani – eu mordi o lábio e o abracei forte – Vamos vencer esse monstro, e tudo vai voltar ao normal. Somos Os Marotos, nós conseguimos, e Dumbledore está do nosso lado não tem como falharmos.

            Dumbledore era poderoso, mas não era páreo para Voldemort, eu apenas pensei nisso, não disse nada, claro que não, tínhamos que acreditar, porque era nossa fé que nos diferenciava. Só que eu não podia negar que o lado das Trevas era poderoso, eles sempre pareciam estar dois passos a frente de nós.

            -Vamos – eu puxei Remus e saímos da sala precisa indo para o Salão Principal, onde Os Marotos e as meninas nos esperavam, por ser natal tudo estava extremamente quieto, e foi quando eu olhei pro Sirius e pro seu rosto que eu entendi – Remus, nós temos que sair daqui – eu sussurrei puxando Remus antes que entrasse no salão principal.

            -O que aconteceu Dani? – ele sussurrou, mas eu não respondi, simplesmente o puxei para os corredores até chegar a uma das passagens – Dani, Dani! – ele me puxou contra si e me fez olhar para ele – O que aconteceu?

            -Eu não faço a menor ideia Remy, mas o salão tá quieto demais e o Six... – eu não precisei completar a frase, James, Sirius, Lene e Lilly apareceram correndo antes que eu pudesse completar.

            - O que tão fazendo que ainda não foram? – meu irmão perguntou parecendo assustado e abrindo a passagem – Vamos, o Peter vem depois - Eu e Remus nos entreolhamos, mas não perguntamos nada, o quer que estivesse acontecendo, nós tínhamos que procurar um lugar seguro e fora de Hogwarts.

            Eu só me lembro que paramos de correr assim que chegamos a estação de Hogsmeade, eu vi Sirius e James sentarem ofegantes no chão, mas ninguém precisou perguntar nada para eles começarem a falar.

            -Dumbledore teve que sair do colégio, e eles se infiltraram, comensais da morte – James respirou fundo – Eles lançaram a Imperio na professora McGonagall, e proibiram que os alunos saíssem de Hogwarts, o que quer que eles estejam planejando, nós precisamos avisar Dumbledore.

            -Mas onde que Dumbledore está? – eu ouvi minha pergunta soar rouca e assustada, como eles tinham conseguido entrar na escola? Não, Krish não podia ter feito isso, podia?

            -Esse é o problema – Sirius resmungou para mim – E nós dois nem podemos fazer magia até daqui duas semanas – eu bufei junto com ele, éramos os únicos ali que ainda não tinham 17 anos.

            -E como vocês dois ainda podem ser rastreados até o final do ano nós vamos ter que encontrar o professor Dumbledore sem usar magia – Lilly só verbalizou o que eu já tinha entendido – E não podemos mandar carta porque...

            -Podemos ser rastreados – Remy completou e suspirou – Por que diabos nós sempre estamos nos metendo em confusões que parece impossível de sair?

            -Eu venho me perguntando isso desde que eu nasci, e olha ainda não encontrei a resposta – Sirius comentou arrancando uma risada de todos, pelo menos por um breve segundo.

            -Certo, nós precisamos pensar – Lene mordeu o lábio e cruzou os braços – Por onde começamos? Quer dizer, Dumbledore deve ter avisado alguém pra onde foi não é mesmo?

            -Ele é um bruxo que pode ir para onde quiser sem avisar ninguém, e ninguém fará perguntas – eu comentei começando a andar em círculos e foi então que eu vi no lixo um Profeta Diário com a foto de Dumbledore. Sem pensar duas vezes eu fui até o lixo peguei o jornal e li a matéria que mostrava o nosso diretor de visita em uma escola brasileira de magia.

            -Quanto tempo demora pra voarmos até o Brasil? – eu perguntei mostrando o jornal pros Marotos e pras meninas e dando um dos meus típicos sorrisos marotos.