(Kaname)

Desde ontem não consigo descansar os olhos (quer dizer, fechá-los um instante) de medo. Não queria virar uma sanguessuga, mas foi por você Yuuki... Não queria que você tivesse me visto naquele estado deplorável, mas me viu...

Espero que seja tudo um pesadelo, mas no fim, nunca é...

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-Kaname! – uma pessoa totalmente ruidosa gritou em meus ouvidos. Era meu tio Rido. Eu o odiava. – levante, está atrasado! – ela abriu a cortina com tudo, deixando aqueles raios de sol irritante entrar em minha visão. Eu não conseguia nem ao menos abrir os olhos!

-F-Feche a cortina! – gritei atordoado.

-Por quê? – ele perguntou sonso.

-PORQUE SIM ORAS! – esbravejei. Ele parecia assustado, será que estava tão horripilante assim? Enfim, ele fechou a cortina e saiu do quarto em silêncio. – aff... – resmunguei.

Levantei-me preguiçoso da cama macia de lençóis vermelhos de seda e fui ao banheiro.

Lavei meu rosto praticamente branco com olheiras fundas e escuras, me sentia horrível! Sequei-me com a toalha e num passe de mágica, as olheiras haviam sumido! Estava com a pele perfeita, mas ainda branca!

Depois, procurei no chão de meu quarto escuro meu uniforme, não encontrava.

-Ora essa, onde es- AAAI! – gritei de dor, eu havia batido o pé na cama. Deitei de novo, esperando aquela dor irritante passar. Tudo estava tão... Irritante!

Caí no chão com tudo, virando-me para levantar, senti algo meio como o meu uniforme... Era meu uniforme! Peguei as peças e fui ao banheiro.

Tirei somente minhas roupas baixas (já que eu estava só com elas) e fui tomar uma ducha, pára tentar relaxar.

-Aiai... Não quero ir para a escola... – falei sozinho. Quando eu lembrava de Yuuki chorando, daqueles estranhos e de seu chefe tirano, Zero, minha espinha gelava. Mas eu tinha que ser corajoso!

Saí convicto de minha coragem da ducha e me sequei. Ué... Parecia que eu havia... Encorpado mais depois da transformação... Meus músculos cresceram e eu parecia mais alto... Meus cabelos bem mais sedosos e brilhantes... Parece até comercial de shampoo!!!

Sacudi a cabeça e comecei a me trocar, percebi uma coisa... Meu uniforme havia mudado de cor...? Estou daltônico? Cocei os meus olhos, pensando ver alucinações, mas não, havia trocado de cor, de preto para branco! Que estranho...

Não liguei, e continuei a me arrumar. Fui ao meu espelho, dei uma ajeitada no cabelo e peguei meus óculos, coloquei-o. Nossa! Está embaçado, o tirei e minha visão havia ficado melhor. Oras... Parece Homem-Aranha! Minha visão estava muito melhor do que quando eu usava os óculos! Não precisarei usá-los mais... Legal! Alguma vantagem tinha! Hehe.

Coloquei meus sapatos marrons, lustrados, brilhantes e desci para comer algo, mas antes, coloquei uns óculos de sol, para a luz solar não me irritar tanto assim. Rido estava sentado á mesa, vendo o jornal da manhã, ele me olhou surpreso.

-O que houve agora Kaname? Conjuntivite? – Rido perguntou brincalhão. Ignorei-o. – certo mal-humorado. – bufei e respirei, não iria me irritar com ele...

Comi algo rápido, já que eu não estava com muita fome, me levantei peguei minha mala pesada, cheio de livros e cadernos e fui á porta.

-Estou indo. – falei.

-Vá com cuidado... – Rido respondeu. Fechei a porta. Não sei porque vou ainda para a casa do meu tio, mas é que ficar muito no dormitório masculino me irrita, acabo vindo para lá pra quebrar a rotina.

Fui andando e cheguei ao portão da escola (detalhe, a casa do meu tio é uns 20 passos até a escola). Eu estava receoso de entrar lá e ficarem me olhando torto, mas acho que ninguém faria isso, faria?

Pus o pé direito para dar sorte no colégio e fui andando. Tirei aos poucos os óculos, o sol não me irritava mais, pois já estava acostumado. Do nada, todos começam a me olhar. Por quê?!

As meninas ficavam com os olhos brilhantes e os meninos, meio raivosos talvez, mas todos me olhavam, sem exceção!

-Nosso o que houve agora? – falei comigo mesmo. Fui andando até minha sala, com todos virando o pescoço para me olhar, eu vermelho de vergonha provavelmente. Entrei na sala, todos pararam de conversar.fiquei parado alguns instantes. Do nada, senti uma mão no meu ombro, virei rapidamente.

-Hum... O que foi Kaname? – Yuuki perguntou. Bufei.

-Já te explico, vem. – falei puxando ela para nosso lugar de sempre. Sentamos e fui para a orelha dela. – Yuuki, estou muito estranho? – perguntei. Ela me olhou sem reação.

-Hum... Não...? – ela respondeu com uma pergunta. – por quê?

-Porque todos estão me olhando desde eu pisei no colégio! Será que eles desconfiam que eu seja... Um vampiro? – perguntei. Os olhos de Yuuki se entristeceram, mas ela negou.

-Meio impossível ninguém falou! – ela respondeu. – e por que você mudou o uniforme?! – ela ficou surpresa. Quando eu ia responder, vi uma sombra na frente de Yuuki, olhei para cima, era Sara.

-Olá Kurosu, olá Kaname-kun... Está mais bonito hoje hein? Huhu. – Sara falou com uma voz melosa, fiquei assustado.

-Hum... O-Obrigado... – respondi meio envergonhado. Yuuki virou com seus olhos de raiva. Ela estava... Com ciúmes?

-Sai fora sua cobra, vai, chispa! – Yuuki falou com ira. Sara olhou irritada para ela, mas não deu ibope, saindo de fininho e me dando um sorrisinho malicioso.

-Não era necessário Yuu- hã? – eu estava falando quando do nada Yuuki vira com seus olhos vermelhos de raiva.

-Não dá trela pra essa daí não Kaname! Ela não é flor que se cheire! Humf! – Yuuki ordenou. Assenti alto e operante.

Iria começar a aula, como em qualquer dia. Matemática! Como eu amava fazer contas, me relaxava totalmente. Suspirei aliviado que nada de tão estranho havia acontecido...

-Com licença Sensei... – uma pessoa falou da porta. Quando olhei, desejava que não fosse para mim, mas não sei por que ainda tento fazer isso...

-Hã? Kiryuu-san? O que deseja? – a professora perguntou. Ele sorriu provavelmente querendo seduzi-la.

-Bem... Queria falar com... A Kurosu-san pode? – Zero falou cinicamente olhando Yuuki, que estava corada. Olhei com ódio para ele.

-Bem, é que acabamos de começar a aula... Ah! – a professora ia falando quando o Zero foi chegando perto dela, olhando enigmaticamente para seus olhos, fazendo ela sorir. – tudo bem... Pode ir... Huhu. – ela riu boba.

-Huhu, obrigado Sensei... – Zero agradeceu beijando a mão da professora. Ele olhou Yuuki – vamos!

-Aiai! Eu não quero... – Yuuki murmurou, mas assentiu. Levantou-se e foi em direção á porta. Queria saber o que eles iriam fazer...

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(Yuuki)

Ai Deus! O que eu fiz agora?! Por que Zero me chamou para fora da sala?!

Fui em direção á porta, com o coração acelerado. Eu estava meio apreensiva de falar com ele sem Kaname, mas fiquei meio calma pelo fato que pode ter alguém junto á ele.

-O-Olá... – cumprimentei. Ele deu um sorrisinho falso e virou de costas, o segui sistematicamente. – o que você quer para me tirar da sala? – perguntei. Ele continuou em silêncio, mas só até chegarmos à sala onde fazíamos os eventos do Host Club.

-Eu? – ele perguntou. De repente ele se vira, me pegando pelos braços e jogando-me na parede, fiquei sem reação. – eu fiquei realmente espantado pela sua bravura na sala de tortura, no meio da floresta. Você parecia abalada, mas ainda sim, ajudou Kaname... – ele falou. Fiquei confusa. Ele pegou uma mecha do meu cabelo e começou a cheirá-la, fiquei medrosa. O que ele realmente queria?

-E-Ei, seu erro! Pare de ficar me assediando! – reclamei, tentando me soltar, mas ele era forte demais.

-Huhu, é meio que impossível você se soltar de mim, sou forte, não? – ele me perguntou, nada respondi. Ele ficou serio, agora acariciando minhas bochechas provavelmente roxas de vergonha. – mesmo para uma pirralha, dá um bom caldo não...? – fiquei pasma, ele queria... Comigo... Hããã?!!

-Z-Zero, pare disso! Eu não sou nada interessante. Como você mesmo diz, sou uma tábua! Agora me solte! – falei com o coração acelerado. Por mais que eu o odiasse, a atração era perigosamente grande.

Aqueles olhos enigmáticos, sua boca perfeita, sua pele de mármore, suas formas perfeitas, seus cabelos incríveis. Ele era tudo o que uma garota iria querer!

-Huhu... Não sei por que, mas seu sangue cheira muuuito bem sabia...? – ele falou. Fiquei assustada, ele queria me morder, sugar minhas vitalidade?! Tentei me afastar, mas era impossível, ele foi se aproximando de meus lábios, tão perto que respirávamos simplesmente o mesmo ar. Eu estava já suando, será excitação...?

Eu ia resistir, eu ia! Mas cada vez mais perto, nossos corpos foram de juntando, como um só. Aaaai! Ele virou meu rosto e arfou em meu pescoço, meu corpo estremeceu. Ele foi descendo a mão pelo meu corpo, até chegar em minhas coxas, e as segurou, me apoiando sobre ele. Ele lambeu aos poços meu pescoço, na vontade de mordê-lo, mas na hora H... Ele parou.

Do nada ele me solta, me fazendo cair de bunda no chão, fiquei irritada.

-HEY! Isso doeu saiba?! – esbravejei. Olhei seu rosto, que estava meio, pensativo. Ele parecia não entender o por que de sua reação á mim, nem eu estava entendendo nada!

-Hum... Com licença? – alguém falou atrás de Zero, fiquei apavorada. Será que ele havia visto?! Olhei de canto, era Takuma, suspirei.

-Takuma-sempai! – exclamei me levantando no ato. Fiz reverência e ele sorriu.

-Ah! Yuuki-chan! Zero-kun já lhe trouxe? Que rápido... Obrigado Zero. – Takuma agradeceu sorridente. Zero nada respondeu e saiu voando da sala. Takuma ficou o olhando de costas, meio confuso, mas não ligou, bufando.

-Então... O que deseja Takuma-sempai? – perguntei ingênua.

-Bem, eu queria te explicar os sistemas dos nossos eventos, faremos o mesmo com o Kaname-kun, mas você tem mais trabalho, hehe. – ele riu, eu também.

Então, ele começou a me explicar sobre os procedimentos, como atender, rir, servir, pedir desculpas, arrumar e se portar. Acho que ele percebeu que eu não estava a fim de ter trabalhado ontem...

Enfim, foi divertido, apesar de tudo o que aconteceu antes...

Zero, o que houve com você hein...?