“Dia 28 de Agosto de 2005

 Após a morte de Flávio, Laura e o guia também, tiveram que levar o corpo. Eu, Natália e Doney continuamos nossas expedições. Podemos ver também que a história de Nian é verdadeira. Conseguimos encontrar um escaravelho que está dentro de uma caixinha em minha mochila. Acho que o escaravelho tem algo haver com essa história.

 Laura e o guia conseguiram voltar de noite. Não encontramos mais nada de interessante. Achamos alguns pedaços de papel pelo chão, nada que possa ajudar muito, mas guardamos tudo dentro de uma outra caixinha. Também conseguimos adentrar mais ainda na caverna. Foi um dia longo e cansativo. Minha equipe toda está cansada. Laura comprou mantimentos para mais alguns dias. Espero que a manhã seja um dia melhor.”

- Hum... Só isso sobre esse dia? – Lucas perguntou um pouco frustrado – “Não posso dizer muita coisa também. Eles não conseguiram nada naquele dia. Acho que irei ler o diário novamente depois.” – Lucas reparou que Erica acordava.

- Hãn? Oi? – Erica que estava deitada levantou seu corpo e ficou sentada, enquanto coçava os olhos.

- Oi! – Lucas cumprimentou com um sorriso no rosto.

- Onde estamos? Quem é ele? – Ficou surpresa ao ver Hans.

- Estamos em um carro indo até a casa de minha mãe para a gente encontrar o pessoal lá na caverna na Área Florestal. Aquele que esta dirigindo é o Hans. Ele é um dos agentes do SSMM, mas resolveu nos dar uma ajudinha.

- Estou com um pouco de dor de cabeça. – Erica colocou suas mãos sobre seu rosto – E o que houve naquela hora? O que eram aquelas pétalas? Aquele negócio abriu uma camada no meu campo de força.

- Foi um ataque de Salquetren. Quando fui passar pelo portal ele lançou esse ataque. Eu passei pelo portal e o ataque também passou, antes dele se fechar. As pétalas não pegaram em mim, mas foi reto abrindo uma camada no seu campo de força e explodiu alguns carros do SSMM. Aí, você desmaiou. – Lucas passou a mão pelos cabelos de Erica – Eu tive outra mensagem.

- Outra mensagem? O que havia nela? – Erica olhou fixamente para Lucas, preocupada.

- Eu vi um homem andando em um castelo. Ele tinha cabelo bem longo e da cor cinza. Tinha olhos de cores diferentes. Sua roupa era toda preta. Parece que ele também está atrás do amuleto. Ele falou algo de “irei conseguir o amuleto “ algo sobre uma rainha.

 Erica olhou para lado e ficou pensativa.

- Você sabe quem é? Conhece ele? – Lucas perguntou desconfiado.

Erica balançou a cabeça em sinal negativo.

- Que bom que você veio, Natália. Sente-se! – Sandra abriu a porta e foi com Natália até a sala, onde Fredo e Trevor estavam – Esse é Fredo, o professor de matemática do meu filho e esse é Trevor.

Natália se sentou. Limpou seus óculos e olhou para ambos.

- Eu posso ajudar vocês a achar a caverna. Eu já me preparei. Quero partir com vocês nessa. Quero saber o que houve com Miguel. – Natália olhou para Sandra – Quando foi dia 29 de Agosto de 2005, a gente conseguiu encontrar uma caixa...

“Eu e toda minha equipe ficamos entusiasmados. Aquela caixa era grande. Poderia caber uma pessoa ali dentro. Quem sabe não era o ‘caixão’ de Nian? O guia foi o primeiro a chegar mais perto daquela enorme caixa. Precisávamos tomar cuidado, pois, não se sabia se aquilo era uma armadilha ou não. Após, alguns minutos que o guia ficou cutucando aquela caixa com um graveto, parecia que o que tinha ali dentro não era nada perigoso. Abrimos à caixa e...”

-... vimos uma pedra. Após abrirmos à caixa, a caverna ficou iluminada. Na parede existia um buraco. Percebemos que a pedra se encaixava direitinho ali. Miguel pegou a pedra com o maior cuidado e encaixou naquele buraco. O impressionante é que na hora, foi aberta uma câmera, uma outra entrada no meio da caverna. Decidimos, então, seguir caminho por essa entrada.

“Ao entrarmos vimos várias tochas por todos os lados, nas paredes dessa nova passagem. Parecia que alguém estava naquele local. Nós fomos calmamente. O guia queria ter certeza que não houvesse armadilhas e nem nada. Eu estava pensante. Aquilo era um descobrimento enorme, apesar de eu ter ficado um pouco frustrado, por, naquela caixa não ter contido o corpo de Nian.”

- A gente andou mais um pouco e achamos uma espécie de templo. Era um templo pequeno. Vimos algumas velas acessas. Talvez aquele lugar fosse onde todos rezavam e veneravam Nian, enquanto ele era vivo. Por melhorar muito a vida de todos, por libertar de um tirano, o povo era grato pela ação dele. A mochila de Miguel começou a se levantar. Algo dentro daquela mochila brilhava. Foi aí então que descobrimos que, o que brilhava, era o escaravelho que estava dentro da caixinha. Lembro-me até da grande pressa que Miguel tirou a caixinha da mochila e a abriu com o escaravelho iluminando tudo.

“O escaravelho foi até o centro do templo e em questões de alguns segundos apareceu o que poderíamos chamar de portal. Antes de tomarmos quaisquer decisões, eu relatei tudo o que ocorreu hoje. No que você está lendo isso aqui, na minha frente vejo um portal. Ele é de uma imensidão azulada, e se movimenta lentamente, muito parecido com um holograma.”

- Miguel pediu para nós que antes de qualquer ato, a gente esperasse ele escrever no diário. Após isso, ele me deu o diário e arrancou algumas páginas para levar consigo. Ele queria atravessar o portal, mas tinha medo de nunca mais voltar. Assim ele deixou o diário comigo para podermos mostrar para todos que a história de Nian era verdadeira. Quando ele e Doney entraram no portal, o sinal dele estava ficando muito pequeno. O portal estava desaparecendo. Miguel e Doney gritaram querendo sair de lá. A gente não sabia o que fazer. Tentamos colocar o escaravelho na frente do portal, só que nada aconteceu. Eu, Laura e o guia ficamos com medo e não atravessamos. Alguns minutos os gritos pararam e o portal desapareceu. Depois disso, nunca mais voltamos para aquela caverna. Na época ela foi trancada. Ouve várias investigações que a policia fez por lá, mas nada foi achado. Miguel e Doney foram dados como mortos e acho que eles foram mortos mesmo. Após, isso a pedra ficou em meu poder, enquanto o escaravelho ficou guardado a sete chaves pela família Strunk Finor. – Natália concluía seu relato.

- Então foi isso que Miguel e equipe dele acharam por lá? E o resto? – Erica olhava para Lucas que terminava de ler o diário.

- Natália disse que meu pai morreu, após isso. – Lucas olhou para baixo um pouco triste – O estranho é que existem algumas páginas arrancadas. Não da para saber o que aconteceu depois de meu pai falar que iria atravessar o portal.

- Já estamos quase chegando à casa de sua mãe, Lucas. Mais uma hora de estrada e chegamos até lá. – Hans olhou para trás dando um sorriso.

- Ok, Hans! – Lucas olhou para a janela.

Sandra voltou do banheiro ainda secando algumas lágrimas. Vanessa estava triste pelo final que seu pai levou, descrito por Natália enquanto olhava com um grande ódio para Fredo que estava “dando bola” para sua mãe.

Fredo e Trevor estavam um tanto impressionados até, mas ficaram calados por motivo de respeito pela dor que Sandra estava sentindo naquele momento. Natália percebendo que a tensão estava aumentando acabou com o silêncio que tinha invadido aquela casa.

- Quando nos iremos? Eu já me preparei. Eu também trouxe a pedra para abrirmos à outra passagem. – Natália abriu sua mochila e mostrou a pedra para eles.

- Não é estranho vocês terem achado aquela caixa no meu do caminho? Tipo, será que alguém não deixou aquilo lá antes para vocês chegarem até o portal e morrerem? Até por que, Miguel era o escolhido. Poderia ser uma armadilha para Salquetren matar Miguel e todos da equipe. – Trevor falou com uma voz calma, com um ar meio dedutivo.

- Pode até ser. – Natália se levantou – Quando nós iremos?

- Podemos ir agora se quiser. – Fredo se levantou junto.

- Por mim tudo bem. – Trevor acrescentou.

- Então tá! Acho que podemos ir. – Fredo foi até Sandra – Vai ficar tudo bem, tá?

- Tá! – Sandra limpou algumas outras lágrimas.

Trevor, Fredo e Natália entraram no carro e foram embora até a área florestal, onde encontraríamos a caverna. Natália deu as localizações para Fredo que seguiu todas as ruas e avenidas que ela indicava. Trevor ficou na parte de trás do carro.

“Estranho, mas não me sinto bem perto dessa mulher. O seu olhar... Não sei... Só que não me parece muito agradável. Ela também mudou de assunto muito rápido quando falei que poderia ser feito uma armadilha. Será que ela estava ligada ao Salquetren para ajudá-lo a matar os amigos da equipe?” – Trevor encostou a cabeça no vidro do carro e, pois se a observar a paisagem dos locais onde passavam.

A sala estava escura e só alguns botões das máquinas o iluminavam. Vários cientistas estavam trabalhando duro naquele local. Após, os agentes terem prendido Lucas e seus amigos, conseguiram fazer grandes avanços. Viram que nos corpos de Lucas e Fabio existiam células sobrenaturais que davam o grande poder. Já no de Erica, todos ficaram impressionados, pois todas as células, o cérebro, tudo estava morto. Como Erica poderia estar viva naquelas condições? Após, muito estudo, perceberam que Lucas tinha o DNA mais modificado de todos e um cientista chegou ao presidente do país e teve a audácia de falar que tinha um projeto que poderia dar certo. O cientista afirmou que iria conseguir criar algo que seria útil o bastante para o SSMM e que ele conseguiria sim, tendo 99.99% das chances do projeto dar certo. No mesmo dia em que Lucas e seus amigos conseguiram fugir da SSMM, o Presidente da República assinou o projeto dando direitos de uso das máquinas mais avançadas e dinheiros para obter tais objetos.

- Espero poder contar com a SSMM. Esse dinheiro que estamos gastando com vocês e seu projeto pode trazer muito prejuízo para o governo. – O Presidente concluiu a frase mostrando um pouco de receio.

- Não se preocupe, senhor presidente. O senhor não irá se arrepender. – O cientista fechou sua maleta com papeis sobre o projeto e, pois a caminhar até a saída da sala do presidente. Ao sair da sala, o cientista deu um riso sarcástico.