E aqui estou eu, tremendo de novo. Sinceramente, cansei de tremer. Mas por que eu estava tremendo? Porque iria encontrar minha mãe, sabendo que ela era minha mãe. Lucy havia me visto várias vezes, mas mesmo assim não éramos muito próximas. E agora ela sabia quem eu era e eu sabia quem ela era. Isso me deixou nervosa. E se ela não gostasse que eu fosse sua filha?

- PARA DE TREMER CRIATURA! – Amy gritou frustrada.

- Por que você tem essa idiota mania de gritar em lugares públicos? – Perguntei fazendo uma careta.

- Não tem nada de errado em gritar – ela respondeu.

- Ah, claro! Não mesmo. Não é a toa que você vê todo mundo saindo na rua e gritando! Isso é super normal! ­– Clara disse revirando os olhos.

E por um momento a discussão delas me distraiu e eu ri.

- Samantha? – ouvi uma voz levemente familiar. Me virei e olhei para a dona dela. Os cabelos ruivos e compridos estavam presos no alto da cabeça e seus olhos verdes brilhavam.

- Oi – eu sussurrei.

O silêncio era desconfortável. O clima era tenso.

Meus olhos se encheram d’água. Minha mãe. Minha mãe estava na minha frente. E eu estava aqui parada com medo dela.

Eu corri até ela e a abracei com todas as minhas forças.

- Minha filha – ela disse com a voz trêmula – Não sabe quanto tempo eu esperei por isso!

Eu comecei a chorar. Era algo que eu nunca teria imaginado. Ver minha mãe, abraçá-la, ouvir sua voz. Eu me sentia tão maravilhosamente bem!

Ficamos abraçadas no meio do aeroporto até que alguém limpou a garganta.

Eu sequei meus olhos totalmente úmidos. Mas minhas lágrimas de felicidade continuavam caindo. Felizmente, eu não era a única que chorava. Minha mãe também chorava e Amy estava derramando o Nilo. Eu ri.

- É tão lindo! – ela dizia balançando a cabeça.

Todos riram dessa vez.

Fomos para nosso apartamento. Minha mãe – era tão bom chamá-la assim – ficaria hospedada conosco até que Justin saísse em turnê novamente.

Eu estava sem palavras então as meninas começaram a responder tudo que minha mãe queria saber. Ela se sentou ao mau lado e pegou minha mão. Ela me olhava de uma forma tão maternal que era como se já nos conhecêssemos a anos. E isso era meio verdade.

Eu estava radiante. Era o melhor dia da minha vida.

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- SAM MCDONNELL PESSOAL! – Justin gritou e eu sai do palco corendo.

Pois é. Minha mãe colocou o sobrenome dela no meu nome e agora sou Samantha Joy McDonnell. Se você está se perguntando se é McDonnell do Charlie McDonnell, é sim! Eu sou prima dele!

- Ótimo show, Sam! Agora pode ir descansar, chamamos você depois – Brad falou dando dois tapinhas em meu ombro.

- Valeu, Brad!

Fui para o camarim e tirei aquele vestido totalmente desconfortável. Justin já tinha avisado que queria chamar todo mundo pra dançar no final do show então coloquei um short jeans e uma regata branca com a bandeira dos Estados Unidos e desfiada na barra. (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=38247026&.locale=pt-br) Calcei um All Star com estrelas brilhantes e voltei para perto do palco para ver o resto do show. Já estava bem no final.

Todos continuavam achando que eu estava me sobrecarregando, mas eu estava bem. Eles diminuíram todos os meus compromissos; entrevistas, ensaios, programas, shows, rádios... Eles diminuíram tudo. E depois dos shows – que eu pulava muito e dançava – eles me olhavam esperando que eu caísse desmaiada a qualquer momento.

Justin começou a cantar baby. As meninas estavam atrás dele dançando e alguns dos seus dançarinos lá também. Os outros deveriam estar em cima da plataforma.

Fiquei assistindo lá de baixo até que a música acabou e ele agradeceu saindo do palco.

- Ótimo show, Justin – Scooter falou a mesma coisa que Brad havia falado para mim.

- Cadê o pessoal? Vamos dançar! – ele disse ligeiramente ofegante.

Então ele virou o rosto e me viu.

- Vem, Sam! Soube que é uma ótima dançarina! Quero ver se consegue me acompanhar – ele riu malicioso.

Revirei os olhos e corri até ele, na entrada do palco.

- Vem Scott, Brad, chamem o Kenny! – ele gritou para os dois – Vem, Sam. Conhece o shuffle?

Eu fiz um som de desdém.

- Claro! – falei e ele riu.

- Ótimo!

Subimos ao palco e as meninas da platéia começaram a gritar muito.

- Batalha de danças, pessoal! Meninas VS meninos – falou separando os dançarinos.

Estávamos desiguais.

- Alguém vai ter que passar pro time de vocês – Antônio, um dos dançarinos falou.

- Nem pensar! Nós ganhamos de vocês mesmo assim – Amy falou e todos fizeram um “woooow”.

Eu ri.

- Estão prontos para o shuffle? – Justin gritou no microfone.

O DJ colocou a música pra tocar. A platéia gritava.

E então começamos a dançar. Justin fazia o pacinho enquanto os outros o acompanhavam. Eles estavam muito juntos o que fazia com que se atrapalhassem. Mas as meninas não. Fazíamos o passo sem problemas e ainda viráramos de lado e nos espalhávamos pelo palco. Lara e Clara pularam e ficaram rodeando Amy e eu enquanto dançávamos, parecia combinado.

Eu olhei pro lado e vi Justin olhando pra nós com os olhos arregalados. Apenas ri e mostrei a língua pra ele.

Ficamos dançando por um bom tempo, várias músicas e nós meninas sempre fazíamos algo diferente que os surpreendia. Foi ótimo ver a cara de espanto de Justin.

- Tudo bem, as meninas ganharam! – Justin falou abaixando a cabeça e nós pulamos e gritamos.

Então ele agradeceu a platéia e todos saímos do palco. Foi o show mais divertido.

- Eu não sabia que vocês dançavam assim – Justin disse mau-humorado.

Nós rimos.

- Chora não, JB! Um dia você alcança a gente – Amy disse. Ela adorava provocar.

Ele arqueou uma sobrancelha pra ela que riu. Então ele olhou pra mim.

- Foi um bom show – ele disse passando a mão pelos cabelos.

- É, foi sim – eu sorri.

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- Vamos gravar só mais uma tomada e finalizamos o CD – o carinha da gravadora disse e eu assenti.

Estávamos finalmente gravando meu CD. Na verdade, estávamos terminando a última música. Enquanto Justin gravava o de natal dele, eu gravava meu primeiro. Brad tinha dito que depois que ele fosse dançado eu teria que viajar até pra Europa. EUROPA!

Enquanto cantava, vi Justin aparecer do outro lado do vidro com uma câmera nas mãos. Ele me olhou e sorriu fazendo um joinha pra mim. Eu sorri de volta. Justin estava sendo legal comigo. Não sei por quê.

Terminei de cantar a música e olhei para todos. Brad apertou o botão pra falar comigo:

- Parabéns, Sam! Você acaba de concluir seu primeiro CD. – ele disse e eu abri meu melhor sorriso.

As meninas começaram a pular, gritar e bater palmas. Justin filmava tudo e soltava alguns “Uhuls”.

Tirei o fone de ouvido e sai da salinha para comemorar com eles.

Fomos para nosso apartamento, Justin foi junto. Vi Cole na portaria e o cumprimentei com um abraço.

- E então? Como estão as coisas do CD? – ele perguntou sorrindo.

- Acabei de gravar hoje! – eu disse animada.

- Meus parabéns! – ele riu de minha animação.

- SAM! – as meninas chamaram.

- Te vejo depois – falei dando um beijo estalado em sua bochecha e sai saltitando até eles. Eu estava muito feliz!

- Vamos comemorar mais um passo na carreira de Sam! – Amy disse levantando os braços.

- Como?

- Podemos ir chupar sorvete! – dei de ombros.

- Não! Algo maior! – ela disse com os olhos brilhando.

- Opa, opa, opa! Nananinanão – Clara disse erguendo as mãos com a palma virada para cima. Ela deu um passo pra trás – Vamos comemorar dentro dos limites da cidade, sem gliter, festas escandalosas e nada, repito, NADA de compras!

Amy fechou a cara.

- Acho que chupar sorvete é uma ótima ideia – Justin disse rindo do biquinho de Amy.

- Concordamos! – Amy e Clara falaram juntas.

Passamos a tarde tomando sorvete e nos divertindo. Era bom ter o velho Justin de volta!