25 de Dezembro de 1978

“Querido Pai Natal,

Obrigado por me teres dado a mais maravilhosa prenda que poderia receber.

Com amor,

Lily.”

“Querido James,

Eu amo-te. Cada vez mais tenho a certeza disso. És tu quem torna os meus dias únicos, mais bonitos e menos cinzentos. És tu quem me faz rir quando quero chorar, és tu que me abraças quando eu me zango contigo, és tu que dizes que me amas cada vez que estou em baixo. És tu quem eu quero ao meu lado para o resto da minha vida.

Já não sei (e não consigo) viver sem ti. Fascinas-me. Cativaste-me. Cativas-me todos os dias.

Cada gesto que fazes é diferente de todos os que as outras pessoas fazem. Tu és diferente, especial. Talvez seja por eu reparar tanto em ti que começo a perceber cada peculiaridade e cada traço teu. Comecei a entender que quando estás nervoso passas a mão no cabelo repetidas vezes, desvias o olhar e ficas inquieto. Começo a conhecer cada vez mais os teus sorrisos, que por si só também me fazem sorrir. Entendo agora os teus ataques contra o Diggory, tanto por carta como verbalmente (e sempre tinhas razão, hã?). E cada parte de ti, mesmo o teu ego enorme, os teus olhos cor de chocolate ou o teu jeito para Quidditch me fazem amar-te cada vez mais porque constituem a pessoa que és.

Chega a ser engraçado o facto de eu sempre te ter odiado tanto. Quer dizer, dizem que o ódio e o amor andam de mãos dadas mas se me dissessem que eu iria acabar por te amar, acho que riria muito na cara da pessoa. Contudo, foi mesmo isso que aconteceu.

Tu não és perfeito (apesar de continuares a achar que sim) mas ninguém o é, e muito menos eu, como pudemos comprovar com o que aconteceu o mês passado… Tu não és perfeito. Mas és perfeito para mim e isso é o mais importante. És tudo o que eu sempre esperei.

P.S. Sabes que tenho todas as tuas cartas guardadas numa caixa debaixo da minha cama?

Sempre tua,

Lily Evans.”

“Querida Lily,

Bom dia e já agora, FELIZ NATAAAAAL!!!

Obrigada pela carta, foi óptimo acordar com a possibilidade de ler algo tão querido e profundo…

Eu estou com uma preguiça desgraçada para te escrever agora, ainda estou cheio de sono depois da festa de ontem, por isso não prometo nada de espectacular. Caso fique muito horrível eu faço questão de mais tarde te escrever novamente!

Não vou escrever-te grande coisa acerca do passado, porque tu já sabes o que aconteceu. Escreverei sobre ti, então. Tu mudaste-me. A maneira como me criticavas a mim e às minhas acções fez-me pensar a sério nisso, e eu percebi finalmente o quão idiota era. Fizeste de mim melhor pessoa, e sempre te estarei agradecido por causa disso.

Eu também guardei as tuas cartas todas… Lembras-te disto?

Tem uma personalidade muito forte, é corajosa, não tem medo de fazer frente às pessoas se isso proteger os que ama. É doce, verdadeira, amável, honesta, preocupa-se mais com os outros do que com ela própria.                Cheira a flores silvestres e tem um sorriso que cativa qualquer um. Adoro ver o cabelo dela esvoaçar ao vento enquanto ela observa o horizonte. Ela semicerra os olhos quando se concentra muito numa coisa e morde o lábio e passa a mão no cabelo repetidamente quando está nervosa. Quando está triste gosta de ficar sozinha e de observar a lua e as estrelas. É adorável quando corre atrás de borboletas nos jardins dos castelos como se fosse uma criança novamente. Apenas presenciei um momento assim uma vez, mas foi mágico. Já tentei mas não consigo deixar de gostar dela. É demasiado especial.

Felizmente já sabes de quem eu estava a falar... E sim, embora tenhas alguns defeitos, acho que isso te torna ainda mais humana e menos inalcançável para mim. Imagina que tu eras perfeita e eu era assim como sou? Não era justo, as coisas têm de estar mais equilibradas!

Minha querida, houve uma altura em que pensei que teria mesmo de desistir de ti, pensei que tinha de deixar o que sentia para trás e começar a ser mais racional, esquecendo-te, sendo apenas teu amigo. Mas nessa altura tudo mudou, e é por essas mudanças que estamos aqui hoje a escrever estas cartas. É como se cada passo que demos nos tivesse trazido aqui, a este presente. É como se estivéssemos numa rota de colisão, aproximando-nos cada vez mais, como se do destino se tratasse. Foi mágico.

Agora sei que fomos feitos um para o outro, és a peça do puzzle que faltava. Completas-me. Contigo quero construir um futuro, uma vida. Quero poder partilhar contigo os meus medos e angústias, os desejos e aspirações e todos os momentos mais felizes. Quero poder adormecer nos teus braços, beijar-te e velar o teu sono. Tudo o que eu vejo e imagino do futuro têm a tua imagem no meio porque não me imagino a viver sem ti. És essencial.

Amo-te mais do que a minha própria vida, princesinha.

Com amor,

James Potter.”

“Querido James,

Ficou linda, a carta. Puseste-me a chorar…

Obrigada por me desculpares por ter sido estúpida naquele dia depois do baile. Sabes como é, demasiada pressão e confusão em cima de mim fazem-me rebentar. Não que isso seja desculpa, mas… obrigada na mesma.

Ah, e já agora podes despachar-te a descer? Quero dar-te a minha prenda…

Sempre tua,

Lily Evans… Potter.”

“Querida Lily,

Espera só cinco minutos que eu desço já. Também tenho uma coisa muito especial para te dar, espero sinceramente que gostes.

E já agora, não te esqueceste do espectáculo hoje ao pequeno-almoço, certo? Quero ver a reacção da Narcissa ao ver a fotografia gigante do Malfoy a beijar a Amy. Ainda vou rir muito disso.

Com amor,

James Potter.”

“Querido James,

Sempre que precisares, estando longe ou perto de mim, escreve-me uma carta. As cartas têm um significado mais especial para nós do que para todos os outros e podes crer que vou ficar sempre feliz quando receber uma tua. A forma como me escreves é algo que não dá para confundir. Tal como tu és único em tantos outros aspectos, as tuas palavras e a maneira de brincares com elas é singela. E para além disso, as cartas que trocámos ajudaram-me a descobrir o teu verdadeiro eu.

Quando sentires a minha falta, escreve-me. Eu irei fazer o mesmo, enviarei cartas para ti.

Com muito amor,

Lily Evans.”

FIM