O Filho Amaldiçoado: 1. A Busca escrita por luana08jackson


Capítulo 18
Senhora Castellan?


Notas iniciais do capítulo

oiee, consegui escrever em uma semana!! Mas demorou para digitar... bjocas



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CAPÍTULO 18 – Senhora Castellan?

“‒ Annabeth... Me desculpa”

E então eu apaguei.

Sonhei com tudo. Meu pai. Minha fuga de casa. Meu encontro com Luke e Thalia. Grover. A chegada no acampamento. Os primeiros dias.

Percy.

O engraçado é que a partir dos meus doze anos todas as lembranças ‒ boas ou ruins ‒ haviam o Cabeça de Alga envolvido. Desde missões até brigas idiotas, beijos e encontros Percy fora uma importante peça na minha vida.

Foi com ele que eu saí em minha primeira missão, sim eu realmente não gostava dele ‒ ele me irritava, muito ‒, mas eu sempre achara ele bonitinho ou no mínimo fofo. O jeito como ele andava, meio desajeitado, o sorriso travesso, o modo como segurava a espada. O jeito que ele baba enquanto dorme. Sem fala naquela noite no chalé 3. Foi tão perfeito, eu não poderia ter tido uma primeira vez mais perfeita... Ai ai... E eu achei tão fofo quando eu acordei e o vi sorrindo ‒ e babando ‒ enquanto dormia e chamava meu nome...

Sonhar com aquela noite provavelmente estava me fazendo gemer um pouco em voz alta. Tomara que ninguém esteja por perto.

Abri os olhos. A luz do ambiente claro invadio meus olhos, fazendo com que eles ardessem e demorassem a se acostumar. O quarto em que me encontrava era amplo e bem iluminado e com paredes brancas e sem decoração. O barulho das máquinas ligadas a meu corpo confirmou minhas suspeitas de estar em um hospital. Levantei a cabeça e gemi com a dor que a invadiu.

‒ Eu até achei que os gemidos do seu sonho fossem pra mim até você começar a chamar pelo Percy ‒ disse Luke calmamente. Olhei para o lado. Ele estava sentado na poltrona ao lado da minha cama hospitalar apoiando os cotovelos nos joelhos e com as costas arcadas. Sorria para mim embora fosse óbvio em seu olhar que se preocupava com meu estado. ‒ Não sei por que eu ainda espero que você volte a me amar.

Disse de cabeça baixa evitando me encarar e quando cansou de esperar por uma resposta, levantou a cabaça e nossos olhares se encontraram. Os belos olhos azuis de Luke estavam avermelhados, talvez de tanto chorar, ou dormir, ou até mesmo uma ressaca. Era difícil dizer; porém eles transmitiam o medo, a preocupação e por mais incrível que me pareça, os olhos de Luke era olhos apaixonados como se realmente me amasse, e dessa vez não mais como uma irmã.

E eu acabara de sonhar que estava na cama com Percy.

‒ Luke, eu... nunca amei você ‒ A cara de decepção que ele me lançou me deixou arrependida de ter dito.

‒ Mas você me amou... Naquela noite ‒ ele se levantou subitamente, as mãos cerradas e o olhar no chão, a voz mostrava nitidamente a raiva que o dominava. Porém quando ele me encarou os olhos azuis ‒ a pouco mencionados ‒ não eram mais azuis, mas sim dourados ‒ Você me ama sim! Se não amasse não teria me dado àquela noite. E você gostou, não gostou?!

Ele deu um passo cambaleante para frente. A raiva dominava seu corpo e seu olhar mortal me encarava, transmitindo seus sentimentos.

‒ Lu-Luke?

‒ Cala boca! Você será minha Annabeth! MINHA!

‒ LUKE! ‒ Berrei de medo tentando afasta-lo enquanto ele me segurava na cama conseguindo contra minha vontade tocar minha intimidade que estava de fácil acesso por conta da roupa de hospital ‒ Luke! O que deu em você?!

‒ A-Annabeth? ‒ Disse se afastando de mim com a cara de alguém que acabou de acordar, esfregando os olhos. Pelos seus olhos pude ver que parecia perceber o que acabara de fazer, como se não se lembrasse. ‒ Me desculpe! Eu não quis... Ele... por um instante...

Olhei para ele, assustada pela minha violação de privacidade. Seu olhar voltara ao normal com os olhos azuis substituindo novamente os dourados. Luke tentou formar mais alguma explicação, e quando percebeu que não conseguiria, olhou para a porta e saiu em disparada pelas portas duplas do hospital. Antes mesmo das portas se fecharem uma mulher entrou pela sala ‒ baixa, japonesa e usava o típico sobre-tudo branco de médicos.

‒ Bom dia, Senhora Castellan! Como se sente hoje? Fico feliz que tenha acordado, porém no momento é melhor que descanse e ...

‒ Senhora Castellan? ‒ Perguntei a interrompendo.

‒ Bem, sim, eu pensei que com a Senhora morando aqui e Luke sendo considerado o Imperador da Era Cronos e agora acima de tudo com a sua gravidez, e eu ouvi boatos de um noivado, então eu pensei que fosse apropriado.

‒ Não, não é. ‒ Esse povo que fica entrando na vida dos outros...

Ela assustou com minha reação, mas logo voltou ao normal e começou a mexer nas máquinas ligada ao meu corpo.

‒ Bem, segundo o que vejo você está bem, poderá sair em instantes, só vou preparar algumas coisas. Descanse, e não faça exforço. Irei pedir para que a acompanhem até seu quarto.

Noivado?

Minha cabeça girava e trabalhava como se dezenas de engrenagens rodassem dentro dela. Como aquele “boato”, havia surgido? Será que fora Luke que o iniciara? Seria verdade?, perguntei a mim mesma. Se sim, eu seria obrigada a casar com ele em breve. Mas eu não quero. Não o amo. Não como amo Percy, e sim “amor”... Eu tenho certeza de que o amo. Quero ser a Senhora Jackson e não a Senhora Castellan! Foi Percy que sempre esteve comigo que me ajudou sempre que precisei de apoio e que não me traiu e apenas decidiu que me amava alguns segundos antes de morrer. Vou sair daqui e voltar para o Cabeça de Alga, vamos criar Beckensorf e Silena, crescer e depois da faculdade vamos nos casar e morar em uma bela casa em Long Island projetada por mim, planejei mentalmente.

Meus pensamentos foram interrompidos quando meu novo amigo hiperbóreo entrou na sala. O sorriso estampado no rosto.

‒ Oie! Obrigado por me salvar! Eu achei que fosse morrer, te devo essa...

‒ Que isso Rick! Você é meu amigo!

Os olhos dele brilharam e seu sorriso alargou, como se aquela fosse a primeira vez que alguém lhe falava aquilo.

‒ Vamos, Rick vai levar Annabeth até o quarto. ‒ disse ele se aproximando de mim. Ele me ajudou a levantar, tomando cuidado para não me machucar. A dor invadiu meu corpo. Rick me segurou quando comecei a cair. Ele pegou uma cadeira de rodas encostada na parede, a abriu e me ajudou a sentar.

‒ Obrigada!

Saímos da ala hospitalar e entramos no largo corredor que agora eu já começava a chamar de principal. Com o piso, de mármore negro e as pinturas de cenas horríveis na parede. Rick me empurrou pelo caminho e em pouco tempo nos encontrávamos na porta de meu quarto. Ele me levou até a cama e me colocou por baixo dos cobertores quentes, me aconcheguei e o ouvi saindo na ponta dos pés para não me despertar. Somente agora que eu deitara percebi o quanto estava exausta, em poucos minutos estava dormindo.

**************************

Senti seus braços me envolvendo por trás e acordei em súbito. Luke deitava na cama com cautela.

‒ Oi, eu não queria acordá-la.

‒ O que aconteceu hoje à tarde? ‒ Perguntei, querendo respostas. Pela cara que ele me fez, já esperava por essa pergunta.

‒ Bem, como Cronos me dominava ano passado, por conta do Rio Estige e tal, um “pedaço” dele ainda está dentro de mim. Como... uma cicatriz. ‒ Apontou para o próprio rosto ‒ É mais forte quando você acaba de ganhá-la, com o tempo melhora e fica mais fraca, mas sempre vai haver a marca ali, que pode voltar a doer. A “marca” de Cronos em mim atiça meu lado mau de ser, quando estou sobre controle dela, faço coisas que não quero realmente fazer, ela faz com que meus sentimentos se extravazem de mim.

‒ Então você queria fazer aquilo.

‒ Não! Eu só quero te ter para mim e não ter que te dividir com o Jackson. ‒ Assenti, eu estava sem palavras.

Luke terminou de se deitar, me envolveu com o braço e deitou no mesmo travesseiro que eu, me puxando pra perto e colando minhas costas em seu tórax. Estávamos em conchinha. Ele estava próximo, próximo demais.

‒ Eu gosto de você Annabeth, sempre gostei. Não podia te falar porque você era muito nova pra mim. Agora que cresceu... ‒ ele me apertou contra seu corpo ‒ ...não preciso mais me preocupar... ‒ disse enquanto acariciava meu pescoço com a boca ‒ ...a diferença de idade, não vai alterar o que sinto.

Luke me virou carinhosamente e me beijou. Sua mão me puxava para perto desesperadamente, mesmo que não houvesse mais espaço entre nós. Eu apertava seu cabelo loiro e tentava segurar um gemido que já começava a me dominar. Sua mão desceu para minha perna, mas não sem antes apertar minha bunda.

Puxei sua camisa e ele me ajudo a tirá-la mostrando o tórax definido que eu vira na noite anterior. Ele se jogou por cima de mim e começou a beijar meu corpo. Eu me preparava emocionalmente para transar com Luke de novo quando a dor em minha barriga me atingiu e os pontos pretos dançaram na minha frente.

‒ Annabeth? ‒ Chamou Luke. Ele olhava fixamente para meu umbigo com cara perplexa e assustada. Abaixei o olhar para ver o que tanto o intrigava.

Partindo do umbigo, ‒ que agora parecia uma azeitona preta ‒ como se fossem raízes de uma árvore, linhas curvas, negras e demoníacas começavam a estender por onde deveria estar o útero. Era como se uma grande infecção saísse de lá.

Algo amaldiçoado.


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Notas finais do capítulo

eai?????!!! gostaram? Mandem reviews!!!:3 ♥



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