Origem escrita por Sailor Zombie


Capítulo 2
Nova espécie




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Léo Becker estava parado na frente do moderno laboratório, estava apreensivo e ansioso. Se o que estivesse dentro da maleta que carregava, fosse o que estava pensado todo o destino da humanidade poderia mudar. Resolveu entrar no laboratório, estava com medo de ser mais um decepção em sua vida, mas se estivesse certo ele provaria que não era um fracasso.

- Bom dia Dr. Becker – a secretaria do balcão o cumprimentou.

A recepção era totalmente branca, assim como o resto do prédio que era formado por 22 andares. Era direcionado a pesquisas biológicas, e os investimentos vinham de varias empresas particulares. Léo era formado em bioquímica, mas não seguia propriamente sua profissão, fazia experimentos e autopsias para o governo de ‘’materiais orgânicos’’ por assim dizer vindos do espaço. Sua esposa Elisa, e mais dois amigos o ajudavam-no com suas pesquisas.

-Bom dia, a minha esposa já esta aqui? – Léo perguntou.

- Ah sim, os Doutores Rupert e Hertz também já chegaram, estão esperando o senhor – Respondeu a secretaria com esmero, não entedia porque trabalhava ali, para ela todos eram pessoas loucas.

- Obrigado – Léo tomou a direção do elevador, ansioso para ver se estava correto. Era um homem bonito e alto, tinha os cabelos em um tom de loiro escuro, seus olhos eram âmbar, quase a mesma tonalidade de sua esposa.

Quando parou no décimo nono andar, saiu do elevador e se dirigiu a única porta de ferro do corredor.

‘’Identificação de DNA, por favor’’

Léo arrancou um fio de cabelo e colocou em cima da placa de vidro, que analisou seu fio de cabelo.

‘’Bem vindo, Dr. Léo Becker ’’

Ao entrar no laboratório branco, Léo encontrou o olhar de sua esposa, e sorriu ao vê-la,

- Léo, que bom que chegou – Elisa vinha ao seu encontro – O que eles queriam? – Elisa era alta e esbelta, seus cabelos eram longos e lisos, o rosto fino e delicado mostrava preocupação, os outros dois também vieram ao encontro de Léo com a mesma expressão.

- Ontem à noite, um meteoro caiu perto de uma floresta na estrada que vai para a o rio Mississipi, eles descobriram uma forma de vida orgânica, em uma massa disforme – Léo falava enquanto mostrava o conteúdo da maleta, era uma caixa de vidro com uma substância gelatinosa de um púrpura intenso – Arriscam um palpite?

- Sangue alienígena – riu Henry Rupert, e foi acompanhado por Gustav Hertz e Eliza, mas Léo ficou sério – Espera Léo, só foi uma brincadeira – acrescentou ao ver a expressão do amigo.

- Espera Léo, não vai dizer que, que... Isso... Não – atrapalhou-se Gustav.

 - Isso – Léo balançou a caixa, fazendo a substância se mexer – Eu ainda não sei o que é, mas pelas circunstâncias tenho motivos para acreditar, que este material se pareça com sangue humano.

- Léo – chamou Eliza – Você esta bem? Esta tremendo, e tão pálido.

- Acho que isso pode assustar qualquer um. Mas não temos outra escolha – zangou – se a falar isso.

- Léo o que esta acontecendo? – Henry estava impaciente.

- Bem, ontem me fizeram uma ligação e disseram que tinham um trabalho a ser feito, vocês devem ter ouvido daquele meteoro que caiu?

Os outros afirmaram com a cabeça. 

- Alem das partes do meteoro eles encontraram – disse Léo cautela – Outra coisa, e essa ’’coisa’’ foi trazida ontem à noite para o laboratório.

- O que seria essa ‘coisa’ Léo? – Elisa perguntou com medo da resposta.

Léo não respondeu estava mexendo em um grande computador, estava impaciente com a situação.

- Elisa, qual a senha para o tubo numero três?

- Eu coloco para você – Eliza estava tremendo com medo do que poderia acontecer.  Gustav e Henry estavam atônitos, com os pensamentos confusos.

Apos Eliza ter posto a senha um buraco abriu-se no teto no meio da sala e o tubo começou a descer, estava coberto por uma placa de ferro impossibilitando de ver o conteúdo. Léo encaminhou-se até ele e retirou à placa, Eliza soltou um grito aterrorizante, enquanto andava para trás, Gustav caiu em cima de uma mesa de alumínio, John correu rapidamente para a porta, e Léo parado ficou olhando para o tubo com uma expressão assustada. O tubo continha uma pessoa, mas não era uma pessoa humana, era um... Um...  Não dava para saber o que era o rosto parecia humano, e a estrutura do corpo também. Os braços longos e finos terminavam em uma mão com três dedos compridos e finos, as unhas gigantes e pareciam ser afiadas. Os pés se assemelhavam a patas de repteis, e uma longa cauda  que começava em sua espinha dorsal, se estendia, até um pouco mais abaixo de seus pés . A pele parecia pegajosa, e tinha uma cor mórbida. Tinha orelhas grandes e pontudas, o nariz era fino e arrebitado, a boca era um pouco maior do que a de um humano. A cabeça era grande e sem cabelos. Os olhos fechados davam a aparência de ser gigantes, dava para ver os cílios grossos e espessos. Não era nada parecido com algum animal terreno. Estava nu, envolto em um liquido verde. Parecia incapaz de mexer, talvez por estar desacordado.

- Léo, o,o,o qquee, é Iss...é isso? – Balbuciou Henry, perto da porta de saída. Eliza aproximou – se de Léo assustada.

- Isso – Léo falou, enquanto abraçava sua esposa – Isso, foi encontrado ontem a noite perto do meteoro. Ontem o quadrão especial, destinado à área de ufologia manteu a criatura em segredo do governo. Trouxeram-na em segurança até aqui, parecia morta, e consegui convencê-los, que não passava de uma pessoa que foi atingida pelo meteoro. Devo dizer que estou surpreso pois, até ontem ela não apresentava a cauda.  Hoje voltei ao local da colisão e acharam a substância de cor vermelha, o governo e o os demais não sabe da existência da criatura.

- Você acha que isso pode ser um alienígena? – perguntou Gustav em um sussurro, começando a se acalmar do susto.

- Tenho quase certeza – respondeu Léo, enquanto murmurava no ouvido de Eliza que não precisava ter medo, que ele estaria ali sempre.

Henry explodiu em  uma gargalhada, que ressoou  no recinto.

- Então é assim. Meu Deus. Impossível de acreditar – E deu outra risada – Toda minha vida eu fui taxado de louco – agora ele gritava e gesticulava de um lado para o outro – Meus pais, meus amigos, meus professores. Durante toda a minha vida. Até agora eu era louco. Por acreditar em etês.Agora posso estar perto de provar, provar que eu sempre estive certo – sentou-se em um degrau e começou a sorrir radiante.

  Flash Back on

O garoto de cabelos ruivos grandes olhou para cima, o céu estava azul sem nenhuma nuvem. Apertou contra si nave espacial de brinquedo, que ganhara de natal de seu tio, aquele que seu pai chamava de louco e sonhador. As sardas pareciam mais nítidas a luz do sol, o vento batia em seu rosto bagunçando seus cabelos. Estava em um parquinho, sentando em um balanço, sem se balançar, estava sozinho. Ele ouviu o som das risadas de crianças, se aproximando, e as amaldiçoou baixinho. Alguns garotos chegaram perto dele, e começaram a gritar para sair dali.

-Não! – o garoto ruivo e magricela respondeu.

- Então teremos que tira-lo a força – o mais velho respondeu.

- Ei, que brinquedo esquisito – a única menina do grupo pegou a nave de suas mãos.

- Me devolva – gritou o garoto ruivo.

O mais velho pegou a nave nas mãos e começou a jogá-la para o alto.

- EU sei quem você é. Seu tio não é aquele louco que acredita em alienígenas? Meus pais dizem que pessoas como vocês devem estar em um manicômio.

- Me deixem em paz! – gritou Henry com raiva.

- Não! Vamos ensiná-lo uma lição rapazes, vamos ver se ainda vai ter coragem de gritar comigo.

Os garotos começaram a tentar socá-lo, ele tentou correr, mas alguém o puxou pelos pés e Henry caiu com o rosto no chão. Todos riam dele, quando de repente uma forte luz assusta a todos deixando os garotos e Henry atônitos, um ruído terrível, como se um estivesse arranhado uma enorme placa de ferro, os garotos saíram do parquinho correndo, Henry ainda no chão viu a forte luz diminuir até sobre apenas um floco voando. Ele levantou rapidamente e tentou pegar o floco com a mão, quando encostou com o floco sentiu uma dor alucinante na mão esquerda e viu o sinal de uma queimadura e o floco sumiu.

Flash Back off

   Eliza chegou meio apreensiva perto do tubo. E tirou Henry de seus devaneios.

- Ora, não vamos tirar conclusões precipitadas. Não podemos ter certeza quanto a isto – notava-se o medo em sua voz, que parecia um fio de sussurro.

- Deveremos fazer um testes – Gustav falou com firmeza em sua voz – Não poderemos deixar uma oportunidade desta passar.

- Testes? – Perguntou Henry – o que você quer dizer com isso, Gustav? Não está pensando em dissecá-lo, esta?

- Porque não Henry? – Gustav rebateu – Me diga que não está ansioso por isso também.

- Não podemos matá-lo – Eliza falou um pouco mais alto – É um ser vivo, onde estaria a ética? Léo diga-me que não esta pensando...

- Ora, amigos, não podemos matá-lo, é uma coisa fascinante, já imaginaram o que aconteceria se conseguimos nos comunicar com ele? – Léo falava e parecia distraído pensando nas imensas possibilidades que lhe apareciam.

- Claro Léo – ironizou Gustav – Vai conversar com o alienígena, quem sabe ele não fique feliz e conte a sua historia para nós, devemos convidá-lo para tomar chá também?

- Devemos acabar com isso, só para satisfazer seu ego? Devemos acabar com possibilidades? – Léo falou com raiva.

- Parem – Gritou Eliza – Não chegaremos há uma conclusão brigando.

- Realmente, parecem duas crianças – Henry começou – Devemos aproveitar esta oportunidade, isso deve ser a coisa mais incrível que aconteceu em toda a historia, estamos com um ser de outro mundo, de outra espécie. Não vamos desperdiçar esta chance.

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Em uma parte de um deserto africano ao norte, uma mulher vestida com uma burqa verde esmeralda olha para o horizonte em busca de alguém.  Um homem alto e negro trajando típicos trajes de tribos africanas veio ao seu encontro e parou ao seu lado, a velocidade que andava era absurda não parecia humana.

- Encontrou o que estava procurando? - a mulher com a burqa perguntou com a voz aguda.

- Sim, está morto. Teve o que mereceu – o homem respondeu ríspido – Nosso trabalho por aqui já terminou.

Falando isso um clarão de luz forte apareceu em cima dos dois e fazendo e um rápido ruído sumiu. E o deserto voltou a ficar em paz.

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A mesa de cirurgia estava pronta, o espécime estava na mesa metálica, à respiração lenta mostra que está viva. O medo tomava conta do recinto, mostrando a apreensão que estava presente. Eliza aproximou – se da criatura e pegou sua mão, era fria e pegajosa, lembrava a sensação de estar pegando em uma cobra.  Eliza passou a mão pelo seu rosto e pelas suas longas pestanas e quase sorriu ao perceber que a pele além de ser pegajosa era macia. As unhas eram garras afiadas e duras. Lembrava um humano e ao mesmo tempo um animal. O ser estranho soltou um ruído assustando Eliza que deu um passo para trás, mas não tinha o que temer, a criatura estava imobilizada. Ela percebeu as correntes prendendo seus braços e pernas e viu o quão apertadas estavam. Ela regulou as algemas e a criatura soltou um suspiro, Eliza jurou que foi um suspiro. Mesmo não querendo, a mulher loira começou a sentir compaixão por aquele animal, olhando assim para ele, como poderia machuca – lo? Ela precisava ajudá-lo, não iria deixar que ninguém fizesse nenhuma experiência com a criatura.

Eliza pegou a chave e começou a soltar as algemas.

- Lizz, o que está fazendo? – Léo perguntou, enquanto entrava na sala de cirurgia com Gustav e Henry – Não o solte, pode ser perigoso.

- Não. Vocês não irão machucá-lo. – Eliza respondeu com firmeza.

- Não queremos machucá-lo, só iremos recolher algumas amostras, - Henry falou com calma.

- Ora, Lizz, por favor, não seja tão tola – Gustav disse com impaciência.

A criatura soltou um ruído mais alto fazendo com que Eliza se assutasse e fosse para trás, por segundos tudo permaneceu no silencio, até que a criatura abriu os olhos, revelando orbes gigantes e de um amarelo intenso. Ela se remexeu tentando se soltar, a algema que estava solta caiu, com a mão livre pegou e se soltou quebrando as correntes com as garras.

- Gustav pegue os tranqüilizantes – gritou Léo para o amigo que corria em busca da arma.

O espécime deu um salto e caiu no outro lado do laboratório, soltou um urro e começou a destruir tudo o que via pela frente, era uma criatura grande, deveria ter quase dois metros. Os dentes eram afiados e disformes. Gustav apontou arma com os tranqüilizantes, quando a criatura o jogou fazendo bater em uma parede de vidro estilhaçado-a. Henry arremesou uma mesa de aço em sua direção, mas foi rapidamente desviada. A criatura olhou para Léo, e foi em sua direção, os olhos ferozes deixaram Léo com medo e mandou que Eliza corresse. O alien pegou Léo pelo pescoço e o levantou, apertando – o contar a parede.

- Por favor, não o machuque. – Eliza chegou perto da criatura.

- Lizz, saia daqui – Léo falou para a esposa enquanto era sufocado.

- Por favor, - Eliza suplicava – Não faça nada a ele, eu te peço.

O especime olhou para Eliza e afrouxou um pouco a mão no pescoço de Léo. Aos poucos foi descendo, até que o colocou no chão. E simplesmente o soltou. A criatura ficou olhando fixa para Eliza, que aparentava medo, ele se aproximou dela, que andava para trás. Eliza estava tremendo, aquela criatura tinha o dobro do seu tamanho.

- Por favor – Eliza pedia.

O alien olhou bem para ela e para ela e disse com uma voz rouca e artificial:

- Está tudo bem, não irei machucá-la.

Eliza e os presentes paralisaram.

- Você fala a minha língua? – perguntou assombrada.

- Não é a primeira vez, que venho a este planeta – respondeu o especime.

- Não é possível – disse Henry.

- Gustav – gritou Léo, indo socorrer o amigo, que sangrava muito.

- Por você gentil mulher terrena – disse o alien olhando para Eliza, e indo em direção a Gustav – Posso ajudá-lo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
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