Salvation escrita por MilaBravomila


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, tenho mtas notas iniciais hj.

Bom, primeiro, queria me desculpar pela demora, mais uma vez. Minha kbça está pirando como fim do prazo da minha tese, mas eu vou conseguir!! o/

Outro aviso é sobre uma das minhas leitoras lindas, Nathy_Migliori, que estah postando uma fic aki no Nyah! e pediu pra qm puder, passar lah no perfil dela pra dar uma conferida. Não sei vcs, mas eu vou ;)

O último, mas não menos importante, é sobre mais uma felicidade EXTREMA q outra de vcs me deu: Salvation recebeu MAIS UMA INDICAÇÃO!!!!! o/o/ >> agora são duas!! Caramba, estou taaaaum feliz!! msm com meu prazo acabando.. ¬¬

Então, é isso, Anne, pela indicação, este cap é dedicado a vc. Bjim pra TDAS e boa leitura ^_^



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Eu estava ajeitando as cortinas. Não queria que nada incomodasse minha vampira. Enquanto fazia isso, não parava de pensar na noite alucinante e incrível entre nós, na entrega que fizemos e no prazer que tive em seus braços.

Foi no caminho pra cama que eu senti. Um calor intenso me atingiu... e aí veio a dor. Meu corpo não me pertencia mais, estava sendo consumido internamente pelo chamado urgente dos Filhos da Luz. Era como fogo sem chamas, me consumindo, gritando. Era isso, eu precisava partir.

Encarei minha vampira com dor, dor por ter que deixa-la. Era a segunda vez em minha existência que eu sentia medo. A primeira foi quando enfrentamos Julius e eu achei que a tivesse perdido.

- O conselho dos Filhos da Luz. Eles estão me chamando. – eu disse.

Michaela parecia atordoada. Eu vi em seu olhar o desespero e o medo e era o mesmo que eu sentia: tínhamos medo de perder um ao outro. Mas era inevitável. Meu irmão, Anariel, tinha reportado o que aconteceu enquanto esteve conosco e eu sabia que a decisão deles seria bem rigorosa. Ninguém, nenhum Enviado de Deus, entenderia o que fiz.

- Michaela, eu preciso partir agora.

Ela ainda me olhava confusa e eu fui até o armário, onde haviam as poucas peças de roupa que comprei na cidade. Vesti-me mais que depressa, o chamado não podia esperar. Eu me voltei a ela, acariciei seu rosto tenso, mas ainda assim lindo.

- Eu preciso ir Michaela. Eu quero que pegue o dinheiro e arranje um lugar pra você aqui, perto de sua família. Você... pode começar uma vida nova com eles.

- Vida nova? Gabriel, que merda é essa? Eu não vou deixar você, não vou deixar que vá sozinho! Eu vou com você e vou lutar com quem for preciso pra proteger você!

Ela estava desesperada e falando absurdos sem saber. É claro, como minha vampira saberia que eu não posso leva-la comigo? Como saberia que jamais poderia enfrentar um Filho da Luz, que mal poderia se aproximar de um? Eu sorri e beijei sua testa.

- Eu te amo minha vampira.

Ela chorou e segurou firme minha mão.

- Não posso leva-la, sinto muito. Nenhum Filho do Pecado pode ir aonde vou agora, por mais que queira estar com você, por mais que queria leva-la comigo, não posso fazer isso. Não posso quebrar uma das regras sagradas, nem mesmo que eu queira.

Ela soltou minha mão e suas lágrimas caíam abundantes.

- Não chora. Por favor, não chora. Eu não sei o que vai acontecer comigo, ainda posso voltar e ver você.

Ela me encarou descrente e ambos sabíamos que isso era a coisa mais improvável de todas. Mas eu tinha fé, sempre teria fé.

- Não posso deixar você ir... não posso... – ela balbuciava baixinho me olhando com medo.

- Você precisa.

Eu a beijei nos lábios suave e rapidamente.

- Sou seu, Michaela, de corpo e alma, sou seu.

Pronunciei as palavras em minha língua nativa e ela apenas me olhou sem entender. Eu fui até a porta e sem olhar pra trás, saí para encarar meu destino.

Saí da pousada apressadamente. O dia estava começando e eu caminhei rápido entre as poucas pessoas que estavam na rua. Não demorei muito para encontrar um lugar deserto para que eu pudesse alçar vôo. Em poucos minutos eu estava no céu, acima das nuvens, sendo banhado pelo morno sol da manhã.

Eu voaria por alguns dias até chegar ao meu destino. Era assim quando se era convocado. Eu sabia disso, apesar de nunca ter estada no Templo da Luz, a casa dos Filhos da Luz na Terra. Eles eram os Anjos especiais, os responsáveis por decidirem o destino dos Enviados de Deus que se desviaram do caminho... e eu certamente era um deles.

Por horas eu voei, sem parar, sem diminuir ou aumentar a velocidade. Era apenas o meu corpo queimando, ardendo com o chamado. Ele me guiava e me levaria onde eu precisava ir. O tempo e espaço se fundiram e eu não era nada mais que uma mente vaga, difusa e perdida em pensamentos. Não percebi o dia virar noite, as horas virarem dias, apenas estava vagando para onde deveria ir, sempre acima das nuvens, sempre a frente.

Era engraçado não sentir nada em um momento como esse, onde seu destino está prestes a ser selado.  Eu não estava ansioso, ou receoso, ou arrependido, não mesmo. Arrependimento era a última coisa que eu estava sentindo. Tudo o que vivi desde o momento em que conheci aquela vampira ruiva de olhos verdes esteve certo, sempre certo. Mesmo quando, com pesar, ela mudou a cor dos cabelos.

Eu ri internamente, lembrando claramente da surpresa que tive e que precisei disfarçar quando a vi de cabelos castanhos. Ela me pareceu tão linda, tão... humana. E era. De alguma forma, em algum nível, eu sabia que Michaela ainda era humana e que ainda podia ser uma pessoa melhor, que podia amar. Eu senti o amor dela, a dor quando eu parti, o desespero cru e verdadeiro que se comparava ao meu.

Então eu não me arrependia de nada, nem de amá-la, nem de beijá-la, nem de tê-la comigo. Se eu sofreria algum castigo ou punição, se o que eu fiz foi errado aos olhos dos Filhos da Luz, pra mim não importava porque meu Pai sempre me ensinou que quando você age com o coração, essa é a coisa certa a se fazer e eu fiz, segui meu coração e os ensinamentos sagrados de meu Pai Celestial.

Depois de um tempo que não saberia dizer, dias, provavelmente, eu finalmente senti. Senti o torpor diminuir, senti meu corpo novamente e percebi que minha mente mais uma vez detinha o controle sobre ele. Olhei para baixo e vi montanhas e verdes pastos. Fui reduzindo a velocidade perdendo altitude. Meu corpo estava bem, era como se não tivesse movido um músculo desde o momento em que estive com Michaela, no quarto do hotel.

Eu pousei suavemente e respirei fundo. Era fim de tarde, praticamente noite, e eu quase não sentia mais o calor do sol em minha pele. Eu estava no meio de um lugar muito bonito. Era como um campo enorme, com montanhas bem ao fundo. Vi que algumas cabeças de gado pastavam a uma certa distância e havia uma cerca branca de madeira e arame que delimitava um espaço tão grande que meus olhos sagazes não conseguiram ver o final.

E havia uma casa, pequena e simples há muitos metros. Eu segui pela torpe e quase inexistente estradinha de terra que passava pelo local e por ela eu segui até a simples construção. Conforme eu me aproximava da casa, eu conseguia sentir. Era esse o lugar, o Templo da Luz. Eu senti a presença deles, a cada passo, mais e mais poderosa e quente.

Eram cinco presenças marcantes e uma mais fraca, Anariel. Aproximei-me sem pressa e vi que no topo da pequenina construção havia um sino modesto, dourado, e uma cruz acima da porta principal. Era uma capela, uma simples e singela capela, no meio do pasto. Essa era a casa dos seres mais poderoso deste plano.

A entrada estava aberta. A casa do Senhor estava sempre aberta. Uma enorme porta de madeira natural, lindamente entalhada com as palavras divinas, como as tatuadas em meu braço direito. Eu me aproximei e parei diante da entrada. De fora eu pude ver as seis figuras que me aguardavam.

O lugar era pequeno e simples, mas tinha a imponência e energia que emanava dos Anjos que moravam ali. Havia bancos de igreja de madeira, três fileiras de cada lado, e um pequeno altar. Apenas uma cruz estava sobre ele e era dourada e resplandecente. Não haviam vitrais majestosos, estátuas em mármore ou ouro nas paredes. A maior riqueza que existe não é material.

Os cinco Filhos da Luz estavam formando um semicírculo, de frente para a entrada principal, onde eu me encontrava, e Anariel estava mais afastado. Todos os cinco vestiam uma espécie de bata branca, feita de tecido leve e me encaravam com tranquilidade. Anariel, vestia apenas uma calça, feita do mesmo tecido branco, e estava nitidamente tenso. Eu senti o peso que ele carregava por ter tido que me denunciar, eu sabia que ele estava infeliz.

Atravessei a porta de madeira rústica e me ajoelhei perante a cruz e aos Filhos da Luz. Apoiei ambas as mãos no chão frio e inclinei a cabeça até tocar nele com a testa. Era o sinal de obediência e humildade.

- Aproxime-se, Gabriel.

Levantei a cabeça após ouvir a profunda voz que me chamou. Lentamente, caminhei na direção deles. Estavam a minha frente os cinco Filhos da Luz: Vehuiah, Caliel, Ayel, Nelchael e Laoviah. Caliel estendeu as mãos e havia uma calça branca, igual a de Anariel. Eu a peguei e imediatamente me despi de tudo o que usava para vesti-la.

Quando estava pronto, Vehuiah deu um passo a frente e falou:

- Gabriel, Filho da Luz e Enviado de Deus a este plano, tem consciência do motivo de estar aqui agora?

- Sim. – respondi simplesmente, encarando-o.

- É preciso que esteja consciente das acusações que Anariel nos reportou. É acusado de trair a causa angelical, aliando-se a uma Filha do Pecado. É acusado ainda de enfrentar seu irmão em defesa do ser em questão e, por último, por se envolver fisicamente com uma vampira, cedendo, inclusive, seu próprio sangue para alimentá-la. Isso procede, Gabriel, meu irmão?

- Sim.

- Em vista dos fatos reportados e da confissão diante de nós passa a ser tratado de agora em diante como réu, Gabriel, Enviado de Deus, e será por nós julgado. Que assim seja.

Expirei forte ante as palavras de Vahuiah. Eu seria julgado por meus atos e nada mais seria escondido. Toda a verdade seria revelada e então, o meu destino estaria selado.


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Notas finais do capítulo

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BJUZ