Is It Any Wonder? escrita por srt_Brightside


Capítulo 3
Capítulo 2 - In Debit


Notas iniciais do capítulo

Mais um? ._______________________________.Okay. xD



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Is it any wonder?

Winter

Capítulo 2 – In Debt

Sentia-se pesado, dolorido. E de fato estava! Assim como todas as manhãs, poder-se-ia sentir os efeitos da dita ressaca.

Quando a luminosidade radiante, proveniente das cortinas entreabertas, atingiu sua face que logo se retorceu, já não conseguiria mais dormir estando agora acordado.

Aquilo lhe irritava profundamente, tenho de dizer.

“Quanta hipocrisia? Um sujeito sequer pode morrer no escuro, acaso queira. Há sempre de ter um sol impertinente para lhe açoitar a face!”

Refletiu com o cenho franzido irritado e os olhos ainda cerrados.

E, como se Deus respondesse, lançou-lhe fortes raios solares nas pálpebras, em réstia. O todo poderoso ousava das forças da natureza contra aquela alma decadente, persistente.

Gerard irritou-se:

- Amaldiçoada seja a puta que pariu este maldito sol! – bradou entre dentes, afogando-se abaixo do travesseiro.

Restou ali, estirado debaixo das cobertas, lençóis, travesseiro, até que o ar lhe faltou. Jogou o monte de penas no chão e aspirou, com certa violência, o oxigênio.

Fora então que, em meio à opressão pulmonar, lembrou-se parcialmente da madrugada que já havia sido extinta. Contudo bem soubera que os efeitos colaterais desta não desapareceriam tão facilmente.

Despertou-se revelando de súbito, tanto avermelhados, os orbes castanho-esverdeados.

Levantou. Fora vencido pelas teorias conturbadas e, arrastando-se até a suíte, parando de frente ao armário acima do lavado, ponderou acerca da própria face refletida no espelho.

Estava horrível!

Ousou lavar o rosto, escovar os dentes, fazer a barba. Pouca, aliás. Sentia-se pouco melhor agora, estando limpo. Todavia as pontadas nas têmporas...

Ah, as pontadas!

Levou a mão até o espelho, abriu. Do armário tirou uma cartela de aspirinas. Havia dois solitários comprimidos, denotando assim, as noitadas já decorridas.

Ingeriu-os a seco, deixando uma expressão de descontentamento restar na face. Salivava e franzia o cenho, em descontentamento.

Dando de ombros o sabor desagradável, afinal, tantas foram às vezes a utilizar deles para curar seus atos infames. Curar não. Amenizar. Acabou, ao fim, deixando o banheiro, o quarto, descendo as escadas, indo parar no batente da cozinha.

Fitou tanto interessado todo o recinto, pois ali encontrou seus pais e seu irmão.

Todos estavam entretidos em seus afazeres.

Donna estava de frente ao fogão, cozinhava algo em uma panela não muito funda; algo que se assimilava a calda de caramelo. O aromava denunciava. Já Donald lia o jornal enquanto, estando sentado na ponta da pequena mesa, aguardava a esposa lhe servir as panquecas para digerir juntamente com o café quente. Mikey ingeria calmamente seu cereal, colherada a colherada tida da grande tigela com leite.

Gerard fitava apreensivo. O silêncio momentâneo lhe parecera sepulcral. E a sepultura viria a ser a sua, óbvio, visto a grande merda que fizera noite passada.

Era até cômico!

De um lado do ringue o sujeito que tanto causara na noite anterior, ali, de pijamas. Camiseta em algodão negro; calças largas também em algodão, porém colorida e cheia de figuras animadas, partindo de um anil a um verde grama; calçando, ainda, pantufas de morcegos. A face pálida contrastava com os fios negros, emaranhados e longos.

E, de outro lado do ringue os familiares: calados, nulos àquele que tanto se martirizava.

Ou não.

Como disse: cômico.

Todavia, como tudo nesta vida, a comicidade teria seu tempo. Certa hora as coisas ficariam mais tensas, certo?

Eu acredito que todos, sem exceções, já tenham ouvido a frase: ‘Se achava que não poderia piorar, espere até a andorinha voar’.

Já escutaram algo símile?

Pois então, acho eu, que Gerard não!

Pois se ele haveria de calar-se, aquietar o facho e esperar as consequências... Não o fez:

- O quê? – indagou tanto estarrecido – Todos vão me ignorar agora? – nenhuma resposta, nem mesmo um olhar piedoso – Qual é? – boquiaberto, desacreditava naquilo - Okay. – respirou fundo, dramatizando suposto arrependimento – Eu peço desculpas.

- Somente suas desculpas, que nem sinceras são, não irão resolver Arthur. Não desta vez. – a mãe tanto cética, respondeu. Em momento nenhum restou os olhos ao filho, mantinha-se focada na panela que cozinhava algo.

- Eu sei. – respondeu convicto, fazendo careta – Então eu limpo tudo, também. Hoje – ponderou – À tarde – refletiu – Não! À noite é melhor. Quando não houver sol, sabe que eu o detesto. – dizia com a maior displicência.

Mikey o fitou tanto curioso. Observava o irmão por cima dos óculos, com a cabeça tanto voltada à tigela de cereais. Parecera temer algo.

- Somente desculpas e você limpar tudo, se é que vai, não resolverá desta vez, Arthur. – Donna corrigiu, desligando a chama do fogão.

-Ah! – Gerard protestou – Okay, okay. Eu até abro mão da minha mesada pra pagar, seja qual tenha sido, o prejuízo. Mas não me chame pelo segundo nome. A senhora bem sabe o quanto eu detesto, Donna. – garantiu rispidamente enquanto caminhava até a cadeira mais próxima, sentando-se à frente do irmão.

Fora então que, afastando o jornal, Donald adquiriu o rosto do filho:

- A mesada não cobre nem dez por cento do prejuízo. – advertiu tanto desinteressado – Aliás, três meses de sua mesada não garantem nem dez por cento do prejuízo. – restou o caderno de notícias sobre a mesa e, enquanto bebericava da xícara que antes estivera sobre a madeira, prosseguiu – Além de furtivamente ter levado meu carro, arrebentou com o mesmo, o portão da garagem. – fitou-o com audácia, tentando avaliar as reações de Gerard – E também, se é que se importa, a lataria deu perda total.

- Sério? – Gerard indagou reflexivo, contudo ainda tinha um sorriso malicioso no canto direito dos lábios. Mikey meneou a cabeça, confirmando as informações do pai - Mas o que eu posso fazer? – refletiu com o cenho franzido. - Aceita um ano da minha mesada? – questionou tanto imprudente, infantil enquanto prestes estava a beliscar das panquecas açucaradas que estavam no centro da mesa. Porém, sem dar-lhe tempo de perceber a aproximação, a mãe o impediu dando-lhe um tapa na mão – O que é? Não posso comer? É parte do castigo?

- Primeiro: Não vamos esperar um ano para consertar o portão da garagem, muito menos o carro. – Donna tirou o prato de panquecas da mesa, o levando até o balcão – Segundo: não castigaria um filho lhe tirando a comida. Há muitas outras coisas a lhe serem tiradas, Arthur. – estando de costas, a mulher adquiriu algo do tampo de granito escuro. Embora ela tenha insistido em chamá-lo de modo detestável, Gerard dera mais importância às possibilidades: estremeceu – Agora, se estou a lhe barrar o acesso as minhas deliciosas panquecas é porque estou garantindo sua saúde. Ou parte dela. – Donna, com um prato tanto colorido em mãos, aproximou-se. Serviu Gerard.

- Que diabo é isso? – indagou fitando analiticamente as iguarias sobre a porcelana. Tratava-se de diversos legumes e outras coisas mais, todos levemente cozidos. Leia-se: cru.

- O quê? Vai dizer que nunca viu, na vida, um prato com alimentos saudáveis? – questionou a mãe tanto debochada, enquanto depositava as mãos na cintura, satirizando ainda mais a expressão engraçada do filho mais velho.

- Ah, mãe! – protestou – Por que eu vou ter de comer isso? As vacas comem isso! – indignou-se.

- Sim, as vacas comem. Os cavalos também. E, Gerard querido, até um cavalo demonstra mais educação que você.

Mikey não conteve um risinho, embora contido, ainda percebido aos olhos de todos ali. Inclusive Gerard que, tenho de dizer, logo lhe lançou um olhar fulminante, o fazendo reprimir-se e desatinar a esconder os lábios dentre um bolinho que ele mesmo decorara com calda de morango.

- Mãe! – Gerard protestou infantil, recobrando o foco da questão.

- Sem manha. Coma logo. – advertiu a matriarca já retornando ao fogão – Se faço isso é pelo seu bem, pela sua saúde. Já basta a bebida destilada a corroer seu fígado, assim como a cocaína consome seu cérebro. – mencionou tanto desapontada – Coisas que eu não posso controlar; coisas que a rua serve. – depositou o caramelo que antes jazia na panela fosca sobre a pilha de panquecas frescas – Ao menos vou deter os carboidratos. Não desejo que sofra novamente com o excesso de peso. – entoou a voz com certo carinho. Preocupava-se, de fato.

Gerard silenciou-se. Aquelas palavras lhe vieram como adagas voadoras direto no estômago. Ou seria a fome?

Fosse o que fosse resolveu, sem ponderar, evitar. Mastigava desdenhosamente um palmito que jazia dentre os legumes que há pouco lhe fora servido.

Todavia o silêncio não perdurou, o pai apropriou-se da deixa:

- Seu castigo será arcar com as consequências de seus atos. – resgatou o jornal, esticando as páginas. Fingia pouco se importar com a expressão indignada do filho mais velho – Conhece a regrinha da proporcionalidade não é, Arthur? Aqui se faz aqui se paga. – avançou uma página, indo dos classificados ao caderno de esportes. – Pagará o concerto do carro, o portão.

O mancebo em sua descrença deixou o palmito rolar até o prato. Arqueou a sobrancelha:

- Pai? – questionou-o monossilabicamente.

- Não haverá maior problema, certo? – olhou por cima das páginas monocromáticas – Já não tem ido à faculdade mesmo; haverá tempo de sobra pra trabalhar.

- Como é que é? – entreabriu os lábios, incrédulo.

O irmão o acompanhou, fitava o pai com muita curiosidade. Mikey bem soubera que aquilo não prestaria.

Ah, não!

- Vá ao shopping, sempre há vagas para jovens. Sempre há oportunidades para àqueles que necessitam de trabalhos temporários. – virou uma página, duas – Não vai ter problemas em encontrar algo. É um rapaz bonito e, se manter o mínimo de educação, vai conseguir algo considerável.

- Mas pai? – Gerard arregalou os olhos. Mikey ajeitou os óculos como se aquilo não estivesse acontecendo, como se os olhos estivessem lhe pregando uma peça. – Está esquecendo de um detalhe: Sou eu, Gerard. Não sei fazer porcaria nenhuma. – argumentou convicto e tanto debochado. Contudo ele mesmo soubera que falava a verdade, acreditava nas próprias palavras, mesmo que aquilo fosse deprimente demais.

- Ah, pelo contrário. – a mãe que até então estava entretida em terminar o preparo das guloseimas, interveio – Porcaria é o que você sabe fazer de melhor!

Donald e Mikey riram contidamente.

- Haha. Donna e seu stand up comedy. – Gerard revirou os olhos.

- Está decidido, Gerard. – o pai o recobrou a atenção – Irá trabalhar e adquirir o dinheiro necessário para sanar os prejuízos. Além de que, mesmo que pouca seja a responsabilidade somada, lhe fará crescer. – Donald sorriu. Embora estivesse sendo enérgico, mantendo as rédeas que, eram justamente o que Gerard precisava; ainda esboçava o mínimo que fosse de carinho para com o filho – Vai ver, lhe fará bem.

O mancebo sentindo-se intimidado recuou contra o encosto da cadeira. Na face, tinha estampada uma expressão de temor.

E temia mesmo!

Não queria crescer. Não queria responsabilizar-se. Não queria influir na própria vida. Não queria... Não queria.

Bem, ele não queria.

- Mikey? – chamou pelo irmão, em desespero.

- Ah, eu estou de saída. – Michael se levantou apressado, evitando fitar a face que lhe pedia clemência – Tchau mãe, tchau pai. – acenou rapidamente enquanto ganhava a porta – Tchau Gerard! – gritou, enquanto saia correndo pela tangente.

Fedelho miserável! E aonde foi parar aquilo de ‘eu vou estar sempre com você, Gee’?”

O mais velho indagou-se reflexivo, enquanto observava a mãe servir panquecas caramelizadas para Donald, seu pai.

- Aliás, Gee querido, ou você consegue um emprego ainda hoje... – Donald fitou o filho por cima dos óculos - Ou então nem precisa voltar pra casa. – sorriu sádico.

Gerard arregalou os olhos, teria escutado direito?

Fitou com pavor o sorriso do pai que repuxava pro canto direito dos lábios.

Incrível! Era idêntico ao seu; idêntico a quando ele ironizava.

Sim, o pai falava sério. Se Gerard era ironicamente fodástico às vezes, tinha de ter aprendido com o melhor.

- Óh, hell! – comentou aturdidamente enquanto levantara apressado, fugindo pro quarto.

Ele teria de fazer alguma coisa. Teria de arrumar um emprego mesmo que temporário. Sua vida dependia daquilo, certo?

A vida de fanfarronice à custa dos pais, sim.

Estava decidido! Arrumaria um emprego. Não poderia ser tão difícil, certo?

- Okay, okay. – dizia de si pra si de frente ao espelho da suíte de seu quarto – Você é um cara bonitão. É bastante sexy, também. Óbvio que vai conseguir. Vamos conseguir! – sorriu vitorioso esboçando também, dentre dedos, um sinal de vitória. Compartilhava o otimismo com o próprio reflexo – Mas – ponderou com o sorriso já desfeito e o indicador no canto dos lábios – Acho que não tem muito problema se eu for ver isso à tarde. – refletiu – Isso! Um bom soldado recarrega as energias para guerrear com todo o potencial. – sorriu satisfeito – Miss Penny, segunda rodada. – numa corrida desnecessária, saiu do banheiro e partiu pra cima da cama, atirando-se debaixo do acolchoado.

Tragou o oxigênio com necessidade, cerrou os olhos. Dormiria, mas antes:

- Mikey, Mikey. – murmurou – Depois não me venha perguntar por que sua escova de dente tem gosto de água sanitária

Sorriu e, após um suspiro, adormeceu.

To be continued...



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Notas finais do capítulo

Agora sim, néah? *L*Um tantão pra ler. Ou não .-.Mas... deixem reviews, certo? Nos dois capítulos, se possível.Sim, podem me xingar. Podem dizer que meu português é péssimo, que falta sexo na minha fanfiction. Podem dizer, vão lá e digam! u.uMas digam. Seja lá o que tiverem vontade. (:Eu filtro tudo e vejo o que me serve ou não. Então não preocupem-se. n.n



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