Is It Any Wonder? escrita por srt_Brightside


Capítulo 2
Capítulo 1 - Alcohol and Gasoline


Notas iniciais do capítulo

Enton, agora vamo-nos à estória. Ver o que ela tem a nos dizer, certo? *L*



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Is it any wonder?

Winter

Capítulo 1 – Alcohol and Gasoline

A lua em Jersey já não estava tão alta, quase nem brilhava, pois uma densa neblina a recobrira. Era inverno. Todavia, ainda assim, havia as alturas. E como havia!

No silêncio resguardado pela noite, eram passadas das três da manhã, surgira de súbito um carro que dobrara em alta velocidade uma rua modesta de Belleville. Sem algum tipo de prudência quer que fosse, com os falantes gritantes num estilo de punk rock mantendo o embalo da curva, estacionou de qualquer maneira em frente a uma típica casa de New Jersey. Era uma casa grande de madeira, com várias janelas e portas. As árvores já sem folhas assim como a grande quantidade de neve, trilhavam o caminho até a varanda. E ainda havia uma garagem não muito distante da porta principal. E o problema era justamente a garagem:

- Qual é a minha? – indagou-se confusamente, o motorista.

O motor do carro ainda funcionava queimando a gasolina, contudo a hesitação acusara o desperdício. Era dinheiro a queimar ali, porém o sujeito não parecera se preocupar. Ele estara mais preocupado em distinguir qual era a sua garagem dentre as duas que podia ver.

Perguntar-se-ia se as garagens eram tão próximas, certo? Pois eu teria de dizer, com toda certeza, que não. Eram até bastante distantes, tanto as garagens quanto as casas.

Embora as casas naquela região fossem simples, ainda desfrutavam de arquitetura bem planejada. Eram casas como todas as outras. Cada qual em seu respectivo espaço.

E então? Perguntais.

Pois vos tenho de dizer que, neste caso, a culpa dar-se-ia às alturas. E não qualquer altura, não.  Não a altura da lua desbotada, definitivamente não!

Era o alto álcool a queimar ali e, uma vez que o carro fosse movido à gasolina, queimava então na consciência daquele indivíduo. Sim, ele estava embriagado. Descomedidamente embriagado!

Ele, ainda reflexivo, apertou forçosamente os olhos numa tentativa frustrada de configurar a visão duplicada. Não conseguiu, tenho de dizer. E, na impaciência da idade, pois não aparentava ter mais de vinte anos, precipitou-se:

- Foda-se! – decidiu-se irritadiço, enfiando o pé no acelerador.

Colisão. Fora este o resultado de uma ação impensada ou pouco pensada, por assim dizer.

Sim, ele metera o carro dentre algo. Supor-se-ia que fosse a garagem. Contudo, pelo impacto ruidoso, julgar-se-ia o esquecimento do sujeito enquanto ao principal.

Em momento algum se lembrou de acionar o controle do portão, logo passou por cima dele, então.

E se ele se assustou?

Não. Óbvio que não se assustaria. Não seria ele ali, acaso fosse tão frangote, certo? Ou ainda menos beberrão. Não seria ele acaso estivesse em outras condições. Fato!

Não seria ele, mas era ele.

Era o mesmo sujeito de sempre: irresponsável, insensato, inconsequente, irritante, importuno, indigno, insolente, inquieto, intrigante, injusto, insípido, insosso, involuntário... Involuntário?

Sim, inconsciente! Contudo, ainda não o suficiente.

Pois vos digo o que ele fizera após notar a própria imbecilidade: ele riu.

E como riu!

Um riso sádico, debochado.

Embora ele não pudesse contemplar devidamente sua obra de arte, poderia ainda imaginar. Riu-se da própria façanha e deixou o veículo com displicência, largando a porta aberta, a chave no contato, os faróis ligados.

Enquanto ele caminhava cambaleante até a porta, pôde ouvir vários ditos da vizinhança, tais como: ‘Vai dormir seu filho da p***!’ Ou então ‘Vou chamar a polícia, seu bandidinho!’ E ainda ‘Por que você não cai morto?’.

Dando de ombros, como sempre fizera, e ganhando os míseros degraus que antecediam a porta de entrada, ultrapassando a pequena varanda, passou para dentro de casa através da porta. Por sorte, esta ele lembrou-se de abrir antes de jogar o corpo à frente. Por sorte!

Sorte?

Todavia a sorte muda, e na oscilação:

Fora no interior que encontrara, tanto descrente, o irmão mais novo. Michael. Contudo ele não pareceu se arrefecer, manteve-se risonho/embriagado, porém silencioso em sua expectativa.

O caçula se manifestou, então:

- Gee, o que você fez? – indagou desacreditado. O mocinho não aparentava mais de dezessete anos. Trajava roupas confortáveis, camisa e calça de algodão, denotando ter sido acordado pelo alvoroço ocasionado pelo irmão.

O outro já tido carinhosamente, ou não, por Gee; apenas riu maroto enquanto tentava distinguir os detalhes da face do mancebo à sua frente. Via dois de Michael, vos digo. Efeito das três garrafas de vodka e do líquido azul que bebera diretamente do gargalo da garrafa de um amigo. (?)

Sem qualquer tipo de resposta, Michael interveio ao constatar o vacilo devaneoso do mais velho:

- Gerard! – chamou-o desesperado, contudo pareceu conter o tom de voz.

Também pudera! Temia que os pais, Donna e Donald, viessem a flagrar todo o desastre.

Temia o castigo do irmão.

Entretanto, de que adiantaria temer?

- Tarde demais Mikey, não é? – indagou Gerard, ou Gee como dissera o irmão, assim que avistou duas silhuetas que, mesmo que estivessem sendo duplicadas pela quantia elevada de álcool no organismo, ainda assim as reconheceria. Seus progenitores.

- Muito tarde, Arthur. Muito tarde! – bradou enfático o homem de cabelos grisalhos, provavelmente o pai daquelas duas figuras. Uma que se mantinha totalmente acanhada, temerosa. Outra que se mantinha dispersamente risonha debochada – E chegou. Chegou ao limite! – sentenciou o pai, irritadiço.

Todavia Gerard, sentenciado ou não, tinha a química agindo energicamente dentro de si mais até que as duras palavras da figura paterna. E, sendo assim: Gerard riu-se e logo sentiu o corpo pesar, os sentidos falharem, os joelhos falsearem... E caiu, ali mesmo, de cara no carpete.

- Gee! – desacordado ainda pôde ouvir, ao longe, a voz tanto chorosa e preocupada do irmão. E ainda, meio confusamente, ouviu sua mãe pronunciar-se.

Ela dizia algo como: ‘Ajude seu pai a levá-lo para cima, Michael. Ajude-o no banho, também’.

~~~*~~~

Gerard, acaso o perguntasse, não saberia dizer, ao certo, como estaria ali: de banho tomado, deitado sobre sua cama, vestindo seu pijama favorito. Contudo pré supor-se-ia que deveria ser Mikey, o culpado.

Era sempre ele, não?

Sempre que o irmão vacilava, o que era frequente, abusando de álcool, drogas. Abusando do horário imposto pelos pais. Abusando das regras... Era sempre Michael, o caçula, que segurava as pontas pro irmão.

Cuidava-lhe com tanto carinho, quase como se ele fosse o mais velho a zelar pelo irmão mais novo.

Irônico, não?

Mas era o que parecera às vezes; que desde o nascimento de Michael, Gerard mantinha este comportamento tanto quanto irresponsável.

Sim, deveras de irresponsável, diga-se.

Após ajeitar os óculos, a fim de fitar com mais clareza a figura adormecida ou quase; Mikey cobriu-o com acolchoado de morcegos.

Riu fraco após o mais velho aninhar-se mais acomodado contra o travesseiro.

Naquele momento a fraternidade falara mais alto do que qualquer repreensão merecida, sendo assim: Mikey deslizou os dedos sobre a face do irmão, acariciando-o com ternura. Refletia pesaroso. Sabia bem que as ocorrências desencadeariam severas medidas educativas contra o irmão:

- O que fazer com você, Gee? – indagou de si pra si, enquanto fitava a face à sua frente. – O que fazer?

Mikey estava absorto em suas conclusões, todavia notou a agitação de Gerard. De súbito este, mesmo dormindo, balbuciou algo como:

- Me deixa adivinhar esta...

- Uh? – indagou esperançoso. Esperança falha, eu tenho de dizer. Logo um Gerard infantil, babando no travesseiro, surgiu – Tudo bem, Gee. Eu vou estar sempre com você. – deixou as palavras ecoarem tanto solitárias, evasivas. Beijou a testa do irmão e partiu em direção à porta.

O mancebo que detinha de madeixas longas e aloiradas fitou uma última vez a figura que restava ali, em sono profundo. Riu de canto, achando-o gracioso. Deslizou o dedo até o interruptor, cessando a luz. Deixou o quarto, assim como o irmão descansar o pouco tempo que ainda restava daquele início de dia gelado.

Gerard tinha tido uma noite cheia, azarada. Quem sabe se os sonhos não lhe restariam, pouco que fosse, de sorte.

Ou não.

To be continued...


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Notas finais do capítulo

Como sabem sou tanto drástica e temperamental. Logo: se não houver reviews, de mesmo modo, não haverá capítulos. Uma vez que eu poste por vocês, no mínimo desejo saber o que estão achando. Gostando ou odiando-a. Okay? (:



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