-Apenas desista, Damon. –Eu falei entre risadas. E ele me olhou sério.

-Damon Salvatore adora um desafio, sabia? –Ele murmurou pra mim, a expressão diabólica de novo em seu rosto.

-Você é louco... - Eu disse em meio a uma risada.

-Olha só quem fala! A rainha da normalidade... –Ele disse ironicamente enquanto andávamos e eu mostrei a língua pra ele. Nós avistamos um pequeno barzinho e entramos – Beber algo seria legal pra passar o tempo.

A garçonete ( http://judao.mtv.uol.com.br/wp-content/uploads/2008/12/olivia_wilde.jpg ) veio até nós, ainda distraída. Quando ela fitou Damon, seus olhos arregalaram e eu pude ouvir o coração dela batendo mais rápido.

-O-o que vai pedir? –Ela gaguejou pra Damon, ele deu um sorriso tão lindo que até eu fiquei um pouco tonta.

-Um uísque, por favor. –Ele disse galanteador, ela parecia que iria desmaiar a qualquer momento. Tá, certo que ela era bonita: com aquelas pernas longas, aqueles olhos claros e o corpo perfeito... Mas precisava começar a paquerar o Damon como se eu não estivesse aqui?

-Eu vou querer Vodka, Obrigada. –Eu interrompi com a voz cínica. A garçonete que olhava deslumbrada pra Damon, virou pra mim surpresa, como se só agora tivesse percebido a minha presença.

-Ok.  Logo trarei suas bebidas. Algo para acompanhar? –Ela perguntou ainda virada somente pra Damon e de costas pra mim. Que má educada!  Eu bufei.

-Não, por enquanto não, obrigado docinho... - Ele respondeu. Ela sorriu e saiu tropeçando até a cozinha. Olhei novamente para Damon que tentava segurar o riso, mas quando percebeu meu olhar ele soltou uma gargalhada.

-Você deveria a sua cara agora!... – Ela riu e eu bufei, instintivamente fazendo um biquinho – coisa que eu fazia quando me sentia mal, nesse caso, estava me sentindo humilhada.

-Ah, não esse biquinho, Lizzie... Meu convite ainda está de pé, apesar de você estar sendo uma garota muito má comigo. –Ele disse tocando com o indicador a ponta do meu nariz. Ele havia voltado pro modo “sexy” como se mudasse o canal da TV. Eu sorri um pouco.

-Não, obrigada Damon. Já tive minha cota de cafajestes por uma eternidade inteira. –Eu sorri dessa vez de modo bem cínico pra ele.

-Tá... Tudo bem... parece que vou ter me distrair com a garçonete mesmo, fazer o quê... –Ele disse com desdém e eu semicerrei os olhos com raiva.

 Nesse momento eu me fiz a pergunta de um milhão de dólares: Por que eu estava com raiva? Eu pensei um pouco sobre, a única resposta obtida não me agradou nem um pouco: eu estava com ciúmes?!

  Eu rejeitei fervorosamente essa hipótese – Eu não podia de modo algum sentir algo por Damon. Ele era igualzinho a Willian, ele iria me deixar sozinha também, eu lembrei a mim mesma. Mas eu também não podia e nem iria simplesmente ficar observando ele brincar com os sentimentos daquela garota, por mais insuportável que ela fosse.

-Ok... Vá em frente. Tenho certeza que Elena vai adorar saber o que você andou fazendo... –Eu ameacei e ele me encarou com um olhar mortal. Eu sei que foi golpe baixo colocar Elena no meio disso, mas era o único jeito.

-Eu não me importo. –Ele disse ainda com raiva, mas eu sabia que ele não faria mais nada com a tal garçonete.

-Deve ser uma droga se apaixonar duas vezes pela mulher errada, não é? –Eu perguntei e ele só enrijeceu o maxilar, a expressão ainda séria.

-Vamos lá, Damon. Pode falar comigo, eu sei bem com é essa coisa de amor não correspondido, confie em mim. –Eu disse pra ele, que apenas continuou me encarando decidido a não falar.

-Ok. Não quer falar sobre isso, entendi. Mas seria bom desabafar. Alivia um bocado... –Eu murmurei sorrindo pra ele em apoio.

-Quando você diz que sabe sobre isso... Você amava o pirralho? – Ele perguntou pensativo.

-Willian. –Eu corrigi. – Eu já fui apaixonada por ele, foi ele quem me transformou, de certo modo. –Eu expliquei pra Damon que agora tinha uma sobrancelha levantada.

-Sinceramente... Que falta de bom gosto. –Ele balançou a cabeça com desdém.

-Aqui estão as bebidas. –A garçonete voltou. Eu rolei os olhos.

-Obrigado, docinho... – Damon deu um meio sorriso.

-De nada. Qualquer coisa que você é só chamar... – Ela disse fazendo uma tentativa de expressão sexy. Eu mordi o lábio para evitar rir dela.

-Ok, querida. –Damon sorriu de vota, ele era imensamente melhor que ela nisso. Ela saiu e eu comecei a rir.

-Isso foi hilário! Ela estava tentando parecer sexy? –Eu praticamente tossia de tanto rir.

-Não sei... Acho que ela foi muito bem... –Ele disse, olhando pra trás para fitar a garçonete, a analisando dos pés a cabeça.

-Ela foi um terror! –Eu discuti, passando os olhos pelo bar. Uma banda tocava baixinho e eu tive uma idéia brilhante. É, eu acho que a vodka já estava fazendo efeito... –Sente e observe como se faz. –Eu levantei, deixando Damon completamente confuso.

Depois de “convencer” a banda a me dar uma ajudinha, a música começou a tocar e eu comecei a cantar, fazendo caras e bocas.

( http://www.4shared.com/audio/ljSOrkqB/08-lady_gaga-teeth.htm )

Damon olhou surpreso e pude ver ele rir e murmurar um “doida” baixinho. Eu não me importei- isso apenas me incitou a continuar.

Eu saí cantando pelo bar, todos se animaram alguns batendo palmas, outros assoviando. Continuei a andar pelo bar e parei na mesa onde Damon estava, e continuei cantando, dessa vez, também dançando um pouco em volta dele. Tive o prazer de ver a cara de tonto que ele fez e voltei ao palco, logo quando a musica acabou,

As pessoas dentro do bar explodiram em aplausos e assovios. Eu reverenciei com um sorriso enorme e soltando uns beijinhos debochados. Voltei gargalhando pra mesa em que Damon ainda olhava surpreso.

-Isso foi muito melhor, não acha? –Eu perguntei convencida.

-Oficialmente você ganhou parabéns! –Ele murmurou e eu sorri pro modo que ele me encarava- um olhar de... Admiração?  Ele se recuperou e seu olhar ficou divertido.

-Se você não fosse uma vampira também, eu juraria que isso tinha sido um convite... Toda essa coisa de “Me mostre os seus dentes, abra sua boca menino...”, Você me deixou faminto, sabia? –Ele disse erguendo uma sobrancelha.

-Pro seu azar, isso não foi um convite. Você iria adorar meu sangue... Mas você tem que admitir que foi bem engraçada aquela letra, considerando o que eu sou... –eu ri de novo e ele me acompanhou.

 A banda continuou a tocar, dessa vez uma musica lenta. Eu estava gostando muito dela, quase sonhando acordada. Foi aí que me surpreendi com Damon de pé, ao meu lado.

( http://www.4shared.com/audio/zSASTYsO/Adam_Lambert_-_Sleepwalker.html )

-Me concede essa dança? –Ele perguntou e eu dei de ombros, surpresa demais com sua repentina educação.

 Ele me puxou pra si e começamos a dançar. Eu estava perto demais de Damon e daquele corpo perfeito pra poder ter algum pensamento lógico. Encostei minha cabeça no ombro dele, meu rosto enterrado em seu peito, seu cheiro me inundando. Ele abaixou a cabeça até meu pescoço, o nariz dele tocando a minha pele, arrepiando-a. Isso o fez rir.

-Não parece mais tão durona, hein?  -Ele sussurrou no meu ouvido e eu estremeci.

-Você é um idiota!... –Eu sussurrei de volta, separando um pouco nossos corpos. Ele me encarou, o rosto incrédulo.

Ele até iria falar algo, mas foi interrompido por meus lábios. Primeiro, ele ficou confuso, mas logo sua boca começou a se mover com a minha. Eu tirei a mão de seu ombro, elas se moveram por conta própria para seu cabelo. Ele apertou um pouco mais a minha cintura, me levantado um pouco pra que ele não precisasse se curvar tanto. Eu estava sem ar quando ele passou seus lábios da minha boca para o meu pescoço.

-Um idiota que beija muito bem, admito. – Eu murmurei fazendo-o rir, pegando a minha mão, ele me levou para fora do bar, parando numa parte escura.

-Onde paramos? –Ele disse com o sorriso diabólico de novo. Ele se aproximou, e me beijou lentamente, ainda conseguindo ser urgente.

Eu me afastei rapidamente dele, o rosto tenso. Ele me encarou sem entender o que estava acontecendo.

-Katherine... –Eu sussurrei.