–Olá. Você deve ser Elena. – Mikael dizia.

Estranho. . Essa voz me parecia terrivelmente familiar...

Chegamos à sala onde estavam Elena e Stefan de um lado e, do outro, um homem – Mikael.

Eu ainda não podia ver mais do que suas costas, mas uma sensação muito esquisita estava pulsando cada vez mais forte em meu estomago.

Foi então que o homem virou para a direção em que Damon e eu chegávamos e o mundo parou.

–Oh meu deus! Não pode ser!...

O rosto conhecido do homem sorriu para mim.

–Finalmente, Elizabeth.

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Pov Damon

Mikael conhece Lizzie?!

O pensamento me ocorreu ao mesmo tempo em que via a expressão chocada da ruivinha, que começava a dar pequenos e hesitantes passos pra trás, como se estivesse com medo demais pra perceber o que fazia.

–N-não é possível... Não é. – Ela murmurou, a respiração saindo ofegante. Ela nem mesmo percebeu quando seus passos a trouxeram diretamente pra mim. Pousei minhas mãos em seus ombros pra chamar sua atenção.

–Lizzie? O que está acontecendo? – Perguntei chacoalhando-a um pouco, tentando trazê-la de volta.

–Não vai nem dizer uma saudação, pequena? – Mikael perguntou num tom estranhamente alegre.

Eu não estava esperando pelo que viria a seguir.

Lizzie se desvencilhou de minhas mãos rapidamente e no segundo seguinte ela estava nos braços de Mikael, o abraçando e beijando todo o rosto dele.

Mas que diabos?!

–Lizzie? – Elena perguntou confusa e pela visão periférica vi a expressão igualmente perdida de Stefan.

–Elizabeth, me faria o favor de explicar o que esta acontecendo? – Falei entre dentes, usando muito do meu autocontrole pra não arrancá-la dos braços do velhote.

Lizzie soltou uma gargalhada. Uma gargalhada! O quê? Ela agarra o velhote na minha frente e ainda ri?

–Como isso é possível? É você mesmo? Eu não posso acreditar! – Ela tagarelou pra Mikael.

–Sim, querida. Precisamos falar sobre isso. Tenho algumas coisas a esclarecer. – O papai original disse, sua voz soando carinhosa. Carinhosa!

Sério, eu estou num mundo paralelo onde os originais são os ursinhos carinhosos e minha namorada é uma vadia que pega velhotes, não é?

–Mas... Como?

–Eu gostaria que você largasse Mikael, Lizzie. Não é bom confraternizar com o inimigo, a menos que você o conheça e tenha uma maldita boa razão pra o estar agarrando. – Rosnei, interrompendo o que Lizzie falava.

Elizabeth se afastou um pouco de Mikael, somente o suficiente para me olhar com um olhar divertido.

–Não, Damon. Esse não é Mikael! – Ela disse gargalhando, como se a idéia fosse estúpida.

–Bem, ou ele sabe mentir muito bem, ou ele é. – Stefan comentou.

–Era precisamente sobre isso que eu queria falar com você. – Mikael praticamente sussurrou pra garota mil vezes mais nova que ele que se encontrava em seus braços. Argh!

–Espera. Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? - Falei deixando bem claro no meu tom minha irritação.

–Querida, mantenha a mente aberta pra o que eu vou dizer agora, ok? – Mikael esperou Lizzie acenar hesitante pra continuar. – Eu sou realmente Mikael.

–o quê? – Lizzie gritou, finalmente largando um pouco de Mikael e se afastando confusa.

Bom, eu realmente não estava feliz com todo aqueles abraços com Mikael, mas a expressão de choque no rosto da pequena ruivinha me impeliu a segurá-la em meus braços.

–Lizzie, de onde você conhece Mikael? – Sussurrei para a coisinha de cabelos vermelhos em meus braços.

Elizabeth levantou os olhos para olhar diretamente pra mim, deixando-me ver o pânico em seus olhos antes de sussurrar:

–Ele é meu pai!

Pov Bonnie

–O quê? – Gritei pra Elena.

–Eu sei, é demais pra sequer imaginar, mas pelo que parece é a verdade. – Ela disse após um suspiro.

–Como assim Mikael é pai da Lizzie?! Isso não é possível! Vampiros não podem ter filhos!

Balancei a cabeça em exasperação, Elena só podia estar brincando comigo. Eu venho aqui ver como Lizzie está e fico sabendo que Mikael está aqui e, ah! Aliás, ele é pai da Lizzie.

–E não deveriam mesmo. Lizzie foi uma exceção, a mãe dela era especial, era uma bruxa poderosa e aparentemente ela e Mikael “projetaram” o nascimento da Lizzie justamente para matar Klaus. Eles acharam que o jeito mais fácil de matar um híbrido, era criando um hibrido mais forte, daí o nascimento da Lizzie: Uma híbrida de bruxa e vampiro.

Elena explicou a historia impossível e me olhou compreensivamente, provavelmente porque eu devo estar parecendo em choque.

–Pelo amor de Deus! Isso é impossível! Uma bruxa se unindo a um vampiro pra fabricar um bebê híbrido?! Como ela pôde? – Perguntei.

–Eu estou me perguntando exatamente o mesmo. – Uma voz triste que não era da Elena falou.

Olhei para as escadas onde Lizzie descia abraçada a Damon. Levantei e fui até ela, dando-lhe um abraço desajeitado por ela ainda estar agarrada ao vampiro.

–Oh, Lizzie... Eu sinto muito. Eu não queria ofender...

–Eu não sei como eles puderam fazer isso comigo! Eu nem ao menos sabia o verdadeiro nome do meu próprio pai! E ele esteve vivo esse tempo todo e nem ao menos me procurou! Pior, ele fingiu estar morto com a desculpa de que pra que eu aceitasse me tornar vampira, eu precisaria estar só! Como eles puderam? – Ela explodiu, as lágrimas rolando em seu rosto.

– Está tudo bem, Lizzie. – Damon murmurou, beijando o topo da cabeça dela.

O que era mais estranho? Um vampiro original ser misteriosamente o pai de uma das minhas melhores amigas ou Damon, o vampiro fodão estar todo bonitinho com ela?

–Eu lamento. – Disse a única coisa que minha confusão permitia dizer.

–Onde esta o Mikael?- Elena perguntou, se aproximando devagar pra por uma mão no ombro da Lizzie, que mantinha seu rosto enterrado no peito do Damon.

–Saiu. Disse que ia voltar pra passar um tempo de qualidade com a Lizzie. Estamos conhecendo um drama familiar sobrenatural. – Damon disse irônico, mas podia ouvir uma nota de raiva em sua voz. Lizzie soltou uma risada arranhada.

–Ele quer que eu o perdoe como se nada tivesse acontecido.... Eu não sei se posso. Mas, ele é meu pai, eu não posso odiá-lo! – Lizzie gemeu no peito deo vampiro, as palavras abafadas.

–Isso não foi impedimento pra mim... – Damon murmurou.

Lizzie soltou um suspiro pesado e se soltou do vampiro.

–Só... Preciso pensar. – Lizzie disse, dando um olhar de desculpas pra Elena, Damon e eu. – Obrigada por estarem comigo.

Ela começou a subri novamente as escadas indo em direção aos quartos e então parou de repente.

–Damon? – Ela chamou ainda de costas.

–Sim?

–Você... você pode ficar comigo por enquanto? – Ela pediu, parecendo envergonhada.

Damon andou até ela e a segurou novamente e os dois sairam.