Acordei rapidamente, pulando para o chão do beliche, os meus pés reclamaram pelo frio provocado pelo piso, mas eu nem estava ligando. Precisava me certificar de que ele tinha acordado.

 Na verdade, tínhamos acordado na tarde passada, bem a tempo de Teto sair e falarmos que tínhamos feito um ótimo trabalho, mas eu ainda estava em fase de encantamento.

 -Len!-Gritei, abraçando ele, que ainda estava em sua cama, enquanto eu recebia um olhar confuso.

-Hey, achei que tivesse matado saudade e me esmagado faz tempo!-Resmungou, sendo sufocado pelo meu abraço.

 -Eu só queria ter certeza de que era real!-Murmurei, deixando um pequeno sorriso escapar.

 Era verdade? E se... E se ele nunca acordasse? O que eu faria?

 -Nossa... Eu... Eu nem sei o que dizer... –Murmurou ele, olhando para algum ponto fixo no chão.

 -Lenny!-Gritou Gumi, escancarando a porta e correndo para abraçá-lo. Dessa vez ele morreu por falta de ar. Tenho certeza. Não, tá respirando.

 Depois de todo mundo ter se certificado de que a bela adormecida tinha acordado, realizarmos nossas higienes pessoais e vestimos os uniformes, descemos para tomar o desjejum. Nunca deveríamos ter feito isso.

 -Olá crianças!-Essa foi a voz de Kamui-san vinda de um fantoche de meia vermelho, que imitava a voz de uma mulher de maneira esganiçada. Luka-san preparava o café de maneira animada, sorrindo como nunca. O que está acontecendo?

 -Maneiro! Os fantoches de novo!-Exclamou Gumi, sentando-se na mesa e passando geléia em uma torrada, com um sorriso terrivelmente sacana em face.

 -Isso mesmo Gumi-chan!-Disse Gakupo-san por meio de outro fantoche de meia com a cor azul, ainda tentando imitar outra voz, dessa vez, masculina.

 -O-O que está acontecendo?-Perguntou Len, tentando encarar Gakupo-san que se escondia por trás da mesa. Notei que ele amarrava o lenço que a tal de Lenka tinha dado pra ele.

Quem se colocou para responder foi Luka-san:

 -Vocês já estão na idade, alguém tem que lhes ensinar... huuum...As coisas da vida!-Sorriu ela, como se tivesse acabado de dizer que passaríamos as férias no Havaí.

 Ele...Não...Está...Fazendo isso.

 -Quando um homem e uma mulher se amam muito eles... -Começou à explicar, enquanto juntava o que seriam as bocas dos bonecos de meia. Sim, ele está fazendo isso.

 Meu rosto corara e eu fiquei encarando o beijo entre os fantoches, Gumi começara a rir descontroladamente, Len tomou uma atitude. Mas não uma atitude legal.

 -Corre!-Gritou, me puxando para fora da casa. Lembra que ele é super-rápido? Pois é... O tapado saiu me arrastando em uma velocidade desumana da nossa casa até o colégio. Ele quase me esfolou viva! Eu fiquei parecendo uma doida no final da corrida. Não acredito que os fantoches tenham sido tão traumatizantes pra ele tentar matar a irmã.

 -Desculpa!-Pediu ele mais uma vez. Não! Estava determinada a ignorá-lo por um tempo.

-...

 -Desculpa vai!

 -...

 -Você já conseguiu se arrumar de novo... Pra quê esse gelo todo?-Argumentou ele.

 -...

 -Rin!-Pediu mais uma vez, com um tom mais grave.

 Lembrei-me que tinha acabado de perder ele, então não era legal ficar de mal com o Len.

 -Tudo bem, está desculpado!-Disse, me virando pra frente do meu irmão com um olhar sério, apertamos as nossas mãos em sinal de paz. O corredor era um lugar pacífico agora.

 No caminho para a sala, acenei para Miku e ela me devolveu, com um sorriso simpático. É tão bom poder falar com ela novamente.

 Entramos na sala e sentamos em nossos lugares, pude escutar alguns burburinhos que corriam pela classe. “Eu soube que chegaram alunos transferidos  hoje! E  eles vem para nossa sala!” .“Ehhhh? Sério? Espero que tenha algum garoto bonito...” Cochichavam duas garotas que se sentavam algumas carteiras atrás de mim. Não dei muita importância, estava como sono, baixei a cabeça sobre a mesa me apoiando em meus braços e esperei o sinal tocar para que o professor entrasse:

 -Bom dia classe! Hoje recebemos mais dois alunos, eu sei que é muito corrido a essa época do ano, mas, por favor, sejam atenciosos!-Anunciou o professor Kiyoteru, ainda da porta, fazendo sinal para que os alunos entrassem. O primeiro que entrou foi um garotos com cabelos loiros despenteados e usava presilhas pretas na franja, que davam um ar rebelde, olhos azuis claros e pele alva, tinha um sorriso debochado nos lábios e um jeito desleixado, a gravata estava frouxa em seu pescoço. A garota veio atrás dele, cabelos loiros presos em um rabo de cavalo por um laço branco, características idênticas as do irmão, contudo, ela tinha um sorriso educado e um ar amável e responsável, seu uniforme era impecável. Lógico que eram gêmeos, mas me pareciam muito familiares. Ambos andaram até o meio da classe, olhando para Kiyoteru-sensei que fitava algo em sua planilha, empurrou os óculos com os dedos e olhou de mim e Len para ambos, meticulosamente, depois disse:

 -Tudo bem... Podem começar a apresentação!-Falou, sentando-se em seu lugar.

 - Kagamine Rinto... - Resmungou com uma face entediada, enquanto segurava a bolsa por trás do ombro com uma mão.

Escutei algumas garotas murmurando entre si, mas não consegue distinguir o que elas diziam.

 -Kagamine Lenka... Espero que possamos nos dar bem!-Exclamou, corando um pouco ao fazer uma pequena mesura. Nota-se a diferença de comportamento entre os dois.

 Seguiu-se um momento e algumas pessoas murmuravam algumas coisas.

-Sim... Utatane-san?-Disse Kiyoteru, dando atenção ao garoto atrás de mim que provavelmente levantou as mãos a fim de fazer alguma pergunta. Caso não tenham percebido, estou me esforçando muito para ignorar o Piko, então não fiz menção de olhar para ele como todo o resto da classe.

 -Eles têm algum parentesco com Rin-chan e Len-kun? Porque vocês sabem... O nome Kagamine... -Começou ele, com um tom de voz ridiculamente inocente. Apesar de ter tentado ignorar o que ele dizia, tinha um ponto válido, Kagamine é o meu nome afinal.

 Lenka deu uma cotovelada no irmão, como se fosse a vez dele explicar alguma coisa, esse suspirou pesadamente e falou de má vontade:

 -Cara... Algumas pessoas têm o mesmo sobrenome, não é como se eu fosse parente dessas pessoas aí ou coisa do gênero...

 -Mas vocês são muito parecidos... -Contra-argumentou Piko, sua voz já soava menos simpática, ora, porque esse idiota faz tanta questão de ficar discutindo isso?

 -Ah! Só porque algumas pessoas têm o mesmo sobrenome e são um pouco parecidas não quer dizer que elas sejam ligadas ou coisa do gênero... -Disse Lenka, ela parecia que ia começar um longo discurso, mas foi interrompida.

 -Não... O utatane-san tem razão! Vocês não se parecem  só “um pouco”! São quase “quadrigêmeos”! Além do mais... Onde já se viu dois casais de gêmeos iguais e com o mesmo sobrenome?-Se exaltou um garoto, batendo com as mãos na carteira.

 -Bom...Isso é...-Murmurava Lenka, mexendo com as mãos nervosamente e tropeçando nas palavras. Seu irmão apenas abriu o sorriso e ficou observando a cena.

 -Tem mais! Os nomes são parecidos e até o jeito de prenderem o cabelo!-Exaltou-se outra colega, apontando para ambos acusadoramente.

 Começou uma série de murmúrios na classe, alguns olhares se prendiam em mim e em Len apenas para passar pros novos gêmeos. Tenho que admitir que até eu fiquei nervosa com aquela situação.

 Mas espere... Lenka e Rinto? Não são esses os dois estranhos que teriam trazido Len e Miku de volta pra nós? Bom, de toda forma, aqui já estuda a Rainha de Copas... Se não quiserem nos matar. É lucro.

 -JÁ chega!-Gritou Kiyoteru-sensei.Me assustei, nunca tinha visto aquele homem gritar sequer uma vez. Todos ficaram quietos novamente e trataram de sentar-se e virar seus rostos para frente- Vocês!-E dito isso, apontou para Rinto e Lenka- Sentem-se em algum lugar... Não quero saber onde... Se virem! Mas sentem!-Coisa que eles fizeram de bom grado e rapidamente.

Quando nossos novos colegas se sentaram, ele acalmou a voz e sentenciou:

 -Se eu ouvir algum pio... Juro... Acabo com todos vocês!-Disse ele, e mesmo com um tom calmo, não foi nada confortante.

 O sinal para o intervalo tocou, e minha barriga roncou de maneira audível, lembrando-me que Len me arrastou pra fora de casa antes que eu pudesse comer alguma coisa. Esperei meu irmão terminar alguma anotação complementar, ele se levantou e nos dirigimos pra saída, a sala estava vazia pela rápida dispersão de alunos que ocorre sempre que o sinal toca.

 -Ora, ora... Se não são nossos gêmeos perdidos!-Ouvi uma voz, em tom de brincadeira, o sorriso debochado estava nos lábios de Rinto novamente.

-O que ele quis dizer é... Será que podemos sentar com vocês hoje? Oh! Que bom Len-kun! Está usando o meu laço!-Lenka disse a última parte depois de olhar pro pulso de Len, que tinha a fita de cabelo dela amarrada.

 -É... Você disse que era importante... Então eu achei melhor fazer assim!-Murmurou ele, cobrindo o pulso com o casaco do uniforme.

 -Isso mesmo! Deve mantê-lo sempre com você!-Alertou- Falando nisso... Rinto! Faça de uma vez!-Ela exigiu pro irmão, em tom repreensor.

 -Já sei... Já sei!-Reclamou ele, retirando um dos seus prendedores de cabelo e colocando na minha mão. Depois ficou me encarando como se esperasse algo.

 -Ehhh... Arigatô?-Arrisquei, agradecendo pelo presente.

 -Será que eu tenho que fazer tudo?- Reclamou novamente, pegando da minha mão e prendendo no meu cabelo, junto com os outros que eu já usava.

 -Nunca... Nunca tire isso!-E dessa vez foi a voz de Lenka, como se fosse a coisa mais poderosa do mundo aquele prendedor de cabelo. Rinto apenas revirou os olhos, como se tudo fosse muito tedioso.

 - E o que é isso?-Perguntei, mexendo na presilha um pouco.

 -É uma câmera secreta, eu sou um tarado e quero ver você trocando de roupa pelo espelho quando você for tomar banho, sabe?-Disse o menino, sorrindo de maneira divertida enquanto olhava pra minha face, que devia estar muito vermelha.

 -Idiota!-Exclamou a menina, acertando uma cotovelada no estômago dele.

 -Ai!-Reclamou, massageando o local com a mão- Tudo bem!Desculpe! É segredo, vai saber como usar... E esse blá, blá todo de escute seu coração! Droga! Lenka! Isso doeu!-Resmungou ele.

Depois disso, fomos até o refeitório, aonde eu tive que comprar meu almoço. Pois Len não me deu tempo de pegar o meu antes de sair a não sei quantos mil cavalos de casa.

 Quando me sentei à mesa, estavam lá Len, Rinto, Lenka, Gumi, Miku e Kaito.Quando me sentei, pude ver que Haku e Neru estavam nos olhando, de uma mesa não muito distante, como se zelassem por Miku. Eu ia convidá-las para sentarem  junto a nós, afinal, a mesa tinha espaço sobrando, quando alguém parou de frente pra gente e ficou nos fitando por algum tempo. Era Piko, com um pequeno arranhão no rosto. Quando eu achei que ele simplesmente ia falar uma coisa muito diabólica, rir descontroladamente e então sair andando... Adivinha o que ele fez? Sim! Olhou para a organização das mesas como se houvesse um problema matemático, e resolveu ele pegando uma cadeira e arrastando para se sentar do meu lado, que era bem de frente pra Len e onde Teto estava sentada antes de ir entrar na fila do refeitório. Eu entrei em estado de choque, apenas fiquei olhando para as reações dos outros, Lenka estava o fitando com certa curiosidade, enquanto seu irmão mostrava seu sorriso de praxe, Gumi estava se segurando para não rir, Miku entrou em petrificação e Kaito estava tentando fazê-la voltar para terra. Agora, Len estava com os punhos tremendo na mesa, podia-se ver a aura negra emanando dele enquanto seus caninos ficavam a mostra. O pior que poderia acontecer era isso, ela estava virando gato de novo. Isso tudo acontecia enquanto Piko bebia uma caixinha de leite despreocupadamente, completamente alheio à confusão que ele próprio havia criado.

 Era uma questão de contagem de tempo. Um... Dois... Três... Já!

 -Seu maldito!-Esbravejou meu gêmeo, pulando no pescoço do albino de cabelos prateados.

 As pessoas encararam de maneira estarrecida a nossa mesa no momento em que isso aconteceu, Piko apenas mantinha o sorriso calmo enquanto meu irmão arranhava  ele e apertava seu pescoço e emitia aqueles sons que os gatos fazem quando estão brigando. O rabo e as orelhas de gato começavam a se projetar.

 No momento em que Len estava prestes à cravar os dentes na perna de Piko, que não fazia absolutamente nada pra se defender, além de sorrir, algumas pessoas decidiram tomar providências antes que se formasse uma roda com pessoas gritando “Briga! Briga! Briga!”.

 -Guerra de Comida!-Gritou Rinto, rindo de maneira contagiante enquanto acertava onigiris nos rostos de outros alunos que continuavam com a guerra de maneira excitada acertando o rosto de outros, que revidavam e por aí seguia o círculo vicioso. Eu e Lenka corremos para separar as unhas de Len da cara de Piko (que quando o fizemos, não parecia ter levado uma surra ou perdido o rosto...Estranho!) , Teto apareceu correndo, esquivando de pratos e alimentos, e enfiou um muffin dentro da boca de Len, forçando uma mastigação, ele havia voltado à ser totalmente humano de novo.

 Para causar maior confusão e distrair as pessoas de olharem pro nosso estranho grupo, Lenka retirou seu sapato e jogou no alarme de incêndio, atingindo-o com a precisão de um arqueiro, as pessoas começaram a correr desesperadamente. Rapidamente, o diretor chegou e acabou com o cenário pós-apocalíptico. Já viu um refeitório inteiro de castigo? Pois é... Eu também nunca tinha visto.

 O caminho de volta inteiro  foi desculpas por parte de Len pelo fato de ter se descontrolado e atacado Piko hostilmente e Gumi rindo ao se lembrar de como tinha sido muito divertido, o céu alaranjado anunciava que o sol ia embora.

Quando chegamos a casa, já havia anoitecido, e como era de se esperar, Len já estava com orelhas e rabo de gato. O que não era nada bom. Deus! Quando meus dias se tornaram tão difíceis?

 Nós três engatinhamos em silêncio, a casa está escura, imaginamos que Luka-san e Gakupo-san estavam no quarto, corremos para o meu quarto e de Len e fechamos a porta atrás de nós com alívio, mas sem trancá-la. Eu enfiei a cabeça no guarda-roupa, procurando um chapéu ou algo que cobrisse as orelhas de gato dele, o rabo nós conseguiríamos esconder com mais facilidade.

 -Nee...Lenny! Deixa-meeu montar em cima de você?-Pediu Gumi. O que essa garota tomou ultimamente?

 -Ehhh? Por - Por que você quer montar em mim?-Indagou ele, confusamente.

 -Por que você não é super-rápido? Eu queria ver! Parece divertido!-Argumentou ela, sorrindo de orelha a orelha. Nesse momento eu já tinha parado de procurar o chapéu pra ver o que sairia disso.

 -Eu... Eu acho que agora não é o melhor momen...-Não teve êxito em terminar a frase.

 -Vamos Lenny!-Gritou Gumi, pulando em cima dele e gritando pra ele correr mais rápido, Len já estava de quatro no chão, eu ri um pouco, mas me lembrei que ele estava machucado, podia-se perceber pela face sofrida, então eu tentei tirar a Gumi de cima dele.

 -Gumi! Sai daí!-Pedi, tentando forçá-la á sair de cima dele, o que evidentemente não funcionou, tem uma diferença considerável do meu tamanho pra Gumi.

 -Não! Porque eu tenho que sair? Depois é a sua vez Rinny!-Falou, fazendo biquinho, eu já estava forçando meu corpo contra o dela. O que foi uma má idéia, porque eu também tava em cima do Len. O que não era boa notícia para as costas dele.

 -Gumi... Os... Machucados!-Murmurei, enquanto ainda tentava empurrá-la.

 Ela pareceu perceber a mensagem e tentou sair bruscamente, derrubando nós três no chão.

 -Agora vocês não escapam e. -Esse foi Gakupo-san, praticamente arrombando a porta com o é, trazia os fantoches de meia um em cada mão e Luka-san estava atrás dele com um grande livro, escrito na capa estavam os nomes“Educação Sexual”, ambos olhavam pra nós estarrecidos.

 O que eles viram? Fácil;

 Eu e Gumi sobre Len, que gemia bastante e usava nekomimi.

 Por favor, não desconfiem de mim... Eu sou pura! Apesar de não poder falar por Gumi.

 Separamos-nos bruscamente, cada um numa extremidade do quarto.

 -Acho que... Vocês não precisam aprender nada... -Murmurou Gakupo-san, saindo do quarto com o rosto corado.

 -Nada disso!-Falou Megurine-san, com voz severa e pegando o marido pela gola, fechou a porta estrondosamente com o pé e nos olhou com meticulosidade.

 -Podemos explicar!-Exclamei, em pânico.

 -Acho bom!-Disse com um tom frio-E me explique também o porquê do rabo e as orelhas de gato se mexerem! E não finjam que não aconteceu... Eu vi!-Esbravejou, andando de um lado para o outro. Olhe para Len, ele apenas me encarava com uma face que dizia “Acabou,h ora da verdade!” respirei fundo, Gumi não parecia ter uma idéia, Gakupo-san me encarava com uma cara de “O que vocês fizeram é errado!”. Ele era o único que ainda não tinha percebido a extensão da gravidade da situação.

 -Então?-Indagou Luka-san, batendo com o pé nervosamente no chão. Ela é uma mulher amável, mas sabe como ficar nervosa.

 Tomei fôlego.

 -É o seguinte! -Comecei a explicar com cabeça baixa. Contava tudo, desde os sonhos, desde o sumiço de Len, tudo que escondíamos deles. Ambos nos olhavam com uma face séria. Quando terminei, fitei o rosto deles aguardando uma sentença.

 Quando você conta uma verdade apenas deve esperar que acreditem nela.

 Continua...