Pov: Autora.

Annabeth estava de cara com a verdade, mais uma vez, essa era  hora certa para contar para Percy toda a verdade, mais parte dela ainda não tinha forças para encara-lo, suas pernas tremerem e ela teve de procurar mais ar, pois o que tinha em seus pulmões saiu assim que Thalia começou a pressiona-la a contar. Sabia que tinha de fazer isso, Helena estava em perigo e eles, só eles, poderiam ajuda-la, antes que pudesse ser tarde. Ela olhou para todos os lados á procura de ajuda, mas não encontrou. Sua única alternativa foi correr para longe deles, e assim ela fez, correu até o que antes era a sua sacada, com as plantas todas mortas e a areia jogada para fora dos vasos, aquele já fora o lugar favorito das duas, ambas conversavam, brincavam e observavam a cidade que nunca dorme nos seus momentos mais calmos. Ela apenas queria a filha de novo, segura, ao seu lado, para que ambas pudessem fazer o que costumavam fazer antes. Mas não seria assim tão fácil, não é? Nunca é.

Percy, Thalia e Nico estavam parados, olhando um para o rosto do outro, mal se podia dizer qual estava mais assustado, é claro que Thalia e Nico esperavam que Annabeth contasse e uma vez, mas ela estava tão frágil no momento, eles não poderiam imaginar como ajuda-la, isso ela teria de fazer sozinha, já é uma garota grande, pode fazer isso, certo? Mas Percy necessitava mais que tudo saber a verdade, mas contar era missão de Annie, eles não podiam interferir nisso, por mais que quisessem acabar logo com os segredos, algo assim não pode ser dito rapidamente, como se tira um curativo, precisava ser devagar, e Annabeth precisava de tempo. Mas e se ela não tivesse todo esse tempo, a cada minuto que passa Helena pode estar pior, a cada minuto que passa pode estar sofrendo, não podia mais esperar, Annie não podia passar mais um minuto sem contar para Percy o que ele precisa saber.

- Percy. –Disse Thalia agitada. –Vá atrás de Annabeth, e só saia de lá quando ela lhe explicar tudo que você tem que saber.

-Mas... –Ele estava muito confuso.

-Por favor, na me faça perguntas, só saiba logo da verdade, e se ela tentar fugir... Sei lá você é um semideus, de seu jeito.

-OK. – Assim Percy foi procura-la.

-Será que dessa vez ele fica sabendo? –Nico perguntou virando-se para Thalia.

-Tomara que sim, precisamos deixa-los, por ora, vamos esperar.

Percy foi até a sacada, e encontrou uma Annabeth chorando compulsivamente e tremendo, ela estava horrível, mal podia crer que aquela era a garota forte por quem se apaixonara, na verdade era só que Annie não costumava mostrar seu lado fraco para os outros, poucos conheciam aquela Annabeth, que chorava de noite e sentia mais medo do que demostrava, mas ele se apaixonara por ela, ainda se lembrava de como ela era realmente, sempre tentando ser muito forte, mas sempre tinha um momento que ela desabava, e esse era o momento, ele apenas queria abraça-la, mas não podia muito tempo se passou, nada é mais como antes.

Pov: Annabeth.

Mas que estupides, eu não deveria ter corrido, mas não sei o que podia mais fazer, a verdade vaio me confrontar e eu não tive para onde ir, sei que tenho de contar para ele, pois provavelmente não conseguirei achar Helena sozinha, mas... Deuses é tão difícil! Ele virá aqui, eu sei disso, vai procurar a verdade e eu terei de contar, sem hesitar. Sei que ele vai me odiar por ter escondido uma filha dele, mas... Eu necessito de ajuda, preciso dele e Helena também. A minha mentira se estendeu por tempo demais, não há mais para onde correr ou se esconder, hoje, as dividas do passado serão reveladas.

-Annabeth. –A voz de Percy indicava que ele estava preocupado.

-Percy... Eu tenho de te contar uma coisa, mas... Promete que não... Que não vai... –nunca tente falar e chorar ao mesmo tempo.

-Annie, pode me falar, o que eu tenho que prometer?

-Que não vai me odiar...!

-Eu nunca poderia fazer isso... – ele meio que sussurrou para mim.

-Vai sim, eu sei disso.

-Me diga. – ele ainda estava calmo.

-A Helena...

- O quem tem ela? – Ele pareceu surpreso.

-Ela...

- Ela o que? – ele estava começando a ficar nervoso.

-Ela é... Sua... Filha... – as palavras saíram ásperas da minha boca, eu senti meu corpo tremer e  cabeça doer, eu ainda tinha lágrimas nos olhos, eu não queria brigar com ele outra vez, não agora, era a minha filha que corria perigo e eu necessitava da maldita ajuda dele.

Ás vezes coisas ruins acontecem com pessoas boas e nem sempre isso é justo com elas. Algumas pessoas passam por coisas terríveis, afim de que para elas, é reservado algo melhor, mas para algumas pessoas coisas muito ruins acontecem para provar a elas que fizeram coisas erradas, geralmente isso é chamado de punição, mas e quando nem todas as pessoas merecem ser punidas? E se houverem inocentes? Pergunto-me se a culpa não é minha, e se Helena está passando por isso, por causa de algum erro que cometi. Sinceramente, não sei no que acreditar de repente o fato de eu ter ocultado um pai da vida da minha filha fez com que desencadeasse uma série de acontecimentos que servirão de lição, quem sabe. Mas talvez, isso tudo esteja ligado a um proposito maior e distante da minha compreensão.  Poseidon e Atena não falariam do que aconteceria se isso não viesse a afetar a vida dos deuses, e eu paro para pensar se o que está acontecendo não seja mais uma conspiração para os deuses ou para os meio-sangues. É por isso que acho que fiz a coisa certa em contar para ele, seria mais um capricho do meu orgulho não contar, mas preciso dele agora, não só para buscar Helena, mas, por mais que eu não queira admitir, ele é meu porto seguro, ainda é a primeira pessoa que eu procuraria o ombro para chorar, sempre que pudesse, mas se passou tanto tempo... Coisas assim poderiam voltar a acontecer? Não quero sofrer outra vez, não quero um coração partido, não quero, em tese, reanimar antigos sentimentos...