Eu não podia acreditar no que estava ouvindo, era impossível Tânia estar grávida, jamais deixei de usar preservativo enquanto estive com ela. Aliás, eu era muito cuidadoso com isso.

- Isso é impossível, Tânia. A gente sempre se preveniu, não há chance alguma disso acontecer.

- Force sua memória um pouquinho, meu amor. Na noite do aniversário da Lauren...

- Aquela noite você tinha me dito que tinha tomado anticoncepcional! -minha voz saiu falhada, eu estava tentando não gritar, não entrar em pânico.

- Mas eu não tomei, Edward! E para de ficar arranjando desculpas! Estou grávida, e se não se casar comigo, eu juro que eu mato essa criança! Entendeu?! Eu faço um aborto, Edward!

Eu estava à beira de um ataque de nervos. Estava completamente confuso, perdido. Agora a questão não era simplesmente convencer Bella, era pior que isso, eu não podia ficar com ela. Estava odiando Tânia mais do que qualquer coisa, ela havia me enganado! De qualquer forma, o filho era meu e eu não podia permitir que ela fizesse nada contra a criança, ele ou ela não tinha culpa alguma.

Bella e Alice voltaram a sala e então Tânia passou o braço por minha cintura, me envolvendo em um abraço. Aquilo me dava nojo. 

- Novidade, garotas! Edward e eu vamos ter um bebê, não é lindo?

- Ah, não me diga que vou ser tia?! Jura? - disse Alice eufórica.

Tirei o braço de Tânia de minha volta e me afastei. 

- Bella, ... - comecei, mas ela levantou a mão, sinalizando pra que eu não falasse mais nada.

- Felicidades ao casal. -  falou ela, sorrindo.

Ela não podia estar realmente feliz, não, ela não estava! EU não estava! Por mais cruel que isso possa parecer, eu não queria aquela criança, não agora, não com Tânia.

- Alice, eu... Vou embora. Depois a gente conversa. – disse Bella caminhando em direção a porta.

Eu não podia deixar que ela simplesmente fosse embora daquela forma, sem nem ao menos me deixar explicar. Sabe Deus o que ela estava pensando nesse momento, mas eu tinha certeza que estava me odiando por dentro, que achava que eu tinha mentido pra ela quando disse tudo àquilo em seu apartamento, mas não, eu não estava. Quis gritar pra todos ali que eu a amava, e somente a ela, que Tânia não era nada, que não era ela quem eu queria... Mas eu não podia. Sabia muito bem do que Tânia era capaz, e eu não daria motivos pra ela machucar o meu filho.

Era estranho pensar assim, "meu filho". Eu nunca havia pensando em ter filhos, eu gostava de crianças, mas quando elas estavam bem longe de mim. Agora isso mudaria, eu seria pai... Não sei bem que tipo de pai, mas com certeza, seria um pai melhor do que o meu era pra mim.

Alice levou Bella até a porta, e então ela se foi. Ela foi embora e eu tive a certeza de que agora as coisas haviam mudado. Depois de tantos anos, depois de acordar e perceber que eu amava Bella... Talvez fosse tarde de mais. 

Bella PVO

Sentia as lágrimas queimarem em meu rosto, minha visão embaçada me fazendo cambalear pelo caminho. Eu não sabia nem pra onde eu estava indo, eu só queria sair dali. 

Não conseguia entender de onde vinha toda aquela dor, aquela raiva... Mas que droga Isabella! Sim, você ama Edward Cullen! 

Eu tentava parar de chorar, reprimir toda aquela angustia, aquela sensação de ter perdido parte de mim de novo. Sim, já havia perdido Edward uma vez e estava acontecendo tudo de novo. Era disso que eu tinha medo, de doer tanto quanto da vez de anos atrás. 

- Bella? - disse uma voz ao meu lado.

- Ah, oi Mike.

Passei as mãos em meu rosto, limpando-o o máximo que eu podia.

- Está chorando?

- Não. Eu estou bem.

- Tem certeza?

- Absoluta.

Ele caminhava ao meu lado, com as mãos nos bolsos. Os cabelos arrumadinhos e a cara de bebê, Mike era um amor comigo. Sabia o que ele sentia por mim, mas nunca fui capaz de correspondê-lo.

- Sei que não está bem, e também sei que não quer falar sobre isso.

Assenti, abrindo um sorriso desanimado.

- Tudo bem. Quer dar uma volta? Só quero te animar, nada demais.

Eu não tinha nada pra fazer, e precisava esquecer Edward, então resolvi aceitar. Não que Mike fosse uma segunda opção, mas ele sabia como me distrair mais do que ninguém.

- Por mim tudo bem. - falei, sorrindo - agora era um sorriso verdadeiro.

- Vem cá, baixinha. - disse ele rindo e me puxando para um abraço.- O que quer que tenha acontecido, só quero que saiba que se precisar, sabe que pode contar comigo. Nem que for só pra chorar por horas e destruir minha camisa favorita. 

- Você é um bobo, não devia ligar para mim. Devia me deixar morrer a mingua. - fiz bico.

- Não, sou caridoso. Pessoas idiotas também precisam de companhia. - brincou ele.

Dei um murro em sua barriga, rindo.

- Palhaço.

Mike beijou o alto de minha cabeça, e então começamos a andar, não fazia ideia de onde ele estava me levando, mas confiava nele. Mike seria incapaz de me desapontar, de me magoar... Ele não era Edward.