Destino escrita por NamiKM


Capítulo 5
Capítulo 5




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O que consequentemente fez meu coração disparar. Meu sangue gelou, fiquei totalmente sem reação. 
― Puxa... Naruto... E-eu também... sinto um carinho especial por você. ― Respondo, medindo cada palavra dita. 
― Que bom... ― Murmurou ele, esboçando um sorriso de canto.
Olho para a janela e avisto Sasuke nos olhando com uma expressão nada agradável. Uma expressão de decepção. O que me fez ficar ferida por dentro.
Levanto-me e fecho a cortina da janela. Sei que em hipótese alguma deveria ter feito aquilo. O que será que Sasuke vai pensar? Ai, Meu Deus!
― Sakura, voltando aquele assunto importante... Eu não estava brincando, o Sasuke é real... 
― Você já me disse! ― O interrompo com um pouco de grosseria. Logo em seguida começo a roer as minhas unhas.
― Desculpa se falei algo errado, é que eu só quero o seu bem, ao contrário do Sasuke. ― Diz ele com a face extremamente fechada. Cheguei a me assustar. 
― Porque tanto ódio? O que ele fez pra você? ― Pergunto a fim de respostas concretas. Arranquei um pedaço de minha unha tão forte que ele voou até a janela, de tanta curiosidade que estava. 
― Olhe Sasuke, você só precisa saber de uma coisa: Ele é capaz de qualquer coisa. ― Disse ele fazendo gestos e movimentos.
― Eu... vou tentar me afastar dele. ― Falei, prestando mais atenção em roer minhas unhas. ― Vou dar uma volta... Até logo. ― Completo, indo em direção à porta. Desço rapidamente, paro em frente à sala de estar, e vejo o quanto estou mudada, o quanto minha vida mudou. Uma nova Sakura estava prestes à nascer.
― Pensando na vida, querida? ― Diz Kushina, cozinhando algo de cheiro muito bom.
― Na verdade sim. ― Sorrio, enquanto coço a parte detrás de meus cabelos rosados. ― Cozinhando o que? ― Pergunto, querendo ser simpática.

― Sopa de legumes para o jantar. Hoje vamos almoçar em um restaurante aqui perto muito bom, você vai gostar. ― Responde ela, experimentando a sopa, para ver se está no ponto.
― Ah, tudo bem. ― Esboço um sorriso forçado. Nunca gostei de almoçar fora, principalmente com quase estranhos. Ver toda aquela gente ao meu redor, comendo e ao mesmo tempo falando, aquele barulho insuportável, que mas parece uma feira. Já havia me esquecido, eles são ricos. Com certeza vai ser um restaurante fino – o que é pior ainda. Nunca soube me comportar em ambientes chiques. É muita pressão, qualquer coisa de errado que faça, todos os riquinhos me olharão com cara de desprezo. De uma coisa eu sei, cotovelos por cima da mesa jamais!
― Gosta de sopa de legumes? ― Perguntou ela gentilmente, enquanto mexia a sopa na panela grande de inox. 
― Sim... Claro... Qu-em não go-sta? ― Gaguejei. Soou muito falso, porque na verdade, detesto sopa, principalmente de legumes. Minha refeição no jantar era basicamente frango frito, pizza ou torta de limão. ― Eu já vou indo. ― Desviei o assunto constrangedor de caldos nojentos com legumes.
Abri a grande porta de madeira escura com o centro de vidro esverdeado, e sentei-me na cadeira de balanço que havia na varanda. A missa de sétimo dia de meus pais aconteceu à alguns dias atrás, mas preferi não ir. Nenhum de nossos familiares foi, pois os mesmos moram no Canadá, e talvez nem saibam da minha existência. Só os velhos amigos fiéis e verdadeiros de meus pais foram... Se fosse, ia me sentir muito mal e culpada; E ia chorar mais ainda. Bem, vou explicar porque meus pais nunca se deram com sua família.

Em 1978, quando eles tinham a minha idade, os mesmos se apaixonaram, só que a minha avó por parte de pai não admitia que meu pai namorasse com nenhuma garota, porque ela sempre quis que ele fosse Padre. E já minha avó por parte de mãe, não admitia que mamãe se apaixonasse por um rapaz pobre feito meu pai. Minha avó sempre quis um futuro de luxo para minha mãe, por elas serem pobres demais. Ela pensava muito alto. O fato era que eles se gostavam de verdade, era amor. Certo dia eles decidiram fugir de tudo e todos, abandonar a família para viver uma linda história de amor. Pegaram seus pertences e foram para os Estados Unidos. Onde alugaram um apartamento e moraram por lá durante muitos anos. Até que no final do ano de 1993, minha mãe descobriu que estava grávida de mim. Foi aí que eles decidiram morar em uma casa, pois precisariam de espaço para me criar. Em 1994 eu nasci. Queria poder dizer que nasci forte e saudável, mas não foi nada disso que aconteceu. No pequeno hospital de Osaka, nasce um bebê – no caso eu – sem chorar. Sim, eu não chorei quando nasci. Os médicos ficaram apavorados, principalmente minha mãe. O que estava havendo afinal? Isso definitivamente não era comum. Foi aí que os médicos me examinaram e descobriram que eu tinha uma quantidade muito pouca de açúcar no sangue. Eles tiveram que dar várias agulhadas no meu pequeno pé. Tive que ficar vários dias internada, pois minha situação era realmente grave. Meu pai quando soube da notícia foi direto para o hospital, passar todos os dias comigo, junto com minha mãe. Foi aí que ele perdeu seu emprego de garçom no principal restaurante da cidade, onde ganhava um salário razoável, que dava para sustentar toda a família. Minha mãe trabalhava de manicure para uma mulher bastante rigorosa. A mesma despediu minha mãe, então ela virou dona de casa. E o pai taxista. Eu mal havia nascido e já causei a maior confusão. Eu sou uma perfeita idiota. E é por isso que minha família não sabe da minha existência.

― Sakura, queria mesmo falar com você. ― Interrompe-me Ino de minhas lembranças más do passado. 
― O que foi, Ino? ― Pergunto, levantando-me da cadeira de balanço e indo até a calçada, onde ela estava.
― Bem, você não disse que estava sentindo algo pelo Sasuke? ― Murmura ela.
― Olha, eu não sei direito... ― Respondi um tanto desconfiada. A curiosidade estava me matando por dentro. Afinal, o que ela tinha para me falar?
― É melhor você se afastar dele... ― Diz ela com um olhar penoso. 
― Porque todos dizem isso? ― Quase gritei. As lágrimas estavam insistindo em cair, as prendia com toda a minha força. 
― Apenas por um tempo. Ultimamente ele anda muito revoltado, mas ninguém sabe o porque. ― Fala ela apoiando suas mãos no correio. 
― Não tem como descobrir? ―Coloco a mão no bolso de minha calça jeans, e começo a arranhar de tanto ódio e curiosidade ao mesmo tempo. 
― Preciso ir, o dever me chama. ― Diz ela, correndo em direção à porta dos fundos da casa de Mikoto.
Volto para a casa de Naruto, subo as escadas de madeira e volto para o quarto me arrumar para almoçar fora. 
Puxo a porta de correio do armário branco brilhante, pego minha calça xadrez, minha camiseta preta e minha jaqueta jeans. Vou até o banheiro e os visto. Olho para o meu eu no espelho, e percebo que meu cabelo esta um ninho. Mas a preguiça era tanta que peguei o elástico sobre o meu pulso e fiz um coque desajeitado nos meus cabelos rosados lisos. Calço meus chinelos de dedos e vou até a sala sentar-me no sofá. Sei que essa não é a roupa apropriada para jantar em um local fino, mas, quem se importa? Sou assim e nada vai me mudar. 
― Vamos? ―Fala Kushina enquanto descia as escadas e terminava de colocar uma das argolas prateadas em suas orelhas.
― Naruto não vai? ― Pergunto, levantando-me e tentando desamassar minha calça xadrez.
― Ele já está no carro. ― Sorri ela, passando óleo para cabelo em seus longos e brilhantes cabelos ruivos.

Enquanto andávamos em direção ao carro estacionado em frente à casa, observo Kushina. Ela estava com um vestido até os joelhos bege de seda. O salto de seu sapato era de 15cm. O mesmo era preto brilhante, dava até para ver o reflexo do asfalto por ele. Chegando até o carro, ela sentou-se no banco do motorista e eu detrás da mesma. Naruto estava no banco de carona. 
O caminho fora silencioso. Por incrível que pareça Naruto não falou uma palavra sequer. Na verdade, ninguém falou. Eu apenas observava pela janela à linda cidade que é Tokio. O ar condicionado do carro estava extremamente gelado, nem a minha jaqueta conseguia suportar o frio que estava ali dentro. Alguns minutos depois estacionamos em frente à um restaurante com as paredes de vidro e uma porta automática linda. Meu estomago embrulhou. Entramos e fomos em direção à mesa que Kushina reservou. Um dos garçons de esmoquin e com o rosto inexpressivo afastou a cadeira para sentar-me na impecável mesa redonda.
― O que gostariam? ― Perguntou gentilmente o garçom.
Pensei em falar que queria macarrão com carne moída e frango frito, pelo fato de amar e achar que é comida fina. Mas eu comia isto, então definitivamente não é comida fina. Decidi ficar calada e apenas pedir o mesmo que Kushina. 
― De entrada, gostaria de Foie Grass, acompanhado do Vinagre Balsânico, por gentileza. ― Falou Kushina, observando o cardápio. 
― Vou querer isso também, por favor. ― Falei, tentando ser educada. Como se eu soubesse o que é Foie Grass e vinagre não sei das quantas. Espero que seja gostoso e venha muito, estou faminta.


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