Destino escrita por NamiKM


Capítulo 2
Capítulo 2




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― Sakura? ― Perguntou o tal garoto.
― Sim; Sasuke? ― Sorri.
― Sim. ― Respondeu ele. 
Quando me levantei, olho para trás e vejo Tsunade gritando por mim.
― Tchau, Sakura. Vá em paz. ― Abraçou-me ela.
― Tchau. Gostei muito de você. ― Falei, retribuindo o abraço.
Afasto-me de Tsunade e vou com Sasuke até o estacionamento do hospital. O caminho fora silencioso. O carro Mercedes SLR estava a nossa espera. U-a-u! Esse carro custa em torno de 1 milhão e meio!
Quando encosto minha mão na porta, para abri-la, uma moça muito simpática afasta a mesma e diz:
― Sasuke, seja educado com a Sakura, abra a porta para ela. 
Ele dá a volta no carro, pois estava do outro lado, e abre a porta para mim.
― Obrigada.
Sasuke deu um sorriso fechado e sentou-se no banco de trás do carro. Não tive escolha e sentei-me ao seu lado. Era constrangedor, pois o mesmo parecia não gostar muito da ideia que seria sua nova irmã. Confesso que nem eu estou gostando disso. Obvio. Ainda estou bastante atordoada com o falecimento de meus pais.
― E então Sakura, conte-me um pouco sobre você. ― Disse Mikoto, sentada no banco em frente ao meu, na parte detrás do carro.
― Hm... Eu sou de Osaka, e... bem, minha história não é muito interessante. ― Sorri sem graça.
― Tokio é bastante diferente de Osaka.
― Deve ser. ― Sorri.
― Sakura, querida, não ligue para o Sasuke, ele é tímido assim mesmo.
Fiquei sem reação. Sorri, corada. Sei que é cedo demais para perceber algum tipo de interesse, mas, algo nele mexeu muito comigo.
Depois disto, nenhuma de nós falou mais nada. Ficamos em absoluto silêncio o resto do caminho. Chegamos no aeroporto e sentamos em um banco qualquer, enquanto um dos empregados resolvia as passagens para Tokio. Meu Deus, eu vou morar em Tokio! É simplesmente o meu sonho! Porém não estou tão feliz quanto ficaria à algumas semanas atrás se soubesse disto. Faz quase 2 semanas que meus pais partiram, ainda estou muito mal.
― Vamos, Sakura! Nosso vôo já foi chamado. ― Apressou-me Mikoto.

Fomos em um micro ônibus até o local onde estava o avião. Subimos a pequena escada e entramos no mesmo. Eu, muito inocente, fui procurar o acento 28, que era o meu. O achei e sentei-me.
― Não, Sakura. Seu acento é o 28 da área vip. ― Sorriu Mikoto.
― Ah, claro. Desculpe. ― Falei, toda atrapalhada.
Chegamos lá, e só tínhamos nós na área vip. Havia três sofás enormes, um para cada pessoa, creio eu. Em frente aos mesmos, havia uma mesa de vidro, com alguns objetos decorativos. Sentei-me em um dos sofás, ao lado da janela, bem no canto. Uma dor muito forte dominava todo o meu interior. Meu coração neste momento, esta ferido, e talvez nada poderá curá-lo. As lágrimas insistiam em cair, e eu odiava aquilo. Não suportei a dor, e caí no choro. Chorei como uma criança boba. De repente, ouço um barulho de alguém sentando-se ao meu lado. Naquele exato momento, paro de chorar, suspiro profundamente, limpo meu rosto repleto de lágrimas, e olho para o lado. Me deparo com Sasuke. Sasuke sentou ao meu lado! Dá para acreditar? Ele sequer olhou para mim, sequer falou comigo, e é tão quieto e tímido, mas sentou ao meu lado. É inacreditável. Aquilo me fez esquecer totalmente a razão das minhas lágrimas. O fitei, confusa. Mas ele olhava para baixo, seus cabelos cobriam todo o seu rosto. Engoli em seco. Pretendia falar alguma coisa, mas algo me impedia. A pergunta que não saía de minha mente era: O que fez Sasuke sentar ao meu lado, se havia outro sofá a sua espera? E ele é tão quieto, do tipo que não fala com ninguém... Com certeza preferiria sentar sozinho... 
Fingi olhar para a janela, mas na verdade estava olhando para o Sasuke. Alguns minutos depois, ele vira para mim, ainda com a cabeça baixa, e me olha fixamente. Um olhar misterioso, indescritível. Não sabia como agir, se retribuía o olhar ou se tentava puxar algum assunto, eu não sei.

Voltei a olhar para janela e lembrei-me do motivo pelo qual estava chorando. Como pude esquecer. Olhei ao redor, vi Mikoto com uma moça fazendo seus pés, Sasuke ao meu lado, olhando para baixo, com aspecto de triste. Eu estava com outra família. Eu conviverei com essas pessoas pelo resto de minha vida. Nunca vou me acostumar, eu já tenho 16 anos, não é tão fácil assim mudar de família em um piscar de olhos. Novamente as lágrimas insistiam em cair, não quero chorar feito uma boba na frente do S. Resasukepirei profundamente e pisquei meus olhos forçadamente. Não aguentei e caí novamente no choro. Olhei para o céu, convicta que meus pais estariam lá de cima, me olhando, mas, eu não posso olhá-los... Eu queria tanto estar com eles, tanto. Eu quero os meus pais, quero muito. Eu não vou suportar, eu tenho certeza. Sempre fui muito carente, quem vai me consolar agora? Quem?
Acabei adormecendo, e quando acordei já estávamos em Tokio . Levantei-me do acento e segui Mikoto, Sasuke e os empregados. Fomos em direção à um carro parecido com o outro, cor prata. Entramos e seguimos rumo à casa dos Uchihas. Depois de alguns minutos, entramos em uma rua muito simpática, onde havia várias casas enormes e extremamente lindas, como nos filmes.

O motorista estacionou em frente à casa, e abriu a porta para nós. Mikoto pegou a chave, abriu a enorme porta branca e disse:
― Seja bem vinda, Sakura!
― Obrigada. Com licença. ― Respondi, entrando na mesma.
― A casa é sua! 
Uma empregada apresentou-me toda a casa.
O piso é de carpete cor pêssego, o sofá é enorme, provavelmente confortável, cor bege; havia uma mesa de centro e dois pequenos sofás laterais. Em frente havia uma lareira de tijolos finos e brancos. Do lado estava uma parede branca com alguns quadros, dividindo a sala de estar com a de jantar. Na mesma havia uma mesa enorme de vidro, com a borda de madeira escura. Ao lado estava um balcão de granito preto, dividindo a cozinha da sala de estar. A geladeira é de inox, com uma divisão vertical do freezer e a geladeira. Havia uma mesa intercalada com a parede lisa e branca, também de granito preto, com uns banquinhos simpáticos. 
Avistei uma escada, e quando ia subindo, para procurar o meu quarto, uma das moças que trabalham aqui puxa-me pelo braço.
― Não, querida, o seu quarto é aqui em baixo. ― Fala ela.
― Tudo bem. Desculpa. ― Respondi, confusa. Que eu saiba os quartos são em cima... Mas não vou e não quero questionar nada.
A moça levou-me até o meu quarto. Abri a pequena porta branca e minha primeira reação foi de pura confusão. O piso é acidentado, com várias rachaduras; Não tem cama, e sim um colchão largado no canto do quarto. Se é que aquilo pode ser considerado “colchão”. Para mim é uma grande espuma amarela. Havia um lençol encardido com várias descosturas. Esse quarto consegue ser menor que o meu antigo! Avistei uma cortina azul turquesa; Quando a puxei, vi que atrás da mesma era o banheiro.

― O chuveiro está quebrado, e puxe a cordinha para dar descarga. Mas puxe com força, porque senão não vai! ― Diz uma moça, ao perceber que estou confusa.
Quando ela vai embora, sento-me no colchão, abraço minhas pernas e começo a chorar sem parar. Nem na minha humilde casa era assim. Não que eu esteja me lamentando, eu tenho que agradecer por ter um teto mas... É muito triste estar aqui. Imediatamente paro de chorar, e me deparo com um rato vindo em minha direção. Pego a vassoura da cozinha e dou umas batidas nele, até ele entrar no ralo, que estava aberto. Deve ter sido por ali que ele veio. Tenho que me acostumar, isso vai ser muito comum no meu dia-a-dia. Vejo em minha frente um armário marrom puxado para cinza, com aspecto de velho. Abro-o e vejo se tem algo para vestir. Lá estavam todas as minhas roupas, ainda bem. Pego meu moletom cor oliva e o visto. Subo as escadas sem ninguém perceber-me e abro uma das portas, para ver como o quarto deles era em comparação ao meu. Ouço um barulho de banheira enchendo-se, talvez Mikoto esteja preparando o seu banho. O quarto é enorme, a cama é de casal com um véu fino e transparente encima da mesma. O piso é brilhante, dá até para ver o meu reflexo. Havia um tapete enorme cheio de detalhes incríveis. A porta para o banheiro é de correio com um puxador de ouro. O quarto é impecável. O que está acontecendo aqui? Ela adotou-me para ser minha mãe de consideração, porque durmo naquele quarto lamentável? Minha cabeça estava girando, minha vida não tinha mais sentido algum.

Volto para o meu humilde quarto, e sento-me no chão, pensando em como minha vida havia mudado.
Ouço alguém bater na porta e mando entrar.
― Olá, Sakura. Gostou do seu novo quarto? Fizemos especialmente para você. E para inaugurar, você terá que arrumar o quarto inteiro do Nathan. E a propósito, lá é uma bagunça total, nenhuma empregada daqui conseguiu arrumar por completo. Thauzinho! ― Diz Mikoto, já saindo. 
O que??! Ela me adotou para eu ser a empregada? O que será da minha vida agora, Meu Deus? Enfio meu rosto no colchão e choro desesperadamente. Começo a soluçar e ficar sem fôlego algum. Já chorei tanto, que as lágrimas secaram, não descia mais nada, eu só sabia gritar de tristeza.
― Sakura, se apresse, a vida doméstica nesta casa não é fácil, a dona Mikoto é muito rigorosa. O quarto do Sasuke está a sua espera. ― Falou uma empregada. ― Já ia esquecendo, na lavanderia esta o seu uniforme de trabalho. 
― Tudo bem. ― Respondo, limpando minhas lágrimas.
Levanto-me do colchão, vou até a lavanderia e aviso um vestido preto, no final da manga havia um babado branco, e na cintura um avental com um laço já feito detrás do mesmo. Ao lado tinha uma fita preta e alguns grampos, provavelmente para prender-me o coque. Fui até o banheiro mais próximo e me vesti. Eu estava visivelmente transtornada com tudo aquilo. Fui em direção ao quarto de Sasuke, odiando as lágrimas que ameaçam brotar à qualquer instante. Respiro fundo e bato na porta. Sasuke abre a mesma e se espanta ao me ver daquele jeito.

Será que ele sabe da futilidade que a sua mãe está fazendo comigo?
― Er, sua mãe me pediu para limpar o seu quarto... Posso? ― Falo, totalmente nervosa.
Ele olha para mim com aspecto de ódio mortal, fecha seus punhos, respira fundo e saí dando passos apertados até o quarto de sua mãe.
Fiquei com muito medo do que Sasuke possa fazer, ele parecia muito furioso. Só ouço os gritos vindo do quarto de Mikoto. Por puro impulso decido ir até lá, ver o que está havendo e tentar parar com os gritos. Abro a porta com total cuidado, e fico ouvindo e olhando tudo, sem que eles me percebam.
― Você disse que a Sakura ia ser adotada, e agora está fazendo ela de empregada! ― Gritou Sasuke, avermelhado de ódio.
― A Tsunade disse que vocês eram de confiança, mas, estão me fazendo de doméstica. ― Me intrometi, chorando insuportavelmente. 
― Tsunade? ― Riu Mikoto sarcasticamente. ― Tsunade é minha amiga, e ela sabia que você seria minha empregada. Tudo foi planejado. E você não vai sair daqui mesmo, não tem nem onde cair morta! 
Meus olhos ardiam de tanta lágrima que descia, meu peito doía de tanta dor, eu estava acabada. Um nó enorme formou-se em minha garganta.

― Eu prefiro morar de baixo da ponte à ser humilhada por você. ― Falo, encarando-a com todo o ódio que sou capaz.
Saio dali desesperadamente, entro no quarto pequeno de empregada, do qual eu ia ficar, arrumo todas as minhas coisas, ponho numa sacola de plástico e saio, andando pela bela rua onde se encontra a residência dos Uchihas. Ao longo do caminho, penso em como estou perdida. Chorava durante todo o percurso rumo ao destino
Depois de alguns minutos andando devagar, sinto alguém cutucar-me. Olho para trás e me deparo com um garoto do qual eu nunca vi na vida. Seus cabelos são louros puxado para o louro acizentado, levemente bagunçado; seus olhos são azuis-turquesa e sua pele é branca, com algumas sardas pelo rosto.
― Quem é você? ― Falei, apavorada.
― Naruto Uzumaki, seu vizinho. ― Respondeu ele, fitando-me com seus olhos azuis-turquesa.
― E-e, o que est-a-á fazen-do a-qui? ― Gaguejei.
― Eu vim saber o motivo pelo qual estava chorando. Me desculpe se te assustei.
― É que... É uma longa história... O fato é que preciso sair deste bairro o mais rápido possível.
― Quer que eu te leve para algum canto, onde você possa ficar?
― Sim... Na verdade, não. Eu não tenho onde cair morta. 
― Bom, talvez você poss... 
― Meu bem, onde você estava esse tempo todo? Te procurei feito uma louca. ― Interrompe Mikoto, vindo em minha direção.
― Eu já vou indo, tchau. ― Diz Naruto, dando-me um beijo na bochecha.

― Está aqui o papel que assinei, tomando posse de você. Agora terá de fazer tudo que eu mandar. ― Fala ela, apontando para um papel cheio de palavras.
― Não seja por isso. ― Pego o papel raivosamente e o rasgo no meio. ― Até mais. ― Completo, dando um sorriso irônico.
Eu não tive escolhas, ou fazia aquilo ou minha vida estaria acabada. Fui em direção à casa do Naruto, lá era o único lugar que me restava. Chegando até a mesma, bati na porta três vezes; Depois de longos 8 segundos, Naruto abre-a e me olha com uma expressão confusa.
― Posso entrar? Te conto tudo que aconteceu. ― Falei, abatida, com minha sacola de plástico em mãos.
Naruto não respondeu, apenas afastou-se para eu passar. Sua casa é elegante e bonita, tanto quanto à da Mikoto. Subimos para o quarto do mesmo e sentamos em sua cama; Contei tudo o que aconteceu comigo, sem deixar de fora detalhe algum.
― Puxa, sinto muito. Você pode ficar o tempo que quiser na minha casa! ― Fala ele, abraçando-me.
― É bom ter alguém com quem contar. Ultimamente me sinto tão sozinha... ― Digo, afastando-me dele, com a cabeça baixa.
― Você pode sempre contar comigo. ― Responde Naruto, chegando-se para perto de mim. O mesmo toca seu polegar direito em meu queixo, me olhando fixamente. Seus olhos brilhavam como diamantes.

― É... eu sei... posso contar com você... er... ―As palavras saem atropeladas de minha boca, o que fez me xingar internamente.
Seus lábios curvaram-se em um sorriso torto. Corei imediatamente, sem saber o que fazer ou falar.
― É... O quarto de hospedes está em reforma, então você pode dormir no meu quarto, que eu durmo no sofá da sala de estar.
― Não faço questão de dormir no sofá, pode deixar que eu durmo lá. ― Falo, parecendo mais confiante do que estava à poucos minutos.
― Você dorme no meu quarto e não se fala mais nisso. ― Responde Naruto, com um tom de humor.
― Está bem, se insiste. 
― Vou te deixar um pouco sozinha.. ― Diz ele, saindo de seu quarto.
Finalmente estava só. Queria parar e pensar no quão minha vida mudou. Deitei-me na cama de solteiro macia de Naruto, por cima do edredom preto com listras cinzas. Senti lágrimas brotarem em meu rosto; Rapidamente as sequei. Levantei, peguei a cadeira da escrivaninha e a levei até a janela. Sentei-me e apoiei meus braços sobre a mesma. A janela de Naruto dava para a janela de Sasuke. Logo avistei o mesmo na escrivaninha de seu quarto, escrevendo algo, parecendo bastante impaciente. Queria sair dali o mais rápido possível, antes que ele me veja. Mas algo me dizia para ficar ali, o observando. Meus olhos não conseguiam desgrudar dele, era angustiante. Depois de minutos escrevendo, ele rasga o papel em pedaçinhos e joga janela à fora. Neste exato momento, o mesmo olha em minha direção e dá um leve sorriso torto. Logo em seguida puxa a parte superior de vidro da janela, a fechando. 
Já era final de tarde, observava o sol se pondo. Refletia sobre tudo que aconteceu de lá para cá nesses últimos tempos, com um sorriso leve estampado em meu rosto. Tenho que superar tudo isso e bola para frente!


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