Sombras sobre Sinéad escrita por Dani


Capítulo 4
Festa




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Imaginei que aquele seria meu último pensamento, mas estava enganado, pois os passos cessaram, deixando tudo quieto. No entanto, naquele momento, o silêncio era cruel. O ambiente permaneceu neste estado por muito tempo, até uma voz ruidosa quebrou a quietação noturna:

      - Por aí não, Raven, aí não tem saída, vamos pelo outro lado.

      - Tudo bem.

      Escutei passos afastando-se, rapidamente. Meus músculos relaxaram (muito obrigado, amigo de Raven, por salvar, temporariamente, minha vida). No entanto, ainda não me sentia seguro, pois os homens permaneciam ali. Continuei em silêncio, apenas observando a situação e escutando o que diziam.

      - O que fez com aquela “criança”? Matou-a?

      - Não. Acertei um tiro em sua perna e ordenei Julia levá-la. Talvez essa “criança” possa ser útil.

      - Ouvi dizer que existem mais “crianças” nesta cidade.

      - Pois bem, vamos caçá-las!

      Os homens gargalharam, ruidosamente, e, após isso, retomaram seus passos, afastando-se cada vez mais. Por um tempo, ainda fui capaz de escutar os galhos estalando sob os pés dos sujeitos, permaneci em meu esconderijo até não ouvir barulho algum. Certifiquei-me de que não havia ninguém ali, levantei-me e ajudei Amber a fazer o mesmo. Ela ainda estava assustada e muito pálida, ela disse com a voz trêmula:

      - Não devia tê-lo convencido de vir até aqui. A culpa é toda minha, desculpe-me.

      - Como diz Sartre: “somos amaldiçoados pela liberdade”, ou seja, somos responsáveis pelos nossos atos. Eu escolhi adentrar a esta floresta e, por isso, a culpa de tudo o que acontecera comigo, neste lugar, foi culpa minha. Não quero que você fique remoendo isso.

      - Sim, mas... – começou, mas eu a interrompi.

      - Olhe, veja por este lado: nós dois possuímos a mesma parcela de culpa. Eu por não a impedir de entrar; você por ter me convencido a segui-la.

      - Tudo bem, não vou mais discutir isso – reconheceu. – Mas posso afirmar que me sentiria mais segura naquela situação se estivesse com uma faca como arma.

      - Eu também – concordei. – Bem, vamos voltar para casa, já está tarde e não estou com vontade de levar bronca novamente.

      Ela concordou. Seguimos pelo caminho por aonde viemos, gargalhando ao relembrar os minutos de tensão passados, dos quais, naquele instante, já não eram tão assustadores como foram. Enfim, conseguimos sobreviver ao nosso momento Indiana Jones.

Domingo, o dia mais deprimente e tedioso, do qual poderia existir. Não conseguia vê-lo de outra forma, ele representava o início de toda aquela rotina irritante da qual era submetido. Meu dia, provavelmente, não seria diferente do esperado, as únicas (boas) diferenças: o tempo nublado (do qual gostava) e o fato de que tudo estava quieto, pois Lisa não havia retornado, ainda. Assim, não seria torturado, escutando-a cantar (muito desafinada por sinal) as músicas de Lady Gaga e Katy Perry.

      Pensei em permanecer naquela inércia, deitado em minha cama e viajando ao som de Genesis. No entanto, decidi fazer algo mais produtivo (ainda escutando Genesis): pesquisar. Estava intrigado com muitas questões, como aquela peça de xadrez, as ruínas e o culto; até mesmo aqueles homens estranhos que estavam por lá. Eles comentaram coisas estranhas a respeito de “crianças”. Não imaginei que uma cidade tão pequena possuiria tantos mistérios.

      Assentei-me a frente de meu notebook e comecei a pesquisar a respeito de Sinéad, pois, para desvendar esses segredos, eu precisaria conhecer um pouco da história da cidade. Descobri que o município fora formado por George Stuart e por sua esposa Sinéad Stuart (a quem ele homenageara, nomeando este local com seu nome). Após isso, o site explicava alguns outros tipos de informações como clima, vegetação, habitantes, altitude, localização, entre outras. Até aí, nada de anormal.

      Procurei em outros sites, mas todos continham as mesmas informações, até encontrar um (bem obscuro) do qual falava a respeito de lendas urbanas. Havia uma deste município da qual dizia que Sinéad Stuart era, na verdade, uma bruxa, pois esta afirmava conversar com um deus pagão, do qual ela acreditava que salvaria sua vida. George Stuart começou a desconfiar de sua esposa e, por isso, fora o verdadeiro responsável por assassiná-la (segundo a história “comum” da cidade, Sinéad veio a falecer devido a uma súbita doença).

      Um tanto sinistro, mas poderia ser verdade, afinal, quem construíra aquele altar em meio à floresta? Talvez Sinéad tivesse trazido o culto até a cidade, liderando-os e, desse modo, exigindo a construção de tal monumento obscuro. Pensando mais além, como a seita fora quase extinta, os antigos seguidores desejam reconstruí-la. Isso poderia explicar a presença daqueles homens estranhos em meio à floresta. E as “crianças” seriam os partidários que estão espalhados por aí e precisam ser unidos. A “criança” que levara um tiro na perna pode ter tentado escapar de tudo isso e, por esse motivo, fora punida.

      Tais pensamentos eram completamente sinistros, mas poderia afirmar que cheguei a uma boa conclusão. E, por mais que desejasse esquecer o episódio da floresta, eu não conseguia, minha curiosidade falava mais alto. Assim, minha mente fervilhava criando outras teorias, mas fui interrompido quando escutei alguém bater a porta.

      - Sim? – perguntei.

      - Preciso falar com você, Jimmy – respondeu minha mãe.

      Foi triste ter de desligar o som no meio de “Supper’s Ready” do Genesis, mas precisei fazê-lo. Após isso, abri a porta permitindo que minha mãe adentrasse ao recinto. Esta, por sua vez, assentou-se em minha cama, ao lado de Yuki (minha gata adorava dormir ali).

      - Aconteceu alguma coisa, mamãe?

      - Não. Vim aqui para te pedir uma coisa – disse ela, olhando em meus olhos. – Não quero que você fique perambulando pelas ruas durante a madrugada.

      - Mãe, não precisa preocupar-se, nunca me aconteceu nada.

      - Graças a Deus, mas pode ser que aconteça. Não se pode descartar o perigo, nem mesmo em cidade pequena.

      - Eu sei, mas de vez em quando é inevitável.

      - Por favor... – Ela lançou-me um olhar de profunda tristeza, do qual eu jamais vira.

      - Tudo bem, mamãe... – concordei abaixando a cabeça.  

      Dona Marisa afagou meu cabelo negro e desgrenhado, lançou-me um sorriso, mas não foi capaz de esconder sua tristeza com tal gesto. Ela saiu do quarto, deixando-me apenas com Yuki e meus pensamentos.

      Aquilo me fez sentir preocupado, muito preocupado. Jamais avistara minha mãe com aquele olhar melancólico e algo me dizia que ela não falaria comigo a respeito. Enfim, mais uma coisa em minha lista de “coisas a pensar”.

A aula, como sempre, estava tediosa, precisava encontrar alguma coisa com a qual pudesse ocupar-me. Observei a sala, assim como fizera em meu primeiro dia, mas já não havia nada novo, exceto pelo fato de que Susie faltara.

      Remexi em minha mochila em busca de “As Intermitências da Morte”, no entanto, algo desvira minha atenção: a peça de xadrez. Como fora parar ali? Não me recordo de tê-la colocado naquele lugar. Retirei o peão e fiquei a analisá-lo, atenta e discretamente, com os dedos e olhos. Ainda me perguntava por que, por que tal objeto viera parar em minhas mãos?

      Esta peça de xadrez pode ser uma metáfora bem terrível: como se isso fosse um jogo do qual eu estivesse na posição de peão e a mercê do rei (criador de tal brincadeira). Pela coloração do objeto (dourada), também era capaz de inferir que, apesar do “baixo posto”, eu possuía um papel fundamental. A ideia da qual aquilo poderia representar traquinada não abandonava meus pensamentos. Minha teoria baseava-se ao fato de que algum vizinho gostava de pregar peças e nada melhor do que a “carne fresca” (eu, por ser novo na cidade) para fazer uma brincadeira. Talvez a grande questão não fosse “o quê”, mas “quem”.

      Permaneci refletindo a respeito durante todas as aulas restantes, pois deveria aproveitar o momento em que minha mente estava fervilhando com milhares de pensamentos para fazer tais teorias. Contudo, fui interrompido ao final da aula, quando Luke viera a meu encontro.

      - Hello, Terra chamando Jim.

      Demorei alguns instantes até responder:

      - Sim?

      - Aonde você foi desta vez? China? Japão? – Ele sorriu. – Pare de ficar viajando por aí, Jimmy!

      - Acho que desta vez fui além deste universo, viajei até outros mundos! – continuei a brincadeira.

      - Só você mesmo! – exclamou ele. – Mas volte até este mundo, pois preciso te contar algo importante.

      - Prossiga.

      - Domingo é aniversário do David, mas estávamos pensando em fazer uma surpresa a ele no sábado. Você vai querer ajudar? Vai ser divertido! – Um sorriso malicioso formou-se em seus lábios. – Você poderá levar sua namorada...

      - Namorada...?

      - Não adianta tentar esconder de mim. Sábado eu estava na praça quando o vi passar de mãos dadas a uma garota ruiva e muito gata!

      - Não somos namorados, ainda. Estamos ficando.

      Luke deu de ombros.

      - Tanto faz... mas pode levá-la, apesar de achar que Jenny não ficará satisfeita.

      - O que tem a Jenny?

      - Acho que ela gosta de você. – Ele fez uma pausa. – Ela também te viu e, após isso, ficou emburrada.

      - Nunca imaginei que ela gostasse de mim...

      - Bem, é uma suposição minha. Pelo menos agora você não ficará em meu caminho, já que arrumou namorada.

      - Hã?

      - Vou tentar ficar com a Jenny na festa de sábado – afirmou Luke.

      - Boa sorte.

      - Bem, preciso ir. Até mais – despediu-se.

      Eu sei, ele é louco!

A semana fora se passando lentamente, mas, pelo menos, nada de anormal acontecera. A única coisa incomum era: a demasiada e súbita preocupação de minha mãe com relação a algo do qual desconhecia. Além disso, ela parecia cansada, como se passara algumas noites acordada. Seria trabalho? Creio que não. Precisava tentar descobrir o que estava acontecendo e ajudá-la o quanto antes.

      Lisa também notara tal mudança e ficara preocupada. Tentamos debater a respeito da situação e conversar com nossa mãe, no entanto, ela dizia que estava sobrecarregada com o trabalho. Contudo, algo me dizia que aquela não era a razão.

      - Aposto que a culpa de mamãe ficar assim é sua! – ralhou Lisa. – Deve ter aprontado no final de semana que fiquei fora!

      - Não aprontei, não, Lisa. Não quero que me culpe sem saber de nada! – respondi.

      - Você deve ter bebido muito, você sabe que mamãe não gosta disso, sabe que é ruim e continua fazendo!

      - Você não deveria falar daquilo que não sabe – disse. – Aliás, se não quer acreditar em mim, não posso fazer nada, afinal, não devo satisfações a você.

      Rumei até meu quarto, irritado. Odiava ser culpado por aquilo que não fiz. Minha mãe pode ter me avisado para não perambular durante a madrugada, no entanto, aquilo não era motivo para tanto, uma vez que eu estava obedecendo-a. Eu quase entrara em uma enrascada no sábado a noite, entretanto, aquele episódio não foi de conhecimento público (dona Marisa não faria pouco caso se tivesse ficado sabendo).

      Abracei Yuki enquanto imaginava o quanto Lisa me perturbará o resto da semana. Até ela não encontrar outra explicação, ela continuaria a culpar-me. Aquilo era demasiado irritante! Enfim, a única coisa da qual poderia fazer era: esperar que aquilo passasse logo.

Sábado finalmente chegara. Aquela semana fora demasiada exaustiva, problemas demais dentro de casa, acabando com as minhas energias dedicadas a entender minha mãe e aguentar as perturbações de Lisa. As únicas coisas das quais me acalmavam eram: Yuki, meus amigos e Amber. Talvez a festa para David ajudasse-me a esquecer as conturbações em minha mente, pelo menos, por um momento.

      Não faltava muito para a festa, por isso, já estava arrumando-me. Quando adentrei em meu quarto, minha gata, a qual estava acomodada na janela observando lá fora, começou a miar ao escutar meus passos. Ela parecia chamar-me e, por esse motivo, fui atendê-la.

      - O que foi, Yuki? – perguntei ao recostar-me a janela ao lado dela.

      Ela continuou miando.

      Tentei observar o que ela estava querendo mostrar-me. No entanto, o jardim estava obscuro pelo céu noturno e pela neblina. Tive de usar de minha audição para perceber o que Yuki indicava-me. Escutei passos na grama do jardim da frente. Havia alguém ali e era isso que minha gata queria mostrar-me.

      Desci as escadas e rumei até o jardim, apressado. A neblina dificultava, um pouco, a visão, porém percebera que já não havia ninguém lá. Yuki permaneceu na janela, miando, tentando indicar-me algo. Comecei a rodear a procura de tal coisa. Já estava quase desistindo quando pisei em algo duro do qual não parecia o formato de uma pedra.

      Assustei-me quando avistei tal objeto sob meu pé: uma peça de xadrez, o peão! Aquilo não seria coincidência, será que realmente havia um psicopata atrás de mim? Novamente coisas estranhas ao meu redor!

      Peguei-o do chão e comecei a analisá-lo. Era semelhante ao que eu havia recebido, exceto pela cor prateada, a ferrugem e a sujeira. Minha mente fervilhava tentando entender a situação, no entanto, pensava que poderia enlouquecer antes de chegar a tal façanha.

      Enfim, não havia tempo para pensar, pois precisava arrumar-me para a festa. Além disso, prometera a mim mesmo que, durante aquela noite, não me preocuparia (afinal, todo mundo tem o direito de um pouco de diversão!). Feito isso, prossegui com meus planos iniciais.

Quando Amber e eu adentramos no salão de festas, a música alta inundara meus ouvidos e luzes piscando feriram meus olhos, dos quais estavam acostumados com a escuridão noturna. Havia mais pessoas ali do que esperava, afinal, David era bastante introvertido. Sim, aquilo era obra de Jon, um cara legal, mas bem famoso na escola.

      Primeiramente, precisava encontrar o aniversariante, entregar o presente e parabenizá-lo. Rumei de mãos dadas a Amber em meio à multidão de adolescentes loucos com o intuito de procurar meu amigo. Demorou um tempo até avistá-lo e, quando o fiz, apressei-me até ele.

      David estava próximo a mesa de comidas e bebidas com cara de surpresa. Provavelmente ainda não conseguia entender a audácia de seus amigos insanos. Ele percebeu minha aproximação e sorriu. Entreguei o presente, parabenizei-o e apresentei-o à Amber.

      - Há quanto tempo vocês estão me enganando? – perguntou ele.

      - Eu, pelo menos, há uma semana.

      - Não acredito! – exclamou ele. – Jamais esperaria uma coisa dessas!

      - Que bom, assim a surpresa funcionou como esperado.

      - Só vocês mesmo! – David estava tão sorridente como jamais o vira.

      Ficamos por um bom tempo conversando, comendo e bebendo (afinal, com nossa posição privilegiada próxima a mesa de comidas e bebidas, não havia como não aproveitar). Após isso, o “silêncio” recaiu sobre nós, mas logo foi quebrado por Amber.

      - Quero dançar.

      - David, vou lá dançar com Amber.

      - Claro, tem de ir mesmo. Vou ver se encontro alguma garota – disse ele.

      Segurei a cintura de Amber e guiei-a até a pista de dança (tudo bem, era um desastre para dançar, mas tentaria fazer o melhor). Tente apenas não pisar no pé dela, pensei comigo. Mas não adiantou, pois fora a primeira coisa que fiz.

      - Ai! – exclamou ela.

      - Desculpe, mas você terá de ter paciência comigo, pois eu não tenho molejo para dançar.

      Ela sorriu e depois disse:

      - É só deixar-se levar pela música. Vou te mostrar.

      Amber conduziu-me com leves e ágeis movimentos em meio à aglomeração de adolescentes (parecia que o colégio inteiro estava ali), seguindo o ritmo da música e tomando o cuidado para não esbarrar em ninguém. Dançamos durante muito tempo.

      Após isso, assentamo-nos a mesa onde Jon, David e duas garotas situavam-se. Talvez aquela não tenha sido uma boa ideia, pois comecei a beber. Não possuía controle de mim quanto a isso, tentava evitar o máximo possível, mas sempre quando iniciara, era difícil fazer-me parar.

      Ficamos um tempo conversando enquanto eu bebia ainda mais. Minha sorte fora que Amber percebera, ela levantou-se da cadeira e disse olhando-me nos olhos:

      - Preciso de um pouco de ar, você vem comigo?

      Pensei por um tempo, pois queria permanecer ali e continuar bebendo, mas não podia deixar o álcool dominar-me e, por isso, consenti. Chegamos ao estacionamento que, por sinal, estava vazio (afinal, a maioria dos adolescentes não sabia dirigir, além disso, aquela cidade era pequena, poucos locais exigiam automóveis).

      Amber recostou-se a parede de tijolos e entrelaçou seus braços sobre meus ombros. Sua expressão era doce e, ao mesmo tempo, travessa, seus lábios vermelhos formavam um belo sorriso. Seus olhos fitavam os meus, como se quisesse perfurar a barreira de minha mente e alcançar meus sentimentos. Palavras não foram necessárias, simplesmente beijei-a, beijei-a como se nunca mais pudesse fazer tal ato.

      Senti os doces lábios nos meus, a macia pele a qual acariciava e o frescor de seu cheiro delicado. Poderíamos ficar ali eternamente, mas, obviamente, seria impossível (sim, apaixonado, você não viverá com seu amor para sempre, por isso, trate de desiludir-se).

      Amber recostou sua cabeça sobre meu peito, escutando meus fortes batimentos cardíacos. Ela parecia uma rosa em meus braços: frágil, bela, atraente, delicada, charmosa, mas que também possuía seu perigo (os espinhos). Por mais que ela tentasse parecer forte, em seu interior havia uma tristeza e uma necessidade de ser protegida das quais ela tentava esconder. No entanto, eu podia sentir e desejava ajudá-la.

      Abracei-a fortemente e recomecei a beijá-la, entretanto, dessa vez, fomos interrompidos por um estrondo.

      - O que foi isso? – indagou Amber.

      - Não sei, mas parece que algo pesado caiu ao chão e bem próximo daqui. Vamos conferir?

      Ela meneou em sinal afirmativo com a cabeça e, assim, seguimos o caminho por aonde viera o som. Demos a volta pelo estacionamento até conseguirmos avistar o portão dos fundos dos salões. Duas grandes latas de lixo estavam caídas e seus conteúdos espalhados pelo chão (o cheiro não estava nada agradável!).

      Também avistei duas sombras paradas a frente do portal dos fundos. Elas tornavam-se mais nítidas à medida que Amber e eu aproximávamos, até reconhecê-las: eram os dois homens dos quais avistara na floresta, no entanto, pareciam muito mais assustadores que antes. Um calafrio percorreu meu corpo, seria medo? Sim, com toda a certeza. Pude perceber que Amber sentia o mesmo, pois tremia em meus braços.

      Perigo, podia pressenti-lo. Minha mãe estava certa, não deveria descartá-lo, mesmo estando em cidade pequena.


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