Depois do banho, nos vestimos e descemos. Quando eu estava na metade da descida, ouvi uma voz conhecida conversando com Peter. Não queria acreditar que ele estava ali, mas continuei, uma hora ou outra eu teria que falar com ele. Apareci na ponta da escada e eles se viraram para me ver, parando a conversa.

– Oi pai! – cumprimentei, indo abraçar Peter. – O que ele faz aqui? – perguntei, apontando para a última pessoa que eu queria ver em minha vida.

– Edward quer conversar com você, pingo. – falou Peter, depois me deu um beijo na testa. – E você precisa escutá-lo.

– Hum... – resmunguei, virando-me para Edward. – O que deseja?

– Podemos conversar lá fora? – perguntou-me.

– Claro. – virei-me para Kenn. – Vem comigo, amor? – a pergunta que fiz foi retórica, porque eu sabia que ele iria comigo de qualquer forma, eu pedindo ou não.

Fomos para o quintal e Edward logo começou a falar, mas não prestei atenção nenhuma nele. Até que o mesmo gritou comigo, atraindo minha atenção.

– Sophia Laylla Keller, estou falando com você! – Edward gritou comigo.

– E eu não quero prestar atenção em você! – gritei de volta.

– Amor, escuta o que ele quer falar. – Kenn falou em meu ouvido. Virei-me e ele me deu um beijo, me virando para frente em seguida.

– Vai prestar atenção agora? – perguntou-me Edward. – É de seu interesse, também. Diz respeito ao seu passado.

– Então fala logo. – soltei, sem pensar.

– Bem... Você deve ter percebido que temos algumas semelhanças... Er... Bem, tenho que te contar uma história. – Edward parou de falar e ficou me encarando por um tempo, e eu fiquei encarando-o de volta.

– Vou falar logo de uma vez: Há vinte anos, mais ou menos, eu me apaixonei por uma humana. Tivemos algumas noites de amor, mas depois minha família e eu decidimos que era melhor nos afastarmos para que ela não se prejudicasse com a nossa presença. – contou ele.

– E o que isso tem há ver com o meu passado? – questionei, cansada de ouvir coisas sem importância.

– Bem... Quantos anos você tem? – perguntou-me.

– 20 anos. – respondi.

– E você se lembra de sua mãe? – continuou. Kenn apertou um pouco o abraço, enquanto eu lembrava como era minha mãe, antes de morrer. Ela estava toda suja, mas dava para ver que ela tinha cabelos castanhos, olhos azuis e a pele era um pouco morena. – Ela, por um acaso, tinha os olhos azuis e os cabelos castanhos, que faziam seu rosto ficar perfeito? – perguntou-me novamente, sem esperar a minha resposta.

– Tirando o fato de que ela estava cheia de terra quando a vi pela primeira e última vez? – fiz a pergunta retórica. – Sim, ela era perfeita a seu modo. Mas de que importa agora que ela está morta?

– Importa o fato de que eu sou seu pai. – falou Edward.

– E PORQUE VOCÊ NÃO A SALVOU? PORQUE VOCÊ FUGIU QUANDO ELA ESTAVA GRÁVIDA? – gritei com Edward, soltei-me do abraço de Kenn e sai correndo, casa adentro.

Kenn veio atrás de mim, depois que falou alguma coisa com Edward, que fiz questão de não ouvir. ouvi a pergunta de Kenn na minha mente, enquanto eu estava arrumando uma mochila para sair. Botei mais uma roupa dentro da mochila, fechando-a em seguida. Kenn me abraçou por trás, me fazendo largar a mochila em cima da cama. Kenn me deu um beijo no pescoço, me fazendo arrepiar. Virei-me, deu-lhe um selinho e sai do quarto, procurando por Peter ou Liza, pela casa. Encontrei-os em seu quarto e logo lhes avisei que Kenn e eu iríamos ficar um tempo fora, com Mia. Eles não concordaram, mas aceitaram. Deram-me um beijo na testa e voltei para meu quarto. Kenn já tinha refeito minha mochila e feito e dele. Perguntou, assim que sentiu minha presença. Disse, enquanto íamos para o quarto dos meus pais. Nos despedimos de Peter e Liza e fomos para a sala, com as mochilas, para irmos para casa de Mia. Pensei exatamente na sala de Mia, abracei Kenn e fechei os olhos. Ouvi um estampido e abri os olhos. Já estávamos na sala de Mia.

Assim que Mia nos viu, veio correndo nos abraçar. Perguntou como estávamos e quais eram as novidades. Mia nos acomodou em um quarto de hospede e ficamos conversando o resto do dia.

Mia: