[Aria Venaro]

-Nos diga onde eles estão. - Simon repetiu novamente, antes de me dar um soco no estômago. Eu cai no chão cuspindo um pouco de sangue, meu dom não me ajudava em nada, pois estava cada vez mais fraca e aquele garoto usava o seu dom contra mim, me impossibilitando de reagir.

-Levante-se maldita, arque com as conseqüências das suas ações. - ele disse pisando no meu braço. Eu gritei de dor aquele filhote de cruz-credo havia quebrado o meu braço, pude ouvir um rosnado alto vindo de longe.

-Seu namoradinho não vai conseguir te salvar. - Simon disse enquanto me pegava pelo braço - sim o braço quebrado- e me colocava em pé. Olhando-me nos olhos.

-Vamos Aria, você é inteligente o suficiente para saber que senão contar ao meu pai onde estão os ovos, você acabará morta. - O rapaz que me seqüestrou disse, ele era filho de Simon?! Isso explicava a semelhança -que eu acabei de perceber- entre eles.

Eu neguei com a cabeça, tentando me levantar, Simon me pegou pelo pescoço me fazendo olhar pra ele, fechei os olhos tentando me concentrar.

"Vamos lá, não custa nada tentar", eu disse em pensamento me concentrando na pior ilusão que eu podia criar, ele queimando e seu próprio filho arrancando sua cabeça. Ele me largou instantaneamente se debatendo para tentar escapar da ilusão.

Então o filho dele reagiu me senti fraca com aquela vertigem tomando conta dos meus membros, cai no chão respirando ofegante, tentando controlar a ilusão. Não adiantou, Simon levantou e pisou na minha coxa direita eu gritei mais uma vez, sentindo o osso quebrar com a pressão, um braço e uma perna quebrada, maravilhoso, não falta mais nada.

-Aria nos diga onde eles estão, uma hora você vai ter que dizer.- Simon disse irritado.

-Fale, agora maldita.- o garoto gritou para mim. Eu neguei com a cabeça.

-Nunca, pode me matar se quiser mas eu não vou lhe dizer.- eu disse, me levantando, apoiando o meu peso na outra perna.

Todos os lobos presentes rosnaram, mas pude ver algo brilhar nos olhos do filho de Simon.

-Pai eu tive uma idéia, já que ela está resistindo as torturas aplicadas à ela, vamos ver se ela fica calada enquanto torturamos o Volturi.- ele disse com um sorriso sádico.

-NÃO- eu gritei, eles sorriram.

-Vá buscá-lo. - Simon disse.

-Simon, por favor, não, ele não tem nada a ver com isso, por favor. - eu pedi.

-Devia ter pensado nisso antes de ter me roubado. - ele disse.

Alguns minutos depois o garoto trouxe Alec e o jogou perto de mim.

-Aria você esta bem, meu anjo?- Alec perguntou, todos os lobos riram.

-O amor é algo tão patético. - Simon disse e agarrou Alec que tentou se defender.

-Não Simon, o solte, por favor, é a mim que você quer, o deixe em paz. - eu supliquei.

Ele riu e começou a puxar o braço esquerdo de Alec. Alec começou a se debater tentando se soltar.

-PARE!- eu gritei, o filho dele me agarrou pelo pescoço.

-Diga Aria, você não quer que Alec sofra não é mesmo?- Simon perguntou sadicamente.

-Não quero ver o seu sangue garota, então aja com inteligência. - o garoto disse rudemente.

-Não acho certo você morrer, garota, por mais que seja minha inimiga natural, não quero ser responsável pela sua morte, provavelmente vou acabar morto, mas vou te ajudar a sair daqui, mas tem que ser rápida, entendeu bem?- ele sussurrou, eu apenas assenti com a cabeça.

- Por que está fazendo isso?- eu perguntei tão baixo que duvido que algum lobo tenha escutado.

-Não sou como meu pai, e também não interessa, quer sair daqui ou não?- ele perguntou, assenti com a cabeça.

-O que preciso fazer?- eu perguntei. 

-Apenas fique parada, quando eu mandar, você e Alec devem correr em direção aos calabouços, empurrem uma porta e vão encontrar os dragões, os use para sair daqui, e os leve para o lugar mais distante que encontrarem, por favor, Aria, faça o que estou mandando, ok?! - ele disse.

-Não consigo andar, minha perna esta quebrada. - eu disse.

-Alec te carregará, apenas use seu dom.- ele instruiu.

- Estou fraca... - eu disse

- Seu dom é criar ilusões físicas e mentais estou certo?- ele perguntou, eu assenti com a cabeça.

-Certo, então crie uma ilusão. - ele disse.

-Não consigo me concentrar, estou fraca, seu idiota. - eu resmunguei, ele disse algo que não consegui compreender.

- Se concentre no que eu vou te dizer e crie a ilusão a partir do que vier a sua mente. - ele me instruiu, eu assenti.

- Eu vou matar toda a sua família começando pela sua irmãzinha. - ele disse, e então a ira tomou conta de mim, ninguém machucaria a minha família e ninguém tocaria na minha irmã.

Usei meu dom e projetei uma ilusão física de fogo, os lobos ficaram aturdidos e Simon soltou Alec, dei um chute na virilha do garoto, com a minha perna boa e Alec correu na minha direção.

-Saiam daqui, vocês tem três minutos, Aria conhece muito bem esse lugar, vão para os calabouços, AGORA!- ele rugiu a ultima palavra, eu o abracei e murmurei um "obrigado" em seu ouvido.

-Saiam rápido. - ele disse e Alec me pegou no colo e começou a correr.

-Leck corra em direção ao corredor, quando chegar ao final vá para a direita e siga em frente até o final, desça pelo lance de escadas até o fim e empurre uma porta, você vai entrar em um cômodo e vai empurrar a parede do lado oeste, depois você vai abrir outra porta e vai entrar em uma espécie de cripta assustadora e vai abrir as duas celas liberando os dragões, vamos usá-los para sair pelo telhado. - eu expliquei a ele, Alec seguiu minhas instruções à risca e chegamos às celas dos dragões, quando eles foram liberados, foi um pouco difícil acalmá-los, eles estavam desconfiados quanto a Alec.

-Está tudo bem ele não vai machucá-los- eu disse, eles parecem confiar em mim e o macho me deixou montar nele, já Alec era outra história.

-Bom garoto. - eu disse enquanto passava a mão em seu pescoço.

-Vamos Alec não temos muito tempo.

-Você acha que ele vai me deixar montar? - Alec perguntou, eu suspirei.

-É fêmea Alec, vamos logo não temos muito tempo, eu que estou com a perna quebrada montei mais rápido que você. - eu disse rindo.

-Como eu ia saber que era fêmea, não sou veterinário. - ele disse sarcasticamente.

-Vamos logo. - ele montou no dragão-fêmea, com um pouco de dificuldade.

-Se segure firme. - eu disse a ele

-Ok, vamos lá. - eu disse e então os dragões içaram vôo, perfuraram o teto e saíram.

-Se abaixa!- eu gritei para Alec.

Nós dois nos abaixamos e pudemos ver vários lobisomens tentando pular para nos alcançar, os dragões começaram a cuspir fogo, incendiando alguns lobisomens. Então eu vi Simon e seu filho nos observando,  garoto tinha um sorriso satisfeito no rosto, enquanto que Simon rosnava para mim. Eu apenas sorri e me segurei mais firme no dragão.

-Temos que ir para algum hospital. - Alec disse.

-Não, primeiro temos que levar os dragões para algum lugar seguro. - eu disse.

-Você está com a perna e o braço quebrados, não vou permitir que continue com dor. - Alec gritou.

-Não estou sentindo dor. - eu gritei para ele.

-Não discuta comigo garota, vou te levar para um hospital, agora mesmo. - Alec disse, enquanto a dragão-fêmea fazia uma curva na minha direção, obrigando o dragão-macho a mudar de direção.

-Vá naquela direção. - Alec instruiu.

Os dragões o obedeceram e nós fomos em direção à cidade.

-Onde nós vamos deixar os dragões?- eu perguntei, e Alec indicou a floresta.

-Desçam ali. - ele disse para os dragões.

Assim que aterrissamos, Alec me pegou no colo e os dragões se esconderam em uma caverna, parecia minúscula perto deles, mas eles conseguiram entrar.

-O que vai dizer aos humanos quando nós chegarmos ao hospital? - eu perguntei.

Ele comprimiu os lábios, parecia estar pensando em uma desculpa.

-Eu não tinha pensado nisso, o que você sugere?- Alec perguntou.

- Dio Mio, você não pensou nem um pouquinho. - eu disse à ele.

-Você também não está ajudando muito Aria. - Alec gritou.

-Diga apenas que eu cai de uma árvore. - Eu disse.

-Ou que uma árvore caiu em cima de você. - ele disse rindo.

-Cale a boca Alec. - Eu gritei enquanto entrávamos no estacionamento do hospital, todos olhavam para mim. Eu olhei para Alec, seus olhos estavam vermelhos, ferrou tudo.

-Seus olhos, eles estão vermelhos. - eu disse, Alec parou.

-E agora? - eu perguntei.

-Que tal uma doença terminal que causa olhos vermelhos e que não tem cura?- ele perguntou.

-Ótimo. - eu disse sorrindo.

- Meu Deus o que houve?- uma enfermeira loura e jovem perguntou a Alec.

- Ela caiu de uma árvore. - ele disse.

- Estou me referindo a você, seus olhos estão vermelhos. - ela disse parecendo preocupada, sei a preocupação.

- Eu tenho câncer em estágio terminal, tenho poucos dias de vida. - Alec disse dando um meio sorriso.

-Mas não parece com câncer, ainda tem cabelo. - ela disse.

-É uma peruca. - eu disse me intrometendo na conversa, eu estava com dor e essa vaca ficava dando em cima do MEU Alec, ela olhou para mim com uma careta.

-Me acompanhe querido, vamos levá-la para o raio-x.- ela disse enquanto dava as costas para nós indo em direção a um corredor sem nenhum paciente.

Suspirei aliviada, depois de tanto tempo, um médico de olhos verdes e cabelos pretos, disse que eu estava com a perna e o braço quebrados, engessou a minha perna e colocou uma tala no meu braço me deu alguns medicamentos para a dor e me mandou pra casa, me desejando uma boa recuperação.

- Vou te levar para casa. - Alec disse.

- E quanto aos dragões?- eu perguntei.

- Vou voltar mais tarde para levá-los para um local seguro. - ele disse enquanto corria para a minha casa.

- Leve-os para Aberdeen, e depois vou levar os filhotes para lá. - eu disse bocejando de sono.

- Ok Aria, agora tente dormir, vou ter de contar para nossos pais o que houve. - Alec disse.

- Eles vão me matar. - eu disse rindo.

-Shhhhh, durma meu anjo, precisa descansar. - Alec disse suavemente.

Cai na inconsciência rapidamente, me afastando dos problemas e da realidade por algumas horas.