-Tens uma voz muito linda minha dama-disse uma voz suave em uma das beiras da varanda...

Rin sentiu seu coração palpitar apressadamente, todavia, não ousou virar-se na direção da voz que lhe dirigia a palavra, sabia quem era afinal como não saberia? Mas ele não podia estar ali, não era seguro, se fosse descoberto estaria a sete palmos do chão. Mas como ele havia chegado aliou melhor como ele sabia chegar ali?...Só se...

-"Kagome..."-Rin balançou negativamente a cabeça. Sua amiga sempre foi impertinente até mesmo durante a infância. Rin sabia que Kagome queria apenas o seu bem, no entanto sua amiga não percebia a gravidade da situação.

Não havia como um Thaishou e uma Higurashi ficarem juntos. Desde pequena isso lhe foi ensinado e possivelmente isso também fora passado à Sesshoumaru. Rin sempre teve uma vida limitada, recheada de regras, etiqueta e deveres. Almejava liberdade de escolha, almejava viver por si mesma. Era por isso que estava tão confusa, logo que, Sesshoumaru oferecia essa liberdade. Receava que sua paixão fosse por esse motivo. Além do mais, ela não era nada, apenas uma garota, não era uma mulher pra qual Sesshoumaru olharia.

-Não devia estar aqui Sesshoumaru

Rin caminhou ficando mais próxima da varanda e ficou a observar o céu.

-Por quê?-perguntou mesmo contrariado com o tom rude da moça

-É muito perigoso e além do mais não sei se nosso relacionamento deve continuar (N/A: Meu Deus parece final de novela mexicana XD)-Rin não ousava olhar para o homem, se o fizesse mudaria de ideia.

Sesshoumaru levantou-se, caminhou até a moça encostando de leve em suas costas e sussurrando suavemente em seu ouvido.

-Saiba meu anjo, que nada que você fale vai diminuir o meu amor por você-por fim esfregou levemente o nariz sobre os ombros de Rin, embriagando-se com o cheiro de sakuras que a garota possuía.

Rin, por sua vez, arrepiou-se, porém conteve-se virando bruscamente para o rapaz.

-Você não entende Sesshoumaru!

-Me explique então Rin, por que você torna isso tão complicado?

A jovem suspirou, a verdade é que não sabia como explicar, nem sabia se era isso o que queria mesmo dizer.

-É justamente porque "Eu te amo" virou uma frase tão romântica quanto "me passa o açúcar” - ironizou a garota.

O rapaz riu levemente

-Então achas que eu não a amo realmente?

-Isso também... Eu acho. -Rin já começara a ficar confusa ainda mais com aquele homem tão perto de si-Acontece que as pessoas apaixonadas tornam-se muitas vezes susceptíveis, perigosas. Perdem o sentido da realidade. Perdem o sentido de perspectiva. Tornam-se nervosas, psicóticas, chatas. Tornam-se, mesmo, assassinas.

Rin se distanciou de Sesshoumaru para que pudesse continuar a conversa.

-Você esta me dizendo que sou louco por amar você?

-Não! Quer dizer...

-Ou que estou apenas te usando?

-Sesshoumaru. Eu... Eu não sei o que há de errado comigo, apenas sei que estou confusa. Eu não aguento isso, tenho perguntas, mas não consigo achar as respostas! Usou! Qual a dificuldade de entender isso?-

Rin caiu no chão e desatou a chorar.

Sesshoumaru agachou-se, abraçou a moça erguendo o rosto da mesma olha-se nos olhos ambares do rapaz, não devia ter sido tão impulsivo, a garota estava confusa, ele devia ajuda-la e não questiona-la.

-Rin, não passam de traidoras as nossas dúvidas, que às vezes nos privam do que seria nosso se não tivéssemos o receio de tentar. Eu também tive minhas incertezas e tenho total entendimento de que isso é uma loucura.

A garota silenciou-se, o rapaz vendo que a moça diminuirá o choro continuou:

-Olhe... A mesma incerteza que a atormenta, também atormenta a mim. Amar é algo que todos conhecem, mas ninguém consegue explicar. Algum tem medo do sofrimento, de serem feitos de bobos e por isso não ousam amar, já outros procuram desesperadamente o amor, pois veem nele a única forma de serem felizes. Por isso estou disposto a provar que não foi mero acaso nós nos sentirmos atraídos um pelo outro. O que sentimos um pelo outro não é mera atração física Rin.

-C-como pretende provar isso?-Rin perguntou entre soluços.

 Sesshoumaru tinha razão, ela estava tentando responder a algo que era quase impossível de se responder apenas olhando por fora, amor não é algo que se aprenda sozinho, e nem mesmo algo que segue regras de aprendizado e conteúdo, cada um aprende o que é o amor do seu ponto de vista, logo, ao explicar o significado de amor cada ser tem a sua própria resposta. E Rin agora se achava disposta a encontrar o seu significado de amor, e sabia que só acharia isso com ele.

-Sinceramente?-sorriu sarcastico o rapaz- Eu acho que só com o tempo saberemos

Então, de repente Rin segurou o rosto de Sesshoumaru e beijou-o. O rapaz surpreendeu-se de inicio, porém depois correspondeu ao beijo aumentando a pressão dos braços sobre a cintura da jovem, colocando a mesma em seu colo, enquanto Rin passava seus delicados dedos por entre as mexas prateadas de seu amado. Ambos almejavam demasiadamente sentir os lábios um do outro. Após algum tempo separaram-se por falta de ar.

-Sesshy... -gemeu a garota em resposta a mordida que o rapaz dera em seus lábios

-Sesshy?- o rapaz arqueou uma sobrancelha, enquanto as faces da garota enrubesciam se dando conta do que havia dito.

-Perdão, é que... Acabou saindo sem querer-respondeu à garota meio envergonhada, o que fez com que voltasse suas vistas para o chão, porém foi impedida pelo homem a sua frente, que após olhar em seu olhos dirigiu-se ao ouvido da moça, antes mordiscando de leve o lóbulo da mesma:

-Eu adorei minha Rin!-disse simplesmente despertando um sorriso radiante da jovem, que abraçou o homem em agradecimento.

Voltaram a se olhar novamente, e não contendo o desejo uniram seu lábios mais uma vez. Apreciando sedentos o sabor um do outro. De repente ouviram a porta de o quarto ser escancarada...

OoooOOooooOooooooooooOooooooOooooOOoooooOOoooooOoooooOOooooOoooo

-Kagome por que Rin não veio à festa?-Kohaku perguntava a jovem que ainda encontrava-se estática com a beleza do jovem que agora pouco esbarara, não, não era Sesshoumaru, mas sim aquele tal de Inuyasha, ah...! Mais que voz doce e que olhos dourados!

-Kagome?-Kohaku balançava a mão na frente dos olhos da garota- Kagome você esta ai?

-O que? Quando? Onde?...Ah! perdão Kohaku. O que havias perguntado?

-Por que Rin não veio à festa...?

-Ahh! É... É......-Kagome mais parecia um pimentão era famosa por ser a pessoa, em que, em hipótese alguma mentiria, apenas se fosse muito serio. No entanto isso é serio não?-é que... Rin não esta se sentindo muito bem...logo decidiu ficar no quarto...-"Ufa" ela tinha conseguido dizer algo convincente.

-Jura? Devo vê-la então-Kohaku correu em direção as escadas, mas Kagome o impediu segurando o seu braço.

-Calma apressadinho, antes faça um favor à Rin. -Kagome estava impressionada, não havia ficado vermelha, nem nervosa, mesmo que agora estava a mentir. Bom talvez esse fosse mesmo um caso sério.

-O que Kagome?

-Pegue uma bebida daquela mesa-disse apontando para a mesa do outro lado do salão bem longe das escadas-Rin me pediu isso, porém acho que é melhor que você leve para ela.

-Mas Kagome por que não posso pegar daquela mesa?-perguntou Kohaku apontando para uma mesa mais perto das escadarias da mansão.

-Oh! É por que Rin é muito supersticiosa, sempre nas festas ela escolhe uma mesa, da qual ira pegar todas as bebidas que tiver vontade na festa-Kagome não sabia se Kohaku iria acreditar afinal essa história de superstição era meio ridícula, não, não era meio ridícula, era totalmente ridícula.

-Esta bem então!-concordou Kohaku para a surpresa de Kagome, que após ver o afastamento do jovem correu em disparada para o quarto, porém para a sua surpresa ao chegar à escadaria Kohaku já estava a subir as escadas laterais e ainda por cima com a bebida nas mãos.

-Como?-Kagome gritou para si mesma, teria de arranjar outro plano, isso se tivesse outro plano. E se ele chegasse ao quarto e os dois estivessem...Mas talvez Rin tivesse trancado a porta, ela sempre tranca... mas espere a maçaneta da porta estava quebrada!!Ai MEU KAMI!!!!

-Kohaku pera ai!-Kagome gritava para o rapaz que subia as escadas.