Acordei com o meu celular vibrando. O peguei no criado mudo e vi que tinha recebido uma mensagem, que dizia algo como:

“Me desculpe Amy. Eu não queria causar problemas. Nem te deixar confusa.” – a mensagem era de Chaz.  Sorri ao terminar de ler, eu responderia depois. Deixei o celular no criado mudo e me levantei. Olhei pro relogio onde marcavam aproximadamente 19h30min. Acho que eu havia dormido demais. Ri sozinha de meus pensamentos. Me ajeitei e saí do meu quarto, desci as escadas e fui até a cozinha procurar por um copo de água.

Parecia que não tinha ninguém na casa. Vi um bilhete na geladeira. Estava escrito:

“Amy, eu e Justin saímos para um jantar a negócios com Scooter. Voltamos em breve. Beijos, Pattie.” – dei de ombros. Pelo menos eu ficaria sozinha em casa por um tempo e agradecia por isso. Não me sentia bem em ver o Justin depois de tudo. Sei lá, posso ser uma bobinha, mas, me sinto envergonhada com tudo isso. Mesmo.

Logo voltei pro meu quarto, peguei meu celular pra responder a mensagem e peguei meu notebook, o colocando na cama e o ligando. Iria me distrair tuitando ou algo assim. Mandei uma mensagem ao Chaz dizendo que tudo bem, que eu também fui uma idiota e fui longe demais com tudo isso. E logo depois, fiz login em meu twitter.

“Estou sozinha em casa. Alguém a fim de me distrair um pouquinho?” – postei isso no twitter e ri. Me sentia um pouco cansada... De tudo, sabe? Precisava de umas férias. Longas férias.

Vi que havia recebido algumas replys. Ri com os comentários daquele povo. Alguns diziam: “Onde está Justin e Pattie?”, “Quer que eu vá aí te fazer companhia?”, “e você está melhor Amy?” e até alguns pequenos xingamentos como: “Ual, só porque é a irmãzinha adotiva do Justin acha que é uma celebridade. Vadia.”

Ri de todos. Achei cada um mais engraçado que o outro. Sou uma garotinha boba, eu rio até do vento.

“Pattie e Justin foram a um jantar de negócios. Quem quiser, pode vir me fazer companhia. Estou melhor e não acho que sou uma celebridade só porque sou irmã do Biebs, ok? Lol” – ri enquanto digitava. Pelo menos aqui eu ria. Suspirei um pouco cansada e fechei meu notebook, quando ouvi algum barulho vindo lá de baixo.

Desci novamente até lá embaixo. Quando cheguei ao ultimo degrau da escada, vi Justin e Pattie entrarem em casa. Sem querer, abri um sorriso, enquanto Justin passava por mim como se eu fosse invisível e com o boné escondendo seu rosto.

Meu sorriso foi embora.

- Está tudo bem, querida? – Pattie sorriu a mim, enquanto colocava a mão sobre o meu ombro.

- Sim. Claro. – a fitei. Não, Pattie. Seu filho é um idiota.

- Tudo bem... Se precisar de alguma coisa, estarei aqui. – ela deu um beijo em minha testa e logo se retirou dali, caminhando até a cozinha.

Eu sentia uma pequena necessidade em ir falar com o Justin, mas, eu não sabia como ir falar com ele. Ele parecia um pouco mal, bem mal.

- Pattie! – gritei por seu nome, enquanto caminhava até a cozinha. Ouvi ela resmungar algo que não entendi. – Hã... Pattie? – me sentei na banqueta do balcão a sua frente.

- Diga, querida.

- E aí, como foi o jantar? – vamos lá Amy... Não é essa pergunta que você queria dizer.

- Foi legal... Muito bom, Justin estava um pouco, quer dizer, muito mal humorado. – ela riu. – Mas, não quis dizer o por que.

- Ele não disse? – fitei minhas mãos que estavam sobre o balcão de mármore.

- Bom, disse que era algo pessoal... – ela parou por um momento e me fitou bem. – Vocês... Brigaram? Discutiram? – era franziu a testa.

- Os dois.

- Me conte.

- Ah, eu... Eu não sei... Melhor não.

- Vamos. Pode te fazer se sentir melhor. – ela sorriu fraco. Pattie era uma boa pessoa, uma boa mãe.

- Bom... Às vezes eu acho que Justin, só quer me usar sabe? E eu... –

- Você o ama né? Eu sei. – ela segurou uma de minhas mãos. – Justin tem esse jeito meio bobo e até um pouco cabeça dura ou... Machista demais, não sei, só que... Quando ele diz que ama alguém, acredite. – ela apertou minha mão e sorriu.

- Obrigado. – sorri de volta.

No momento, eu meio que soube que Justin devia ter comentado alguma coisa com ela. Me levantei rápido e me direcionei as escadas.

- Ah, e o Chaz... – a ouvi dizer e me virei. – Toma cuidado. – a vi piscar e não entendi bem o que quis dizer.

Mas, fui até o quarto de Justin, pra ver como ele estava. Senti minha mão tremer quando eu estava prestes a virar a maçaneta. Engoli em seco e abri a porta rápido, entrei ao quarto e a fechei logo após. Justin estava deitado na cama, fitando o teto e não mexeu nem um músculo quando percebeu minha presença. Se é que tinha percebido.

- O que faz aqui? – ele resmungou.

- Você... Você ta bem? – me aproximei um pouco dele.

- Eu pareço bem? – ele se sentou a cama e me fitou, com um olhar meio vazio. Não sou boa pra momentos assim, eu juro que queria rir.

- Bom... – suspirei. – Acho melhor eu não responder. – ri

- Porque a gente briga tanto, Amy? – ele ergueu os ombros. – Sabe, de 24 horas, gastamos 20 horas só brigando. Né? – ele riu.

- É... Dizem que isso é amor, irmãozinho.  – ri.

Vi um silencio pairar entre nós. Era mesmo verdade. Sempre discutíamos, mas, no final, sempre acabávamos bem e é isso que eu adoro na gente sabe? Que não importa tantas brigas, acho que não podemos negar que talvez... Nos amamos. Justin e Pattie salvaram minha vida e eu devo tudo a eles.

- Sabe, eu... Quero dizer a uma garota, quero mostrar a ela o tanto que eu a amo, mas, eu não sei como fazer isso... – ele abaixou os olhos. Oh, não. – Eu to nervoso, isso nunca aconteceu comigo e... Eu não queria perdê-la, sabe? – ele sorriu de lado.

- E você quer que eu faça o que? – cruzei os braços.

- Me ajuda? Como eu posso dizer a ela o quanto a amo? – Justin, querido, se eu fosse um de seus amigos com certeza estaria te chamando de gay neste momento. Mas, estou achando-o tão fofo assim abrindo sentimentos. Awn.

- Garotas gostam de atitudes. – dei de ombros. – Liga pra ela, ué. – ri

E então, resolvi sair do quarto, antes que Justin me enchesse com mais alguma pergunta imbecil. Fui até meu quarto e me joguei na cama, fitando o teto. Me vi novamente em uma cama de orfanato, pensando quando eu ia ser adotada, se minha mãe biológica iria voltar algum dia e... Olhe só onde eu estou agora. Vivendo, aprendendo, crescendo. Experimentando, descobrindo. Apesar de tudo, me sinto feliz.

Logo ouvi meu celular tocar e o peguei na cômoda. Apertei meus olhos e atendi rápido.

- Alô? – murmurei.

- Amy? – ouvi a voz rouca do outro lado e me levantei rápido.

- Justin?

- Eu te amo. – ouvi ele falar totalmente baixinho do outro lado, quase não deu pra ouvir.

- O que? – ri. Queria ouvi-lo dizer mais auto.

- Eu... Eu te amo. – mais uma vez, quase não ouvi.

- O QUE? – gritei.

- EU TE AMO, CARAMBA! – ele gritou do outro lado e eu só ri.

- Eu te amo mais. – senti que ele sorria do outro lado e sorri também. – Agora, porque não vem até aqui me dizer isso? – ri mais uma vez.

- To indo.

- Ta, então desliga.

Ele não respondeu, só desligou o telefone. Em alguns minutos, ouvi minha porta bater e lá estava ele novamente a minha frente, com um lindo sorriso no rosto.

- Olá garoto que só sabe me magoar. – ri. – Ah, e me usar também.

- Qual é, Amy. Eu não... Não te uso. – ele fez uma careta e se sentou na cama a minha frente.

- Sei... To sabendo. – sorri um pouco irônica. – Ah, então... Porque não me diz aquilo agora? Ao vivo, sabe?

- Aquilo o que? – ele fez cara de duvida.

- Aquilo, idiota.

- O que?

- Para com isso! Você sabe!

- Ah, que eu te amo? – ele riu.

- Isso.

- Não era verdade eu tava só brincando. Eu te amo como uma irmã sabe? – ele riu novamente.

- Como uma irmã? A irmã que você usa todo dia não é? – eu disse rindo e revirando os olhos. – Eu também te amo como um irmãozinho.

- Brincadeira Amy, não te amo só como uma irmã.

- Ok, vamos parar com isso? – tava ficando enjoativo, não é?

- Com toda certeza, futura senhora Bieber.

- Senhora Bieber? – fiz uma careta. Justin riu, e antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, ele me beijou.

Justin me puxou pra ele, fazendo com que eu ficasse deitada em cima dele. E então ele mordeu meu lábio e depois me beijou profundamente. Levei minhas mãos até seus cabelos, enquanto Justin apertava minha cintura. Justin começou a beijar meu pescoço e a saboreá-lo de uma forma lenta. Eu segurei seu rosto, levando meus lábios até os seus, e então, os selei em um beijo longo. Justin, levou suas mãos até minha cintura, e tirou minha blusa com delicadeza. Eu fiz o mesmo, tirando a dele com rapidez.   

- Justin. – sussurrei. – Acho que a gente... –

- Shhhhh. – ele riu e me deu um selinho. – Amy, qual é.

- Sua mamãe está lá embaixo. – ri.

- E daí?

- Como assim e daí?

- Cala boca. – ele riu e me beijou novamente. Não era um beijo tão calmo, e talvez não muito confortável, mas, era doce, era bom e era quente. Ri em meus pensamentos.

Justin deixava suas mãos passeando pelo meu corpo, sua pele em contato com a minha me deixava arrepiada. Desci meus lábios até o seu pescoço e lhe dei alguns beijinhos, era totalmente engraçada e fofa a carinha que Justin fazia.

- Justin, to com fome. – ri e fiz um biquinho. – Vamos lá embaixo ver com a Pattie se tem algo pra gente se alimentar? – pisquei os olhos.

- Já tenho você. Não preciso de mais nada.

- Quem disse que me tem? – franzi a testa.

- Eu disse! – ele riu e lá começou me beijar outra vez.

Em meio disso, ouvi algumas batidas na porta.

- Amy, Chaz quer falar com você. Está no telefone. – ouvi a voz de Pattie do outro lado da porta.

- Chaz? – gritei em resposta.

- Isso mesmo. – ela gritou mais uma vez.

Olhei pro Justin que fez uma cara feia.

- Você vai ir atender? – ele resmungou.

- Claro.

- Por favor, não. – ele deu uma mordidinha em minha bochecha. Eu ri.

- Vou sim. Ele é seu amigo e meu também. – me levantei da cama e vesti minha blusa, logo me dirigindo até a porta.

- Vocês pareciam muito mais que amigos àquela hora. – revirou os olhos.

- Sem ciúmes ok? É você que eu amo.

Ri e abri a porta, Pattie estava ali em frente com o telefone na mão. Quando ela viu que Justin estava ali no quarto também ela nos fuzilou com um olhar um pouco... Furioso. Justin acenou e sorriu pra ela, eu apenas ri e peguei o telefone.

- Alô? – falei.

- Oi, Amy. – ouvi Chaz do outro lado da linha.

- Bem?

- Sim, mas...

- O que quer? – perguntei rápido. Eu não queria ser mal educada ok?

- Hã... Ta a fim de sair amanha noite?

 - Bom... – fitei Justin que estava sentado na minha cama. Ele balançava a cabeça negativamente. Eu ri. Ele nem sabia do que a gente tava falando. – Pra onde?

- Pra onde você quiser, gatinha.

- Chaz, desculpa, mas... Eu preciso de um tempo, ok? – mordi o lábio inferior.

- Entendo. Tudo bem. – ele riu. – E que tal hoje então?

- Não Chaz.

- Depois de amanha?

- Tchau Chaz. Desculpa. – ri. O ouvi falar mais alguma coisa do outro lado e logo desliguei.

Pattie ainda estava na porta, então, entreguei o telefone a ela.

- Comportem-se. – ela nos fitou. – Se quiserem fazer algo, em casa não. Por favor. – ela disse rindo e logo se retirou dali.

- Pode deixar, mãe. – Justin gritou. – Então, vamos sair Amy.

- Não. –praticamente gritei.

- Ouviu o que a mamãe disse.

- Não vamos fazer nada. – me sentei na cama, Justin voltou a se sentar ao meu lado. – Mas, e a Selena?

- Ah, sei la. Terminamos. Faz meses que não a vejo.

- Mentira. Exagero.

- Quase um mês. – ele riu. – E o que o Chaz queria?

- Sair.

- E você disse não, certo?

- Claro.

- VOCÊ DISSE CLARO?

- Não bobo, eu disse claro que não. – ri e dei um tapa de leve no seu ombro.

Ficamos ali, conversando sobre mais algumas coisas bobas e sem sentindo. Sempre me imaginei assim, sentada na cama, em uma noite, conversando com meu namorado ou com a minha mãe. Ou até com a minha amiga. Jogando conversa fora, dizendo como foi o seu dia, o que teve nele de especial. Ah, eu já sonhei tanto. E ainda sonho. Acho que posso dizer que alguns dos meus sonhos se tornaram realidade. Não é?