Memórias de Sirius Black escrita por Shanda Cavich


Capítulo 3
Capítulo 3 - Ordem da Fênix




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Deixei minha casa, assim como deixei o tédio. Com pernas bambas, e braços fortes carregando uma mala pesada, peguei um trem e fui até a casa de Pontas, que ficava próxima a um luminoso bosque no fim da estrada de pedras que contornava a região de Godric's Hollow. Viviam bem, os Potter. A casa era tão grande quanto à dos Black, porém era clara e jovem, cor de serragem. Embora eu tenha chegado lá sem aviso, fui muito bem recebido pela família toda.

Jamais me deixaram faltar qualquer coisa, inclusive companhia, atenção e até mesmo carinho. Coisas que eu não costumava ter, enquanto morei no Largo Grimmauld. Como eu já deveria ter imaginado, minha felicidade não poderia durar para sempre. Chegaria o dia em que descobririam para onde eu fui. Logo, não menos que uma semana depois, atendi as batidas da porta numa noite de chuva, durante o feriado de páscoa. Deparei-me com três bruxos encapuzados do lado de fora. Eram eles Lúcio Malfoy, Bellatrix e Evan Rosier. Bella e Evan me encaravam falsamente felizes, enquanto Lúcio, por mais que tentasse, não conseguia disfarçar seu olhar de nojo contra mim.

"Ah, priminho... Ficamos todos tão preocupados!" – Bellatrix me dera um longo abraço, seguido de beijos nas duas bochechas. Sua voz foi tão sincera, que se eu não a conhecesse, diria que ela falava a verdade. Assim que se afastou, reparei sua escandalosa aliança com o brasão da família Lestrange cravado nela. Uma letra L, implexa dentro da forma de um escaravelho dourado.

"Não pretendo voltar para casa. Se foi para isso que vocês vieram até aqui, podem ir embora." – eu disse, tentando parecer convincente.

"Garoto tolo! Você não sabe o erro que está cometendo ao rejeitar a nós, puros-sangues. O Lord das Trevas o pouparia se soubesse que está do nosso lado." – intrometeu-se Rosier, quando retirara seu capuz, revelando olhos azuis celeste, idênticos aos de Narcisa. – "Sabe, Sirius, já está na hora de você decidir a quem vai ser leal."

No momento em que ouvi a palavra 'decidir', tive a certeza de que tudo aquilo se tratava de uma louca e dramática chantagem. Idéias de minha mãe, é claro. No fundo ela sempre teve esperanças de que um dia eu poderia mudar esse meu jeito rebelde. A proposta havia sido clara. Ou eu voltava para casa, ou me odiariam para sempre. Não fariam questão alguma em me ter por perto caso eu decidisse me opor. Na verdade, alguns até agradeceriam em ter um bom motivo para me matar.

Lembro-me que o caso de minha prima Andrômeda fora diferente. Não a procuraram nenhuma só vez desde que fugira. Um dia depois do ocorrido, apenas ouvi sussurros vindos de suas irmãs, desejando-lhe a morte. Então uma coisa era certa. Se qualquer um dos Black a encontrasse, ela morreria. Os Black preferiam os mortos aos desgarrados. Já eu, ainda tive uma chance. Talvez por ser um dos poucos descendentes homens da geração mais recente. Às vezes penso no que teria mudado se eu resolvesse voltar para casa.

"Não voltarei." – olhei para Bella como se fosse a última vez em que eu a veria. Seu olhar pesado encarou a mim com pena. – "Não sei que tipo de jogo vocês e o Conde Vandernort estão tramando, mas sei que não quero participar!"

"Não é Conde, seu garotinho insolente! É Lord! Lord Voldemort!" – Lúcio finalmente falou, crispando os dentes. Seus olhos cinzentos condiziam com seus cabelos louros e escorridos. Segurava uma bengala detalhada em prata, formando um pescoço serpentino. – "De qualquer forma, o problema será todo seu. Nenhum de nós irá chorar sobre o seu corpo, quando estiver morto."

Os três, juntamente, recolocaram seus capuzes. Logo, seus rostos se tornaram máscaras metálicas expressando feições sombrias. Jamais eu vira Lúcio tão frenético.

"Afinal, de que vocês estão falando?"

"Mate-o, Bella." – a voz fria e arrastada de Lúcio soou por detrás da máscara. "Mate-o."

Para o meu alívio, o diretor Dumbledore aparecera, acompanhado dos aurores Alastor Moody, Frank e Alice Longbottom. Seria Bellatrix capaz de matar a mim? Naquela época, tão ingênuo e iludido como era, eu achava que não. E por mais que nunca tenha admitido, sequer para mim mesmo, eu a amava. Não sei exatamente o porquê, mas amava. "É melhor você ficar longe dela ou arranco sua cabeça, moleque.", disse Rodolfo, quando me viu olhando para sua esposa de modo inconfundível no natal passado. O engraçado é que Rodolfo nunca disse uma coisa dessas a Tom Riddle. Quem dera se tivesse dito. Acho que não sobreviveria para contar a história.

Bellatrix, Rosier e Malfoy aparataram assim que perceberam quem havia chegado. Antes de desaparecerem, Bella conjurou um feitiço desconhecido, o que fez formar a imagem de um crânio verdoso com uma cobra esfumaçada saindo entre a mandíbula.

"Merlin! O que diabos é isso?" – perguntei, realmente espantado.

"É a Marca Negra, Sirius." – respondeu o velho e sábio Dumbledore. – "Quem eram aqueles encapuzados com que você falava?"

"Comensais da Morte, não? É assim que preferem ser chamados pelo que ouvi dizer lá em casa. Minha mãe diz que são boa gente, embora os apelidos sejam hostis. Mas eu não acredito muito nisso não..."

"Sabemos que são Comensais, garoto! São assassinos! Criminosos da pior espécie! Estão reunindo um exército para massacrar a todos aqueles que não descendem de uma linhagem puro-sangue." – disse Moody, segurando-me nos ombros. Nessa época ele ainda tinha os dois olhos. – Queremos que revele o nome de cada um deles.

Apesar de eu ter conhecimento da suposta organização anti-trouxa entre meus familiares, ainda não sabia que todos eles eram assassinos de verdade. Não sabia que colocavam todas as suas conversas em pratica. Senti-me envergonhado, com ódio, e até mesmo temeroso por ter vivido junto deles. Todas as vezes em que minha mãe me incentivava a ter mais contato com Lord Voldemort, que aprendesse a duelar antes do tempo, e que criasse uma perspectiva racista, era apenas por isso. Uma rebelião que acabaria em morte e depravação do mundo bruxo. A risada de meu tio, Cygnos, ainda se atrevia a enfatizar que todas aquelas mortes seriam 'para o bem de todos'.

Basicamente, os Comensais estavam entre as famílias de bruxos mais ricas da Grã-Bretanha. Avery, Lestrange, Malfoy, Mulciber, Rosier, Rookwood e tantos outros com quem eu já tive que dividir comemorações de Dia das Bruxas em minha casa. Quanto à família Black, por enquanto, havia apenas Bellatrix. Mais tarde, Régulo também se tornaria um deles. Incrivelmente, meus pais e tios, apesar de apoiarem a causa, não possuíam a Marca Negra gravada a fogo em seus braços. E por mais que a vontade de entregar todos eles fosse grande, tive de ter um mínimo de consideração. Não sei dizer o que me fez agir dessa forma. Talvez o sobrenome Black estivesse à frente de meus olhos e ouvidos, impedindo-me de enxergar a realidade.

Então rapidamente me passou pela cabeça a imagem de Bellatrix, em uma cela de Azkaban, com olhos vidrados aos céus, observando os dementadores a sua volta. Nenhuma lágrima em seus olhos, porém a tristeza mostrando-se clara em seu olhar brutalmente profundo. Senti-me sufocado, aborrecido, ao pensar que eu, Sirius, seria o responsável se isto viesse a acontecer realmente. Embora Malfoy e Rosier também estivessem no vínculo de minha família, não vi mal algum em entregá-los. Na verdade, eu ri por dentro ao imaginar os dois se danando atrás das grades imundas que são as da prisão. O mais estranho era imaginar tudo aquilo. Eu, propriamente, me declararia um traidor se o fizesse.

Logo, sem muita demora, naquela mesma noite olhei para os quatro aurores ao meu lado com certa relutância.

"Não sei o nome de todos. Mas posso lhes garantir que meus parentes não estão envolvidos."

"Quanta mentira, Sirius." – disse a voz calma de Frank Longbottom, um grande amigo dos Potter. – "Se estamos confiando em você, é para que saiba que pode confiar em nós. Não tenha medo. Estará seguro conosco."

O que eu tinha não era medo. Um Black dificilmente tinha medo. O que eu realmente tinha era falta de juízo, falta de noção. Sentia-me em corda bamba, entre o bom e o mau caminho. Se eu caísse para lado mau, não seria por fraqueza, mas talvez por orgulho. Se eu caísse para o lado bom, não seria por consciência, mas sim por intuição. E foi isso que fiz. Usufruí de minha intuição, como Aluado sempre recomendou. Fiquei firme ao lado das pessoas que verdadeiramente se importavam comigo. Ainda que os Potter não fossem minha família de verdade, era como se fossem. Em Godric's Hollow, eu era alguém que valia a pena. "Antes uma família falsa, do que uma falsa família.", disse Dumbledore, no dia em que finalmente deixei o Largo Grimmauld não só do meu corpo, mas também de minha alma. Ser um Black já não servia mais naqueles tempos sombrios.

Depois de uma longa e demorada conversa, Dumbledore me contara o que era a Ordem da Fênix. Uma organização fundada por ele, com o objetivo de enfrentar Lord Voldemort e seus seguidores. Convidou-me para ingressá-la assim que eu terminasse meus estudos em Hogwarts. Afinal, meu destino já estava marcado. Teria que aprender a viver sem meus antigos laços, e principalmente, a lutar contra eles.

No início, fui teimoso. Acreditava que só haviam me convidado por conveniência, para que eu revelasse supostos segredos do lado adversário. Só de birra, não revelei nenhum nome, nenhuma pista. E mesmo que tivesse revelado, não faria diferença. A situação estava óbvia. Os Comensais estavam tão poderosos e descarados que não mais se escondiam para cometer um crime. Os assassinatos estavam cada vez mais freqüentes em toda a comunidade mágica. Os membros da Ordem demoraram apenas alguns meses para descobrirem o envolvimento árduo de Bellatrix Lestrange em vários deles. Arrependi-me por não ter contado nada sobre ela, é claro. Errei. Entretanto, o mais óbvio de tudo, é que a minha vida inteira foi feita de erros. Se eles nunca tivessem existido, talvez hoje eu não estivesse aqui nesta cela hedionda comendo o pão que o diabo amassou.

"Um dia vai ter o que merece, Sirius." – disse a novíssima e poderosa senhora Lestrange, quando entrou em meu quarto e deparou-se comigo fazendo as malas, prestes a fugir. – "Se não morrer ainda jovem, de tão fraco que é, passará o resto de seus dias na prisão, assim como todos os seus amiguinhos traidores."

"Veremos, Bellinha querida. Veremos." – disse eu rispidamente, acreditando estar sendo irônico. Maldita seja a ironia do destino. Cá estou eu, não é mesmo? Obviamente ela notou que eu fugiria. O que me surpreendeu foi o fato de ela não ter estragado meus planos, o que definitivamente não muda o fato de ela ter me odiado durante toda a sua vida.

Passaram-se dois anos depressa. Os pais de Tiago, que sempre estiveram na Ordem da Fênix desde que ela foi fundada dez anos atrás, diziam que o compromisso deveria ser algo para toda a vida. Tiago ingressou no mesmo ano que eu, juntamente com Remo e Pedro. Éramos ingênuos e indisciplinados, porém o tempo conseguiu mudar isso. Cada um de nós, com as suas respectivas dificuldades, tentava dar o melhor de si. A de Rabicho, por exemplo, era a falta de equilíbrio, o que poderia ser mortal durante um duelo. Pontas sempre teve problemas com poções. Quase foi reprovado nesta matéria no ano passado. Aluado era habilidoso em quase tudo, exceto transfiguração. A única transfiguração em que ele era bom, era na que ocorria durante as noites de lua cheia. Já o meu maior problema era e sempre será a minha maldita obstinação e rebeldia.

No início do outono de 1979 Tiago e Lílian se casaram, com direito a uma glamorosa festa em homenagem. Apesar de o casamento ser algo maravilhoso, era engraçado demais ver Pontas de terno e gravata, tremendo de tão nervoso que estava. Quase teve um infarto quando iniciei um ataque de risos no meio da cerimônia matrimonial, enquanto Rabicho paquerava as solteiras. Lílian quase pensou em me estrangular pelo fato de eu ter ido ao seu casamento de bermuda e camisa amarela. Mas no final deu tudo certo, e depois só foram gostosas risadas. Foi a única festa em que eu pude me divertir como se tivesse recuperado pelo menos uma parte de minha infância perdida. Tiago e Lílian nunca estiveram tão contentes. E depois de um ano, tiveram um filho.

"Olhe meu bebê, Almofadinhas." – disse Lílian, segurando a criança com apenas seis dias de vida, aquecida numa manta de lã azul clara. – "Não é a coisa mais linda que você já viu?"

"É sim, Lily." – sorri com graciosidade, comovido ao ver o pequeno Harry abrir seus olhos extremamente verdes para mim. Segurei a mãozinha do menino, e com uma voz fina e infantil o alertei. – "Você tem sorte de ter um padrinho como eu, sabia? Amanhã vou comprar uma moto no mundo trouxa, e quando você crescer, vou deixar você andar nela."

Lílian riu. Seu sorriso estava ainda mais gentil do que o normal. Pude enxergar a felicidade através de seu olhar, o carinho que crescia cada vez mais ao zelar pelo filho tão amado. Tiago estava bobo, como todo o pai principiante. Não tenho outra palavra a não ser lindo que possa descrever o amor desta família. Até então, Harry Potter estava seguro com ela. Naquela época, mal imaginávamos o que estava por vir.

Quando o natal chegou, resolvi mandar um presente aos meus pais, apenas para saberem que não me esqueci deles mesmo estando tão longe. Fiz um pássaro de pergaminho, que voaria sozinho até eles carregando uma foto minha, vestido de Noel. No dia seguinte, a coruja da família mandou de volta os destroços do mesmo pássaro, que agora não passavam de dobraduras queimadas, acompanhada de uma carta feita com a letra inconfundível de Orion Black, meu pai.

"Sirius,

Há muito queremos lhe dizer o quão ingrato e cruel você tem sido. Abandonou-nos no momento em que mais contávamos com o seu apoio. Todos nós já sabemos que está na Ordem, conspirando contra o próprio sangue, manipulado pelo porqueiro amante de trouxas, Alvo Dumbledore. Traiu a todos os Black, filho, e isso é imperdoável. Entretanto, fico aliviado ao saber que esse seu gênio maldoso não atingiu meu precioso Régulo, que aliás, está se saindo muito bem ao lado de sua prima na luta por nossa causa. Não ouse voltar atrás, Sirius. Ensinei-te a ser homem de uma só palavra, e não o queremos mais na Mui Nobre e Antiga família dos Black. Você não merece esta honra.

A propósito, sua avó morreu."

Quando terminei de ler sabia que não adiantava mais ter esperanças em fazer as pazes. Não pude conter minhas lágrimas ao imaginar a voz de meu pai dizendo tudo aquilo em minha frente. Orion estava louco, delirando, pelo que fiquei sabendo nesses últimos meses. Mas como ele poderia saber que entrei para a Ordem da Fênix? Eu jamais lhe contei sobre meus planos e sempre acreditei estar envolvido apenas com pessoas confiáveis, que nunca revelariam meu segredo. Acreditei mesmo, convicta e ingenuamente. Contudo, hoje eu sei que simplesmente acreditar no que eu quero que aconteça, não irá de forma alguma me livrar de Azkaban.

Poucos meses depois de vários integrantes da Ordem terem sido assassinados, a notícia de que Lord Voldemort havia interpretado uma suposta profecia, a qual mencionava um garoto que seria o responsável por sua morte causou o assombro da família Potter. Rumores diziam que Voldemort viria atrás de Harry mais cedo ou mais tarde por ele ser a única criança viva entre os que lutavam contra ele. Dumbledore sugeriu uma fuga, um esconderijo aos Potter até que Voldemort fosse derrotado. "Um não pode viver enquanto o outro sobreviver." Todos nós sabíamos que Tom Riddle não ousaria arriscar sua preciosa vida deixando que um garoto sobrevivesse em seu lugar.

"O que faremos, meu Deus? Ajude-nos por favor!" – murmurava Lílian a si mesma, contendo os soluços de desespero, enquanto seu bebê chorava entre seus braços. As pequenas mãos de Harry se agarravam a mãe como se já soubesse que iria perdê-la a qualquer momento. – "Aquele assassino covarde está atrás de meu filho! Sei que fará de tudo para matá-lo, assim como fez com a família McKinnon!

"Acalme-se, Lily. Está me deixando nervoso com seus gritos." – disse Tiago, impaciente e impulsivo como sempre. No fundo estava tão temeroso quanto ela.

"É impossível acalmar uma mãe nessa situação, Pontas." – Rabicho interferiu, confortando Lílian com um abraço. – "O que Lily realmente precisa é de uma solução, um refúgio. Eu posso ajudá-los sendo o Fiel do Segredo no lugar de Sirius."

"Por que essa mudança de última hora, Rabicho?" – eu finalmente falei, levantando-me da cadeira. – "Antes era o Ranhoso, agora você começou a insistir nisso! Já disse que eu serei o Fiel do Feitiço Fidellius!"

"O Lord das Tre..., digo, Lord Voldemort o conhece, Sirius. Você será o suspeito número um em sua lista." – os olhos de Pedro Pettigrew se estreitaram. Um sorriso no canto de sua boca acendeu-se imediatamente. – "Esta tarefa devia ser minha. Afinal, que desconfiaria de mim, pobre e coitado Rabicho?"

Realmente, ninguém jamais desconfiou do nobre e prestativo Grifinório. Era indomável a idéia de que todos os nossos inimigos seriam Sonserinos vestindo capas nigérrimas. Pedro era calmo, sorria pouco. Quando sorria, dificilmente descobríamos o porquê. Hoje sei que o motivo de seus risos eram por causa de nossa desgraça, e do quão tolos nós fomos em confiar nele. Pontas e Lily morreram, isto bastava para que a raiva me consumisse. Acordei com o choro de Remo que lia a carta dos Longbottom informando o triste ocorrido há poucas horas atrás.  Chovia tanto naquela madrugada que demorei a perceber a Marca Negra pairando nos céus por detrás dos morros onde possivelmente era o esconderijo.

Quanto sofrimento, quanta tristeza uma morte pode causar. E quando ela é injusta, o que nos resta é apenas o ódio. Não deviam ter morrido! Não podiam ter me deixado, não podiam ter deixado Aluado. Nós ficamos sozinhos. Por quê? Por que tiveram que morrer antes de mim? Golpeado e corroído por motivo inerme, desumano.

"Meu coração já não agüenta tanta perda, tanta maldição por tua causa, Tom Riddle. Já chega. Não fará nenhum mal ao meu afilhado. Você está morto agora. Já chega. Se ainda resta alguma bondade em sua alma, que descanse em paz." – sussurrei como se falasse com seu fantasma, enquanto olhava a figura esverdeada entre as nuvens.

O pequeno Harry Potter estava tão vivo quanto Voldemort estava morto. O pior inimigo da Ordem finalmente se foi. Então seria Rabicho um herói por conseguir a morte do Lord? Errado. Entre covardes não há heróis. E entre marotos, sempre haverá traidores.


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Notas finais do capítulo

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