Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 18
Capítulo 18 - Interrogatório


Notas iniciais do capítulo

Mais um. Muito obrigada pelos reviews.



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Entrei em casa esbaforida. Minha mãe tinha saído para jantar com seu marido, um estranho nessa casa. Então o lugar estava completamente silencioso, vazio e escuro. Subi as escadas em passos rápidos, entrando no meu quarto, todo bagunçado, e batendo a porta com força.

– Como ele se atreve a dizer aquilo? Argh! – fiquei me remoendo com isto o resto da tarde. Me sentindo cada vez irritada e fora de mim. Acabei indo tomar um banho de água super gelada para esfriar a cabeça. Esfreguei os cabelos com raiva excessiva durante o banho e fui me trocar, colocando uma roupa leve, ao contrário da minha cabeça, que pesava toneladas. A fúria dissipando lentamente enquanto eu penteava meus cabelos, mas ainda lá, presente em meu peito.

Enquanto desembaraçava meus cabelos úmidos, não pude parar de pensar no que ele havia me dito. Ouvi um barulho de carro chegando e caminhei para a janela, que dava para a entrada na casa. Vi Ceci descendo do carro, com Karol deitada em seus braços, provavelmente dormindo. Igor mantinha a expressão séria. Ceci caminhou para ele e beijou-lhe nos lábios. Assistir aquilo, presenciar aquele momento... Fora horrível. Não tinha nem como explicar. A raiva foi tamanha que apertei a escova de cabelo até os meus dedos doerem. Percebi que ele se afastou do beijo cedo demais. Ouvi Ceci acenar e, logo, ouvi a porta batendo e Ceci entrando dentro da casa. Mesmo assim continuei espiando, até que ele olhou em minha direção. Sustentei seu olhar por alguns segundos, até que seus ombros arriados me fizeram sentir ainda mais irritação. O encarei até que não aguentei o magnetismo daqueles olhos mesmos distantes e fechei a janela com força, a fazendo tremer.

Joguei a escova de lado e passei as mãos pela cabeça. Irritada comigo mesma, com ele, com toda essa situação. Antes que eu pudesse me recuperar do incidente da janela, antes que eu pudesse me recuperar do que vi. Ceci entrou no meu quarto. Tinha as bochechas vermelhas e seu olhar estava cheio de cólera.

– O que fez com ele? – Ela sibilou. E percebi que ela estava completamente descontrolada. Quando Ceci ficava irritada ela ficava simplesmente insuportável, mais do que o usual.

– Como?

– O que fez com ele? Eu vi cinco lindos dedos na bochecha dele! – engoli em seco, sem conseguir pensar em uma resposta boa o suficiente pra escapar de todo o escândalo. – Você bateu nele?

– Não sei do que está falando.

– Você bateu nele, Malu? Você é doida de fazer isso?

– Eu. Não. Sei. Do. Que. Você. Está. Falando! – neguei, já começando a me irritar profundamente. Sinceramente... Eu não merecia tudo isso. Não merecia ter que aguentar todas essas porcarias que estavam acontecendo.

– Então como você explica a marca da sua mão no rosto dele?

– Sei lá! Você é a namorada, problema seu. – Me afastei dela e ela pegou minha mão. Analisando meus dedos cuidadosamente, e se deparando com um anel antigo que eu tinha.

– Eu sabia! Sabia! No rosto dele ficou a marca de um anel, a marca do seu estúpido anel. – Uau, meu tapa tinha sido poderoso, então. Puxei minha mão com força, escondendo a mão atrás de mim. Caminhando para trás, me distanciando dela, sentindo minha cabeça latejar. Ela prosseguiu com o interrogatório. – Porque você fez isso?

– Eu não fiz nada! Você ta enlouquecendo! Quer saber... Não sou obrigada a ficar ouvindo essas porcarias. – tentei passar com ela, mas ela me segurou e me fez sentar na cama.

– Me explica o que aconteceu AGORA!

– Não tenho nada que explicar! – rebati, no mesmo tom de voz raivoso. Explicar tudo seria doloroso demais e traria ainda mais complicação no final das contas. Porque ela simplesmente não ia embora e esqueceria tudo isso, senhor?

– Você foi uma vadia e bateu nele, isso eu entendi. Eu quero saber por quê!

– Não enche, Cecília!

– É o MEU namorado. Você não pode simplesmente bater nele. Não pode. É o meu namorado. O meu!

– Caramba! Eu já entendi que ele é o seu namorado. Espero que tenha entendido também que eu ODEIO ele! – Eu disse, começando a perder a cabeça também. –  Então faça um grande favor mantendo-o longe. Pensando bem, fiquem os dois longe de mim. Eu não preciso ficar aguentando uma irmã histérica e seu namorado imbecil. Eu não preciso!

– Não fale mal dele!

– Eu falo o que eu quiser! E quer saber? Cala a droga da sua boca, Cecília. Porque você não sabe de NADA ouviu? De nada!

– Então porque você não me explica?

– Porque você é egoísta demais pra entender. Só se preocupa com você e seu namorado imbecil. Deixou de ter uma irmã. Meus parabéns por toda sua inteligência em arranjar um namorado tão bom e perder a sua irmã. Agora me faz um favor? SAI DO MEU QUARTO!

– Malu...

– AGORA! – gritei, perdendo toda e qualquer paciência que eu tinha.

– Não!

– Qual parte do EU NÃO QUERO VOCÊ PERTO DE MIM. Você não entendeu? Sai daqui!– Ela continuou imóvel, me olhando com raiva. Então simplesmente a peguei pelo braço e a empurrei porta fora. Depois fechei a porta com estrondo e a tranquei.

– Malu, abre a porta!! Eu não terminei de falar com você!– Ceci gritou absolutamente histérica e batendo na porta com força.

– Pois eu já! Então... Cai fora! E para de bater na minha porta! – gritei de volta, mais histérica do que Ceci.

– MALU! ABRE A DROGA DESSA PORTA.

– MORRA! – gritei, me jogando na cama e ligando meu rádio na maior altura. Na esperança de abafar os gritos de Ceci atrás da porta. Caminhei para o banheiro, sentindo que precisava de outro banho, bem gelado. Algo que apagasse esse maldito dia, essa maldita discussão, a maldita visão do beijo dos dois. De preferência algo que apagasse aquele sentimento dentro de mim, que agora, mais do que em qualquer outro momento, parecia errado.



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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem.