Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 10
Capítulo 10 - Planetário


Notas iniciais do capítulo

To suuuper empolgada. Então estou postando mais um.Ganhei uma capa lindooona *---*



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Eu e Igor continuamos juntos pelas próximas semanas. Nossa situação não estava resolvida, digamos assim. Nunca paramos para conversar sobre namoro, claro que o assunto surgia diversas vezes, mas preferi deixar rolar... Sem me preocupar agora, com as consequências. Estava sendo um verão divertido e leve, e botar implicações em relacionamento me deixava meio ansiosa. Eu sempre fui uma pessoa desconfiada, tanto que nunca havia possuído um namorado. Sempre preferindo a solidão, ou simplesmente beijos ocasionais. E logo, os garotos perdiam interesse por mim e eu, claramente, não me importava. Igor estava sendo paciente, até certo ponto de vista. Mas parecia sempre me dar indiretas sobre como seria futuramente.

Nossas tardes se resumiam a passeios na praia, assistir algum filme no cinema, troca de beijos e carícias e conversas despreocupadas. Só que nos últimos dias nosso tempo juntos tinha diminuído significativamente. Igor e seu amigo, Pablo, haviam começado o trabalho voluntario no Planetário, então ele passava suas tardes lá e nos encontrávamos apenas a noite.

 Hoje eu iria visitar o lugar, logo de noite, porque como ele disse “tudo se tornava mais bonito”. Me arrumei no espelho, querendo ficar bonita. Difícil, eu nunca me considerei muito bonita. Eu nunca me achei sequer bonita. Eu tinha potencial pra ser bonita, mas o conjunto da obra não ajudava. Olhos castanhos, cabelos compridos e escuros, baixa e magra, mas não magra de um jeito delicada... Tinha ali mais carne do que eu queria. E além do mais eu era desajeitada e esquisita. Não era skatista, nem totalmente nerd com meus livros e definitivamente não era meiga. Eu era... esquisita. Única  definição que se encaixava com meu perfil. Me limitei a esquecer a aparência. Se Igor, lindo do jeito que era, estava comigo era por que eu devia ter algo atrativo, oras! Ou ele era simplesmente retardado e idiota.

Optei por descer as escadas, ao invés de pegar o elevador, já que esse era um dos raros dias que eu me sentia disposta e animada. Cantarolei uma música baixinho; pensando em Igor e totalmente distraída, então... Acabei esbarrando em Carlos no caminho.

– Aonde você vai?– Seu tom de voz semi-irritado me deixou confusa e até mesmo irritada.

– Isso não é da sua conta. – tentei contorná-lo, ele não deixou. Limitando-se a ficar parado a minha frente. Suspirei, vencida. – Já que você prefere ser tão intrometido e faz tanta questão. Te digo o que vou fazer... Vou dar uma volta.

– Aonde?

– Não enche, Carlos.

– Percebi que anda saindo muito com um garoto aí.

– Para de querer tomar conta da minha vida, ta bom?

– Seu pai ia gostar de saber.

– Olha Carlos, não sei por que você está pagando de preocupado. O que eu faço ou deixo de fazer só diz respeito a mim. Não enche, ta legal? – passei por ele rapidamente, deixando-o irritado para trás. Carlos andava com essa mania de achar que eu devia algum tipo de satisfação para ele. Saí do hotel, satisfeita por não topar com mais ninguém. A pequena conversa com Carlos já fora suficientemente desagradável.


~*~


Acompanhei as pessoas de uma excursão pelo Planetário. Era um lugar extremamente interessante. Com maquetes gigantes e extremamente bem feitas do universo. Havia também telescópios que causavam curiosidade e assombro, além das outras atrações didáticas e extremamente divertidas. Admirada com todo o lugar não toquei em nada, me limitei a olhar, entendo agora porque Igor gostava tanto desse lugar. Havia algum tipo de fascínio sobre os objetos, sobre as histórias e informações. E havia também toda aquela beleza, e todo aquele mistério... Era interessante e instigante. Aumentava minha curiosidade e eu me deixei levar pela curiosidade enquanto andava por todo o Planetário.

Parei em frente a uma tela gigante, que tomava toda a parede, em que mostrava o Sistema Solar e depois uma grande chuva de meteoros, como num grande telão de Tv. Mais parecido com aqueles de cinema. Parecia que se eu esticasse as mãos, poderia tocar as estrelas. Eu sorri boba, sentindo como se estivesse realmente fora de órbita.

– Gostou? – dei um pequeno pulo, sendo tirada brutamente da minha pequena divagação. E me deparei com um Igor sorridente, ainda usando o uniforme do lugar.

– Que susto!

– Desculpe.

– É tão... maravilhoso. – sorri para a tela e senti ele me olhando, olhei para ele e dei de cara com um daqueles seus sorrisos abertos e tortos.

– Você acha?

– Óbvio.

– Vem, quero te mostrar um lugar. – Ele segurou minha mão, que parecia ridiculamente pequena na sua, que eu apertei com força e passos por alguns corredores e depois subimos algumas escadas. Entramos numa sala extremamente grande, com um telescópio bem no centro, o maior que eu já vira. As paredes tinham quadros explicativos, janelas perpendiculares de vidro e o teto era aberto, dando espaço para o telescópio.

– Uau. – olhei ao redor, me soltando de Igor, que caminhou até o telescópio gigante.

– Quer ver?

– Posso mesmo?

– Claro. – Ele me guiou até o telescópio segurando na minha cintura e o arrumou para que eu pudesse ver. O céu há essa hora já estava escuro, então eu pude distinguir as estrelas de forma clara. Até demais. Elas queimaram em meus olhos, seu brilho intenso e de uma beleza inacreditável e quase hipnótica. Era como se eu tivesse com a cara colada no céu.

– Incrível!

– É lindo, não é?

– Muito! – Então ele começou a explicar sobre as estrelas, que eu mal escutei. Concentrada demais em como elas pareciam bonitas. Percebi que Igor parara de falar e tirei os olhos do telescópio, agora concentrada em sua expressão.

– O que foi?

– Você.

– O que eu fiz?

– Tudo, você fez tudo.

– Não estou entendendo nada, Igor. – sorri, um pouco corado.

– Como não? Você mudou tudo, tudo para mim. Fez com que eu me sentisse o cara mais sortudo do mundo em um momento que eu nunca pensaria que isso aconteceria.

– Algum te nós tem que fazer a diferença, não é? – Eu disse, irônica. Mas sentindo-me mais do que feliz.

– Metidinha. – Ele disse, me puxando para um abraço. Passei os braços pelo seu pescoço, que logo foi beijado levemente. – Tenho sorte de te ter, alguém a quem realmente amar.

Fiquei em silêncio, sentindo o coração quase arrebentar de tanto sentimento. Eu me sentia em um turbilhão de sentimentos sempre que estava com aquele garoto. Como se não fosse exatamente eu mesma. Mas uma Malu mais alegre, mais viva e sem dúvidas, mais feliz.

– Eu te amo. – sussurrei, consciente que era uma das maiores verdades que eu já havia dito. Dane-se que o conhecia  poucas semanas, nunca me sentira assim.

– Eu te amo mais.

– Você é o primeiro que diz isso: Eu te amo. – deitei a cabeça em seu peito, aproveitando o momento.

– Quer dizer que nenhum cara te disse isso?

– Até disseram... Mas você é o único que eu acreditei.

– É porque é verdadeiro.

– Espero que seja mesmo. Senão vou ter que acabar com você. – ameacei de brincadeira.

– Está duvidando? – olhei para ele, que tinha as sobrancelhas unidas.

– Não, quer dizer... – respirei fundo. Eu estava sempre esperando que alguém me fizesse de boba. Estava acostumada com as pessoas fazerem isso. Eu confiava em Igor, mas ao mesmo tempo tinha medo do que aconteceria quando o verão acabasse. –  Não sei.

– Sabe por que vamos ter certeza que é verdadeiro? Porque não vai acabar. Eu não vou deixar acabar, não vou deixar de te amar.

– Sem promessas. – Não quero me machucar, pensei. Na verdade, promessas sempre pareceram serem feitas para serem quebradas. E eu não queria isso, de jeito nenhum.

– Estou prometendo a mim mesmo.

– Você não existe, sabia?

– Existo. Existo por você.

– Adoro quando você fica meloso assim. – mordi o lábio e ele fez uma careta adorável.

– Cala a boca e me beija logo, sua metida. – sorri e apertei a camisa na base da sua cintura, ficando na ponta dos pés. Ele segurou meu rosto com as mãos e eu encostei meus lábios no dele. Beijando, sem pensar duas vezes, sem pensar em mais nada.



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