-Olá,  Annabeth!- Disse a Miojo , ela estava terminando de arrumar seus livros pra ir para sala.

-O que voce está fazendo Silena? Vi o jeito que estava conversando com o Percy hoje, esqueça-o, ok?

-Nossa, quanto ciúmes! Mas bom,  querida, voce deve conhecer bem o namorado que tem, se está com tanto medo que ele te troque – Silena deu aquela risada extremamente irritante que ela tem, tentando me provocar. – Sabe ele realmente merece uma namorado menos insegura e certinha e chata...ele merece alguém como...bem eu!

Ignorei as risadas da Miojo e continuei:

-Sério Silena, ano passado eu deixei passar tudo o que aconteceu, mas juro que esse ano se voce tentar ficar no meu caminho eu te levo pra baixo comigo, entendeu?

Ela riu.

-VOCE? Ah tá!- Finalmente ela parou de rir – Sério mesmo, depois de tudo o que Percy passou na casa da mãe dele, de um tempo pro pobre coitado!

-Do que voce está falando?

-O que?! Ele não te contou sobre a estadia dele na mãe? – Ela sabia. Sabia que ele não tinha me contado, dava para ver pela cara de surpresa falsa dela  -Puxa, vocês realmente precisam melhorar a comunicação! Adoraria ficar aqui conversando mas...eu não quero ficar aqui conversando, tenho mais o que fazer.  Tchau Beijinhos , querida. Ah, avisa diga ao Percy que eu aceito o convite pro paredão.

VADIA! Não pode ser verdade.

Porque o Percy contaria PARA ELA sobre o ano passado, sendo que se recusou a dizer algo sobre isso a mim? Em tese sua melhor amiga desde sempre!  E por que diabos ele a convidaria para o paredão?

O paredão, é um lugar que tem mais afastado da cidade, com muitas casas abandonadas onde os ‘artistas’ gostam de ir para pichar as paredes, a prefeitura pensou em proibir no começo, mas como as casas estavam todas caindo ao pedaço e sem utilidade alguma, eles resolveram liberar para quem quisesse ir lá desenhar nas paredes.

É bem bonito na verdade, as pessoas de fato desenham coisas em vez de fazer aquelas letras que não da entender coisa nenhuma. Só não consigo entender porque ele levaria ela lá, uma vez que é um lugar que ele gosta de ir sozinho.

De qualquer jeito eu estava tão brava, que dei meia volta e sai do colégio e fui direto pra pista da skate que geralmente está vazia essa hora da manhã. Não que eu andasse de skate, Deus sabe que skate e eu na mesma frase DEFINITIVAMENTE não da certo. Mas eu gosto de ficar sentada no topo da pista  pensando e observando o parque. É calmante.

E cá estava eu sentada pensando, qual vem alguém por trás e me grita:

-O que voce está fazendo aqui?!

Levei um susto e escorreguei na pista. O negocio é: Eu estava bem na beirada e sentada bem no canto esquerdo da pista, ao seja quando eu cai não cai na pista e sim na grama ao lado da pista. Só que estão  fazendo uma reforma na grade que separa o lado esquerdo da pista com a rua e tem um monte de arame no chão eu cai em cima do arame. E mais do que isso , não cai simplesmente onde tem o arame , não, eu cai onde estavam as PONTAS dos arames.

Quando eu vi eu já estava com os braços ralados, e minha perna com um rasgo bem feio do qual escorria sangue. Eu disse que taquei pedra na cruz!

-AIMEUDEUS, Voce esta bem? –disse o galã correndo até mim.

-Seu idiota! Qual o seu problema?  Não consegue ficar perto das pessoas sem provocar algum acidente?!- Mas eu chorava tanto de dor que deve ter saido algo pateticamente sem sentido.

-Ahn? Não entendi nada. Voce está sangrando.

Parei de chorar e olhei com raiva pra ele.

-AH VÁ! JURA?

-Deixa eu te ajudar vai.

Eu ia dizer para ele ficar longe pois já tinha feito o suficiente mas antes que eu pudesse impedir ele já tinha tirado a camisa e enrolado na minha perna.

-É para estancar o sangue . Onde voce mora? Vem que eu te ajudo a chegar em casa.

-Moro a duas quadras daqui.

Ele ajudou a me levantar, mas logo no primeiro passo já gritei de dor de novo.

-Escuta, obviamente voce não consegue andar, vou te carregar então.

- O QUE? Não. Eu consigo andar.

-Não, voce não esta em condições.

E antes que eu pudesse argumentar de novo ele já me carregava ate em casa.

-É aqui. – falei apontando pra minha casa. –A Chave esta no bolso da minha mochila.

Ele me apoiou no batente e abriu a porta depois me pegou no colo de novo e me acomodou no sofá.

-Onde sua mãe guarda os remédios e curativos?

- na segunda porta do banheiro, fica no segunda andar, primeira porta a esquerda.

Um minuto depois ele já estava de volta. Colocou água oxigenada e fez um curativo com gaze e esparadrapo.

-Onde voce aprendeu a fazer curativos assim?

-Sei lá, gata – Anubis deu de ombros- Sempre tive vontade de ser medico.

-Matando aulas não é um bom jeito de conseguir esse sonho –comentei.

-Fala sério, eu disse que queria e não que seria.Um cara como eu não tem muito futuro.

-Por que não? Poderia ter se tentasse.

Ele me olhou de forma tão intensa, que senti um arrepio e desviei o olhor.

- Mas e voce? O que fazia matando aula?

Dei de ombros.

-Precisava pensar.

Ficamos mais um tempo em silencio , até que resolvi insistir:

- Me diz, o que te faz querer ser medico?

-Minha avó. Ela era tudo pra mim, há alguns anos ela foi parar no hospital, ela já estava melhorando , mas a medica responsável por ela foi negligente e deu um remédio ao qual ela era extremamente alérgica, então...

Eu assenti.

-Na época, eu jurei que um dia seria médico para poder salvar vidas e impedir que coisas desse tipo acontecessem. Idiota né?

-Não..olha.. – Eu tentei chegar perto, procurando uma maneira de conforta-lo, mas em um segundo ele já estava quase na porta.

-Voce parece melhor. Vou pegar meu skate que eu  larguei na pista antes que alguém tenha a mesma idéia. E vê se presta mais atenção próxima vez idiotinha.

E bateu a porta ao sair.

AFF, e eu achando que no fundo ele poderia ser um cara legal.

Ok, vamos rever:

1.Enfrentar Vadia do tártaro AKA Menina Miojo-má-do-oeste AKA Silena Beauregard  ? Feito

2.Provar que eu sou a pessoa mais sortuda do mundo me quebrando no chão? Feito.

3.Ter um momento programa da Márcia com um cara com o nome mais estranho do mundo? Feito.

4.Perguntar o por que meu namorado está todo amiguinho da minha aquiinimiga? Ai, ai. Vamos lá.

Peguei meu celular e disquei o numero da fera.