Glowing escrita por LarSoares13


Capítulo 4
Capítulo 3 - Blinq Café




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Uma semana naquele país. Inegavelmente, eu estava adorando. Tudo ali era fantástico, desde da arquitetura às pessoas. Eu já tinha começado a escola e ficaria estudando o resto do ano. Tinha feito alguns amigos, mas ainda sim, Molly era minha preferida. Minha melhor amiga ali, filha dos meus “pais” e compartilhava muitos gostos em comum. Londres dá muitas oportunidades de trabalho para adolescentes. Ponto para mim.

Eu já estava pronta para meu segundo dia de trabalho, eu tinha gostado e particularmente, acho que me saí bem como garçonete. Aquele uniforme até que não era tão ruim, uma saia branca, meia-calça, uma camisa de mangas compridas, escrito “Blinq Café” e tênis allstar.  Devido ao frio, joguei um casaco preto por cima até chegar na cafeteria.

Por quê infernos aqueles flashes estavam lá? Primeiro o aeroporto, agora até a cafeteria? Parei do outro lado da calçada e observei o que estava acontecendo. Aos poucos fui me aproximando e percebi que tinha um policial ali na frente. Ele viu meu uniforme e deixou-me entrar. Entrei ainda assustada e logo meu chefe passava instruções:

— Querida Giu, tire o casaco e vá até a mesa dos fundos para atender nossos clientes especiais.

— Quem são? – perguntei ainda confusa.

—Pessoas muito famosas que precisam de uma garçonete apresentável para atendê-los. – disse, empurrando-me para trás do balcão.

Então o motivo dos flashes.

— E acho que Madelaine pode assustá-los. – completou.

Madelaine era uma menina magrela, com óculos gigantes e um aparelho colorido.

— Mas onde está Carla e Katie? – perguntei, tentando evitar esse trabalho assustador.

— Ainda não chegaram.

Quando me dei conta ele mesmo já tinha tirado meu casaco e colocado o cardápio em minhas mãos. Eu fui caminhando devagar até os fundos, imaginando quem eram os tais famosos e o que faziam naquela cafeteria no centro da cidade. Certo que a cafeteria tinha ganhado vários prêmios de qualidade, tinha um ambiente confortável, mas por que justo naquele dia?

Vi Madelaine encostada numa das mesas, observando a mesa dos fundos. Eu ainda não tinha percebido quem estava lá, a claridade era pouca, o ambiente mais privado que tem no café.

— Eles são tão lindos. – disse, ajeitando seus óculos.

Ignorei-a e continuei caminhando. Quem seria? Não importava eles eram famosos e eu no mínimo deveria estar apresentável. Meus cabelos estavam amarrados num rabo de cavalo caído para o ombro direito, usava meu inseparável lápis de olho preto e uma leve camada de blush.

Meu Deus, eu estava a três metros de distância da mesa e do motivo de tantos flashes. One Direction. É, de novo. Eu fiquei sem graça quando percebi que eles notaram minha presença e se voltaram para mim. Ficou um silêncio cortante, eu estava sem palavras e eles só me encaravam.

Oi. – então Liam quebrou o silêncio. Eu já citei o quanto ele é lindo? Pois é.

— O-oi. – tentei desviar meu olhar e focar no trabalho – O que desejam?

— Dois capuccinos, dois chocolates quentes e...- apontou para Zayn.

— Um café com leite. – Zayn sorriu.

— Sim. – engoli em seco, aquela situação era desconfortável – Mais alguma coisa?

— Não obrigado. – disse Liam.

Então eu saí dali, com a sensação de que ainda me observavam, tentava mostrar calma nos movimentos e, se possível, nas palavras.

Cheguei no balcão e meu chefe me encarava, com certa curiosidade, como muita gente ali.

— Dois capuccinos, dois chocolates e... – me lembrei do sorriso fofo de Zayn – Um, um café com leite.

Meu Deus, que idiota eu fui. Fiquei babando, será que alguém ali percebeu também?

— Giulia, você está babando. – Madelaine sentou-se no meu lado e puxou uma xícara com chocolate quente.

Ótimo. Literalmente.

— Aqui o pedido deles. – o chefe interrompeu meus pensamentos e entregou-me uma bandeja.

Respirei fundo e a peguei. Caminhei em passos sincronizados até os fundos. Cheguei à mesa, ainda mais nervosa, tinha medo de derramar alguma coisa neles. Nossa, eles são famosos, além de tudo são pessoas normais... Por que o nervosismo, Giulia?

Servi-os o mais calmamente possível. Será que algum deles percebeu que eu estava nervosa, que eu queria suar ou até mesmo o tremelique em minhas mãos?

— Obrigado. – foi sincronizado.

Dei um sorrisinho de canto e estava prestes à virar quando senti um toque em minha pele. Eu arrepiei. Contato físico não, era tudo que eu não precisava logo de um deles. Virei e vi Zayn. Nossa,  que sorriso lindo ele tem.

— Posso ajudar? – droga.

— Pode. – respondeu ele – Onde fica o banheiro?

Quando eu estava prestes a responder, ele me interrompeu.

— Pode me levar até lá, por favor?

Eu não neguei.

— Tudo bem. – a única coisa que consegui dizer.

Ele levantou-se e os outros acompanhavam com os olhos. Meninos.

— Fica no andar de cima? – perguntou quando percebeu que estava indo em direção das escadarias.

— Sim. – minhas respostas eram automáticas.

Subimos lentamente, eu a frente e ele dois degraus atrás. Maldito uniforme, maldita saia.

Quando enfim chegamos à porta do banheiro, ele ficou me encarando. Eu estava com uma alface na cara ou ele não sabia ler a placa da porta escrita “banheiro”?

— Este é o banheiro. – disse com uma cara de bunda, apontando para a porta.

— Eu sei. – disse, calmo.

Certo, eu não estava entendendo. Ele não entrava, ficava me encarando, eu estava com medo.

— Desculpa ter feito você vir até aqui. – quebrou o silêncio – Mas eu queria falar com você fora do alcance dos flashes.

—Desculpe? – eu não entendi, não sabia nem o que falar.

Ele deu uma risada leve e se aproximou de mim. Meu corpo gelou, automaticamente dei um passo para trás e fixei o olhar no chão.

— Eu... – falou e minha reação foi olhar seu rosto – erm...

Ele estava sem graça ou o que? Abriu a boca algumas coisas, mas nenhum som saiu. Minhas bochechas estavam ardendo, deviam estar coradas. Ele passou a mão rapidamente nos cabelos e continuou:

— Bem. – engoliu em seco – Você tem celular?

Hã? Eu perdi a piada?

—Te-tenho. – corei.

— Nossa, me desculpe. – ele abaixou a cabeça.

—Não precisa se desculpar.

— Que babaca eu sou. – riu de si mesmo, sem nenhum humor – Desculpe, eu preciso descer.

Então ele saiu dali, quando o vi, estava descendo as escadas e eu fiquei no vácuo. Eu não estava entendendo nada. Qualquer garota normal teria passado o telefone e se aproveitado da situação. Eu sou louca.

Resolvi ficar lá em cima mesmo. Inventei uma desculpa para o chefe para não atendê-los mais. Que vergonha. O que ele estava tentando fazer?

Vinte minutos depois, eu os vi saindo da cafeteria. Zayn, antes de sair, olhou para trás. Não, ele não perderia seu tempo me procurando.


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