Bolinhas Cor-de-Rosas

-Um dia eu arranco a sua cabeça com uma faca, Brian!

  Eu disse para ele, subindo as escadas do apartamento, torcendo a blusa. Babaca, babaca e babaca! Se ele soubesse o tamanho da raiva que eu estou dele, sairia correndo o mais rápido possível.

  Em vez de estar indo da minha cara.

-Do que está rindo, seu idiota?

  Eu adoro chamar as pessoa de idiota sim, e daí?

-Você!

-EU OQUÊ?!

  Ele apontou p mim, e quase chorando de rir, disse:

-Seu... hahahaha... seu short é branco!

  OMFG!

  Fiquei vermelha na hora, lembrando de que estava com o short do Reveillon. Merda. Desci os degraus que estava acima dele e dei um tapa na sua cara. Mas nem por isso ele parou de rir, Brian segurou minha mão e tentou fazer cara de sério, e depois, entre risos declarou:

-Adorei as bolinhas cor-de-rosa.

  E explodiu novamente em gargalhadas, me deixando ainda mais vermelha. Tanto de vergonha quanto de raiva.

  Entramos no elevador, e acertei seu braço com uma série de tapas.

-Você não é nada cavalheiro, Brian Haner! Pelo contrário, e aposto que nunca conseguiu conquistar uma garota!

-Você que pensa.

  Ele disse, ficando sério de repente; sorri, afinal, achei seu ponto fraco.

-Não gosta que duvidem da sua capacidade de pegador?

-Isso não tem nada a ver.

  Disse, e deu de ombros.

  Me olhei do pés a cabeça. Meu pai não ia permitir que eu aparecesse lá assim, e com Brian do mesmo jeito. Iria pensar bobagem, na certa. Nojo.

-Droga. Como vou entrar em casa agora?

  Ele pareceu pensar um pouco, e depois sorriu malicioso.

-Bem, eu ia adorar q você ficasse com esse short molhado, mas...

  Interrompi-o com um soco no braço.

-Ai, sua anã!

-Anã é sua mãe, otário!

  Eu disse, abrindo a mão em punho.

  Ele me encarou de rabo de olho, e disse, esfregando o braço.

-Como eu estava dizendo, minha mãe é baixinha, alguma roupa dela vai servir em você.

-Ah, e meu pia não vai perceber que eu troquei de roupa? Ele não é idiota que nem você.

  Ele riu, e gesticulou para si mesmo.

-Posso até ser idiota, mas foi você quem foi para a chuva comigo.

  Ele me estendeu um sorriso enorme e malicioso, e eu apenas andei para o outro degrau.

-Ah, vamos de elevador!

-Não quero ficar sedentária.

  Expliquei, só para irritá-lo.

  Aí eu senti Brian me pegando no colo e jogando-me por seu ombro, segurando minhas pernas.

-HEY! ME SOLTA!

-Não, to bem assim.

-Ah! Brian, pelo amor de Deus, eu vou para o inferno, mas eu deformo a sua cara!

-Tem certeza? Aí no futuro você não vai poder admirá-la. Sabe, lá no Inferno.

  Ele tava se mandando para o Inferno?

  Eu estava me perguntando sobre isso? AH!

  Ele desceu as escadas, e parecia que o meu peso realmente não fazia muita diferença para ele. Eu já tinha batido nas costas dele, gritado, mas ele não me largava.

-Ah, é?

  Eu disse, e em seguida levantei sua blusa, e mordi suas costas.

-Tá tentando me seduzir?

-ARGHT!

  Grunhi, batendo as pernas, jogando o cabelo para trás. Devia estar completamente ensopada, descabelada e vermelha. Parecia que minha cabeça iria estourar.

-Prontinho.

  Disse, e me colocou no chão, pegando as chaves no bolso. Eu estava zonza, e tentava pentear o cabelo com a mão.

-Você um dia me paga.

-E você um dia vai crescer, não se preocupe.

-Dá para parar de me zoar por causa da altura? Você não é muito alto.

-Mas eu consigo alcançar o livro da biblioteca sem ter que me esticar ou subir na prateleira mais baixa.

-Como você sabe disso?

-Sou do FBI, gata.

  Disse, piscando para mim e gesticulando para que eu entrasse dentro de casa.

  Bufei, quase dando com a cabeça na parede. Entrei dentro de sua casa, meio hesitante e ele acendeu a luz, caminhando ate o quarto maior e dizendo:

-Senta, vou procurar uma roupa pra você.

  Me sentei no braço do sofá, e vi um porta retrato com uma foto do Brian menor, abraçado com um mulher muito bonita. Deduzi por ser sua mãe, já que eram muito parecidos mesmo. Sorri. Ele era tão fofinho, e deveria ser bem menos irritante e chato.

-Aqui.

  Disse, e de repente fui atingida por roupas na cara. Bufei novamente, contando até dez para não acertar o porta retrato na sua cara. Ele sorriu, e me mostrou onde era o banheiro.

-Não demore, se não vou arrombar a porta e não to nem aí se você tiver sem blusa.

-Ah, tá.

  Fechei a porta na sua cara, e encarei as roupas. Ah, estavam de bom tamanho, e me lembrei que tinha que me lembrar de devolver as roupa da mãe dele logo.

  Quando saí, ele estava na sala, sentado no sofá, vendo tevê.

  Sem blusa.

  Corei e limpei a garganta, abaixando a cabeça.

-Já estava indo arrombar.

  Pude escutá-lo falar um palavrão bem baixinho.

-Pode... por favor, por uma roupa.

-Tá calor, e estou na minha casa.

-Tá. Tchau.

 Me virei, indo em direção da porta. Quando encostei a mão na maçaneta, senti sua mão em meu braço, parando-me.

-Liss, espera.

-Liss? Da onde você tirou essa intimidade toda, meu filho?

-Você sabe muito bem de...

-ARGHT!

  Me soltei e caminhei em direção da minha casa, e o escutei gritar:

-A propósito, o Sr. Valen nos escolheu como representantes!

  Merda de diretor!