Ele é um idiota!

  Alguém me segura ou então eu vou dar um soco nessa vadia...

  Tiffany, parecendo uma modelo da Gucci, vestindo apenas coisas da mesma marca, apareceu na nossa frente. Jake me olhou com um olhar preclusivo. Quem essa garota pensa que é, para chegar falando assim conosco? Ela quer ir parar na enfermaria de novo, só pode...

  Em vista de minha cara em chamas, ela tinha que fazer um comentário:

-Está usando um blush novo? Parece que não sabe passar, passou na cara inteira?

-Vai treinar suas piadinhas, Tiffany, e volte com uma melhor da próxima vez.

  Eu disse, tentando não olhar na cara da garota. Nossa, como eu odiava essa garota...

  Ela fez uma careta, e depois declarou, a voz aguda e enjoada:

-Hum, só vim aqui para falar que o próximo tempo está vago, por que o Sr. Smit não conseguiu nenhum professor substituto para vir no lugar da professora da artes, que está internada.

  Escutei Caroline dar um gritinho de felicidade, Tiffany encarando ela e sorrindo; eu já a via como uma das seguidoras da Tiffany. Logo ela, que não suportava a garota antes. Eu só queria entender por que ela está fazendo tudo isso, uma vez que dissera que não suportava lideres de torcida.

  Queria saber o que a fez mudar de idéia a tal ponto que a fez virar uma.

-Ok, já deu seu recado, agora pode ir.

  Jake disse, gesticulando para que ela se retirasse. A acenou somente para Carol e se retirou, rebolando de volta para as vadias dela.

  Respirei fundo.

-Lisa, você ainda vai ser presa por matar essa garota! Tinha que ver seu olhar fatal para ela!

  June comentou, rindo. Dei de ombros, apenas comentando:

-Se ela me deixasse em paz, tudo seria em harmonia.

-Sei... Agora vamos para outro lugar, já está batendo sol aqui.

  Jake disse, incrédulo em meu comentário.

  Acabamos que nos separamos. Caroline foi para a quadra coberta treinar as outras lideres de torcida, incluindo Ashley e Tiffany, Jake foi assistir e June foi se juntar a um grupo de nerds. Enquanto eu fui direto para a sala de aula, sem ninguém, para dormir. Estava morta de sono.

  Taquei a mochila em uma das cadeiras e me sentei, colocando os pés em cima da mesa e ligando novamente o Ipod.

  Demorou para eu perceber que já tinha alguém aqui.

-Ah.

  Disse, desanimando, assim que vi um garoto sentado na fileira da parede oposta a minha. Droga, não poderia nem “cantar” sossegada...

-Olá, para você também.

  Ele sorriu.

  Retirei um fone e dei um sorriso sem graça e desanimado.

-Oi.

  Coloquei novamente o fone. O tal garoto era alto, tinha cabelos negros e arrepiados, os olhos tão negros que davam aparência de líquidos. Era forte, e tinha varias tatuagens pelos braços. Vestia uma calça jeans escura e rasgada, meio surrada e amassada, e uma blusa do AC/DC.

  Peraí.

  AC/DC!

  Esse era o tal garoto que Avril falou tanto?

-Hum... Você é o aluno novo?

  Tomei coragem para falar.

  Ele assentiu com a cabeça, se levantando e vindo até mim. Hey! Eu não chamei ele aqui, só fiz uma pergunta. Ele parou em frente a mim e ergueu a mão, sorrindo gentilmente.

-Brian Haner, prazer.

-Prazer.

  Apenas disse, apertando sua mão de qualquer jeito. Ele ergueu uma sobrancelha, enfiando as mão nos bolsos e perguntou:

-Não vai me dizer seu nome?

-Para que você quer saber? Não temos probabilidade nenhuma de ser amigos, e, caso você não tenha se tocado, vim aqui para dormir.

-Primeiro: por acaso você é vidente? Segundo: colégio não é lugar para dormir.

  Fiquei calada. Ótimo, dois já me irritaram hoje, agora.

-Ok, er... Senta na sua cadeira, quietinho, e me deixa aqui, ok?

-Está escutando Iron Maiden?

  Perguntou, puxando um dos meus fones. Tomei-o da sua mão; se tinha uma coisa que eu mais detestava, é quando eu estou escutando musica e alguém tira o fone. Fuzilei-o com o olhar.

-Estou, e daí?

-The Ghost Of Navigator? Uma das minhas favoritas. Já escutou Blood Brothers?

  Quem ele pensa que é? O Steve Harrris?

-É claro que já! Dá pra dar espaço?

  Ele sorriu.

-Você se irrita tão fácil.

-É, e não queira saber o que eu faço com gente que me irrita.

  Ele gargalhou, jogando a cabeça para trás, e me encarou.

-O que? Bate nelas com seu fone de ouvido?

  Vem cá, era pegadinha ou algo do tipo? Encarei ele com um olhar mais incrédulo que conseguia, e depois desliguei o Ipod, me virando para ele e levantando-me.

-Ah, não vai embora né? Para de ser criança, Lisa!
  franzi a testa.

-Como sabe que o meu nome é Lisa?

  Ele sorriu torto, um sorriso incrivelmente lindo, e ergueu e abaixou as sobrancelhas rapidamente.

-Sou o irmão bastardo do Dean e do Sam Winchester.

-Ah, vai gastar a paciência de outro...

  Me virei, para que ele não pudesse ver que eu estava rindo da piadinha. Ah, qual é? Tinha sido engraçada.

-Viu? Consegui te fazer rir. E eu vi um chaveiro com a letra “L” na sua mochila, e como você não tem cara de Laura ou Luana, pensei que fosse algo mais leve, já que você já fez ballet.

  Como ele sabia que eu fiz ballet?

-Embora não tenha tido tempo de ver o resto, vi no seu All Star escrito “Li...” aí eu pensei que fosse Lily, de Emily, só que, bom, você é bonita demais para ser uma Emily da vida.

  Fiquei de braços cruzados, com uma sobrancelhas erguida.

-Ah, ta bom, é mentira. Eu li na ficha de chamada da professora de inglês. Então... Francesa, han?

  Perguntou, folheando o meu caderno. Fechei-o, mas Brian conseguiu retirar a mão antes que acertase-a. minha irritação provavelmente o motivou a rir.

-Brian, você...

-Meus amigos me chamam de Synyster. As namoradas também.

  Disse, chegando perto demais de mim.

  Ok, isso fora a gota d’água. Peguei minha mochila e o caderno, saindo e dizendo:
-Espero nunca mais ter que vê-lo, Brian!

-Ah, pode se acostumando! Moramos no mesmo prédio!