A Porra do Ciume

  Brian tinha sido o dia todo super educado e cavalheiro comigo. Eu estava ficando ate com medo, para ser franca. Comecei a me perguntar por que isso estava acontecendo.

  Syn estacionou o carro no estacionamento do prédio e abriu a porta para mim.

-De onde saiu essa gentileza toda?

  Perguntei, saindo do carro. Ele sorriu, dando uma pequena risadinha.

-Você merece.

-Você sabe que isso não vai me levar para a sua cama.

  Revirei os olhos.

  Quando chegamos na frente da minha porta, abracei Brian e disse:

-Obrigado por hoje.

-Que nada, hoje só foi uma amostra do que você poderia ter se desse o braço a torcer e ficasse comigo.

  Ele disse ainda me abraçando. Soltei-o e sorri, vendo-o ir embora.

  Abri a bolsa, procurando a chave quando a porta se abriu.

  Chad estava do outro lado, com uma cara de malvado.

-Olá.

-Ah, ainda bem que abriu para mim. Nem sei onde está a minha chave.

-Por que não pergunta aquele garoto?

  Ele perguntou, fechando a porta enquanto eu me sentava no sofá, tirando os sapatos.

-É, amanhã eu vejo isso.

-Você disse que estava na casa de uma das suas amigas. Por que ele estava na minha porta?

  Ele perguntou, sério demais, de braços cruzados. Ergui uma sobrancelha.

-Ciumes? Ah, fala sério, Chad.

-Esse cara não tem uma pinta muito boa. Cheio de tatuagens...

-Que merda você está falando? Você tem tatuagem!

-QUE PALAVRIADO É ESSE?! Está aprendendo com esse marginal?

  Ele perguntou, quando eu me levantei e coloquei-me em sua frente. Ninguém podia falar mal de Brian. Só eu.

-NÃO CHAMA O SYN DESSE JEITO!

-OU O QUE? HAN?

  Papai apareceu, com as mãos na cintura, encarando nós dois.

-O que está acontecendo aqui?

-Lisa está saindo com um pivete drogado.

-VAI SE FODER, CHAD!

  Gritei, o rosto vermelho de raiva. Por que ele estava chamando Brian assim? Ele não tinha feito nada.

  Ele nunca fez.

-O que ele está falando, Liss, meu amor?

  Papai me perguntou, o tom meio peocupado. Ótimo, agora ele estava contra mim também.

-Ele está falando do Syn, papai. Aquele, que você falou que era um garoto legal. Chad está de viadagem.

-VOCÊ MUDA ESSE TOM ANTES DE FALAR O MEU NOME, GAROTA!
-Babaca!

  Papai respirou fundo e me mandou em seguida ir para o meu quarto. Encarando Chad com um olhar mortal, segui para o meu quarto. Assim que terminei de tomar banho, meu celular tocou. Quando sai do banheiro, vi Chad com ele na mão.

-Me dê isso agora.

-Quem é, heim? O pivete?

-Se você chamá-lo mais uma vez assim...

-Alô?

-ISSO NÃO É SEU!

  Gritei, avançando para sua frente. Ele me segurou com uma mão, e sorriu no telefone.

-Ah, olá, Avril. Não, está tudo bem. Ela já vai atender.

  Ele me entregou o telefone e saiu do quarto, batendo a porra do porta.

-O que você quer?

-Cruzes, eu também te amo.

  Respirei fundo, me sentando na cama.

-O que acontece aí?

-Chad.

  Fechei os olhos.

-Ciumes de novo.

-CIUMES?

  Nós sabíamos que seu ciúme não era algo muito agradável. Não mesmo.

-É.

-Que merda. De quem?

  Engoli a seco.

-Brian.