Imperfect Life escrita por larah16, annylopez


Capítulo 16
O outro caminho.


Notas iniciais do capítulo

People, sorry pela demora! Mas aqui está mais um capítulo muuuito louco!
Espero que gostem!
E ahh, queria agradecer á todas as leitoras que lêem e sempre deixam suas marquinhas aqui, nos reviews! Obrigadooo...e aos outros que lêem mas não comentam, obrigadooo por continuarem comigo também!
É isso.
Boa leitura!!



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Bella PDV

Fui acordada pelos primeiros raios de sol que adentravam a janela do quarto. Junto com eles, uma onda de sensações me fez levantar, abruptamente. Olhei em volta, constatando justamente o que eu imaginava. Eu estava no quarto de Edward.

Então, tinha mesmo acontecido. Eu havia pedido, e Edward havia me possuído na noite anterior. Meu coração batia descompassado e minha respiração era ofegante. E depois de muito tempo, ouvi novamente a voz de BellZ ecoar em minha cabeça.

‘Você é uma idiota, Bella. Como pôde cair tão fácil e tão rápido assim no que ele disse? Vai mesmo se deixar levar assim tão...’

‘- Cala a boca, BellZ. Eu não te perguntei nada, e não te devo satisfações de nada. Afinal, onde você estava? Achei que tinha se extinguido!’ – pensei, cortando-a.

‘Não minha cara....dificilmente você vai se livrar de mim. Ainda mais agora quando minha presença é muito mais constante em você do que você pensa.’

‘- Do que está falando?’ – perguntei.

‘De nada Bella, não é nada...’

A voz de BellZ foi abafada pela voz rouca de Edward que me fez voltar á realidade.

- Já acordou Bella? Porque está levantada?

Eu estava em pé, de costas para ele. Mantive minha cabeça baixa, o que me fez olhar para meu corpo e constar que só estava vestida com uma blusa dele, e uma calcinha. Bom, pelo menos a blusa tampava tudo.

- E-eu...estou indo embora Edward... – falei, sussurrando.

- Não, Bella. Espere amanhecer...fica mais. – ele falou, numa voz apelativa.

Respirei fundo.

- Edward eu...preciso pensar. Preciso de um tempo. Isso não está certo... – balbuciei as palavras rapidamente.

- Pensar no que Bella? – ele perguntou. Ouvi um barulho, provavelmente ele se sentando na cama. Eu não ousava me virar para encará-lo. – Você...se arrependeu? – sua voz era abafada.

- Eu só acho....e-eu...é que... – não consegui me expressar.

- Bella fala logo, não me torture...eu vou ouvir tudo o que você tiver que dizer... – ouvi ele engolindo em seco.

Andei de um lado para o outro no quarto, sem levantar a cabeça. Eu sabia que na hora em que olhasse em seus olhos, toda essa minha dúvida ou preocupação se esvairia. Eu até poderia me sentir segura com ele, o problema...era sem ele. Aí é que as dúvidas e preocupações viriam.

Parei em frente a sua cômoda e comecei a observar as muitas coisas espalhadas ali por cima. Só agora havia notado o quanto Edward era desconhecido pra mim. Observei as fotos. Alice quando pequena, ao lado de Edward, com um homem e uma moça jovem atrás. Todos muito sorridentes.

Suspirei e levantei a cabeça para encarar meu reflexo no espelho. Meus olhos pareciam alarmados, assustados. Bem, talvez fosse assim que eu estivesse me sentindo por dentro. Eu me sentia encurralada.

- Bella...quer me contar o que está havendo?

Suspirei e falei devagar.

- Eu tenho medo Edward. – confessei, numa voz baixa, fitando meus pés.

- Olha pra mim Bella. Quero olhar em seus olhos, enquanto você me fala. – ele disse.

Respirei fundo e devagar, enquanto rodava meu corpo nos pés. No mesmo segundo em que olhei em seus olhos, senti meu rosto queimar quase que instantaneamente. Voltei o olhar para o chão, enquanto falava.

- Eu..tenho medo, Edward. Medo de tudo isso não passe de um sonho e que depois a realidade destrua tudo...assim como já acontece comigo. – confessei. – Eu não suportaria, Edward.

Ele se levantou e veio até mim. Vi que ele usava uma calça e seu cabelo estava mais desgrenhado que nunca. Ele tirou uma mecha de cabelo do meu rosto.

- Bella..eu sempre vou estar aqui, meu amor....isso aqui não é um sonho. – Ele disse.

- Então me prova, Edward. Me prova. – pedi.

Joguei meus braços em seu pescoço e ele enlaçou minha cintura, colando nossas bocas. Naqueles braços eu me sentia de uma forma avassaladoramente inteira. Não eram apenas pedaços de mim.

Em algum ponto do beijo Edward começou a sorrir. Ele me girou no ar e ambos caímos em cima da cama, dando gargalhadas. Passei minha perna por cima dele e prendi suas mãos com o peso do meu corpo.

- E agora...você é o meu prisioneiro. Está sendo acusado por ser um tremendo gos...

- Blergh! – ouvi um som vindo da porta.

Edward se assustou e rolou para o lado errado da cama, me fazendo cair no chão com um baque surdo. Já sentia meu rosto corar violentamente, antes mesmo de ouvir o que ouviria a seguir.

- Que bagaça aconteceu aqui, hein? – Alice perguntou da porta, com os braços cruzados.

- Err...nada Alice...só estávamos..bem..hum...brincando? – sorri, sem graça. – Há quanto tempo está aí? – perguntei me levantando.

- Brincando é a sua cara, Isabella. Estou aqui a tempo suficiente pra ver a muvuca que rolou. – ela sorriu, depois começou a saltar e a bater palmas. – Então, vocês se acertaram?

- Bom...a Bella é quem tem que dizer isso... – Edward respondeu.

Ela deu um sorriso sacana, olhando pra mim.

- Alice, vai catar coquinho em muda de batata.... Eu preciso ir embora. – falei.

- Mas Bella....eu quero saber! – bateu o pé.

- Pergunte ao Edward depois...agora eu tenho um pepino pra resolver.

Ouvi ela soltar uma lufada de ar. Olhei incrédula pra ela.

- Está bufando, fofolete?? – perguntei, com a voz uma nota acima.

Ela me olhou com a cara mais assassina.

- Fofolete é a vó! Não vem com onda que o mar não está pra peixe. – ela cruzou os braços. – Você não sai daqui até eu saber o que eu quero e preciso saber: afinal, vocês estão juntos ou é só esfrega-esfrega mesmo? – perguntou, com a cara mais deslavada.

- Alice! – Edward repreendeu-a.

- Qualé, Ed! Eu só quero saber, ué. Que mal há nisso?

- A curiosidade matou o gato viu, baixinha. – falei, sorrindo.

Paguei meus sapatos do chão e rumei á porta, já com minha roupa. Alice abriu as pernas, e colocou os braços no portal, impedindo-me de avançar.

Sorri enquanto levava o braço até ela, começando a fazer cócegas. Ela segurou o riso, mas começou a ficar vermelha e depois não agüentou mais. Eu continuei a fazer cócegas até ela cair no chão. Olhei para Edward e dei-lhe uma piscadela antes de sair.

- Tchau, Lice! – falei, descendo as escadas.

- Bella sua safada, você ainda me paga! – ouvi seu grito antes de sair pela porta.

Calcei meu sapato e saí gargalhando, sentindo o vento frio batendo em meu rosto. Abracei meus braços, enquanto rumava de volta pra casa. Entrei devagar pelo portão. Abri a porta, girando a maçaneta com cuidado. Retirei o sapato e encostei a porta.

A casa estava silenciosa como eu previa. Subi as escadas e entrei em meu quarto, sem fazer barulho algum. Encostei a porta, joguei meus saltos no chão e me joguei na cama. Estava exausta.

Fechei meus olhos devagar, deleitando-me com a sensação. Aos poucos fui deixando o cansaço me levar, mas uma abertura brusca da porta me fez abrir os olhos e ver Renée entrando no quarto.

- Isabella Marie Swan! Aonde você pensa que estava? – ela começou a falar.

Somente olhei para ela, sem a menor vontade de responder. Eu não ia deixar esse estresse dela por pouca coisa me afetar. Fitei-a sem falar nada.

- Eu perguntei aonde você estava...está surda, ou tá querendo apanhar? – ela pausou. – Não me diga que...

- Olha aqui mãe, não vem me encher o saco á essa hora da manhã. Eu estou de ressaca e...

- Você dormiu na casa do Edward, não é? Como pôde? Eu já não falei que não queria você perto deles, Bella?

- E o que tem? Afinal, da onde você conhece tanto eles? Como sabe tanto? – questionei, raivosa, sentando-me na cama.

- Eu..eu...não interessa! – ela cortou. – Alguém comentou comigo...

- Me conte o que está escondendo, Renée! O que tanto sabe deles? – esbravejei.

- Já disse que não lhe devo satisfações!

- Muito menos eu, então.  Agora pára de me perturbar e sai do meu quarto! – apontei o dedo pra porta.

- Olha aqui, Isabella, eu não quero que você se meta com gente dessa laia, tá me entendendo?

Porque ela não saiu quando dei a oportunidade de terminar pacificamente?

Bufei, tentando controlar-me.

- Sou EU quem escolho e faço MINHAS amizades! Eu já sou bem grandinha pra você ter que ficar dizendo com quem eu saio ou não!

- Presta atenção, eu não vou repetir, não quero ver você perto deles de novo! Você não os conhece...

- Ah, e você conhece, então? Porra Renée, faça-me o favor! Eu não te suporto mais....VAZA DAQUI! – falei, levantando-me da cama e levando-a até a porta.

Ela tentou resisti, mas a empurrei até o corredor com força. Quando eu ia fechar a porta ela colocou o pé e falou amargamente.

- Você vai se arrepender disso. Mas nem que eu tenha que te proibir de sair de casa! – ralhou.

Forcei a porta no pé dela, até que ela tirou e eu bati a porta com força, trancando-a em seguida. Bufei, passando a mão no cabelo, indo até o meio do quarto. Virei e pude ver meu reflexo no espelho. Eu estava deplorável. Uma dor de cabeça latente agora me dava tontura.

Dei uma ajeitada no cabelo e passei uma maquiagem onde se formavam algumas olheiras. Olhei para a janela e suspirei indo até lá. Abri e coloquei minha cabeça para fora, sentindo os primeiros raios de sol em minha pele.

Discutir com Renée tirou-me o sono e só me fez ficar com estresse. Eu precisava de algo para me aliviar. Algo que...me levasse além.

Em pouco tempo joguei minha corda de lençóis do lado de fora e verifiquei se estava bem preso á porta. Sair pela janela fora a coisa mais inusitante que fiz. E era atrás dessas coisas que eu agora ia atrás. Saí pelo portão, e não me preocupei se Renée veria ou não. Queria mais que ela visse.

Vaguei pelas ruas conhecidas, ainda sem rumo. Vi uma mercearia aberta e me dirigi até lá.

- Vocês vendem cigarro? – perguntei ao homem de idade.

- Só para maiores de idade mocinha... – ele respondeu sem me olhar.

- Ah, saquei. Então me dá um maço aí. – pedi.

Ele levantou a cabeça e me encarou. Eu ergui uma sobrancelha pra ele.

- Qual é...vai vender ou não? – perguntei, já impaciente.

- Você não acha que é jovem e bonita demais pra fumar não, moça?

Bufei, enquanto virava e caminhava até o balcão para eu mesma procurar pelo que queria. Olhei a quantidade de marcas diferentes. Peguei o que estava mais próximo e puxei uma nota do bolso.

- Não acha que está opinando demais, coroa? – falei, seca. – Valeu aí pelo serviço, tá? – lancei a nota por sobre o balcão e peguei um isqueiro antes de sair, já acendendo um cigarro.

Voltei a andar pelas ruas, adentrando lugares que eu ainda não conhecia. Nesse momento tudo o que eu queria era que BellZ me fizesse esquecer até quem eu era. Andava pelas ruas, sem ao menos prestar atenção nas esquinas em que virava. Acendi outro cigarro, sentindo a impaciência me corroer, procurando me manter ocupada.

Após alguns cigarros, perdi a noção de onde eu estava. Era um local pouco movimentado, algumas ruelas estreitas e grupinhos de meninos espalhados pelos becos em que passava.

- Ei, psiu! Chega aí, gatinha. Não quer vir aqui dividir um pouco desse cigarro com a gente não? – ouvi um grito distante.

Caminhei calmamente até sentir uma mão em meu braço. Virei para ver quem me falava.

- Ei...nunca te vi por aqui, gostosa. Não quer vir dar um rolé com a gente?

- Hoje não to muito a fim.... – comecei a falar, mas depois perguntei – Vocês tem algo bom pra mim?

- Aaah..te garanto que sim. – ele falou, sorrindo e olhando para o cigarro em minha mão.

[...]

Quando voltei pra casa já era noite. Perdi a noção do tempo, enquanto conhecia o bairro por onde andava. Andei com uma galera de lá, mas já não me lembrava mais o nome de nenhum deles.

Eu estava me sentindo diferente. Como se eu pudesse fazer qualquer coisa. Gargalhei, enquanto abria a porta da frente.

- Que caralho é esse aqui??? – gritei surpresa quando vi a cena em minha frente. – Renée, posso saber o que tá pegando aqui? – perguntei, tentando parecer séria, mas minha vontade era de sorrir diante da cena. Porque eu não estava dando a mínima, então, parecia tudo tão...engraçado. Eu havia pegado Renée no flagra.

Ela tentava ajeitar suas roupas, e passava as mãos no cabelo tentando ajeitar a juba. Seu rosto todo sujo de batom, suas roupas amassadas, e algum tipo de indivíduo virado de costas para mim ao seu lado.

Reprimi uma gargalhada e limpei minha garganta para ver se alguém falava algo.

- Err...Bella...

- Não tenta me enrolar, sua canalha...e você aí, não vai virar a cara pra mim, não?

O homem alto e loiro virou pra mim, fazendo com que eu ficasse boquiaberta. Ele era lindo. Mas................É surpreendente, mas parecia que eu já havia visto aquele rosto em algum lugar, mas não consegui me recordar.

- Você é....

- Carlisle Cullen, Bella. Não lembra de mim? – ele falou, virando-se para mim. Todo o feitiche que eu poderia ter com ele desapareceu completamente no momento em que ele pronunciou aquelas palavras.

- Cullen? Renée você está se envolvendo com um Cullen? Eu não posso acreditar nisso!! – praticamente berrei, agora notavelmente nervosa.

Então...era por isso que a desgraçada não me queria perto deles? Porque ela já estava se esfregando com um?

- Isabella abaixe seu tom de voz comigo!

- ABAIXAR UMA OVA! O QUE VOCÊ ESTAVA PENSANDO? QUE EU NUNCA IA DESCOBRIR? – gritei.

- Err, eu vou indo, Renée. Volto quando ela estiver mais calma. A gente precisa conversar.

- Não....não vá ainda..E-eu..

- Depois conversamos. – ele falou sério, se retirando.

Assim que a porta da frente se fechou, voltei a encarar Renée, fuzilando-a. Minha cabeça agora doía e eu me sentia entorpecida. Talvez eu tenha exagerado com a minha nova ‘galere’.

- Viu o que você fez, Bella? Quem você pensa que é pra falar comigo daquele jeito na frente dele?

Gargalhei altamente. A expressão de Renée era de puro choque. Controlei um pouco as risadas e falei.

- Então você amava o Charlie, né? Bom saber que essas coisas passam rápido, E QUE VOCÊ NÃO SOFRE COM A AUSÊNCIA DE UM GRANDE AMOR! – berrei. – QUE LINDO EXEMPLO RENÉE. – bati palmas pra ela, com um sorriso no rosto. – Parabéns, você consegue ser pior do que eu imaginava. Há quanto tempo está enrolando esse aí também? – perguntei apontando pra porta por onde ele havia acabado de sair.

- Não fale assim de mim! Eu gosto do Carlisle e nós estamos nos dando super bem!

- RÁ! Queria saber o que ele faria se soubesse como você gosta de chamar o filho dele de ralé, gente dessa laia...Como se você fosse melhor do que qualquer coisa!!

- VOCÊ NEM OUSE SE METER NESSA HISTÓRIA! – ela ralhou. – Desde o começo eu falei pra você não se aproximar desse Edward porque eu não queria que você pudesse estragar meu relacionamento com Carlisle..

- AAHHH! Então quer dizer que estão juntos desde que chegamos aqui?

Ela ficou calada.

- Você não tem valor, Renée! Achou que esconderia isso de mim pra sempre? Não acredito como teve coragem. – falei. – Pois fique sabendo que eu adoro o Edward, e ele me ama! Então se alguém tem que se conformar aqui é você!

- Vocês estão namorando?! – ela perguntou, alarmada.

- E se tivéssemos? O que você tem a ver?

- Tem a ver que eu não quero filha minha grávida aqui dentro da minha casa! Isso é terminantemente proibido! Então, pode apagar o fogo dessa periquita enquanto estiver sob o teto da minha casa!

- Ah, Renée, quer saber? Cansei de você! Não suporto nem olhar pra sua cara! Eu espero que o doutorzinho perceba que tipo de mulher você é antes que você finque suas garras no que é dele. – falei, já subindo as escadas.

Estava cansada demais para levar essa briga adiante por mais tempo. Renée também parecia exausta, pois nem respondeu, apenas se jogou no sofá atrás dela. Passei pela porta do quarto vazio de Adriana.

- Cadê a Adriana? – perguntei lá de cima.

Houve um momento de silêncio, mas logo depois veio a breve resposta.

- Com Charlie...

Outra perdida. Não tem ninguém que preste nessa família pra dizer que ela fez a escolha certa. Charlie também era outro canalha. Eu nunca o perdoaria por ele nos abandonar. E nunca aceitei seus pedidos para ir pelo menos visitar ele.

 Fui até o meu quarto e peguei uma roupa qualquer e fui tomar um banho. Deixei a água quente escorrer e levar de mim todas as evidências da discussão. Meu peito parecia comprimido. Mas eu sabia que logo de manhã já estaria tudo esquecido.

Voltei para o meu quarto, e os cigarros dentro do meu bolso pareciam me chamar. Não resisti e puxei um, para logo acender e dar uma longa tragada. Deitei na cama e fui deixando a nicotina me acalmar. Assim que acabou, apaguei a ponta na beirada da cama e joguei o resto no chão. Virei de lado e esperei pela inconsciência me embalar.

Cabeça da Bella...

- Olá, Bella.

- E aí, BellZ. – respondi.

- Não está fácil, né?

Balancei a cabeça.

- Você sumiu. Nunca mais me deu pistas...nunca mais falou nada..

- Eu estava apenas te observando Bella. Te observando e aprendendo meios de te usar sem você saber..

- Isso eu percebo...você está ausente..mas não inativa. – sorri.

Estranhamente, agora eu gostava da presença de BellZ e de todas as coisas que ela me ajudava.

- Preciso de você. – falei.

- Eu sei. Por isso te trouxe aqui.

- Então me ajude. Eu já não sei mais o que fazer.

- Eu vou Bella. Só basta você relaxar, ok?

Afirmei com a cabeça, deixando que agora minha necessidade de BellZ falasse mais alto. Eu não suportava mais as dores sozinha. E agora...que comece uma nova Era.

[....]

Acordei de manhã meia grogue. Sentei na cama, soltando um suspiro desvairado. Todo resquício de pura incredulidade ainda estava estampado em meu rosto. Tentei suavizar a expressão, colocando uma cara de quem não se importa muito com as coisas.

Levantei e fui direto ao bolso da minha calça e tirei um cigarro de lá. Acendi-o e enquanto fumava, escolhia uma roupa para sair. Coloquei uma roupa escura, e calcei um all star preto e surrado. Passei um lápis de olho preto e rumei em direção á porta. Apaguei o cigarro no portal e joguei o resto no chão, fechando a porta em seguida.

Desci as escadas e verifiquei as horas. Eram dez e meia. Renée estava na cozinha, passei o mais rapidamente que pude e fui em busca de algo pra fazer.

Renée PDV

Precisei de uma noite inteira pra poder assimilar tudo o que acontecera. O modo como Bella havia me tratado. Carlisle saindo daqui de casa daquele jeito. Mas o que mais me incomodava era o jeito que Bella havia se tornado.

Ela veio se transformando nesses tempos, mas não sei dizer a causa disso. Talvez, seja algum distúrbio da garota, só sabia que eu já não agüentava mais esse jeito impetuoso dela. Ou ela parava com aquilo, que mais parecia pirraça de criança, ou eu tomaria medidas drásticas.

Ouvi o telefone tocar na sala.

- Alo? – atendi.

- Renée? – era a voz de Charlie.

- O que você quer? – fui direta.

- Quero saber se esse mês posso ficar sem te dar a pensão... – ele começou.

- É claro que não! Porque quer isso? – perguntei.

- É que estou com uns problemas financeiros...e..Adriana está comigo esses dias, e..

- Não quero saber! Dê seu jeito...se vira...eu não mandei você me largar por outra..agora pague as conseqüências. – ralhei e desliguei o telefone em sua cara.

Desde que nos separamos e eu ganhei a causa na justiça, Charlie tem me pagado uma pensão mensal pra me ajudar com as despesas da casa. Em nenhum momento ele se negou a pagar. Aposto que querendo mostrar que ele ficaria muito mais bem de vida do que eu.

Ele quis a guarda das meninas, mas lutei pelo meu direito como mãe e acabei por ficar com elas quando ele desistiu de brigar. Adriana é a única que ainda passa algum tempo com ele nas férias, já Bella não quer nem ouvir pronunciar o nome dele.

Peguei meu celular em cima da mesa e procurei na lista o número de Carlisle. Eu precisava conversar com ele. Precisava explicar o que havia acontecido, mesmo nem eu sabendo o porque de Bella agira daquele jeito. Enquanto ligava visualizei o vulto de Bella passar pela sala e uma batida na porta. Não deu nem tempo de gritar por ela. Mas não importava, eu tinha coisas mais urgentes pra resolver agora.

Bella PDV

- Ei, Bella! Você voltou! – gritou o cabeça do grupo quando cheguei em um dos becos escondidos do bairro onde morava.

- E aí! Será que a gente poderia dar uma volta? Quero algo pra me distrair... – falei.

- Claro. – Ele respondeu, encarando-me. – Você não lembra do meu nome, certo?

Balancei a cabeça.

- Vou falar de novo, mas vê se não esquece mais a porra dos nomes. Eu sou Paul, esse é o Embry, Leah e aquela ali é a Susan e o Seth. – ele falou, apontando cada um.

- Beleza. – respondi simplesmente. – Tem um cigarro aí?

Ele me passou um cigarro aceso e passou o braço pelo meu pescoço, começando a andar. O pessoal vinha andando atrás. Paul parecia o tipo de cara que sabe comandar, não sendo a toa que ele era o chefe daquele bairro. Sim, ele era um contrabandista.

Susan era namorada de Embry. Ela era esnobe, assim como o sobrenome dela dizia. Pertencia a uma família rica, mas não tinha as coisas que mais queria. Fazia quase um ano que fugira de casa e se juntara a Paul. Já Embry vivera aqui desde pequeno, então conhece todo o esquema e divide o comando com Paul.

Seth, pelo que eu pude descobrir, era o mais novo, tinha 17 anos. Ele era mais reservado, e nunca falava demais sobre a vida dele. Só dizia que estava ali para fugir da vida que ele tinha, assim como Susan. Leah era companheira de Paul. Era fechada e sempre ficava com cara feia quando eu chegava, pois Paul dava mais atenção pra mim do que a ela.

- Aí gente, eu to com fome. – Seth falou, quando já havia escurecido.

- Bora arranjar uma comida, então. – Paul falou, se levantando.

Estávamos sentados em uma esquina, apenas conversando e trocando algumas ideias. Estava conhecendo melhor eles. Todos juntos, andamos até o mercado mais próximo e os meninos entraram primeiro.

- Bora, caramba, tira logo o dinheiro dessa merda e passa isso pra mim! – ouvi Paul falar alto lá dentro.

- Vamos. – Leah me puxou junto com Susan.

Enquanto os meninos rendiam os que trabalhavam, eu e as meninas pegávamos tudo o que tinha de interessante pela frente. Depois de estar com as mãos cheias, nos dirigimos até a saída. Não pude deixar de gargalhar enquanto via a cara retardada que as mulheres estavam fazendo atrás do balcão.

Os meninos saíram do mercado e andamos normalmente até o beco mais próximo. Colocamos as coisas no chão e todos se sentaram.

- Nossa, esse é o jeito mais fácil e rápido de arranjar coisa pra comer. Fala sério. – comentei, sorrindo.

- Você ainda não viu nada, Bellinha. – Embry disse. – Ei, quer mais um pouco? – ele tirou o saquinho pequeno do bolso, jogando pra mim.

Coloquei meu nariz na borda do saco e inspirei com vontade.

- Cara, isso aqui é o que mesmo que vocês falaram? – perguntei.

- É uma mistura que a gente faz. Ela não é tão forte como uma droga, mas dá pra viajar um pouco. – Paul sorriu. – Não queremos te dar coisas muito fortes ainda.

Gargalhei.

- E posso saber porque toda essa prevenção?

- Porque você ainda é uma pupila. Precisa provar que quer estar no grupo. A sua participação agora a pouco foi importante. Vai contar no final.

Sorri.

- Vocês são demais. – murmurei, enquanto pegava um pão em cima das comidas que tínhamos roubados.

Sim. Eu havia roubado pela primeira vez em minha vida.


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Notas finais do capítulo

E aí?
Viajei demais? kkk. Bella....ou melhor, BellZ está cada vez mais impetuosa. Não há como impedí-la mais. O que será que ainda vai acontecer?
Como Edward reagirá ao ver Bella novamente?
Muitas coisas aguardam no próximo capítuloo! Espero voces!
Mandem suas opiniões, suas críticas! Reviews, people! E que tal algumas recomendações? haha....tô pedindo demais, né?
Bom, é isso. Espero que tenham gostado!
Beijos, beijos, e até o próximo!!
Larissa.



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