Uma voz masculina conhecida veio do andar de baixo. Frank me olhou com um cara de interrogação. A voz procurou por mim, perguntando se eu já estava bem sobre o que aconteceu com o Mikey. Quem seria? Ouvi passos no piso de madeira e então alguém bateu na porta, que foi aberta em uma pequena fresta e logo foi aberta por inteiro. A figura familiar apareceu. Donnald Way, meu pai havia chego de viagem. Levantei da cama em um pulo.

-PAI! - Corri pra abraça-lo, fazia tempo que não havia - Como foi de viagem? Por que não avisou que ia voltar... - Começei a tagarelar perguntas feito uma criança de sete anos

-Calma Gee, calma. Uma coisa de cada vez. - Ele olhou por cima de meu ombro, talvez olhando para Frank. - Quem é ele?

-Ele é o Frank pai! - Sorri e olhei docemente para Frank, ele ficou um pouco vermelho e abaixou a cabeça. Respirou e se levantou.

-Prazer em conhece-lo senhor Way!

-Eu digo o mesmo senhor Iero.

-Como sabe meu sobrenome?

-A mãe de Gerard falou muito de você...

-Então você sabe que... - Perguntei meio aflito

-Sim Gerard, eu sei. E quero falar com Frank alguns minutos no meu escritorio.

Frank me olhou e eu engoli em seco. Ele seguiu meu pai quarto afora e logo escutei a porta do escritorio ser fechada. Queria saber o que meu pai iria falar pro Frank, nunca soube da opinião dele contanto a esse assunto. Nunca conversamos sobre isto, só com a minha mãe, que eu sabia desde o começo que iria aceitar de boa. Me sentei na cama e olhei pro céu pela janela, eu pedia para que tudo desse certo...

(Frank's POV)

O senhor Way me levou até o escritorio e abriu a porta pra mim, logo entrando e a fechando. Mil pensamentos se passavam na minha cabeça. Ele se sentou numa cadeira na frente de um computador e apontou a do outro lado pra mim. Nos encaramos por alguns minutos. Eu me sentia uma presa facil pra um leão. Ele suspirou e soltou uma risada alta.

-Te assustei não foi?

-Ér, um pouquinho. - Sorri tentando amenizar a minha cara de medo.

-Lamento o que aconteceu com seu pai. Frank sempre foi um pouco descontrolado, mas não ao ponto de tentar matar o proprio filho por ser gay. Mas então, você e o Gerard estão a quanto tempo juntos?

-Vai fazer um mês e uma semana. - Sorri me lembrando de quando o encontrei na escola.

-Você sabia que é o primeiro relacionamento que meu filho tem?

-Não... Ele não me contou isso.

-Pois é. Eu queria pedir pra ter paciencia com ele. Ele amadureceu tão rapido, porque nunca estive muito em casa. Gerard é uma pessoa sensivel, ele deixa essa parede dura na frente dele pra ninguém perceber que ele está mal entende? Quando Donna me disse que ele tinha achado alguém você não sabe quanto fiquei feliz. Ele precisava disso, ele precisa de você. Isso está nos olhos dele. Antes de você sair do quarto, ele o olhou de um jeito tão... Bonito. É essa palavra mais ou menos. Ele precisa de uma razão pra viver...

-Como assim, razão para viver?

-Uma vez, quando Gerard tinha quatorze ou quinze anos, eu estava aqui em casa, com Mikey na sala e Donna estava fazendo janta, Gerard como sempre estava no quarto dele. Estava muito silencio, então pedi pra Mikey ir ver se estava tudo bem com Gerard. Um minuto depois que Mikey subiu escutamos um grito. Mandei Donna ficar por lá, não queria que ela ficasse desesperada, como sempre ficava quando algo acontecia. Corri para o quarto deles e achei Mikey com as mão cheias de sangue. Gerard havia cortado os pulsos, se Mikey não tivesse o achado e nós o tivessemos levado para o hospital talvez você não teria o conhecido...

-Meu Deus. Por isso ele ainda se...

-Isso. Ele ainda se corta pelo mesmo motivo de ter tentado se matar: Preconceito. Até o hoje o pessoal da escola dele o acha de estranho e esfrega isso na cara dele.

-Senhor Way...

-Me chame de Donnald.

-Okay. Donnald, eu amo o Gerard demais. - Não calculei palavras nem nada, somente falei o que sentia. - Eu não suporto ve-lo chorar, não suporto o ver se machucando por causa da opinião nojenta de certas pessoas. Ele é muito importante pra mim, ele já está no meu coração, e pelo resto da minha vida ele vai estar. Eu não vou deixar mais ninguém o machucar,fazer aquilo com ele. Eu o amo demais para o ver se alto destruir. Eu prometo que nunca vou o deixar.

-Isso me deixa muito feliz, Frank. Espero que sejam felizes.

-Pode ter certeza que iremos ser! - Sorri e ele retribuiu o sorriso, logo vindo me abraçar...

(Gerard's POV)

Roi o resto das unhas que tinha, eles estavam demorando demais. Olhava para a porta pedindo para Frank entrar logo, a maçaneta girou lentamente e então a imagem de Frank entrando e fechando a porta do quarto tomou conta da minha visão. Pulei da cama e o beijei. Ele correspondeu e ficamos assim por algum tempinho, nos separamos quando o ar faltou.

-E ai, o que ele falou?

-Que era pra eu cuidar de você, bobinho.

Ele selou meus labio e logo após jogou o meu pijama pra mim. Ele entrou no banheiro e ligou o chuveiro. Eu me deitei na cama e tentei o esperar, mas estava um pouco cansado e acabei pegando no sono antes dele sair do banho.