Segunda-feira, entediante segunda-feira. Estavamos indo para a escola, Mikey e eu, não conversavamos porque eu estava escutando música e ele distraido olhando para a neve. A música do Muse quase estourava meus ouvidos de tão alta que estava, Mikey havia me apresentado a banda, é uma das preferidas dele, então começei a gostar. Sing For Absolution era a minha preferida, e a que estava tocando neste momento, eu a cantava bem baixo, tão baixo que meu irmão nem escutava ou fingia que não escutava. Chegamos na frente da escola e pra já começar a segunda horrivelmente mal, aquela coisa da qual tinha o nome de Samara já estava me encarando no portão de entrada da escola. Passei rapido e sem dar atenção para ela, logo estava na sala sentado no meu lugar excluido, bem, que não era mais tão excluido pois eu tinha a compania do meu pequeno, Frank. Logo ele estava entrando na sala, com um ar pacifico que me contagiava, eu nunca vou me cansar de ve-lo com se fosse a primeira vez. Ele colocou as coisas no lugar e logo veio ao meu encontro, com os braços abertos de uma maneira bem infantil, seus braços me envolveram num confortavel e quente abraço.

-Bom dia Gee!! - Ele beijou minha buchecha de um jeito estalado - Dormiu bem? - Ele sorria de um jeito encantador e completamente feliz.

-Bom dia Frankie - Correspondi o seu beijo, só que foi mais discretamente - Eu dormi bem, senti sua falta ao meu lado... Você está bem feliz, o que aconteceu??

-Meu pai voltou de viajem! - Ele disse feliz e eu senti um frio correr por minha espinha - Estou tão feliz de ele estar em casa de novo! Além disso ele trouxe isso para mim - Então apontou para aquelas "mochilas" para instrumentos, das quais não sei o nome, encostada em sua mesa.

-O que é isso??

-É uma guitarra que eu sou apaixonado desde criança - Ele foi até sua mesa e pegou a tal guitarra - Não é linda? - A guitarra que agora estava em suas mãos era linda, branca com alguns detalhes em preto

-Você toca guitarra??

-Sim, mas não sou tão bom - Ele virou e guardou a guitarra - Hoje vou treinar aqui na escola, já pedi para a diretora. Quer me fazer compania?

-Não precisava perguntar, você já sabe a resposta.

Ele sorriu e se sentou no lugar no mesmo momento em que o professor entrou. Hoje o menino que se sentava na minha frente havia faltado e sem pedir nem nada Samara se sentou na minha frente, ela havia chegado na sala um pouco depois que o professor. Na hora que ela ocupou o lugar vi Frank a olhar com um jeito meio mortal, e ela correspondeu da mesma maneira. O professor de quimica passava algumas coisas na lousa quando ela jogou um bilhete para mim.

"Gee, queria saber o que você e o Frank tem que nunca se desgrudam, vocês mal se conhecem e já vivem nessa intimidade."

Li o pequeno bilhete imaginando sua voz nojenta e cheia de frescura falando aquilo. Estava um pouco surpreendido por ela ainda achar que tinha a intimidade de me chamar de Gee, peguei uma caneta e repondi:

"Primeira coisa: Da onde vem essa sua intimidade comigo para me chamar de Gee? Segunda coisa: Não te interessa, ele é mais amigo meu em poucos dias do que você que conheço a anos."

Esperei o professor se virar para passar mais matéria e então joguei o bilhetinho para ela. Então me lembrei que tinha esquecido de colocar um: não quero resposta e pare de me incomodar. na carta. Alguns minutos depois ela jogou o bilhete de volta, o abri sem interesse, percebi que Frank me olhava curioso, coloquei uma mão por debaixo da mesa e fiz um sinal de depois. Então voltei a atenção para o bilhete.

"Bem, como você disse, nos conhecemos a anos e eu tenho essa certa liberdade de te chamar de Gee, todos podem, por que não posso? Eu acho estranho dois homens se agarrando no meio da rua sendo somente amigos, tem certeza que são somente isso?"

Merda, merda, merda. Eu sabia que tinha alguém nos seguindo, mas ela? Samara não é nada discreta, eu perceberia se ela tivesse me seguindo. Mas então como ela sabe? E se for só um teste pra me pegar desprevinido? Respirei fundo, peguei uma caneta e respondi.

"Sua falsidade me enoja Samara, realmente, para de me encher o saco. Por que você não cuida dessa sua vidinha de merda e me deixa em paz? Frank e eu somos só amigos. PARE de tentar falar comigo, PARE de tentar uma de minha amiguinha, será que você simplesmente não pode sair da minha vida e me deixar em paz? Se continuar a com isso vou ser obrigado a ser grosseiro, e eu não quero fazer isso!"

Joguei o bilhete de volta para ela, já era hora da troca de professores, me levantei peguei minhas coisas e pedi para trocar de lugar com Matt que ficava atrás de Frank, ele aceitou de boa e foi até o lugar a onde eu estava, havia me estressado. Maldito seja o dia que conheci a Samara! Maldito seja o dia que virei seu primeiro amigo! Fiquei deitado na minha carteira sem prestar atenção na aula até o sinal do intervalo, dessa vez eu não iria sair da sala. Não queria. Aquela desgraça teve que acabar com o meu dia, tinha que abrir uma ferida que eu já tinha conseguido fazer cicatrizar. Estava escondendo minha cabeça entre meus abraços, debruçado sobre a mesa, então senti uma mão quente mecher no meu cabelo.

-O que foi Gee?? - A voz aveludada de Frank me deixou um pouquinho melhor - Parece triste desde que aquela puta falou com você.

-Ela é infantil Frank, só isso. Ela consegue acabar com minha vida com só algumas palavras.

-Entendi... Não quer ir para o intervalo?

-Não vou não. Pode ir se quiser...

-Se você não for, eu não vou.

Ele acariciou meu rosto, eu não queria contar sobre eu suspeitar dela saber tudo e querer estragar tudo. Deus, como eu queria que essa garota sumisse da minha vida e me deixasse ser feliz com Frank. Por que ela tinha que ser assim? Por que tanta inveja e rancor? Me levantei e sentei no colo do Frank, o abraçando. Me desabei em lagrimas, me lembrando da época mais sombria e que Samara havia me feito tanto mal. Ele tentava me acalmar, mas não conseguia. Então ele me deixou na sala debruçado na mesa, pensei que estava sozinho, agora eu soluçava mais alto. Então perdi meus sentidos pouco a pouco...