The Beginning Of The End escrita por Caa Gold


Capítulo 6
A Rush Of Blood To The Head




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Amelia e Sam apareceram juntos na calçada de uma rua movimentada. Uma loja na lateral estava com as televisões ligadas no mesmo noticiário. Castiel apareceu ao lado deles, olhando para as imagens no televisor.

– Vamos andando - Sam puxou o anjo pelo ombro.

Amelia guiou eles pela rua e entraram numa ruela. O salto da sua bota fazia barulho e ecoava pelo beco; entrou pela porta de um dos quartos do hotel que tinha a saída para a viela.

A porta fechou-se às costas deles quando o último entrou; tanto a nefilim quanto o anjo pegaram suas espadas e deixaram à postos.

Uma luz irradiou no centro do quarto, cegando os três por alguns instantes. Aos poucos, seus olhos se adaptaram à claridade.

– Amelia, Amelia, é bom vê-la novamente. - Uma voz feminina surgiu, e todos puderam ver a deusa indiana parada à frente deles.

– Queria poder dizer o mesmo, querida.

Kali sorriu com desdém; aquilo parecia diverti-la.

– E vejam se não é Sam Winchester. Desta vez não trouxe seu irmãozinho querido?

– Desta vez não.

– E você deve ser Castiel... Como estão as férias permanentes do céu? Pelo visto nada agradáveis. - A deusa constatou ao ver o desgosto no olhar do anjo.

– Nós viemos aqui atrás de algo que Gabriel deixou com você. - Amelia falou sem demora, querendo terminar esse assunto de uma vez por todas.

– Vocês vieram atrás disto, não foi? - A mulher segurava a arma de Gabriel, a Flagelo de Fogo, a espada flamejante. No entanto, ela parecia estar tramando algo. - Sinto dizer não poder dar isto a você.

– Esta espada não lhe pertence.

– Muito menos à você Nefilim! Gabriel me entregou a espada antes de morrer.

– E disse para você entregá-la ao portador que à usará para matar O Filho do Alvorecer.

– Pequenos detalhes...

– Gabriel confiou em você para passar a espada adiante.

– Sabe Amelia, esse era um dos principais defeitos de Gabriel. Ele confiava demais nas pessoas. Se apegava demais à elas. Mas por incrível que possa parecer, ele não confiou na sua mais fiel parceira... Não é mesmo Amelia?

A nefilim desviou o olhar da deusa, mirando o chão, lembrando-se do arcanjo. Algumas lágrimas brotaram nos seus olhos mas elas não caíram.

– Gabriel teve seus motivos.

– É mesmo? Ou será que é por que ele me amava mais do que um dia pode amar você?!

– Cala a boca. - A nefilim murmurou.

– O que foi? Não consegue encarar uma competiçãozinha é? Não é minha culpa se Gabriel preferiu à mim do que você.

– Me entregue a Flagelo de Fogo. - Amelia falou, olhando para a indiana. Os olhos dela estavam agora negros.

– Venha pegar!

Amelia apertou a sua espada na mão, e com um grito de ódio, partiu ao ataque.

– Nefilim não! - Castiel tentou impedir a mulher, mas já era tarde.

A deusa Kali começou a lançar fogo de suas mãos sobre a nefilim, que mantinha a espada em defesa, impedindo que as chamas tocassem sua pele; com o brilho do fogo, era possível ver os olhos negros da nefilim.

A criatura dava passos à frente e chegava cada vez mais perto da deusa, que tentava aumentar a potência do fogo.

A nefilim aguentava firme, sem se abalar com o ataque; seus olhos tão negros quanto o céu à noite, e o cabelo a esvoaçar. Num segundo passo, suas asas se abriram, o que aumentava sua força e magnificência

. Ela pode sentir seu próprio poder, e baixou a espada que bloqueava o fogo, começando a detê-lo com a mão. Parecia que sua pele absorvia as chamas, sem causar queimadura alguma, mas algo estava errado.

Algumas penas de suas asas começaram a mudar de tonalidade. Uma à uma, elas começaram a ter a cor do carvão e da noite sem estrelas

, tal como seus olhos. Lentamente, uma pluma deixava de ser branca. A expressão da nefilim era demoníaca.

Com a outra mão, ela preparou o ataque à deusa com sua espada. Kali assistia aquilo horrorizada. Estava se arrependendo de ter feito aquelas provocações à mulher. Mas de nada adiantava se arrepender agora.

A criatura chegou perto o bastante da deusa, e com um sorriso malfazejo, ergue a espada no ar.

– Você não sabe nada a respeito de Gabriel. - E com extrema força, encerrou o golpe, cravando a espada contra o peito da deusa, perfurando-a.

No mesmo instante o fogo se dissipou. A Flagelo de Fogo voou longe, caindo com um estalo no chão, mas logo foi apanhada por Sam; a espada pareceu sentir o toque do portador, voltando a ter o seu brilho verdadeiro.

Mas Sam não percebeu isso. Tanto ele quanto Castiel olhavam para a negilim, que permanecia de costas para eles. A maioria de suas penas continuavam a ter sua pigmentação original, mas algumas perto do tronco estavam negras, e parecia não voltar a coloração normal.

– Ãh.. Amelia? - Sam a chamou, receoso com o que poderia ver.

A nefilim virou para olhar para eles. Sam, e por incrível que pareça, Castiel também, se assustaram com o que viram. Algumas veias estavam saltadas no rosto da mulher; Sam teve uma lembrança de si própro daquele jeito, mas no seu caso, era uma reação ao sangue de demônio. Os olhos dela permanecia negros.

Ela não sorria. Na verdade não havia sentimento algum no seu rosto. Era como se fosse oco.

Amelia começou a andar na direção deles, e ambos começaram a recuar. No entanto, na metade do caminho, a mulher desabou no chão, e com um grito quase ensurdecedor, ela soltou a espada no chão, pressionando a cabeça com as mãos; o grito não cessou de imediato, fazendo as janelas do aposentos se espatifarem, lançando cacos de vidro em todas as direções. Então o barulho cessou de uma só vez, os olhos da mulher ficaram brancos, e ela começou a tremer no chão, tendo um ataque de convulsão.

– Cass me ajude aqui! - Ela pode ouvir a voz de Samuel ao longe, e depois disso não ouviu, viu ou sentiu coisa alguma.

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Amelia abriu os olhos. Não estava em nenhum lugar conhecido. Estava presa pelos braços, ataca por correntes; seu corpo estava suspenso no ar pelas amarras de ferro.

– Olá Amy! - Uma demônio surgiu na sua frente; segurava uma faca nas mãos e brincava com a ponta da lâmina. O cabelo negro caía em ondas pela lateral do rosto, que esboçava um sorriso debochado.

– Olá Meg. Como conseguiram me capturar?

– Ah isso aqui está acontecendo no seu subconsciente, mas pode ficar calma, é tudo real!

– Oh, muito obrigada, me tranquilizou bastante.

O demônio aproximou da mulher e começou a deslizar a faca pelo pescoço dela.

– Fiquei sabendo que vocês furtaram a espada de Miguel, Amy! O que pretende fazer com a arma? Brincar de samurai?

– Muito engraçado... Mas na verdade pretendemos perfurar seu pai com ela.

A mulher riu, debochando da prisioneira.

– Mas vocês nefilins são audaciosos, não? Aprendeu com os demônios?

– Coisa de família.

– Falando em família Amelia, o que foi isso que aconteceu com você? Não teve um celeste ou abissal sequer, que não não sentiu sua aura.

– Ficou com medo?

– Medo? - Ela riu novamente. - Irmãzinha, você está quase se tornando uma de nós! Quase se tornou... Mas pelo visto algo fez você voltar a si. Me diga, foi a lembrança do Gabriel? Ou Dean, Sam ou Bobby? O anjo eu sei que não foi. Mas por pouco em irmã! Logo você será uma de nós. Meu pai previu isso.

– Seu pai acredita muito nessas previsões, mas sinto dizer que ele está enganado! Nunca serei uma de vocês! - A nefilim cuspiu na cara do demônio.

Aquilo irritou Meg. Ela pegou a faca e lentamente começou a perfurar a barriga de Amelia.

Ela teria gritado com a dor que a lâmina causou ao perfurar sua pele, mas nenhum som saíra de sua boca.

Meg riu com a reação da mulher e isso fazia ela prosseguir. Perfurou a pele de Amelia sem dar intervalo entre as facadas, rindo com a agonia da nefilim.

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– Eu não estou conseguindo sentir o pulso dela... - Vozes começaram a surgir ao longe.

– Ela está agonizando...

– Não tinha como você fechar isso?

– Nós tentamos Bobby, mas nada adiantou. Pelo menos as veias não estão mais marcando o rosto dela.

– Eu vou pegar um pouco de água gelada...

As vozes cessaram, e parecia que ela estava sozinha ali. Não conseguia abrir os olhos, nem falar e muito menos se mecher. Mas ela conseguia sentir a queimação onde a faca perfurou sua pele.

Ela pode sentir algo ser pressionado sobre sua testa. Era gélido, e fez ela ter uma compreensão melhor de onde estava.

Pode sentir que estava deitada sobre uma cama, além de começar a sentir as asticulações das suas asas.

– Os batimentos cardíacos dela voltaram.

– Saia daí. Me dê esse pano. Vocês anjos não conseguem fazer nada direito.

O pano foi pressionado na sua testa novamente, mas ela pode sentir mais uma perfuração ser feita em seu peito e isso fez ela abrir os olhos.

Ela puxou o ar como se tivesse com a respiração trancada, aquilo ardeu ao chegar no pulmões. Suas asas se fecharam, entrando na pele, quando ela sentou na cama.

Sua visão estava turva, e ela não conseguia distinguir as formas direito.

– Calma Amelia, calma... - Ela pode ouvir Bobby falando com ela, sua voz estava bem próxima. - Feche os olhos, e abra-os devagar, para se adaptarem à luz.

Amelia fez o que fora dito. Fechou os olhos e tornou a abri-los devagar. As formas tomaram seu lugar e a luminosidade também.

Bobby estava sentado em uma cadeira ao lado da cama, e segurava um pano molhado nas mãos.

Sam e Dean estava parados lado à lado na sua frente, ambos com olhares temerosos. E Castiel era o mais distante, parado junto à janela, e era o único que não olhava para ela.

– Amelia você está bem?

– Estou bem tio, a me desculpe... Robert. - A mulher olhou para Sam. - O que aconteceu? Eu só me lembro de estar no hotel com você e com o Castiel, e estar pedindo a arma para a indiana... Então tudo se apagou...

– Você não lembre de nada?

– Não... Só quando eu olhei para vocês e vi o Castiel... Então eu me lembro de ter caído no chão, então eu apaguei de novo.

– Essa coisa de equilíbrio é mais perigosa do que eu pensei. - Castiel falou, finalmente olhando para a nefilim, e seu olhar era de repreensão, o que fez a mulher se encolher.

– Uau... É sorte sua você não se lembrar.

– Foi tão ruim assim Sam?

– Foi medonho. Você partiu pra cima da mulher e o fogo que ela lançava contra você não te atingia, na verdade parecia que aquilo te dava forças... Então você abriu as asas, mas as suas penas... Começaram a ficar negras...

– Essa não...

– Mas elas voltaram ao normal, só algumas que ficaram cinzas... Mas o que foi pior é que quando você matou Kali e olhou para nós, sua pele tinha veias em alto relevo, negras, e você quis nos atacar. Mas então você caiu. Sorte que conseguimos te trazer aqui à tempo.

– Como assim à tempo? O que mais aconteceu?

Sam desviou o olhar para o anjo.

– A segunda trombeta foi tocada.

– Miammi está em chamas. Os coreanos acharam prova de que os EUA ajudaram a Coréia do Sul no ataque. O mundo está em guerra.

– A quanto tempo eu estou desacordada?

– Metade da noite... Já está quase amanhecendo.

– Não podemos mais ficar esperando. Temos que prepará-los para a luta. - Falou para Castiel.

O anjo concordou. Sam olhou para Dean, visívelmente preocupado.

Sobre a mesa, a Bíblia estava aberta, e ali dizia:

"O segundo anjo tocou. Foi jogada no mar uma coisa parecida com uma grande montanha em brasa. A terça parte do mar virou sangue."


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Notas finais do capítulo

Não percam o próximo trecho de capítulos,Beijos a todos e comentem!



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