Cartas para Annabeth escrita por Primadonna


Capítulo 14
Capítulo 13 - Pisar em lego é ruim. Muito ruim...


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado para todos os leitores! E nossa Annabeth é para Nicole-Bieber



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POV Annabeth Chase    

   - Annabeth, pede pra ele me emprestar! - pediu Matt pela centésima vez. Ele e Bobby estavam brigando por causa de algumas pecinhas de Lego. Pois é, eles haviam descoberto meu esconderijo...    

    - Bobby, por favor, empresta pra ele! É só uma!         

    - Mas eu preciso terminar de contruir meu castelo! - ele disse. Eu havia me arrependido de ter topado ficar com eles enquanto meus pais faziam compras. Sério, às vezes irmãos mais novos são mais chatos que monstros sem cérebro. Os dois começaram a bater um no outro. E eu - é claro - tive que tentar impedir. Mas mesmo sendo pequenos, os dois eram fortes. Vai porque é a vitamina que a abominável Karen dá pra eles...          

   - Gente, chega! Se vocês não querem dividir, eu vou ficar com tudo! - falei pegando todas as peças e colocando na caixa. Os dois começaram a falar um monte e eu corri para esconder a caixa em cima do meu armário. Quando desci, os dois estavam sentados no sofá de cara feia. Fiz os dois se desculparem (e me pedir desculpas também) e fiz alguma coisa para eles comerem. Os dois comeram e acabaram dormindo no sofá. Logo meu pai e Karen chegaram, e Karen nem olhou na minha cara - óbvio - e meu pai parecia cansado.      

   - Oi crianças - falou meu pai. Respondi com um oi e fui ajudar ele à tirar as compras das sacolas enquanto a abominável acordava os meninos.         

   - E ai, ela ainda me quer fora daqui? - perguntei e meu pai me olhou.         

   - A gente já conversou sobre isso Annabeth... - ele falou. Bom, a conversa que a gente teve era que eu ia ficar até o combinado e blá blá, só que isso ia acabar dando divórcio.         

   - Tudo bem, é só que...          

   - Comprei esse livro pra você. - disse meu pai me interrompendo. Embora livros gregos e de arquitetura sempre me interessam mais, eu fiquei empolgada com esse.         

   - Puxa, muito obrigada pai! - falei e ele sorriu. Comecei a passar as páginas doida para ler, só que outra coisa me chamou mais atenção ainda. Um envelope que tinha letra engraçada e bem familiar.         

   - Ah, e tem isso também - meu pai falou me entregando o envelope. Era uma carta vinda de Nova York. Era de Percy. Meu estômago se encheu de pegadinhas de patinhos e eu fiquei ansiosa.  

   - Hm... vou subir para o meu quarto - falei voando para cima. Assim que cheguei, acendi o pequeno abajur que tinha em cima da escrivaninha - não que eu precisasse da luz dele - e rasguei o envelope. Tirei a folha que havia dentro e desdobrei.          

   "Querida Annabeth,         

   estou indo bem. Não presica não gostar de Rachel, ela não é uma assassina doida, na verdade, ela tem mais razão do que eu e Nico juntos. E eu não me meti em confusão nos últimos dias. Não só pelo fato de eu estar suspenso, mas também porque eu realmente não me meti.

   Primeiramente, quero te falar que essa sua madrasta é uma vaca. Que tipo de gente faz isso? Sem contar que é impossível não gostar de você. E tem outra coisa...         

   Nico descobriu tudo. Tipo, quando eu falo tudo, é tudo. Ele descobriu o que houve entre a gente naquela noite e sobre as cartas. Ele ia no banheiro e acabou vindo para o meu quarto. E não só deixou tudo bagunçado, como viu tudo. A gente estava no tédio, jogando Uno, e ele teve uma ideia: roubar o violão do meu vizinho... Eu fiquei bravo com ele, mas veja bem: um filho de Hades tem mais senso de humor do que eu, então eu tive que rir das caretas dele. Mas ele toca bem, tenho que admitir. Ah, e, segundo Rachel, a gente recebeu um sinal de fantasmas doidões que podem ser ou se passam pela irmã de Nico, a Bianca. Conhece? Bom, ele mandou um abraço pra você e quer detalhes (parece uma Hellcats, não?)         

   Enfim, agora vou responder sua pergunta. Sabe, acho que nada que não tenha a ver com seus sentimentos pode ser maior que você mesma. Em tamanho físico, talvez. Mas se você colocar o seu dedão (desculpa, não sei o nome dele...) na frente da lua, verá que nem ela supera seu dedo. Então você tem que sempre ser forte e lutar contra o que te derrubar.      

   Bom, acho que eu não tenho muito à dizer, já que minha vida está um saco. Quero voltar logo para o Acampamento Meio-Sangue, é o melhor lugar do mundo... E acho que você sabe o por que.   

   Não deixe que madrastas malvadas acabem com seus sonhos... 

   Com amor, Percy Jackson."

   Eu nunca me senti tão... forte, pra falar a verdade. Percy era realmente demais. Depois que eu li a carta, acho que consegui rir e soltar algumas lágrimas, talvez. Acho que eu nunca poderia imaginar que alguém poderia me dizer isso. Ou nunca poderia imaginar que eu fosse ouvir isso. Enfim, pelo menos eu tinha tudo guardado e escrito. Aquelas simples palavras tinham um grande sentido juntas. Dobrei a carta e guardei junto com as outras. Já estava ficando tarde e resolvi comer alguma coisa e ir tomar banho.         

   Assim que terminei, coloquei um pijama qualquer e fui dormir. Tive um sonho com Thalia. Era de quando éramos garotinas, que tinhamos fugido e nos encontramos no caminho para o acampamento. Luke e Grover estavam junto, e eu era a menorzinha, embora tinhamos a mesma idade e hoje sejamos do mesmo tamanho. Ela e Luke já tinham uma conexão, mesmo quando crianças! Era a primeira vez que eu tinha fugido. Meu pai não havia nem se dado ao trabalho de ir me procurar. Eu estava triste por isso, mas eu estava feliz por estar longe. E ai eu acordei. Ainda era madrugada, e eu estava com uma dor de cabeça insuportável, parecia que tinha um macaco saltitando na minha cabeça.   Me levantei e acabei escorrendo, caindo com tudo no armário. Me desencostei rápido e o armário balançou. Eu não vi, apenas ouvi, já que estava tudo escuro. Ouvi um barulho de caixa caindo no chão e depois ouvi um monte de... plástico caindo. E eu - jegue - andei sem ter cuidado e acabei pisando. Eram as pecinhas de Lego. Comecei a xingar com todos os tipos de nomes e comecei a pular também, que nem uma canguru. O que fez doer ainda mais. Assim que parei, andei na ponta dos pés e acendi a luz. Havia peças para todo o canto do quarto. Coloquei a cabeça pra fora pra ver se alguém tinha acordado. Como o meu chinelo estava longe de mim e eu me recusava à atravessar o quarto para ter que pegá-lo, peguei o chinelo do homem-aranha de Bobby que estava no meio do corredor. O problema é que ficou pequeno no meu pé, e eu fiquei meio revoltada com isso. Comecei à catar as peças lentamente para não fazer mais barulho. Se querem uma dica, guardem o seu Lego dentro do armário para evitar que você pise neles. Acredite, dói muito.          

   Enfim, tentei voltar à dormir mas minha dor de cabeça só aumentava. Agora o macaco jogava pecinhas de Lego pro ar, fazendo barulhos horríveis. Isso está virando perseguição, senhor Lego! Me esforcei ao máximo para conseguir dormir, mas não consegui. Resolvi pegar o livro que eu tinha ganhado mais cedo e comecei a ler. E o livro - embora seja completamente diferente de tudo que eu já havia lido - era demais.        

   (...)      

   Fazia um mês e poucos dias que eu estava na casa do meu pai. E a situação não estava nada legal. Dona Karen Abominável não falava com meu pai, por minha causa. Cara, que tipo de problema ela tinha comigo? Tudo bem que não é comum as madrastas gostarem muito dos enteados, mas precisava disso? Geralmente elas te fazem de escrava e tudo mais, só que mandar escolher? Isso já era infantilidade. Meu pai parecia mais cansado do que antes. Muito mais cansado, sério. Karen, sua bruxa velha, o que está fazendo com meu pai? Não vamos mentir que eu tinha um pouco de raiva do meu pai por ele não ter nem se dado ao trabalho de se preocupar com a filha quando ela foge, mas ele ainda é meu pai e eu ainda amo ele. E bem, eu queria que ele fosse feliz, embora eu não estivesse no meio desse "feliz".       

   Algumas atitudes que eu estava prester à tomar não eram bem adequadas ou sábias, mas seria... bom. Eu tinha um lar, aonde as pessoas me amavam e não me queriam longe sempre (porque às vezes eu sou realmente muito chata) mas esse lar não era aqui. Nunca foi aqui, e eu sempre soube disso.       

   Ok Annabeth, chega de drama. Continuando, eu iria tomar uma decisão não tão sábia, mas por mim, era a correta. Eu não iria fazer isso à força, mas eu sentia que deveria ir, pra bem longe.      

   (...)      

   Já passava das onze, e todos já estavam dormindo. Menos eu. Porque eu tinha uma tarefa à fazer. O dia tinha ficado bem mais frio, e não demorou muito para começar a chover sem parar. Passei no quarto dos meninos, olhei uma última vez para eles, deixando minha caixa de Lego no meio do caminho. Preferi não ir até  o quarto do meu pai. Eu já havia deixado um bilhete mesmo...   

   Guardei as cartas de Percy dentro do livro que eu havia ganhado e peguei outra que eu havia escrevido à tarde. Guardei o livro na mochila e fui para a cozinha. Peguei um pouco do dinheiro que tinha no "pote de emergências" - os deuses que me perdoem por isso - já que o que eu tinha não seria o suficiente, e fui para a porta. Por um momento, eu pensei que eu iria satisfazer a vontade de Karen, mas por outro, pensei que seria melhor assim... Eu acho.    

   Respirei fundo e saí. Foi como tinha sido da primeira vez. Eu sentia medo, insegurança, sentia que isso era errado, mas eu tinha esperança por estar fazendo isso. A chuva que caia fraca me molhava bem lentamente. Droga, porque eu não peguei um guarda-chuva? Bom, de qualquer forma, não iria ser agora que eu iria voltar para aquela casa.

   A primeira coisa que fiz foi colocar a carta para Percy que eu havia escrevido de tarde no correio, do outro lado da rua. Ela provavelmente chegaria em Nova York mais rápida do que eu, então não tinha problema algum. Assim que coloquei, corri para algum lugar coberto. Embaixo de uma tenda, qualquer coisa. Eu tinha que falar com Thalia. E eu tinha que dizer que eu estava à caminho.


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Notas finais do capítulo

Mila e Mari: GUYS, que lindos vocês, vimos que a maioria deixou reviews e deixaram palavras que nos emocionaram, de verdade. Desculpa a pressão, é que somos assim... Bom, de qualquer forma, vamos ao que interessa.
Eu (Mari) que terminei o capítulo. Eu fui à algum leilão de gado com o meu pai, e em cima da mesa tinha vários panfletos e atrás era tudo em branco. Pedi uma caneta pra minha mãe e escrevi o final desse e comecei o próximo... (depois eu mando uma foto!)
Bom, e outra coisa que vocês devem ter notado, é que a gente estava adiando muito a parte da Annabeth. Era só um drama bobo e blá blá, mas agora a fic vai estar com TUDO! Agora tudo vai começar de verdade, sem drama (só um pouco, talvez) e sem nenhuma coisa chata. Vai ser tudo diferente u_u. Sem contar que vai ter algumas coisas que vão sair do eixo, mas logo vocês verão o por que.
E agora que estamos com as aulas de volta, vai complicar geral, mas não vamos desistir! Enfim, o próximo capítulo já está sendo escrito, e queremos agradecer à vocês.
Um beijo, deixem reviews.

P.S.: NOVA FIC EM ANDAMENTO, LOGO POSTAREMOS, VAI SER MUITO BOA! :B