Skip Beat - a Revolta do Príncipe escrita por Mirytie
Notas iniciais do capítulo
Enjoy ^^
Pareceu demorar horas até a porta se abrir e, quando finalmente se abriu, Kyoko não gostou do que viu.
- Oh! – exclamou Miranda, pondo uma mão em frente da boca quando viu Kyoko – Se calhar não devia ter vindo. Pelos vistos, estou a interromper alguma coisa.
Quando Ren a viu, ficou um segundo de boca aberta e depois avançou rapidamente para tapar Kyoko com o seu casaco.
- No que é que estavas a fazer? – murmurou Ren, pondo o braço por cima dos ombros dela – Estamos no inverno. Tens que cuidar melhor do teu corpo.
Kyoko levou os olhos ao chão, demasiado envergonhada para falar.
- Bem, eu também não vou demorar muito. – disse Miranda, fechando a porta para quebrar a corrente de ar – Na verdade, amanhã vou voltar para a América. – conseguindo a atenção de Kyoko, Miranda continuou – Tenho tido um comportamento repreensível durante a minha estadia aqui. Para adicionar a esse facto, eu odeio a língua japonesa e, o mais importante de tudo, já não visito o túmulo do Rick há muito tempo.
Surpreendida com o discurso de Miranda, Kyoko não conseguiu fazer mais nada a não ser olhar para ela, como se não acreditasse que aquela pessoa podia dizer algo assim.
- Fui muito má para ti e para o Ren. O Rick não iria gostar do que eu fiz. Até consigo imaginar o que ele me diria. – disse Miranda, com um sorriso – O Ren disse-me que estão a planear celebrar o casamento na América. Espero ver-vos lá.
Kyoko anuiu com a cabeça, com as lágrimas nos olhos. Francamente, não sabia o que tinha acontecido para Miranda mudar de ideias tão rapidamente, mas queria dar-lhe uma hipótese e acreditar nela.
- Agora, como me sinto como uma terceira roda, vou indo. – disse Miranda, fazendo uma pequena vénia, ao estilo japonês – Espero que sejam felizes daqui em diante.
Tal como Miranda, Kyoko e Ren fizeram uma vénia e ele esperou até que Miranda saísse e a porta se fechasse para se virar para a noiva.
- O que é que pensas que estás a fazer? – perguntou Ren, cruzando os braços.
- Eu não sabia que ias trazer a Miranda! – protestou Kyoko, cruzando os braços também – Eu só queria…
Kyoko calou-se porque não sabia bem o que queria. Se dissesse que queria que ele voltasse a tocar-lhe, não sabia como é que ele reagiria. Nem sabia se era normal para uma rapariga dizer isso.
- Vai-te vestir. – pediu Ren, tentando não olhar diretamente para ela – Eu trouxe ramen da loja de conveniência. Vou aquecê-la, enquanto te trocas.
Deprimida, Kyoko virou costas e entrou no quarto de hóspedes onde tinha deixado a roupa. Ren dirigiu-se para a cozinha depois de suspirar e abanar a cabeça silenciosamente.
No que é que aquela rapariga estava a pensar? Se continuasse a fazer aquelas coisas, não aguentaria até ao casamento. Suspirando mais uma vez, pegou nos copos de ramen, juntou água quente e levou-os para a mesa.
Cinco minutos depois, Kyoko entrou na cozinha e sentou-se na cadeira em frente a Ren, sem dizer nada. Não sabia o que dizer. Agora que pensava no que tinha feito, nem sabia como se devia comportar em frente dele.
- As preparações para o casamento estão a correr bem. As obras na nossa casa na América e no nosso futuro apartamento aqui também estão a ir bem. – informou Ren, enrolando a massa do ramen com os dois pauzinhos de madeira – Provavelmente, vamos conseguir mudar-nos antes do casamento. O empreiteiro diz que o apartamento vai estar pronto para a semana, por isso…
- Há alguma coisa errada com o meu corpo!? – perguntou Kyoko, subitamente – Já disseste que não é esse o problema. Mas agora estamos de férias durante vários meses! Qual é o problema!?
- Eu estou à espera do casamento! – confessou Ren, envergonhado – Na verdade, eu queria esperar pelo casamento desde de o principio mas, naquela noite, não consegui controlar-me…
- Querias esperar pelo casamento? – perguntou Kyoko caso não tivesse ouvido bem. Não conseguia acreditar que um mulherengo como Ren alguma vez pensaria daquela maneira – Porquê?
- Porque… – Ren não sabia bem como responder – Porque sim. – decidiu ele – É romântico, não é?
- Sim. – Kyoko sorriu e resolveu não continuar com aquele assunto. Afinal, Kanae já tinha respondido à sua pergunta. Se esperar até ao casamento fazia-o sentir-se melhor, ela não tinha problemas com isso – Sim, é romântico. Bem pensado.
…
Na manhã seguinte, Miranda tinha partido realmente para a América sem olhar para trás, prometendo que iria ao casamento deles.
Depois, Kanae pediu a Ren e a Kyoko para irem almoçar com ela e com James.
- O quê!? – gritou Kyoko, levantando-se subitamente, quase deixou cair a cadeira – Vocês casaram-se!? Como!?
- Não convidamos ninguém. – explicou Kanae, fazendo sinal com a mão para Kyoko se sentar – Vocês são os primeiros a ter conhecimento.
- Porque é que não convidaram ninguém? – perguntou Kyoko, enquanto Ren continuava calado – E a tua família?
- Se disséssemos a alguém, não tínhamos a certeza que eles iriam ficar calados e não queríamos que os repórteres descobrissem. – disse Kanae – Vocês vão para a América, mas nós não temos tempo para isso. Eu estou a meio de um trabalho e o James vai em digressão amanhã com a X-banda.
- Eu queria ter ido. – protestou Kyoko, com lágrimas nos olhos.
- Nós trouxemos-vos aqui para festejarem connosco. – revelou Kanae – Já que o Sho arrastou a Chiori com ele para a sua digressão Coreana, e os outros têm todos trabalho, vocês foram os únicos que puderam vir.
- Parabéns. – congratulou Ren, levantando-se para fazer uma vénia e apertar a mão a James – Kyoko, ainda não os felicitaste.
- Mas eu queria ter ido. – repetiu Kyoko, que estava de momento, amuada. No entanto, levantou-se e deu a volta à mesa para abraçar a amiga e o novo marido.
- Eu convido-te para o meu próximo casamento. – disse Kanae, vendo Kyoko sentar-se de novo ao lado de Ren sem dizer mais nada.
- Que outro casamento? – perguntou James, imediatamente.
- Estou só a brincar! – respondeu Kanae – Só estava a tentar animá-la. Para de ser ciumento!
- Na verdade, nós temos outro sítio para ir, por isso não nos podemos demorar aqui. – mencionou Ren, levantando-se – Talvez fosse melhor esperarmos pela volta do Fuwa e da Chiori-san para continuarmos as celebrações.
Depois de se despedirem, Ren dirigiu-se para o carro, seguido por Kyoko.
- Tens a certeza que queres fazer isto? – perguntou Ren, parando ao lado do carro.
- Tenho. – confirmou Kyoko – Chega de mentiras.
…
Quinze minutos depois, estavam em frente à universidade onde Marisa estudava. No entanto, seria Kyoko a trespassar os portões, agora.
- Tem um bom dia de aulas. – desejou Ren, vendo-a pegar na mochila roxa que tinha comprado nessa mesma manhã – Venho buscar-te ao fim do dia.
- Obrigada. – disse Kyoko antes de fechar a porta do carro.
Sem esperar mais, confiantemente, entrou na universidade, mas agradeceu por ter chegado atrasada e já estarem todos nas respetivas salas. A sua primeira paragem foi o gabinete do diretor, onde contou os seus planos.
- De certeza que quer fazer isto, Kyoko-san? Mesmo depois de termos tido o trabalho de esconder a sua identidade… - disse o diretor – Não vai ser mais difícil se revelar tudo, agora?
- Mesmo que seja, não quero continuar a mentir aos meus colegas. – replicou Kyoko.
- Estou a ver. A decisão é sua, afinal. – disse o diretor, arranjando os óculos – Quer ajuda para se apresentar?
- Não, eu trato disto. – respeitosamente, Kyoko fez uma vénia – Obrigada por tudo, até agora.
- Foi um prazer poder ajudá-la. – disse o diretor, retribuindo a vénia.
Depois de suspirar, Kyoko saiu do escritório e começou a dirigir-se para a sala no segundo andar. Alguns alunos que tinham saído mais cedo e vagueavam pelos corredores olharam para ela com surpresa mas continuaram a andar, como se pensassem que tinham visto mal.
Quando chegou à porta da sua sala, teve que acalmar o seu coração, antes de entrar. Começou a pensar que talvez não devesse fazer aquilo mas, se já tinha ido até ali, não podia voltar atrás agora.
Com toda a coragem que conseguiu reunir, entrou e obteve a atenção imediata de todos os alunos.
- Kyoko-san. – Kyou, que estava presentemente a dar aulas, aproximou-se dela – Em que posso ajudá-la?
- Ah…hmm… - Kyoko olhou para os seus colegas e começou a ficar nervosa – Eu…eu vim para ter aulas. Peço desculpa pelo atraso.
Perante a vénia e as palavras de Kyoko, a turma começou a murmurar. Todos menos Sousuke que sabia perfeitamente o que é que ela estava ali a fazer.
- Não percebo. – disse Kyou.
- Para dizer a verdade, acho que já conheceram uma das minhas personagens. – continuou Kyoko – Ela chama-se Marisa.
Os murmúrios aumentaram e deixaram Kyoko enjoada.
- Espere, Kyoko-san. – pediu Kyou – Está a dizer que você é a Marisa?
- É exatamente o que estou a dizer. Peço imensas desculpas por vos ter enganado até agora. – pediu Kyoko – Mas a minha agência disse que era muito arriscado revelar quem eu realmente era. Mas, como estou de férias durante alguns meses e vou comparecer mais vezes, não queria continuar com isto.
- Já chega desta conversa. – disse Sousuke, levantando a voz – Os exames estão à porta. Podemos continuar com a aula?
- O Sousuke tem razão. – concordou Kyou, pedindo silêncio – Kyoko-san, pode sentar-se.
…
A aula foi silenciosa mas, mal esta acabou, a turma dividiu-se em dois grupos: um que tinha medo que falar com Kyoko e outro que se juntava à volta dela para pedirem autógrafos e conselhos para entrarem no negócio.
Sousuke limitou-se a observar da sua mesa até os rapazes começarem a confessar o seu “amor” por Kyoko.
- O que é que estão a fazer? – perguntou Sousuke, levantando-se – Estão a comportar-se como fãs malucos. No entanto, quando ela a Marisa, ninguém lhe ligava.
Ao ouvir as palavras acusadoras de Sousuke, o grupo à volta de Kyoko acalmou-se, mas não se afastaram até o professor para a próxima aula entrar.
Como se tivesse tudo voltado normal, os alunos sentaram-se e assistiram à aula como o faziam todos os dias e, apesar de o professor ter ficado surpreendido por ver Kyoko, não disse nada.
Quando essa aula acabou, Kyoko conseguiu escapar para o pátio mas, como era de prever, foi seguida por outros estudantes que se encontravam a aproveitar o intervalo. Ao ver Ren sentado no banco do pátio, teve que se conter para não saltar para os braços dele.
- O que é que estás aqui a fazer? – perguntou Kyoko depois de parar em frente a Ren, enquanto eram cercados por fãs.
- Vim buscar-te. – respondeu Ren – Achei que podíamos almoçar juntos.
Kyoko suspirou como se não fosse conveniente, mas estava a radiar felicidade. Ren levantou-se e estendeu-lhe a mão, que ela aceitou de imediato, fazendo as fãs soltarem gritinhos.
- Como correram as aulas? – perguntou Ren, enquanto saiam da universidade – Deste-te bem com os outros alunos?
- Foi complicado. – respondeu Kyoko.
- Bem, eu tenho boas notícias. – anunciou Ren, abrindo a porta do seu carro, para ela entrar – Estive com o empreiteiro, enquanto estavas nas aulas e parece que podemos mudar-nos a partir de amanhã.
O sorriso de Kyoko abriu-se. Finalmente, teriam uma casa só deles.
…
- Porque é que me trouxeste contigo!?
Chiori encontrava-se no quarto de hotel que tinha sido reservado para Sho, enquanto o namorado se preparava para o seu próximo concerto, dali a três horas.
- Eu não conheço a língua, não conheço o país. – continuou Chiori – Passo a maior parte dos dias fechada neste quarto.
- Eu preciso de ti aqui e tu não tens tido trabalho, ultimamente. – disse Sho, parando o que estava a fazer para a beijar – Se não viesses comigo, eu estaria demasiado distraído durante os concertos. A pensar no que estavas a fazer ou com quem estavas. E este também é um país que não conheço.
- Mas tu tens tradutores sempre contigo. – queixou-se Chiori – Como eu não vim em trabalho, não tenho ninguém para me ajudar.
- Tens-me a mim. – disse Sho, beijando-a novamente – Agora, porque é que não vamos indo para o camarim? Eu prometo que, quando os concertos acabarem, eu levo-te a Paris.
Chiori suspirou, mas acompanhou-o na mesma.
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Espero que tenham gostado. O próximo capitulo é o último.
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