Skip Beat - a Revolta do Príncipe escrita por Mirytie


Capítulo 44
Capítulo 44 - Break-up


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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“Tu vais ser o uke”

- O quê!?

“Sim! Agora, despacha-te e anda para a cantina! Tenho outra surpresa para ti!”

- Mas…como é que eu faço de uke? – perguntou Kyoko mas ele já tinha desligado e assim ignorando-a completamente.

- Está tudo bem, Kyoko? – perguntou Ren que se tinha fartado de esperar por ela no palco – Estão todos à tua espera.

- O Tora…

- Deixa isso para depois. – interrompeu Ren – Temos de nos apressar para podermos comer alguma coisa antes das filmagens da tarde começarem.

Kyoko sabia que Ren tinha razão, mas podia importar-se mais com os problemas dela.

Ele percebeu imediatamente o que ela estava a pensar, mas estava demasiado chateado e ciumento para reconfortá-la. Queria sair dali o mais rapidamente possível.

- Vá lá! – insistiu Ren fazendo-a guardar o telemóvel e subir para o palco num segundo. Ele suspirou e virou-se para a plateia – Muito bem! Como perdemos muito tempo, vamos fazer uma cena com toda a gente e depois eu e a Kyoko fazemos uma para vocês verem!

A cena de grupo foi uma dor de cabeça para Ren. Primeiro, porque estava a tentar manter Sousuke afastado de Kyoko. Depois porque aqueles alunos não sabiam atuar num palco e, para sua surpresa, Kyoko também não era muito boa quando se tratava de teatro

Ao olhar para o professor sentado na plateia, Ren percebeu que ele devia estar a sentir a mesma coisa. Afinal, já não faltava muito tempo para eles se graduarem e não estavam preparados para entrar para o negócio.

Quando acabou, Ren conseguiu sentir os ouvidos a suspirarem de alívio.

Decidiu que era uma boa altura para ensinar a namorada a representar num palco.

Esperou que os alunos voltassem para as cadeiras para se levantar da cadeira vermelha onde se tinha sentado para assistir.

- O que é que se passou contigo? – perguntou Ren depois de se aproximar de Kyoko – Sentes-te orgulhosa do trabalho que acabaste de fazer?

Kyoko desviou os olhos para o chão. Era óbvio que não estava orgulhosa, mas ele não precisava de dizê-lo daquela maneira.

- Vamos acabar com isto e voltar para a cantina. – disse Ren puxando-a para perto – Olha sempre para a plateia. – começou ele virando a cabeça dela para a frente – Mesmo que tenhas que falar alguém que está ao teu lado ou atrás de ti, tens que ter sempre em conta o público e nunca virares-lhes as costas. Finge que eles são uma câmara e pode ficar mais fácil.

- Oh, ok. – não parecia muito difícil.

- A regra é a mesma para ações e as tuas expressões faciais devem ser reforçadas para apelar ao público. – continuou Ren – Tenta fazer uma cara triste só a usar os olhos. – pediu ele orgulhoso quando ele fez exatamente o que ele pediu. Afinal, ainda era o Senpai dela – Nada mau para uma principiante. Agora, se tiveres que fazer alguma coisa que não te permita estar de frente para o palco, tenta ficar de perfil.

Dizendo isso, Ren virou-a de lado. Alguns alunos aproveitavam para tirar notas apesar de Ren não estar a dirigir-se a eles.

- Oh, isso não parece tão difícil então…

Os gritinhos das raparigas na plateia chegaram mais depressa ao seu cérebro do que a sensação dos lábios dele nos dela e só então percebeu que ele estava a beijá-la. Quando Ren se afastou, o sorriso dele irritou-a porque não parecia nada envergonhado com aquilo que tinha acabado de fazer em frente àquelas pessoas todas.

Chateada, ela empurrou-o mas arrependeu-se imediatamente quando começou a ouvir reclamações das raparigas a observá-la.

No entanto, quando Ren olhou para o público e viu Sousuke com um sorriso de satisfação estampado na cara, perdeu toda a paciência que lhe restava. Agarrou a namorada pelo braço e arrastou-a para os bastidores.

- O que é que estás a fazer!? – exclamou Kyoko quando Ren a largou – Envergonhaste-me em frente às pessoas com quem tenho aulas!

- Será? – perguntou Ren – Ou será que ficaste chateada por eu te ter beijado em frente ao Sousuke?

- O quê!? – Kyoko não conseguia parar de gritar – Isto não tem nada a ver com o Sousuke! Tu é que me beijaste sem motivo algum!

- Estávamos a representar! – Ren começou a gritar também – E eu sou o teu namorado! Qual é o problema!?

Kyoko abriu a boca mas desta vez não conseguiu responder. Afinal, qual era o problema? Porque é que ela estava zangada com ele?

- Entre ti e o Sousuke… - Ren teve que respirar fundo depois de dizer aquilo – Eu sei que não há nada entre vocês mas ele tem sentimentos por ti. Já pensaste na hipótese de teres sentimentos por ele?

- Sim, tenho! – disse Kyoko irritada – Mas não são de amor, podes ter a certeza!

- Não sei. – confessou Ren – Talvez estejas só comigo porque a nossa história já tem tantos anos e talvez até tenhas um pouco de pena de mim.

- O que é que estás a dizer!? – aquela conversa não fazia sentido nenhum para ela.

- Estou a dizer que és uma estudante universitária. – concluiu Ren calmamente – E é perfeitamente normal apaixonares-te por outra pessoa, nesta fase da tua vida. Não tens que t agarrar a mim só porque sou o teu primeiro namorado.

O silêncio entrepôs-se entre eles. Kyoko só conseguia ouvir o bater do seu coração e mesmo esse quase parou quando ela chegou a uma revelação.

- Ou talvez só queiras o caminho livre para poderes ficar com a Miranda. – contra-atacou Kyoko vendo Ren ficar imediatamente branco – Eu sabia. Aconteceu alguma coisa na América, não foi?

- Isso é um absurdo! – replicou Ren.

- É? Maior do que eu estar apaixonada pelo Sousuke? – perguntou Kyoko. Queria chorar mas as lágrimas tinha sido enxotadas pelo calor daquela discussão Talvez tenha acontecido alguma coisa na América e talvez te tenhas sentido culpado e só por isso é que estás comigo.

- Mas eu já te disse que não aconteceu nada, lá! – corrigiu Ren.

- Porque é que eu hei-de confiar em ti se tu não confias em mim? – perguntou Kyoko.

- Talvez devêssemos acabar, então! – sugeriu Ren no calor do momento.

- Talvez devêssemos! – concordou Kyoko sem pensar no que estava a dizer.

- Está tudo bem, aqui? – perguntou Kyou que tinha entrado há um segundo atrás – Desculpem. Não quis interromper mas os alunos estão a perguntar se ainda vai haver mais.

- Vou ter com o Tora. – disse Kyoko para Ren, saindo imediatamente pela porta lateral.

- Parece que acabamos, por hoje. – disse Ren, respondendo ao professor.

Ren olhou para a porta por onde Kyoko tinha saído e pensou que tudo tinha corrido como planeado.

Talvez até demasiado.

- Vocês os dois acabaram!?

- Shh!!!

Kyoko e Kanae estavam sentadas numa das várias mesas que tinha sido colocadas em fila para a sessão de autógrafos marcada para depois do almoço.

Os alunos ainda não tinham chegado mas os atores já estavam em posição.

Para evitar Ren, Kyoko tinha pedido a Kanae para se meter no meio deles e a resposta foi um “não” imediato. Depois de ir até Sho, que aceitou por causa de Chiori, Kyoko encontrava-se sentada no meio de Kanae e Chiori, a dois assentos de distância de Ren.

- Como é que vocês acabaram assim de um momento para o outro? – sussurrou Chiori.

- Sim. – Kanae concordou com a pergunta da amiga – E porque é que tu não estás a chorar?

- Eu não vou chorar porque não estou triste. Estou zangada com ele, Moko-san. – respondeu Kyoko – E a discussão começou de um momento para o outro, por isso é que acabamos de um momento para o outro.

- Não faz sentido. – disse Chiori que recusava a conformar-se – Deve ter havido alguma razão, se não o Ren não te largaria tão facilmente.

- Sobre o que é que foi a discussão? – perguntou Kanae para tentar perceber.

- Foi sobre… - Kyoko tentou pensar na melhor maneira de explicar mas não se lembrou de nada. Resolveu-se por uma palavra – Ciúmes, acho eu.

Ambas as amigas suspiraram ao mesmo tempo.

- Vais chorar, amanhã. – avisou Kanae.

- Não, não vou. – disse Kyoko, confiante – Já te disse que estou zangada com ele.

- Não, a Kanae tem razão. – reforçou Chiori – Tu vais chorar amanhã.

- Não, não vou!

Entretanto, a conversa entre Sho e Ren não parecia ser tão complexa e profunda como a das raparigas.

- Então, acabaste com a Kyoko? – perguntou Sho como quem não se importava com o assunto.

- Yup. – respondeu Ren, simplesmente.

- É a sério? – continuou Sho.

- Parece que sim.

- Ela vai chorar amanhã. – avisou Sho.

Ren suspirou.

- Eu sei.

Chiori franziu as sobrancelhas.

Kanae tinha-lhe pedido para ir buscar Kyoko porque tinha a sensação que ela não conseguisse comparecer ao unpleged se estivesse sozinha.

Kanae tinha razão, pensou Chiori ao olhar para os olhos vermelhos de Kyoko e as lágrimas grossas que lhe escorriam pela cara. Pelas olheiras, provavelmente não tinha dormido muito. Bem, aquelas eram as consequências de uma separação.

Quando Kyoko a abraçou a soluçar, Chiori não pôde fazer mais nada, a não ser abraçá-la de volta.

- Vamos lá. – disse Chiori fazendo festinhas nas costas da amiga – O Sho está lá em baixo à nossa espera com o carro para te levar ao unpleged.

- Eu não quero ir! – queixou-se Kyoko a chorar no ombro de Chiori.

Ela ainda estava de pijama e o cabelo estava uma trapalhada. Chiori perguntou-se se daria tempo para a convencer a ir e arranjá-la. Brian fazia falta ali.

- Porque é que não queres ir? – perguntou Chiori com toda a paciência que tinha.

- Não quero cantar. – justificou Kyoko – E não quero representar mais!

- Estás maluca? – perguntou Chiori afastando Kyoko – Porque é que estás a dizer isso? Nem brinques! Isto é tudo por causa do Tsuruga-san?

À menção do nome, os soluços aumentaram, tal como as lágrimas.

- Porque é que ele me deixou, Chiori!? – exclamou Kyoko tentando abraçar Chiori outra vez – O que é que eu fiz de mal?

- Recompõe-te! – exigiu Chiori sem mais paciência – Tens cinco minutos para ires ao teu quarto e voltares, pronta para ir para palco, percebido!?

Kyoko tentou fazer olhos de cachorrinho mas, ao ver que não resultava com Chiori, amuou e voltou para o seu quarto para se preparar. Em vinte minutos, estavam no carro de Sho. Ele não sabia o que dizer. Custava-lhe ver Kyoko assim mas achava que não se devia meter naquela confusão.

Por isso esperou que Chiori entrasse para o banco da frente ao seu lado e limitou-se a arrancar, mantendo-se em silêncio.

- O Tora-san disse-me que tens o casting para o drama que ele te sugeriu. – avisou Chiori – Depois de o unpleged acabar, a Kanae vai-te buscar para almoçarem e daí o Tora-san vai-te buscar para irem para o casting.

- Os homens são uns idiotas! – exclamou Kyoko com os braços cruzados, ignorando Chiori – Porque é que ele acabou comigo, afinal!? Ele é que começou!

Sho e Chiori suspiraram ao mesmo tempo. Ia ser todo o dia assim. Chiori só esperava que ela conseguisse fazer o seu trabalho competentemente.

- Da próxima vez que o vir vou matá-lo! – decidiu Kyoko.

Mas quando chegaram ao estúdio onde o unpleged ia ser gravado, a raiva tinha dado lugar à depressão. James era o acompanhante dela, agora. Quando a viu, não resistiu a fazer-lhe festinhas na cabeça. Ela parecia tão perdida.

- There, there. – disse James afagando-lhe o cabelo – Vai ficar tudo bem, sweetie.

- Nunca mais vou ter ninguém. – disse Kyoko com a cabeça baixa – Nem sei como é que o Ren ficou comigo durante tanto tempo. Com certeza que foi por pena. Eu sou uma pessoa desprezível.

James sorriu.

A namorada tinha-o avisado da condição de Kyoko mas ele ainda não acreditava que Ren tinha acabado com ela. O que é que lhe tinha passado pela cabeça?

Acompanhou-a até à maquilhagem e explicou à maquilhadora que ela tinha tido uma noite difícil e que precisava de esconder os olhos inchados e a sombras por baixo deles. A mulher não perguntou mais nada e, quando acabou, Kyoko tinha um ar fresco.

- Agora, não podes estragar a maquilhagem. – avisou James – Por isso, nada de lágrimas, entendido?

James saiu do camarim para lhe dar alguma privacidade, enquanto ela se vestia.

Era importante que ninguém ficasse a saber do fim daquela relação, por enquanto. Podia ser uma coisa passageira e não seria bom para a reputação de Kyoko se se soubesse que ela estava sempre a acabar e a reatar, principalmente quando se tratava do Ren, também.

Tal coisa seria totalmente normal para qualquer outra pessoa, mas Kyoko tinha acabado de obter a sua fama e as revistas tendiam a exagerar tudo. Com certeza inventariam algum tipo de traição.

Quando ela saiu, James teve que recompor as roupas dela já que tinham sido vestidas descuidadamente. O momento da verdade seria quando ela subisse ao palco.

Teve que empurra-la até lá, literalmente.

Mas as coisas pioraram ao chegarem lá.

Tal como fazia sempre, Kyoko fez uma vênia à banda que a iria acompanhar durante uma hora e meia. Mas os elementos pareciam extremamente deprimidos.

James só percebeu o porquê um pouco depois quando o agente de Sora, a violinista prodígio, entrou a correr no palco com uma garrafa de água.

- Porque é que demorou tanto tempo a ir buscar uma garrafa de água!? – gritou Sora que estava sentada a um canto do palco, evitando a interação com os outros – Queres ser despedido!?

James revirou os olhos imediatamente. Parecia que teriam que lidar com uma diva com um enorme complexo de superioridade. Isso não seria bom para Kyoko numa altura daquelas.

- Ora vejam quem chegou! – exclamou Sora levantando-se para ir ter com Kyoko. Fez uma vénia exagerada que era claramente para gozar com ela – A Kyoko-sama. A grande estrela do dia! Custava muito chegar aqui a horas?

Kyoko estava confusa.

Olhou para o relógio, confirmando tinha chegado trinta minutos adiantada, depois olhou para James que encolheu os ombros, dramaticamente.

- Peço imensa desculpa se vos fiz esperar. – disse Kyoko – Mas o meu agente disse-me que o concerto só começava às dez…e são nove e meia. – fez uma vénia respeitosa – É um prazer conhecê-la, Tachibana-san.

- Bem, digo-te já que não é um prazer conhecer-te. – disse Sora cruzando os braços – E onde é que está o teu agente? Isso chama-se desrespeito.

James sentiu a banda toda a suster a respiração durante um segundo. Obviamente não estavam à espera que Sora falasse assim com Kyoko. O agente dela correu imediatamente ao salvamento. E James teve que levar Kyoko para os bastidores novamente.

- Estás bem? – perguntou James vendo as lágrimas nos olhos de Kyoko e o lábio inferior a tremer.

- Porque é que ela está a ser tão má? – perguntou Kyoko com uma voz chorosa mas estava a conter as lágrimas com toda a sua força. Não queria dar mais trabalho à maquilhadora.

- Now, now. – James abraçou-a – Don’t cry.

- Eu não estou a chorar. – reclamou Kyoko, mas uma lágrima já lhe tinha escapado pela cara abaixo.

- Deixa-me retocar a tua maquilhagem. – pediu James pegando no kit portátil que tinha no bolso. Fora Kanae que lho emprestara para o dia.

Durante trinta minutos, James manteve-a afastada do palco e de Sora, mas o tempo tinha passado rápido e a única coisa que ele podia fazer a partir dali era observar.


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Notas finais do capítulo

Yup, aconteceu mesmo XD
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