Skip Beat - a Revolta do Príncipe escrita por Mirytie


Capítulo 24
Capítulo 24 - 2ª Fase: Sedução e Mentira


Notas iniciais do capítulo

Finalmente está terminado. *sight*
Enjoy ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/132006/chapter/24

Quando não tinha nada para fazer, Ren gostava de fazer coisas normais.

Agora com uma namorada que ia aos vídeo music awards, pensava que era uma boa ideia comprar algum tipo de roupa para ela. E só de pensar nisso arrepiou-se.

Ele nem comprava a sua própria roupa, fará as de outra pessoa.

- Mmm… - murmurou ele – Talvez possa comprar alguma coisa que torne a nossa relação obviamente oficial.

Depois do exemplo de Marisa, Ren tinha criado a sua própria personagem para ter liberdade para se mover em público. Para sua sorte, podia usar Kuon, por isso bastou-lhe uma peruca loira e roupas “informais” para estar pronto para uma visita ao shopping.

Já lhe tinha comprado um colar mas não era disso que estava há procura no momento. Entrou na ourivesaria e viu o homem velho a franzir-lhe as sobrancelhas. Bem, Ren tinha que confessar que a imagem de Kuon estava mais para um miúdo que ia roubar a loja do que para um homem que ia gastar uma pequena fortuna em duas peças de ouro branco.

- Bom dia, senhor. – disse o homem numa voz desconfiada – Em que posso ajuda-lo?

Ren ficou em silêncio durante alguns segundos, enquanto olhava para as peças de joelharia e homem começava a ficar cada vez mais nervoso.

- Estes dois aqui. – disse Ren finalmente, apontando para dois anéis reluzentes – Pode mostrar-mos.

- Com certeza. – ainda impaciente, o homem abriu a vitrina e tirou a pequena caixa com os anéis, pondo-os em frente a Ren – São do seu agrado?

Ren olhou bem para os anéis com contrastes de ouro amarelo e ouro branco. Cada um parecia ter outro entrelaçado e o mais pequeno tinha dez diamantes encrustados.

Eram perfeitos.

- Sim. – disse Ren olhando para o homem – Queria levar estes.

- Devo avisá-lo que são um pouco dispendiosos. – disse o homem, que não tinha a certeza se Ren podia pagá-los – Cada um custa…

Ele calou-se imediatamente quando ele tirou um cartão dourado e lho deu. A sua atitude mudou como da noite para o dia. O sorriso que esboçou foi tão grande que lhe cobria grande parte do rosto e acentuava as rugas nos cantos dos olhos.

- Quer que embrulhe, cavalheiro? – perguntou o homem, enquanto inseria o cartão na máquina e lha oferecia para ele introduzir o código – É para oferecer?

- Deixe estar. – respondeu Ren. Ele odiava aquele tipo de pessoas – Ponha-os numa saca.

- Com certeza, cavalheiro. – com um sorriso ainda mais brilhante ao ver o cartão ser aceite, o homem colocou a caixa com os anéis dentro de uma pequena saca de papel azul-escura – Tenha um bom dia.

Ren fez uma pequena vénia, pegou no saco e saiu. Estava com bom humor, agora. Imaginava a cara dela quando ele lhe oferecesse e colocasse o anel no dedo dela. Estar numa casa onde eles podiam estar sozinhos ainda facilitava mais as coisas até porque também tinha que falar com ela sobre a noite passada.

Viu a loja de roupa em frente à ourivesaria e achou que até se arriscaria a comprar a roupa para levar aos vma japan e talvez até um vestido para ela.

Guardou a pequena saca no bolso de dentro do casaco de cabedal e começou a dirigir-se para lá mas parou a meio.

- Oh! Kuon!?

Ren olhou para o lado e quase fugiu quando viu Miranda, mas obrigou-se a ficar ali. – Miranda, o que é que estás aqui a fazer?

- Eu? Vim comprar mais umas roupas. – respondeu ela – Sabes, trouxe poucas quando vim para aqui.

- Devias ter ficado na América. – murmurou Ren lembrando-se do que ela tinha dito à Kyoko, resolvendo que aquela era uma boa altura para ter uma “conversa” com ela – Porque é que não me acompanhas?

- Eh? Aonde? – perguntou Miranda, seguindo Ren mesmo sem receber resposta – Porque é que estás vestido assim? Pensei que a nova personagem que criaste aqui era mais sofisticada.

Ren não disse nada até entrarem na loja. Em vez de ir direto ao assunto, decidiu começar devagar. – Miranda, porque é que ainda não aprendeste japonês?

- Bem, eu só estou aqui de “férias”. – disse Miranda olhando em volta, para as roupas penduradas nos cabides. Depois olhou para Ren sedutoramente – A não ser que queiras que eu fique mais tempo.

De maneira nenhuma, pensou Ren. Mas decidiu não dizê-lo.

- Hei, ajuda-me a escolher um fato para levar à cerimónia e um vestido para a Kyoko. – desta vez falou baixo porque não queria ser reconhecido naquele lugar cheio de raparigas e pessoas dispostas a ganhar dinheiro a repostar a sua presença ali aos média. Como estava de costas para Miranda, não viu o ódio que ela tinha nos olhos – Ouvi que falaste com a Kyoko sobre certas coisas que na verdade não aconteceram. – começou Ren vasculhando entre os fatos de marca – Porque é que lhe mentiste?

- Ela deve ter confundido o que eu disse. – explicou Miranda agora com um sorriso inocente, enquanto Ren olhava para ela – Eu disse-lhe que tinhas estado ocupado comigo durante a tua estadia na América. Ela deve ter-lhe dado outro significado.

Ren ficou a olhar para ela durante alguns segundos mas como não queria acusá-la precipitadamente, decidiu largar o assunto. Perguntaria a Kyoko mais tarde sobre o que Miranda tinha realmente dito.

- Estou a ver. – comentou Ren voltou aos fatos – Podes ir à próxima secção e ver alguns vestidos? Se fizeres um bom trabalho, também te posso comprar um.

- A sério? – Miranda tentou simular surpresa mas já estava a planear o próximo passo – Então, vou dar o meu melhor.

Ren olhou para Miranda enquanto ela se afastava, a pensar que algo não batia certo ali.

Ren já tinha escolhido o fato e agora andava com ele pela loja fora à procura de Miranda. -.- Era por isso que não gostava de ir às compras de roupa, raios! E era por isso que não gostava de ir a nenhum sítio em particular com Miranda.

Finalmente, farto de andar de um lado para o outro, perguntou a uma mulher que trabalhava ali se tinha visto uma mulher alta e loira e acabou por ficar parado em frente à cabine onde provavam a roupa.

- Miranda, eu disse que te comprava um vestido se fizesses um bom trabalho. – lembrou Ren – Mas demorar tanto tempo e fazer-me esperar não é um bom trabalho.

- O fecho não aperta! – queixou-se Miranda do outro lado.

- Isso quer dizer que não te serve. – disse Ren revirando os olhos – Porque é que não pegas num tamanho maior e vamos embora?

Se demorasse muito mais ia estar atrasado para ir buscar Kyoko, pensou.

- Não é isso. – Miranda abriu a porta – Eu não chego lá!

Estava a segurar o vestido com uma mão mas, o grande decote ainda mais. O fecho estava totalmente aberto mostrando as costas totalmente nuas. Corava intensamente de uma maneira que levaria qualquer homem atirar-se de um precipício para ter uma oportunidade com ela.

Ren apenas suspirou e apertou o fecho em dois segundos. – Pronto, podemos ir embora, agora?

Miranda sentiu-se zangada e humilhada e quase gritou com ele mas pensou que isso só estragaria o seu plano. Sorriu docemente. – Obrigada. Vou já mudar-me. – pegou em outro vestido branco e preto, elegantemente criado para evidenciar as curvas do corpo de uma mulher e inteligentemente desenhado para se adaptar à época – Também escolhi este para a Kyoko.

- Hm. – foi a única resposta dele e depois virou costas, deixando-a sozinha.

Miranda franziu as sobrancelhas e bateu a porta com força quando teve a certeza que Ren não ouviria. Tinha usado aquele truque mil vezes e das mil vezes tinha resultado…qual era o problema de Ren!? Seria gay, agora?

Saiu, depois de se mudar e foi ter com Ren que já estava à beira da caixa. Pagou depressa e começaram-se a dirigir para o carro. Quando Miranda viu a lata velha onde Ren viajava teve a certeza que ele tinha enlouquecido de vez mas entrou alegremente no carro.

- Então, vendeste o teu carro? – perguntou Miranda quando ouviu o barulho que ele fazia ao arrancar – Estás com falta de dinheiro? O mundo do espetáculo pode ser imprevisível.

- Onde queres que te deixe? – perguntou Ren ignorando as perguntas de Miranda.

- Então…tu e a Kyoko, huh? Parece uma rapariga simpática. – comentou Miranda ignorando-o também – Vocês os dois, até onde é que já chegaram na vossa relação?

- Não tens nada a ver com isso. – respondeu Ren imediatamente.

E, com aquela resposta, Miranda teve a informação que queria. Já tinha uma ideia que Kyoko fosse o tipo de rapariga que não entregava o corpo não facilmente e, talvez, daquelas que esperava até se casar, mas agora tinha a confirmação.

Ren já gostava dela há pelo menos dois anos e não parecia do tipo de traía a pessoa de quem gostava, uma vez apaixonado.

Sorriu.

Ele devia estar praticamente a sofrer. Depois de começar a sua vida sexual, Kuon não tinha passado mais de seis meses sem uma mulher.

- Então…Kuon. Nós já nos conhecemos há muito tempo. – pôs uma mão na coxa dela, subindo lentamente – Sabes que, se precisares de alguma coisa, podes contar comigo e eu não digo nada a ninguém.

Ren olhou para ela de lado e travou violentamente, obrigando-a a agarrar-se ao banco com as duas mãos.

- O que é que estás a fazer, Kuon!? – gritou Miranda, completamente branca e a tremer – Podias-nos ter matado!

- Sai, Miranda. – pediu Ren numa voz baixa e perigosa.

- O quê!? – ela ainda estava em choque – Porquê!?

- O meu nome…já não é Kuon. Eu chamo-me Ren. O Kuon está morto. – disse ele, olhando para ela, fixamente – O que é que estavas a fazer, Miranda? Estava a oferecer-te a um homem com namorada? A tentar seduzir-me para que eu terminasse com a Kyoko? Estavas a tentar seduzir o assassino do Rick?

Os dentes dela rangeram e o plano desvaneceu-se da sua mente. Ela saiu do carro com as lágrimas nos olhos e bateu com a porta com toda a força que juntou.

Se não podia quebrar Ren, pensou ela, iria destruir Kyoko.

Kyoko estava a passar por um dos piores momentos da sua vida, enquanto encarava a turma toda que esperava que ela cantasse.

Paralisou imediatamente quando o professor lhe perguntou se já estava pronta para cantar “Good-Bye Days”.

Sousuke olhava para ela com uma cara estranha e depois para a capa do cd dela. Havia alguma coisa familiar entre Marisa e Kyoko. Se dissesse isso a alguém, com certeza seria alvo de risos. Os olhos cor de âmbar de Kyoko não eram nem um pouco parecidos com os olhos azuis de Marisa e nem valia a pena falar do cabelo ou na personalidade, mas a forma do corpo e…não sabia dizer bem. Até podiam ser parentes.

- Já estás pronta? – repetiu Kyou – Estás bem, Marisa? Se quiseres podes ficar para o fim.

- Não! – já que estava ali mais valia acabar com aquilo rapidamente – Estou pronta.

Enquanto a música começava a tocar e as letras apareciam desnecessariamente no ecrã da pequena televisão à sua frente, ela lembrou-se do que tinha aprendido nas aulas com os Beagles. Se concentrasse-se conseguia controlar a sua voz e, se o fizesse, podia continuar na universidade como Marisa.

Só tinha que se esforçar.

Kyoko saiu da sala com um grande sorriso na cara.

Tinha desafinado gloriosamente de tal maneira que tinha visto pessoas a arrepiarem-se e a rangerem os dentes.

- Oh, Good Bye Days. – murmurou ela melodiosamente, convencida que agora ninguém ia descobrir. Quase desmaiou quando sentiu uma mão a pousar no seu ombro. Suspirou de alívio quando viu Sousuke. Ele seria a última pessoa a desconfiar – Assustaste-me, grande idiota!

- Francamente, não pensava que cantasses assim tão mal. – confessou Sousuke – Acho que ainda estou a ouvir um bocado mal.

- Bem, obrigada. – disse Kyoko ironicamente – Porque é que achas que nunca fui àquela aula?

- Estou a ver. Arruinaste completamente a minha canção do momento. – ele olhou para ela, enquanto caminhavam para o portão – Quando é que apareces por cá, outra vez?

Kyoko pensou durante alguns momentos. Tinha gravações nas próximas semanas, duas reuniões (uma com o presidente e outra com a agência do Sho) e ainda tinha que gravar o seu novo cd e planear a nova digressão.

- Talvez só na época dos exames. – respondeu Kyoko, pensando tristemente que também não teria tempo para estar sozinha com Ren – Definitivamente, só na época dos exames.

- Vais andar ocupada, então. – comentou Sousuke vendo uma mulher parada no portão – Nunca a tinha visto por aqui.

Mas ela já, pensou Kyoko ao ver Miranda encostada ao portão. O que é que lhe podia acontecer mais naquele dia?

- Kyoko! – gritou Miranda fazendo o coração de Kyoko parar durante alguns segundos – Estou aqui!!!

- Eh? – Sousuke, confuso, começou a olhar em volta – Onde?

- E-Ela…ela é amiga…uma amiga minha. – mentiu Kyoko – É americana e ainda não sabe muito bem o meu nome.

Sousuke parou e ficou a vê-la a afastar-se rapidamente para ir ter com aquela mulher. Não fazia sentido uma mulher americana não decorar um nome como Marisa e confundi-la com Kyoko. E, em todo o caso, Marisa não tinha dito que ela própria tinha vindo da América?

- Vim-te buscar, Kyoko. – disse Miranda, falando alto mesmo Kyoko estando à sua frente – Porque é que estás vestida assim?

- O quê? Porquê que és tu que me vens buscar? – murmurou Kyoko – Onde é que está o Ren?

- Ele vai chegar atrasado e pediu-me para te fazer companhia, entretanto. – mentiu Miranda sorrindo – Para que é a peru---

Antes que ela tivesse tempo de acabar a frase, Kyoko tapou-lhe a boca com a mão. – Porque é que não vamos esperar ali na esquina? – propôs Kyoko começando a arrastá-la.

- O que é que se passa, Sousuke? – perguntou Kyou que o viu parado e se aproximou.

- Sensei, tem os dias em que a Marisa faltou, registados? – perguntou Sousuke.

- Sim, desde o primeiro ano. – respondeu Kyou – Porquê?

- Pode mostrar-me?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tira as mãozinhas daí, Miranda! XD
Comentários?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Skip Beat - a Revolta do Príncipe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.